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A capa traz em grande plano a imagem de Amílcar Cabral, "o líder muito amado do nosso povo", que foi proclamado "fundador da Nação", tendo passado o dia do seu nascimento (12 de Setembro) a ser feriado nacional.
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Legenda: "Depois de ter pronunciado as palavras históricas que consagraram o nascimento do nosso Estado, o Presidente da ANP recebeu, de um destacamento das nossas Forças Armadas Revolucionárias do Povo, a bandeira nacional do novo Estado: é constituída por três bandas, de superfícies iguais, sendo uma vermela disposta verticalmente e com uma estrela negra nela afixada. As outras duas bandas estão dispostas horizontalmente, a superior de cor amarela e a inferior de cor verde".
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Lista dos restantes deputados eleitos para a presidência da ANP. Entre eles, uma mulher, felizmente ainda hoje viva, Carmen Pereira, uma referência moral do PAIGC e uma lenda viva da luta de libertação, que alguns de nós, portugueses, tivemos o privilégio de conhecer pessoalmente em Bissau, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2008).
Tradução do francês: L.G.
Imagens: © Magalhães Ribeiro / Luís Graça & Camaradas da Guiné (2008). Direitos reservados.
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Vamos começar por apresentar as duas primeiras páginas da revista, em francês, PAIGC - Actualités, nº 54, de Outubro de 1973, e que foi dedicada à proclamação da República da Guiné-Bissau, na região do Boé.
O Magalhães Ribeiro, que trabalha da EDP - Porto, tem desde Etembro de 2008 um blogue > Coisas do MR , dedicado a Operações Especiais / Rangers de Portugal / Guerra do Ultramar.
Na sua mensagem aos editores, ele escreveu:
"Anexo o 2º panfleto desdobrável, emitido pelo PAIGC, com o nº 54 com data de Outubro de 1973, que penso ter sido dos mais importantes, que o mesmo parttido africano publicou durante o período da guerra. Este diz respeito à declaração do Estado da Guiné-Bissau e é formado por 8 páginas. Um abraço amigo do Pira de Mansoa, M.R.".
A divulgação, no nosso blogue, deste material (que no passado as NT consideravam como "propaganda do IN"), tem apenas um intuito informativo, documental, historiográfico e cultural. São documentos que interessam aos nossos dois povos, que partilham uma história e uma língua.
Alguns dos nossos camaradas que nessa época estavam na Guiné deram-se conta do acontecimento (a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau, por parte do PAIGC) e das suas eventuais implicações, diplomáticas, políticas e militares. Sempre bem informado, o António Graça de Abreu, que era Alf Mil do CAOP1, escreveu o seguinte apontamento do seu diário, na véspera de ir de férias à Metrópole, pela terceira (e última vez):
"Cufar, 26 de Setembro de 1974: O PAIGC declarou ontem a independência. Por aqui nada mudou a não ser que agora, oficialmente, somos nós portugueses quem está a ocupar a pátria deles"... (In Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura. Lisboa: Guerra & Paz. 2007. p. 149).
2 comentários:
A data no meu Diário é Cufar, 24 de Setembro de 1973 e não 2 de Setembro, como por lapso o Luís Graça grafou.
Um abraço,
António Graça de Abreu
Caro Amigo e Camarada Pira de Mansoa,
Que as oito páginas sejam dadas à luz.Documentos como esses não são apenas validados pelos coleccionadores ou por ratos de biblioteca. São, em si mesmos, história que pode ser discutida por todos nós. Que a publicação de todos eles seja rápida e que despertem na Tertúlia,no mínimo, tanto interesse como o episódio do macaco cão.Face ao silêncio dos bloguistas da Guiné Bissau julgo que a publicação destes elementos que conseguiste são muito importantes, pois mostram o evoluir da situação na Guiné e são a expressão do desenrolar dos acontecimentos, pelo menos vistos por uma das partes que nós os ex-combatentes aceitamos ou repudiamos. Ofereço-me,em caso de necessidade, para traduzir para português os elementos de que dispões.
Um abraço do camarada e amigo,
Vasco A.R.da Gama
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