(i) é profissional de seguros, vive em Alquerubim, Albergaria-a-Velha;
(ii) viaja regularmente, desde 2017, para a Guiné-Bissau, em "turismo de saudade e de solidariedade" (em que distribui material pelas escolas de Cumbijã, e apoia também, mais recentemente, o clube de futebol local);
(iii) regressou, há pouco mais de 3 meses, da sua viagem deste ano de 2025;
(iv) tem página no Facebook (João Reis Melo);
(vi) tem mais de duas dezenas e meia de referências no nosso blogue para o qual entrou em 1 de março de 2009.
1. Na sua viagem, em maio passado, de Bissau a Cumbijã, no sul, na região de Tombali, o nosso grão-tabanqueiro João Melo, passou por várias das nossas geografias emocionais... E fotografou esses lugares (Bissau, Quinhamel, Bula, Susana, Cacheu, Bambadinca, Saltinho, Buba, Mampatá, Cumbijã...).
Temos procurado, com a sua autorização, fazer uma seleção das suas melhores imagens. Ele tornou-se um grande conhecedor e um excelente cicerone da atual Guiné-Bissau.
2. Excerto da página do Facebook do João Reis Melo, postagem de 18 de agosto de 2025, 13:14 (*):
Ainda, e sempre, a bela Fortaleza de São José de Amura em Bissau (**). Hoje, Museu Militar da Luta de Libertação Nacional e também sede do Quartel General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Esta minha última visita em Maio passado, ficou registada com mais de duas centenas de fotos e vídeos.
No final do século XVII, a presença francesa na Guine (hoje Guiné-Bissau) intensificou-se com a Companhia do Senegal, especializada no tráfico de escravos. Face á ameaça, o capitão-mor do Cacheu, António de Barros Bezerra, informou o rei português, em 1687, sobre as pretensões francesas de erguer uma fortificação em Bissau. Com apoio local, conseguiu impedir esse avanço.
Em 1696, sob comando do capitão-mor José Pinheiro, começou-se a erguer uma fortificação portuguesa. O projeto encontrava-se em dificuldades, pelo que teve de negociar com o rei local para assegurar o terreno.
No entanto, após a não renovação do contrato da Companhia de Cabo Verde e Cacheu em 1703, a capitania foi abandonada em 1707 e a fortificação anterior acabou por ser foi destruída.
A fortaleza atual foi reconstruída em novembro de 1753, baseada num projeto de Frei Manuel de Vinhais Sarmento.
Entre 1858 e 1860, houve novos reparos sob a liderança do capitão e engenheiro militar Januário Correia de Almeida .
No século XX, a partir da década de 1970, foi restaurada pelo arquiteto Luís Benavente; a estrutura que vemos hoje é fruto dessa intervenção.
A fortaleza possui planta quadrangular em estilo Vauban, com baluartes pentagonais e 38 aberturas para canhões.
Após a independência, em 1974, a Fortaleza passou a ser sede das forças armadas guineenses. Acolhe, além disso, o Museu Militar da Luta de Libertação Nacional e o Mausoléu de Amílcar Cabral.
Diversos heróis da independência nacional estão lá sepultados incluindo Amílcar Cabral (1975), Francisco Mendes, Osvaldo Vieira, Titina Silá, entre outros.
A DW também confirma que ali se encontram os restos mortais de nomes emblemáticos como Amílcar Cabral, Francisco Mendes, Osvaldo Vieira e Titina Silá.
Ontem (ou seja, em termos históricos): a fortaleza foi edificada como defesa contra potências coloniais rivais (principalmente francesas), reconstruída várias vezes ao longo dos séculos XVIII a XX, desempenhando um papel militar e estratégico desde as origens da colonização portuguesa.
Hoje, já na Guiné-Bissau independente: a fortificação está em boas condições e aberta ao público.
Serve como símbolo nacional tanto na preservação da memória militar quanto na homenagem aos fundadores da independência, através do museu e do mausoléu.
Além do caráter memorial, é uma ponte com o passado colonial português e um marco patrimonial a ser preservado.