segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3829: Convite da A25A/RTP: Sessão de apresentação do sítio Guerra Colonial, Academia Militar, Amadora, 4ª feira, dia 4, às 16h


1. Mail do Pedro Lauret, membro do nosso blogue, neste fim de semana:

"Segue convite para a apresentação do site http://www.guerracolonial.org/. Gostaria de o tornar extensivo a toda a nossa tertúlia. Como achas que podemos fazer? Se o quiseres reenviar eu ficaria grato. Aguardo noticias. Um abraço. Pedro Lauret".

O convite chegou-nos, em nome do presidente da Associação 25 de Abril (A25A) e do presidente do Conselho de Administração da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), para a sessão de apresentação de: (i) sítio Guerra Colonial (http://www.guerracolonial.org/), da iniciativa da A25A, e em colaboração com a RTP; (ii) página de documentários sobre a Guerra Colonial, alojada no site da RTP (http://www.rtp.pt/).

A sessão terá lugar no Auditório da Academia Militar, na Amadora, na apróxima 4* feira, dia 4 de Fevereiro de 2009, pelas 16.00 horas, e a sua apresentação estará a cargo do Major-General Pedro Pezarat Correia e do Capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Cunha Lauret.

A cerimónia será presidida pelo Ministro da Defesa, sendo anfitrião o Chefe do Estado-Maior do Exército.

Se possível, confirma a tua presença através do Telefone 213 241 420.





2. Comentário de L.G.:

O blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné associa-se a esta iniciativa, convidando todos os membros da nossa Tabanca Grande bem como os demais amigos e camaradas da Guiné, a comparecer na Academia Militar, aquartelamento da Amadora, à supracitada sessão.

Sabemos que a hora não é a mais conveniente para quem ainda trabalha. Mesmo assim, será bom que os ex-combatentes da Guiné, com destaque para a malta do nosso blogue, possam fazer sentir a sua presença.

Eles, os nossos camaradas da Guiné, mais que ninguém, são a memória viva da guerra colonial ou do ultramar. Eles e os camaradas que estiveram nas outras frentes (Angola e Moçambique). Infelizmente, no arquivo da RTP, não há muitas imagens da Guiné (*). Seria curioso saber porquê. Para documentar a guerra da Guiné, vai-se buscar filmes de arquivos estrangeiros, como por exemplo o do Institut National de l'Audiovisuel (INA), francês.

A guerra da Guiné não teve, entre nós, o mesmo impacto mediático da guerra em Angola, no seu início, em 1961. Por exemplo, nenhum operador de câmara, português, civil, da RTP, conseguiu apanhar imagens dramáticas como as da ORTF, que passaram na reportagem sobre a Operação Ostra Amarga (**).

De qualquer modo, com as limitações que apresenta o - mesmo assim vasto e rico - arquivo RTP, no que diz respeito à guerra colonial/ guerra do ultramar, aqueles filmes de documentário, aqueles imagens dos repórteres da RTP, também nos pertencem. E há muito que deveriam estar disponíveis 'on line'...

A RTP cumpre a sua missão de serviço público. Tardiamente, mas cumpre. Nunca é tarde para o fazer. A nós compete-nos também mostrar reconhecimento por esse facto, sem perda da nossa independência, do nosso espírito crítico e da nossa especificidade. Como consta do nosso blogue, não somos historiadores, jornalistas ou investigadores, nem temos nenhuma bandeira. Isso não nos impede de estar gratos pela conjugação de esforços de entidades e de pessoas como, por exemplo, o Pedro Lauret (A25A) e o Joaquim Furtado (RTP), que tornaram possível este site e puseram à nossa disposição um vasto conjunto de recursos que vamos explorar e apreciar, com emoção, sensibilidade e espírito crítico. Haverá naturalmente outros públicos-alvo como os nossos filhos e netos que andam na escola, e a quem deve ser transmitida a memória e a história do nosso país, incluindo a guerra colonial/guerra do ultramar (1961-1974).

Eu, pelo menos, estarei lá, no anfiteatro da Academia Militar, na Amadora, às 16h em ponto, para ver e ouvir. A cerimónia terá, seguramente, boa cobertura televisiva, pelo menos por parte da RTP (daí a hora, um pouco estranha, que consta do convite). Até 4ª feira.

_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. a página de Multimédia do sítio Guerra Colonial (que, de resto, apresenta de deficiências na reprodução do som, há filmes que ainda não estão disponóveis, e que portanto ainda está em fase de edição e de afinação):

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Vd também poste de 4 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3701: Blogues da Nossa Blogosfera (12): Portal Guerra Colonial, da A25A (Pedro Lauret)

(**) Sobre a Operação Ostra Amarga, vd. postes de:

8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)

8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís Graça)

3 comentários:

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Dizem os camaradas que estiveram na guerra e, se calhar com muita razão, que os "RANGERS/Operações Especiais", eram, salvo raríssimas excepções, extremamente discretos.
Esta discrição, chamem-lhe qualidade ou defeito, é, ainda nos dias de hoje, incutida na instrução em Lamego, por motivos óbvios e inerentes à própria especialidade, e porque as missões a que eram destinados assim o impunham.
E se por exemplo: os temíveis COMANDOS, os formidáveis PÁRA-QUEDISTAS, e os não menos terríveis FUZILEIROS, eram treinados a nível de companhia, e assim permaneciam em actividade até ao fim das suas comissões, os RANGERS eram disseminados pelos diversos batalhões e companhias, de infantaria, cavalaria, etc.
Muitos já no Ultramar, por convite ou voluntariado, integravam os famigerados e eficazes Grupos Especiais e Grupos Especiais Pára-quedistas, tanto em Moçambique, como Angola e na Guiné.
Não vou aqui falar dos feitos dos RANGERS, tanto nas companhias como nos diversos batalhões, nem sequer nos grupos especiais, que são sobejamente conhecidos por todos aqueles que passaram pela guerra, e porque há conceituadas altas patentes militares bem mais habilitadas para o fazer do que eu.
O que me surpreende e aos milhares de RANGERS que prestaram serviços de suma relevância nas 3 frentes da guerra, é que tanto o presente site, como os livros, as reportagens, etc. sobre o assunto “Guerra do Ultramar/Colonial”, são omissos, ou por ignorância, ou por outro motivo qualquer, na parte que lhes devia tocar, no tratamento da parte dedicada às tropas especiais.
Talvez por este motivo os meus camaradas desta especialidade, os seus familiares, simpatizantes e amigos, quando são chamados a ver estas “coisas” limitam-se a um encolher de ombros e a soltar uma, ou mais palavras de depreciação e desprezo.
Eu só digo: - É pena ver isto tão incompleto!
Eduardo José Magalhães Ribeiro
Ex-Furriel Mil.º Operações Especiais/RANGER
C.C.S. do B. Caç. 4612/74 - Mansoa/Guiné

Unknown disse...

Desculpem, mas o blog do 'nosso' Luís Graça diz-me muito mais que os 'preparados' por quem não viveu a guerra ou a quer transformar naquilo que, aos diversos interesses quer politicos,quer sociais, quer 'oficiais' mais convém! Depois do vergonhoso disfarçe que foi o famoso documentário da SIC sobre o desastre do Corubal, já não acredito nem em alguma comunicação social e muito menos nos relatórios oficiais da altura daquilo que lá se passou de Facto!
Victor David
Ex- alf miliciano da CCAÇ 2405 - Guiné 1968-1970

Unknown disse...

No comentário anterior esqueceu-me de dizer que era o Ranger tal como o Felicio da nossa companhia...(com o curso tirado em Lamego) embora sem nunca termos sido os 'heróis' daquela guerra que fizemos como voluntários
'obrigados' porque não tinhamos meios para ir fazer a 'guerra' na Suiça ou em França ou na Alemanha