Foto 1> Destacamento de Cutia visto por Jorge Picado
Foto 2> Destacamento de Cutia visto por César Dias
Foto 3> Aglomerado populacional de Cutia. Pelo meio passa a estrada Mansoa-Mansabá
Foto 4> O Capitão Jorge Picado cercado por mulheres que lhe tentam sacar uns pesos para vinho. Ele diz-lhes que elas já estão cheias até cima
Fotos a cores: © César Dias (2008). Direitos reservados.
Fotos a preto e branco: © Jorge Picado (2008). Direitos reservados.
Jorge Picado,
ex-Cap Mil,
CCAÇ 2589 e CART 2732,
Guiné 1970/72
1. Em 15 de Maio de 2008, recebemos de Jorge Picado a seguinte mensagem
Caro Carlos:
Envio-te um texto sobre o Destacamento de Cutia que se julgares ter interesse para o blogue publica. Intitulei-o como Parte I, já que tinha a intenção de mandar uma Parte II com a descrição do sucedido na coluna que se seguiu ao Natal e na qual deparámos com as marcas do que nos teria sucedido se a coluna se tivesse realizado no dia anterior. Esta ideia germinou, depois do César Dias me ter enviado 2 Fotos de Cutia.
2. Destacamento de Cutia (Parte I)
Depois de contar ao Carlos Vinhal algumas das recordações que mantenho da minha passagem pela CART 2732, para que ele se convencesse que também me teve de aturar por Cmdt, comecei a congeminar a ideia de dizer algo sobre a estadia neste pequeno Destacamento a NE de Mansoa, até porque possuo 2 fotos (a preto e branco e em não muito bom estado) desse período.
Entretanto como o César Dias teve a gentileza de me mandar também 2 fotos, mas coloridas e em muito melhor estado, uma muito semelhante a uma das minhas, mas tirada de outra posição e com um camarada que não sei quem é, decidi mesmo escrevinhar sobre Cutia.
Cutia era o nome duma povoação de tipo indígena dispersa com 10 a 50 casas, segundo a Carta da Guiné publicada pela extinta Junta de Investigação do Ultramar (levantamento efectuado em 1954), a cerca de 1km a Oeste da estrada Mansoa-Mansabá.
Praticamente junto da estrada, existia, no antigamente, uma Serração.
A Cutia do nosso tempo, onde foi colocado um Destacamento, foi edificada mesmo na dita estrada, no local mais elevado desta, junto dum vértice geodésico de 2.ª com a altitude de 37m (Maru), de coordenadas aproximadas, Long 15º 14´ Oeste e Lat 12º 10´ Norte, a cerca de 14,5 km de Mansoa e 15,5km de Mansabá, distando cerca de 1km da antiga Serração e cerca de 4,5 km do limite Norte do concelho.
A imagem que guardo, quanto ao digamos aglomerado populacional é de que era muito pequeno e as habitações eram mais semelhantes às nativas – como aliás é visível numa das fotos colorida do César – sendo também destinadas às tropas e respectivas famílias africanas.
Encontrava-se no meio ou melhor dizendo entalada entre 2 das mais importantes zonas IN, o OIO/MORÉS a Oeste e o SARA/CANJAMBARI a Este, zonas estas que naquela época eram ZI (Zonas de Intervenção do ComChefe), havendo um importante corredor de comunicação entre elas algures entre 2,5 a 5km a Norte (de Mandingará perto do Rolom, a Este e Tambato, Talicó e Santambato a Oeste, já na floresta densa do OIO/MORÉS). Presumo que também houvesse comunicações entre estas zonas mais a Sul, aí a meio caminho entre Mansoa e Cutia (via Gã Farã a Oeste e Olom a Este), mas não tenho elementos que me garantam esta ideia.
Este Destacamento era atravessado pela estrada alcatroada Mansoa-Mansabá, como se pode observar na foto já mencionada do César, havendo mesmo postos de sentinela nos 2 extremos da estrada.
As instalações militares encontravam-se do lado Oeste da estrada, constituídas por abrigo enterrado encimado por uma torre, tendo ao lado as instalações sanitárias, quase a céu aberto e tudo isto rodeado por bidões cheios de terra e talvez também cimento, uns à superfície outros meio enterrados, formando uma pseudo muralha e mais à distância o tradicional arame farpado semeado de latas e garrafas vazias – para servir de aparelhagem sonora – a que se seguia a zona minada ou armadilhada. Junto das grandes e frondosas árvores que ladeavam em parte a estrada ficava a respectiva cozinha e mesas da messe geral.
Do lado Este ficavam as moranças da população, que como já disse não era muito numerosa, e dos soldados africanos acompanhados da respectiva família, também com cerca de arame farpado e respectiva segurança de armadilhas. As 2 fotos do César mostram um aspecto de algumas destas moranças.
Numa das minhas fotos (preto e branco), tirada da estrada para o fortim, que me apanhou pouco depois de ter de lá saído pode-se observar:
a) uma cortina de arvoredo continuo, em último plano, que era a bordadura da densa floresta do Morés;
b) a zona desmatada que vinha até às construções, semeada com umas árvores mais ou menos dispersas e, alguns tufos de bananeiras já nas proximidades e dentro da zona do arame farpado que delimitava todo o Dest e aldeamento;
c) pode-se mesmo observar alguns postes que suportam o arame farpado onde, como disse, tinham sido penduradas latas e garrafas vazias de cerveja e refrigerantes e tudo o mais que pudesse fazer barulho quando agitado, para chamar a atenção e aumentar os meios de segurança;
d) vêem-se depois as filas de bidões, uns à esquerda mais próximos das construções e outros à direita mais afastados e menos visíveis, dado o desnível do terreno;
e) das construções, praticamente enterradas assemelhando-se a bunkers, sobressai a torre, no cimo da qual, internamente, havia um patamar onde durante a noite, julgo que duas sentinelas faziam os respectivos quartos, observando pelas frestas a toda a volta a área envolvente. Dada a sua posição elevada, dominavam uma área maior e mais longínqua do que as restantes sentinelas que ocupavam posições ao nível do solo. Junto à torre é visível a antena das transmissões. Á direita desta torre pode-se ver uma das entradas, coberta por uma placa inclinada, para os alojamentos do pessoal, com a altura pouco superior ao dum adulto e também com frestas para o lado Oeste, que do lado de fora não chegavam a ficar a 50cm do nível do solo. A cobertura era uma placa de cimento aí com os seus 20 ou mais cm assente em paredes feitas de blocos de cimento;
f) o espaço interior, acanhado, estava subdividido em três áreas, já que sensivelmente a meio, em correspondência com a torre, havia uma pequena divisória formada por duas meias paredes, sem porta, onde estava colocada uma cama de ferro individual para o Alferes e o respectivo posto de transmissões, ocupando os Furriéis e os restantes elementos as duas outras áreas. Com a minha chegada, ocupei o pseudo quarto do comando, tendo os Alferes de se deslocar para junto dos restantes elementos, que ficaram todos muito mais apertados, com as camas de ferro transformadas em beliches e quase juntas;
g) à minha esquerda, porque o único militar que se vê sou eu, e junto duns pés de bananeiras, estão as instalações sanitárias, o quarto de banho com a respectiva latrina mais ao lado. Esta era do tipo de guerra, isto é, uma vala no terreno com duas tábuas em cima, em que o pessoal, de cócoras, ia fazendo as suas necessidades e depois iam-se deitando umas pazadas de terra – porque julgo não havia cal – para tapar. Um balde com um ralo, para servir de chuveiro e um espelho pendurado, num dos cibes que suportavam as folhas de zinco que constituíam a cobertura, para ver a cara e fazer a barba.
Na foto colorida do César são igualmente visíveis algumas das características que aponto.
A segurança do destacamento era mantida de duas maneiras: a afastada e a próxima.
No que se refere à segurança afastada, realizavam-se patrulhamentos nas cercanias, em todas as direcções, bem como se montavam emboscadas nos locais mais propícios de ataques, além daquelas que se montavam mais a Norte na zona de passagem, carreiro como lhe chamávamos. Mas todas estas acções sem uma periodicidade definida, para não criar rotinas, eram decididas duma forma aleatória e sempre na hora de execução, ao critério do Cmdt, talvez as do carreiro mais por ordem do BCAÇ 2885. Todo este procedimento tinha por objectivo fornecer o mínimo de elementos ao IN, para não ser ele a surpreender-nos.
Na segurança próxima contava-se, claro, os tradicionais postos de sentinelas e autodefesa, bem como os campos de minas e armadilhas. Havia também uma rede de trincheiras, não na totalidade do perímetro creio eu.
Na minha outra foto, tirada na tarde do dia de Natal de 1970, encontro-me encostado ao tronco duma das árvores da berma da estrada junto duma viatura com bidões de água, perto da cozinha, cercado por 4 mulheres de soldados africanos que, juntamente com o Alf Simeão – Cmdt do Pel Caç Nat 61 – tentam sacar-me mais uns pesos para adquirirem mais vinho para as suas celebrações. O seu estado já era um tanto eufórico, posso garantir pois com o gesto da mão direita queria transmitir-lhes que já estavam atestadas até à garganta, mas queriam ainda mais cana. Já tinha contribuído logo pela manhã para o almoço deles e, agora, evitava fazê-lo novamente com receio de aumentar o grau de embriaguez e daí resultar qualquer desordem. É bom lembrar que esta era uma data propícia para ataques ou simples flagelações aos aquartelamentos, daí a necessidade de haver mais cautelas com o estado do pessoal.
Numa próxima etapa descreverei o que se passou nos 2 dias seguintes.
Jorge Picado
Fixação do texto: CV
__________________
Vd. poste da série de 3 de Maio de 2008> Guiné 63/74 - P2807: Estórias de Jorge Picado (1): A emboscada do Infandre vivida pelo CMDT da CCAÇ 2589 (Jorge Picado)
CCAÇ 2589 e CART 2732,
Guiné 1970/72
1. Em 15 de Maio de 2008, recebemos de Jorge Picado a seguinte mensagem
Caro Carlos:
Envio-te um texto sobre o Destacamento de Cutia que se julgares ter interesse para o blogue publica. Intitulei-o como Parte I, já que tinha a intenção de mandar uma Parte II com a descrição do sucedido na coluna que se seguiu ao Natal e na qual deparámos com as marcas do que nos teria sucedido se a coluna se tivesse realizado no dia anterior. Esta ideia germinou, depois do César Dias me ter enviado 2 Fotos de Cutia.
2. Destacamento de Cutia (Parte I)
Depois de contar ao Carlos Vinhal algumas das recordações que mantenho da minha passagem pela CART 2732, para que ele se convencesse que também me teve de aturar por Cmdt, comecei a congeminar a ideia de dizer algo sobre a estadia neste pequeno Destacamento a NE de Mansoa, até porque possuo 2 fotos (a preto e branco e em não muito bom estado) desse período.
Entretanto como o César Dias teve a gentileza de me mandar também 2 fotos, mas coloridas e em muito melhor estado, uma muito semelhante a uma das minhas, mas tirada de outra posição e com um camarada que não sei quem é, decidi mesmo escrevinhar sobre Cutia.
Cutia era o nome duma povoação de tipo indígena dispersa com 10 a 50 casas, segundo a Carta da Guiné publicada pela extinta Junta de Investigação do Ultramar (levantamento efectuado em 1954), a cerca de 1km a Oeste da estrada Mansoa-Mansabá.
Praticamente junto da estrada, existia, no antigamente, uma Serração.
A Cutia do nosso tempo, onde foi colocado um Destacamento, foi edificada mesmo na dita estrada, no local mais elevado desta, junto dum vértice geodésico de 2.ª com a altitude de 37m (Maru), de coordenadas aproximadas, Long 15º 14´ Oeste e Lat 12º 10´ Norte, a cerca de 14,5 km de Mansoa e 15,5km de Mansabá, distando cerca de 1km da antiga Serração e cerca de 4,5 km do limite Norte do concelho.
A imagem que guardo, quanto ao digamos aglomerado populacional é de que era muito pequeno e as habitações eram mais semelhantes às nativas – como aliás é visível numa das fotos colorida do César – sendo também destinadas às tropas e respectivas famílias africanas.
Encontrava-se no meio ou melhor dizendo entalada entre 2 das mais importantes zonas IN, o OIO/MORÉS a Oeste e o SARA/CANJAMBARI a Este, zonas estas que naquela época eram ZI (Zonas de Intervenção do ComChefe), havendo um importante corredor de comunicação entre elas algures entre 2,5 a 5km a Norte (de Mandingará perto do Rolom, a Este e Tambato, Talicó e Santambato a Oeste, já na floresta densa do OIO/MORÉS). Presumo que também houvesse comunicações entre estas zonas mais a Sul, aí a meio caminho entre Mansoa e Cutia (via Gã Farã a Oeste e Olom a Este), mas não tenho elementos que me garantam esta ideia.
Este Destacamento era atravessado pela estrada alcatroada Mansoa-Mansabá, como se pode observar na foto já mencionada do César, havendo mesmo postos de sentinela nos 2 extremos da estrada.
As instalações militares encontravam-se do lado Oeste da estrada, constituídas por abrigo enterrado encimado por uma torre, tendo ao lado as instalações sanitárias, quase a céu aberto e tudo isto rodeado por bidões cheios de terra e talvez também cimento, uns à superfície outros meio enterrados, formando uma pseudo muralha e mais à distância o tradicional arame farpado semeado de latas e garrafas vazias – para servir de aparelhagem sonora – a que se seguia a zona minada ou armadilhada. Junto das grandes e frondosas árvores que ladeavam em parte a estrada ficava a respectiva cozinha e mesas da messe geral.
Do lado Este ficavam as moranças da população, que como já disse não era muito numerosa, e dos soldados africanos acompanhados da respectiva família, também com cerca de arame farpado e respectiva segurança de armadilhas. As 2 fotos do César mostram um aspecto de algumas destas moranças.
Numa das minhas fotos (preto e branco), tirada da estrada para o fortim, que me apanhou pouco depois de ter de lá saído pode-se observar:
a) uma cortina de arvoredo continuo, em último plano, que era a bordadura da densa floresta do Morés;
b) a zona desmatada que vinha até às construções, semeada com umas árvores mais ou menos dispersas e, alguns tufos de bananeiras já nas proximidades e dentro da zona do arame farpado que delimitava todo o Dest e aldeamento;
c) pode-se mesmo observar alguns postes que suportam o arame farpado onde, como disse, tinham sido penduradas latas e garrafas vazias de cerveja e refrigerantes e tudo o mais que pudesse fazer barulho quando agitado, para chamar a atenção e aumentar os meios de segurança;
d) vêem-se depois as filas de bidões, uns à esquerda mais próximos das construções e outros à direita mais afastados e menos visíveis, dado o desnível do terreno;
e) das construções, praticamente enterradas assemelhando-se a bunkers, sobressai a torre, no cimo da qual, internamente, havia um patamar onde durante a noite, julgo que duas sentinelas faziam os respectivos quartos, observando pelas frestas a toda a volta a área envolvente. Dada a sua posição elevada, dominavam uma área maior e mais longínqua do que as restantes sentinelas que ocupavam posições ao nível do solo. Junto à torre é visível a antena das transmissões. Á direita desta torre pode-se ver uma das entradas, coberta por uma placa inclinada, para os alojamentos do pessoal, com a altura pouco superior ao dum adulto e também com frestas para o lado Oeste, que do lado de fora não chegavam a ficar a 50cm do nível do solo. A cobertura era uma placa de cimento aí com os seus 20 ou mais cm assente em paredes feitas de blocos de cimento;
f) o espaço interior, acanhado, estava subdividido em três áreas, já que sensivelmente a meio, em correspondência com a torre, havia uma pequena divisória formada por duas meias paredes, sem porta, onde estava colocada uma cama de ferro individual para o Alferes e o respectivo posto de transmissões, ocupando os Furriéis e os restantes elementos as duas outras áreas. Com a minha chegada, ocupei o pseudo quarto do comando, tendo os Alferes de se deslocar para junto dos restantes elementos, que ficaram todos muito mais apertados, com as camas de ferro transformadas em beliches e quase juntas;
g) à minha esquerda, porque o único militar que se vê sou eu, e junto duns pés de bananeiras, estão as instalações sanitárias, o quarto de banho com a respectiva latrina mais ao lado. Esta era do tipo de guerra, isto é, uma vala no terreno com duas tábuas em cima, em que o pessoal, de cócoras, ia fazendo as suas necessidades e depois iam-se deitando umas pazadas de terra – porque julgo não havia cal – para tapar. Um balde com um ralo, para servir de chuveiro e um espelho pendurado, num dos cibes que suportavam as folhas de zinco que constituíam a cobertura, para ver a cara e fazer a barba.
Na foto colorida do César são igualmente visíveis algumas das características que aponto.
A segurança do destacamento era mantida de duas maneiras: a afastada e a próxima.
No que se refere à segurança afastada, realizavam-se patrulhamentos nas cercanias, em todas as direcções, bem como se montavam emboscadas nos locais mais propícios de ataques, além daquelas que se montavam mais a Norte na zona de passagem, carreiro como lhe chamávamos. Mas todas estas acções sem uma periodicidade definida, para não criar rotinas, eram decididas duma forma aleatória e sempre na hora de execução, ao critério do Cmdt, talvez as do carreiro mais por ordem do BCAÇ 2885. Todo este procedimento tinha por objectivo fornecer o mínimo de elementos ao IN, para não ser ele a surpreender-nos.
Na segurança próxima contava-se, claro, os tradicionais postos de sentinelas e autodefesa, bem como os campos de minas e armadilhas. Havia também uma rede de trincheiras, não na totalidade do perímetro creio eu.
Na minha outra foto, tirada na tarde do dia de Natal de 1970, encontro-me encostado ao tronco duma das árvores da berma da estrada junto duma viatura com bidões de água, perto da cozinha, cercado por 4 mulheres de soldados africanos que, juntamente com o Alf Simeão – Cmdt do Pel Caç Nat 61 – tentam sacar-me mais uns pesos para adquirirem mais vinho para as suas celebrações. O seu estado já era um tanto eufórico, posso garantir pois com o gesto da mão direita queria transmitir-lhes que já estavam atestadas até à garganta, mas queriam ainda mais cana. Já tinha contribuído logo pela manhã para o almoço deles e, agora, evitava fazê-lo novamente com receio de aumentar o grau de embriaguez e daí resultar qualquer desordem. É bom lembrar que esta era uma data propícia para ataques ou simples flagelações aos aquartelamentos, daí a necessidade de haver mais cautelas com o estado do pessoal.
Numa próxima etapa descreverei o que se passou nos 2 dias seguintes.
Jorge Picado
Fixação do texto: CV
__________________
Vd. poste da série de 3 de Maio de 2008> Guiné 63/74 - P2807: Estórias de Jorge Picado (1): A emboscada do Infandre vivida pelo CMDT da CCAÇ 2589 (Jorge Picado)
5 comentários:
O capitão Picado não era o que se teve que fazer uma cama especial(dado sofrer da coluna)?
Fui furriel do Pel.Caç.Nat. 61 de Junho de 70 a Junho de 72 sob comando do alferes Simeão, juntamente com os furríes Amorim e Sá e com o cabo Luis Cordeiro Anastácio,do qual bem como do alferes nada sei deles.Um abraço para eles todos, bem como para aqueles de quem não recordo o nome e que tenham um Santo Natal e que o Ano Novo lhes traga as maiores felicidades.Sei que o Batalhão a que estava ligado operacionalmente realiza um almoço convivio no 1º sabado de Maio e que pela 1ª vez espero estar presente para poder reviver os maus e bons momentos(mais estes do que aqueles).
Em resposta ao Anónimo que colocou este comentário, espero que volte ao Blog e tome conhecimento destes meus esclarecimentos.
Por exclusão de partes tratar-se-á do ex-Fur Mil João Luis dos Santos Pimenta que desembarcou em Bissau em 14JUN70 chegou ao Pel Caç Nat 61 nesse mês, então sedeado em Cutia e na dependência da CCaç 2589/BCaç 2885, para substituir o camarada João António Pina que terminou a comissão em 20JUL70.
Os Fur Mil José António Rodrigues Amorim (desembarcou em Bissau no mesmo dia e apresentou-se possivelmente no mesmo dia que o Pimenta), substituiu o camarada José Rosa Matos França (fim de comisão em 02JUL70) e Armando Barbosa de Sá (desembarcou em Bissau em 20JUL70, apresentando-se nesse mês) que substituiu o camarada Mário Jorge Fernades (fim da comissão em 02LUJ70). O Alf Mil Simeão Duarte Martins Ferreira (desembarcou em Bissau em 17AGO70 apresentando-se nesse mês), substituiu o camarada Rodrigo Lopes, de que não tenho recordação, (fim de comissão em 29JUL70).
Sobre o Cabo Luís Cordeiro Anastácio não possuo elementos, possivelmente teria chegado depois de 14FEV71, já com as novas unidades que nos renderam.
Quanto à cama não foi para mim, já que enquanto estive a "saborear os parazeres daqueles saudáveis ares de Cutia no Resort que a foto mostra e de que o camarigo fermero Tisseira ainda viu os vestigios que restam quando desta última passagem por aquelas terras", como digo a cama era uma igual a tantas outras de ferro, apenas com o "previlégio" de que não o tinha "beliche", como todas as outras possuiam, para "armazenar" todos aqueles homens naquele abrigo.
Talvez o Cap da CCaç que rendeu a 2589 tivesse optado por uma mais confortável.
Sobre o pessoal deste Pel, apenas tenho tido contacto com o ex-Alf Simeão, nos almoços de Monte Real, onde ele aliás é médico das Termas.
Quanto aos almoços do BCaç 2885 eles são normalmente no 1.º sábado de Março. Apenas este ano a data foi em Maio, por razões anómalas.
Serás bemvindo a estes almoços e já agora porque não te juntas a esta Grande Tabanca e contas as tuas lembranças?
Aqui fica o convite.
Abraço
Jorge Picado
ex-Cap Mil da CCaç 2589 e não só.
Agora é mais fácil ser reconhecido pois já me registei.
só tem fotos!!!!
Olá camaradas. Estive em Cutia durante uma semana no mês de julho de 1970.
Estávamos participando numa flagelação com artilharia para a mata do Morés. A aviação bombardeada durante o dia e nós durante a noite. Em um dia dessa semana fomos visitados pelos Deputados à Assembleia Nacional, dos quais alguns morreram devido à queda de um heli sobre o rio Mansoa. Eu dormia numa viatura "Matador" utilizada para rebocar um dos obuses 14cm da BAC1/GA7. Tenho fotos (slides) de Cúria tiradas nessa semana. O Alferes Viana Rebelo,(esse mesmo)fazia parte da artilharia e estava connosco nessa semana. Abraço a todos os camaradas.
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