sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26369: Humor de caserna (93): o guardador das vacas do Enxalé que violou... a bezerrinha do furriel enfermeiro (João Crisóstomo, ex.afl mil, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67)

 



Guiné >  Zona Leste > Pel Caç Nat 54 > Enxalé > Agosto de 1966 >  Vacas compradas em Bissá, pelo comandante da CCAÇ 1439, cap Pires.

Foto (e legenda): © José António Viegas  (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem do João Crisóstomo   [(foto abaixo à esquerda com a Vilma): (i) é um luso-americano, natural de Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras; (ii) conhecido ativista de causas que muito nos dizem, a todos nós, portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes; (iii) Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, tendo sido alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): (iv) vive desde 1975 em Nova Iorque, depois de ter passado por Inglaterra e Brasil; (v) é casado, em segundas núpcias, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; (v) tem mais de 250 referências no nosso blogue;  (vi) está aqui "atabancado" desde 26 de julho de 2010 (nº 432)].

 
Data - 9 jan 2025 02:40  

Assunto .- Humor de caserna

Caro Luís Graça,

Certos postes, uns mais que outros, como os teus recentes postes sob o tema "humor de caserna” (e dentre estes, sem desprimor para os outros, tenho de destacar os relacionados com os baseados nos feitos e vida do "alfero Cabral”) ocasionam sempre resultados por vezes inesperados. 

De repente vejo-me a reler (pela terceira ou quarta vez) as “Estórias Cabralianas”, ou outros livros que me tocam por dentro e por fora. E não é a primeira vez que isso sucede: neste caso porque Missirá foi quartel general para tantas “estórias" e histórias, esta tem-me levado a reler os livros do Beja Santos, o livro do Abel Rei, e outras fontes que me fazem vaguear por essas terras por onde também andei. 

Por acaso até mais cedo que a maior parte destes nossos camaradas: eu estive lá em 1965 a 1967 ; o José António Viegas, em 1966; o Abel Rei esteve em 1967/68; e o Beja Santos de 68/69, o Jorge Cabral, em 1970/71, o que me faz “sénior" senão na intensidade de experiências vividas, pelo menos na escala cronológica.

Mas desta vez a minha vagueação andou mais por Porto Gole e por Enxalé, sede da minha companhia, a  CCAÇ 1439. E comecei-me a lembrar de coisas que lá vivi, algumas delas más, mesmo muito más; e outras boas, algumas muito boas. Boas, no sentido de bom ambiente e camaradagem que lá experimentei. 


Vilma e João (2013)


Lembro que a nossa companhia era muito diversificada quanto a crenças, valores e costumes. E havia uma compreensão grande e aceitação por parte de todos das posições dos outros, mesmo que estas fossem completamente diferentes das suas. Eu verifiquei e experimentei isso várias vezes. 

 Mas entre as "outras boas” …"muito boas mesmo”, lembro-me de algumas que ainda hoje me fazem rir. Hoje de manhã foi uma destas ocasiões.

Estávamos a caminho do ginásio, que eu a Vilma frequentamos (ela pelo prazer da natação e sauna;  e eu porque a minha velhice exige exercícios terapêuticos aquáticos). 

 A Vilma, enfermeira de profissão, que agora,  além de ser minha esposa,    acumula os encargos de chofer, deu comigo a rir sózinho e perguntou-me qual a razão. 

Contei-lhe então que há poucos dias, nos vários telefonemas que fiz para dar um abraço de Boas Festas, vim a saber que alguns dos meus colegas na Guiné estão, como me sucede a mim, duma maneira ou outra experimentando os efeitos da idade. E que me veio à memória uma história engraçada de um deles, que por acaso até era o furriel enfermeiro da Companhia. E vi que a curiosidade dela, enfermeira, arrebitou imediatamente. Aqui vai a "estória" para a série... "Humor de caserna". JC

PS - A "cena" passa-se no Enxalé ( que a Vilma agora já "conhece", pelos contactos com camaradas e pelas muitas vezes que dele falo).


Humor de caserna > o guardador das vacas do Enxalé que violou... a bezerrinha do furriel enfermeiro

por João Crisóstomo 


O furriel enfermeiro da CCAÇ 1438, como profissional era extraordinário, com conhecimento práticos muito além dum simples enfermeiro, sendo-lhe creditado ter salvo a vida a vários camaradas que,  se não fora os seus vastos conhecimentos de enfermagem (até de operações cirúrgicas de emergência não tinha medo), teriam perecido  ("lerpado") mesmo antes da chegada dos helicópteros. 

Como homem,  era muito calmo, sem grandes exuberâncias, aparentemente introvertido, mas sempre amigo de toda a gente e, como tal,  respeitado por todos. Nunca da sua boca se ouvia uma palavra menos respeitosa.

No Enxalé havia um terreno onde se cultivavam vegetais para suprir a sua muita falta na cozinha. Outras faltas tentavam-se solucionar, comprando galinhas e mesmo vacas nas tabancas vizinhas.

 O nosso capitão Pires fazia questão de ser ele a  negociociar quando se tratava de comprar vacas, ou bezerras, que geralmente eram compradas na tabanca dos balantas na região de Bissá. E nestas ocasiões fazia-se acompanhar pelo furriel enfermeiro. Não sei se este era o encarregado do tal terreno para cultivo de vegetais e do cuidado das vacas por nomeação ou se ele mesmo se tinha oferecido para essa tarefa. 

A verdade é que se notava que o fazia com prazer, com todos os cuidados para que as suas vacas pudessem pastar à vontade e até fossem protegidas do calor e outras intempéries quando elas sucediam.

Depois da "ida à feira",    por vezes sucedia haver 3 ou mais vacas no Enxalé ao nosso cuidado. E era frequente ver o nosso enfermeiro tratando as suas vacas,  parecia mesmo  com compaixão, sobretudo para com as mais jovens, sabendo do destino que as esperava.

Para isso ele tinha como ajudante um rapaz dos seus 14 ou 15 anos que havia sido capturado aos "turras" e agora “pertencia” à nossa companhia.

Lembro uma dessas ocasiões em que haviam duas vacas na altura,  no Enxalé. Um dia, não me lembro quantos éramos , mas sei que eu e o tal furriel enfermeiro fazíamos parte dos muitos, próximos ou junto ao bar , uns fumando e cavaqueando, outros, como eu, bebendo a nossa cerveja Cristal ou outras libações. 

 E como sucedia frequentemente veio à baila, na conversa entre o pessoal, o assunto  das bajudas, lavadeiras, e suas relações com o pessoal.  E foi então que um soldado que acabara de fazer o seu turno de sentinela,   se saiu com o inesperado: que "o rapaz,  o ajudante na lida e cuidado das vacas, com certeza ainda não tinha conseguido bajuda própria, pois ele o tinha visto a descarregar a sua tensão de jovem frustrado, montado num das vacas ao seu cuidado.”

A reação foi uma risada pela maior parte dos que ouviram o acontecido. Outros pareceram prestar pouca atenção; entre estes o nosso enfermeiro, mas, que de repente, como que a despertar dum sonho, perguntou num súbito berro : 

  Qual delas , qual delas ?!...

E ao ouvir que a sua bezerrinha de estimação tinha perdido a virgindade e sido ela o objeto da predileção do seu ajudante, o nosso pacato enfermeiro, correndo e rugindo de raiva, gritava : 

– Ai seu filho da p*ta, seu grandessíssino c*br*o,  que te vou matar!!!...

João Crisóstomo

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, título: LG)

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7 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26357: Humor de caserna (92): "Então a senhora não me conhece ?!...Foi-me buscar a Bambadinca quando eu fui ferido!"... (Maria Arminda Santos, ex-ten grad enfermeira paraquedista, FAP, 1961/70)

7 comentários:

Anónimo disse...

Tirar a virgindade a uma bezerra, coisas de espantar!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bom, João, não se pode dizer que é "humor negro", porque a expressão (pelo menos, até há pouco tempo) é ou era "politicamente incorreta"... nem muito menos "humor branco", para mais na tua "nova terra prometida", os "United States of America"... Seríamos logo apodados de racistas ou supremacistas...

Mas se a sentinela viu, é porque viu. Era pressuposto ver tudo para lá e para cá do arame farpado... Portanto, a história só pode ser verdadeira e de resto tu estás entre as testemunhas (não por teres visto "ato em si", mas por teres ouvido contar a cena e ver depois a reação do enfermeiro)...

Na época não havia drones, por isso os nossos postes de vigia estavam acima das nossas cabeças bem como do arame farpado. Algumas sentinelas tinham alucinações à noite (em Bambadinca um básico viu uma manada de elefantes ao pé do arame farpado, no meu tempo)...

Essas "cenas" não são tão invulgares como isso... O comportamento sexual do "homo sapiens sapiens" tem uma amplitude maior que a paleta do pintor. ou a imaginação do contador de "estórias"...

.. As parafilias, incluindo as zoofilias, são um catálogo quase infindável... E a internet está cheia de vídeos de zoofilias (pornográficas)...(em que os pobres animais são vítimas de exploração sexual, mas nunca vi os respeitáveis e púdicos patidos dos animais indignarem-se publicamente contra essa exploração...).

Mas, abreviando... Esta "cena" diz muito sobre o "teatro do absurdo" que era aquela p*ta de guerra, bem como sobre a "miséria" do nosso quotidiano, nos Enxalés da Guiné... O que é que um gajo fazia entre duas "saídas para o mato" ?... Nada, dormir (mal), comer (porcamente), beber (muito), "jogar à lerpa", dar uns chutos na bola, ler e escrever aerogramas, contar anedotas (parvas), ir a Bissá comprar vacas... e pouco mais.

Alguns de nós estavam à beira da loucura: a sorte da tropa é que não havia psiquiatras, e os loucos já viviam nos manicómios (do Enxalé a Missirá, de Mansambo a Guileje, de Jumbembém a Gadamael, etc., sem esquecer o manicómio maior quer era Bissau, onde estavam os loucos mais famosos...).

João, no Enxalé, hoje estaríamos todos agarrados aos telemóveis (como estão, dizem os "mentideros" das redes sociais, os desgraçados dos soldados norte-coreanos arrebanhados para a guerra da Ucrânia, a devorar, pobres diabos, filmes pornográficos e a tocar pívias entre duas barragens de artilharia...).

Felizmente. João, que hoje aquele tipo de guerra, de guerrilha e contra-guerrilha ("subversiva e contrassubversiva", diziam os nossos "manjores"), do toca-e -foge, não mais é possível, de um lado e do outro... O Amílcar Cabral, se tivesse nascido setenta anos mais tarde, não ganharia coisa nenhuma, apenas a fama de ter chegado tarde demais à Guiné...

A Guiné está cada vez mais desflorestada... E com os satélites, os drones, os robôs, a inteligência artificial, o laser, etc., não há mais "heróis do ultramar" nem muito menos "combatentes da liberdade da Pátria"...

Além disso,. João, no nosso tempo havia a 5ª Rep, o Café Bento, onde, de um lado e do outro, se prolavavam as pequenas grandes mentiras daquela guerra... Hoje tens uma gigantesca 5ª Rep, à escala mundial, globalizada, a trabalhar para os multimilionários que são os donos do Planeta.

Joáo, começo a ter saudades das piedosas mentirolas do Café Bento... Mas valha-nos, ao menos, o humor de caserna!... Da "nossa caeerna"....Saibamos cultivá-lo até ao fim dos nossos dias, sinal que os nossos neurónios ainda não entra,m em curto-circuito...

Obrigado, por este pequena preciosidade, que te ocorreu quando ias a caminho do teu ginásio, lá no teu "bairro" de Queens... Não és só tu a rir-te sozinho com estas "cenas caricatas" (e afinal tão humanas) como estas, a do "dono" da bezerrinha atrás do patife do "djubi" violador... Às vezes também me apanho, a mim próprio, a rir de cenas destas (caricatas, estúpidas, humanas, inofensivas, pícaras: a gente só se ri do mal que não faz mal...).

Anónimo disse...

Esta é uma daquelas estórias que, estancadas as gargalhadas imediatas, permite alguma reflexão entre o sério e o jocoso. A zoofilia não é um desvio comportamental tão incomum como se julga, pelo menos em ambientes como aquele onde vivemos no mato da Guiné. Ferreira de Castro em " A Selva" , na floresta dos seringais da Amazónia, retrata uma cena idêntica à ocorrida no Enxalé. De certo modo podemos trazer aqui, a propósito, o dito popular " a ocasião faz o ladrão". De facto, os seringueiros, normalmente gente sem instrução/educação, viviam ali por sucessivos anos, sem mulher, deixando-se embrutecer cada vez mais, sem esperança nem futuro à vista.
Parece que o pecado do rapazinho do Enxalé, aos olhos do Fur.Enfermeiro, não teria sido tão grave se tivesse escolhida a parceira velha, ou até, poderemos admitir, que nem seria reprovado o seu acto.
As nossas reacções também eram , por vezes, estranhas, como o foi a do Furriel. A publicação do Crisóstomo dá pano para mangas, mas eu fico por aqui.
Carvalho de Mampatá

Anónimo disse...

É rir a bandeiras despregadas!
Eu não tenho destas cenas para contar aqui.
Tenho algumas mas não passiveis de virem para este blog aberto
Oh João vê se te lembras de mais destas estórias, para a gente se rir.
VT.

Anónimo disse...

João Crisóstomo

Luis Graça,

Queiramos ou não, vivemos hoje num "mundo-cão”. Seja na Rússia ou nos países antigos membros da União Soviética, nos países ocidentais , regimes comunistas ou capitalistas, ocidentes, próximo , médio e extremo, em toda a parte a mesma manipulação e controle … como disse há dias um nosso ilustre diplomata, chegamos ao "fim da decência"; e o que nos espera agora? Incerteza.. .
Por isso coisas como o "Humor de caserna" e outras assim ajudam a conservar o nosso equilíbrio mental.

Sobre este "Humor de caserna’ por exemplo: se eu "soubesse contar coisas" como sabia o nosso Cabral e outros, eu até teria outras estórias ( verdadeiras também ) que com certeza ainda hoje, contadas por outro, seriam um bom contributo para o Humor de caserna. Mas a verdade é que, embora eu as ache engraçadas , eu não sei contar histórias aos outros.

Mas não deixo de as lembrar : como situações cómico-sérias que tínhamos de aguentar, sem saber como, quando jogávamos, com o nosso capitão Pires a jogar também. Tudo muito bem, enquanto ele estivesse a ganhar ou pelo menos sem grande desvantagem. Porque se ele achasse que a sorte bafejava demasiados os seus oponentes era um problema… E quando alguém tentava levar a coisa a brincar e dizia alguma coisa , ele ripostava meio irado: “Porra, nem que seja por um monte de merda,… quando eu jogo é para ganhar"! …Uma vez estávamos a jogar dados ( já nem me lembro o nome ). Sei que eu estava a perder e ele muito satisfeito; quando de repente os meus três dados apareceram todos com seis pontos. Ele aguentou sem dizer nada ; mas não é que na mãozada seguinte os meus três dados apareceram todos outra vez com os seis pontos… atirou com os dados e levantou-se e foi-se embora, deixando-nos sem saber o que fazer…

Outro ocasião que me faz sorrir passou-se com o nosso sargento Bicho (não sei de era alcunha, ou era mesmo o nome dele). Um dia começou um ataque ao Enxalé e a gente não sabendo do que estava para vir, foi logo um correr louco para os abrigos. A coisa desse dia era só para chatear a malta, meia dúzia de tiros , duas ou três morteiradas que nem caíram dentro do arame farpado. Mas a gente não sabia disso. O sargento Bicho também quis correr mas tropeçou em qualquer coisa : caiu, torceu o pé e nem chegou a sair donde estava, que o tiroteio acabou logo. Interrogado depois porque estava a coxear , esclareceu que tinha sido ferido em combate… desta vez lixou-se que a malta não lhe aceitou a explicação e como “multa" teve de pagar uma rodada a toda a gente…

João Crisóstomo, Nova Iorque

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bom, João, não se pode dizer que é "humor negro", porque a expressão (pelo menos, até há pouco tempo) é ou era "politicamente incorreta"... nem muito menos "humor branco", para mais na tua "nova terra prometida", os "United States of America"... Seríamos logo apodados de racistas ou supremacistas...

Mas se a sentinela viu, é porque viu. Era pressuposto ver tudo para lá e para cá do arame farpado... Portanto, a história só pode ser verdadeira e de resto tu estás entre as testemunhas (não por teres visto o "ato em si", mas por teres ouvido contar a cena e ver depois a reação do enfermeiro)...

Na época não havia drones, por isso os nossos postes de vigia estavam acima das nossas cabeças bem como do arame farpado. Algumas sentinelas tinham alucinações à noite (em Bambadinca um básico viu uma manada de elefantes ao pé do arame farpado, no meu tempo)...

Essas "cenas" não são tão invulgares como isso... O comportamento sexual do "homo sapiens sapiens" tem uma amplitude maior que a paleta do pintor, ou a imaginação do contador de "estórias"...

As parafilias, incluindo as zoofilias, são um catálogo quase infindável... E a internet está cheia de vídeos de zoofilias (pornográficas)...(em que os pobres animais são vítimas de exploração sexual, mas nunca vi os respeitáveis e púdicos partidos dos animais indignarem-se publicamente contra essa exploração...).

Mas, abreviando... Esta "cena" diz muito sobre o "teatro do absurdo" que era aquela p*ta de guerra, bem como sobre a "miséria" do nosso quotidiano, nos Enxalés da Guiné...

De facto, o que é que um gajo podia fazer entre duas "saídas para o mato" ?... Nada, dormir (mal), comer (porcamente), beber (muito), "jogar à lerpa", dar uns chutos na bola, ler e escrever aerogramas, contar anedotas (parvas), ir a Bissá comprar vacas... e pouco mais.

Alguns de nós estavam à beira da loucura: a sorte da tropa é que não havia psiquiatras, e os loucos já viviam nos seus manicómios (do Enxalé a Missirá, de Mansambo a Guileje, de Jumbembém a Gadamael, etc., sem esquecer o manicómio maior que era Bissau, onde estavam os loucos mais famosos...).

João, no Enxalé, hoje estaríamos todos agarrados aos telemóveis (como estão, dizem os "mentideros" das redes sociais, os desgraçados dos soldados norte-coreanos arrebanhados para a guerra da Ucrânia, a devorar, pobres diabos, filmes pornográficos e a "tocar pívias" entre duas barragens de artilharia...).

Felizmente, João, que hoje aquele tipo de guerra, de guerrilha e contra-guerrilha ("subversiva e contrassubversiva", diziam os nossos "manjores"), do toca-e -foge, não mais é possível, de um lado e do outro... O Amílcar Cabral, se tivesse nascido setenta anos mais tarde, não ganharia coisa nenhuma, apenas a fama de ter chegado tarde demais à Guiné...

A Guiné está cada vez mais desflorestada... E com os satélites, os drones, os robôs, a inteligência artificial, o laser, etc., não há mais "heróis do ultramar" nem muito menos "combatentes da liberdade da Pátria"...

Além disso, João, no nosso tempo havia a 5ª Rep, o Café Bento, onde, de um lado e do outro, se prolavavam as pequenas grandes mentiras daquela guerra... Hoje tens uma gigantesca 5ª Rep, à escala mundial, globalizada, a trabalhar para os multimilionários que são os donos do Planeta.

João, começo a ter saudades das piedosas mentirolas do Café Bento... Mas valha-nos, ao menos, o humor de caserna!... Da "nossa caserna"....Saibamos cultivá-lo até ao fim dos nossos dias, sinal que os nossos neurónios ainda não entram em curto-circuito...

Obrigado, por este pequena preciosidade, que te ocorreu quando ias a caminho do teu ginásio, lá no teu "bairro" de Queens, em Nova Iotrque... Não és só tu a rir-te sozinho com "cenas caricatas" (e afinal tão humanas) como estas, a do "dono" da bezerrinha atrás do patife do "djubi" violador...

Às vezes também me apanho, a mim próprio, a rir sozinho de cenas destas (caricatas, estúpidas, humanas, inofensivas, pícaras: a gente, afinal, só se ri do mal que não faz mal...).

Anónimo disse...

Este comentário é meu António Graça de Abreu