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domingo, 9 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26566: S(C)em Comentários (60): ... Agora e na hora da nossa morte, ámem! (Hélder Sousa, no velório do Valdemar Queiroz, ontem ao fim da tarde, em Agualva-Cacém)

1.  Aprendemos a ser solidários (e tolerantes) uns com os outros, na guerra e na paz... E na Tabanca Grande, que tem mais de 20 anos... Crentes ou não crentes, batizados ou não batizados (90  e tal por cento dos rapazes da nossa geração, foram batizados e educados na religião católica), ainda nos lembramos da singela oração que é a "Avé Maria, cheia de graça"... É uma prece, uma súplica, em que se pede, à Mãe de Cristo, que rogue por nós, "agora e na hora da nossa morte, ámen".  

O Valdemar, que sabia que era pó e que em pó se voltaria a tornar, pediu-nos um último adeus. O Hélder Sousa (Trms, TSF, Piche e Bissau, 1970/72), o Humberto Reis, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bamnadinca, 1969/71),  o Manuel Macias e outros "lacraus" (da CART 2479/ CART 11, Contuboel e Nova Lamego, 1969/70) estiveram lá ontem, com ele,  para o último adeus. 

Merece destaque esta pequeno apontamento do Hélder Sousa, nosso colaborador permnanente, provedor do leitor do blogue e que nos representou a todos.(*)
 

Fui ao velório. Falei com o filho José, cumprimentei outros familiares.

O Blogue era bastante familiar para aquelas pessoas. O Valdemar foi dando conta das suas participações nele.

Não foi fácil, para mim que sou habitante da "margem esquerda", encontrar as "coisas" naquele emaranhado e isto porque a capela mortuária não era na "Igreja de Agualva" na Rua do Bom Pastor, em Agualva, como foi inicialmente publicado, mas sim no "Centro Social Paroquial do Cacém" , na Rua da Paz em Agualva-Cacém.(**)

Mas lá cheguei. E encontrei o Humberto, o Macias e outros "Lacraus".

A esposa do José, nora do Valdemar, holandesa (acho que se deve dizer neerlandesa) fez questão de ler um pequeno texto em jeito da sua homenagem ao Valdemar, com as sua recordações do seu (dele) carácter e do bom relacionamento que proporcionou

Quando me despedi,  o José disse-me que go.staria de ser contactado para poder estar presente no próximo Encontro da Tabanca Grande pois queria conhecer mais e melhor, os amigos do seu pai.

Disse-lhe que já não havia desde 2019 mas que seria provável que este ano voltasse a haver. Há "Encontros" parciais, é verdade, mas "não é a mesma coisa"...

Foi de facto uma perda para os familiares e também para todos nós, os que o estimavam e apreciavam.

Hélder Sousa  (***)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26565: In Memoriam (539): Valdemar Queiroz (1945-2025), ex-fur mil, CART 2479 / CART 11 (1969/70): dezenas de camaradas quiseram despedir-se dele, no blogue e no facebook... O corpo é cremado amanhã de manhã, às 9h45, em Barcarena

sábado, 8 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26565: In Memoriam (539): Valdemar Queiroz (1945-2025), ex-fur mil, CART 2479 / CART 11 (1969/70): dezenas de camaradas quiseram despedir-se dele, no blogue e no facebook... O corpo é cremado amanhã de manhã, às 9h45, em Barcarena

1. Ao longo desta semana, desde que demos no blogue e no Facebook a notícia da morte do Valdemar Queiroz (Afife, Viana do Castelo, 1945-2025, Agualva-Cacém, Sintra), por mensagem do filho  (único) José da Silva, que vive nos Países Baixos, com data de 3 do corrente (*), foram muitas as mensagens de condolências que recebemos, sobretudo de camaradas da Guiné, muitos dos quais só o conheciam do blogue, incluindo algumas das nossas queridas enfermeiras paraquedistas (Maria Arminda Santos e Aura Teles). São dezenas os camaradas (incluindo dos EUA e do Brasil) que quiseram, à distância, despedir-se de um dos melhores de todos nós.

Aqui vai uma listagem das primeiras mensagens destes últimos dias, publicadas no Facebool da Tabanca Grande, das mais antigas (3, 4 e 5 do corrente) às mais recentes (6, 7 e 8, até às 22h00), e que acrescentamos às mensagens já publicadas no blogue. 

Seguramente que vão servir de alguma consolo ao seu filho, nora e netas e demais família, além dos amigos e camaradas do peito, sem esquecer os "Lacraus"  da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).

O Valdemar não tinha página no Facebook, e devido à sua doença crónica, DPOC, na podia sair de casa, o seu convívio era com a "comunidade virtual" dos amigos e camaradas da Guin´+e, representrados neste blogue: limitava-se a escrever comentários,  embora com muita regularidade ao longo dos últimos anos,  e sobretudo com uma boa disposição desconcertante.

As suas últimas crises e internamentos no Hospital Amadora-Sintra deixavam infelizmente antever o pior. Não chegou a completar os 80 anos. De vez em quando eu telefonava-lhe para saber do seu estado de saúde, mas era penoso para ele, era só o tempo de ouvir a sua voz arfante e dar-lhe um olá.  Ficava tão grato por tão pouco!

Depois do velório hoje ao fim da tarde, na igreja do Cacém, o corpo vai ser cremado amanhâ, às 9h45, em Barcarena. Espero ainda a ir a tempo de dar uma grande abraço solidário ao filho, o Zé Silva, em nome da Tabanca Grande. (**)
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Domingos Robalo > Descanse em paz. Condolências à família.

Abilio Duarte > Descanse em paz. Grande amigo e camarada. A toda a sua família, os meus sinceros pêsames.

António Normando Asseiro > Paz à sua alma. Sentimentos à família.

Quina Carmelita > Que sua alma descanse em paz..

Carlos Barbosa > Descansa em paz, camarada.

Mendes Celso > Sinceros sentimentos à família e amigos. Até um dia, Camarada.

António Pimentel > Descansa em paz!

João Francisco Rato > Em sentido e continência paz a sua alma, descanse em paz camarada, condolências à família e amigos, da companhia 2351, Bat 2840.

José Teixeira > Profundos sentimentos de pesar. Descansa em paz,  camarada.

João Reis Melo > Sentidos pêsames a toda a família.

César Dias > Pêsames a todos os familiares e amigos. Descansa em paz camarada.

Manuel Mendes > Os meus sentimentos à família e que Ele descanse em paz.

Vasco David Sousa Santos > Paz a sua alma, sentidas condolências à Família, que descanse em paz.

José Luis Sousa > Sentimentos à Família e Amigos! Descanse em Páz Camarada!

Cherno Tamba Baldé > Triste notícia...! O nosso amigo Valdemar Queirós... Que sua alma repouse em paz, meus profundos sentimentos a familia e aos seus próximos.

Juvenal Sacadura Amado > Mandei comentário para o blogue mas ao que parece não chegou lá. Será pouco dizer que lamento o desaparecimento deste nosso camarada e quero enviar à familia o mmeu mais profundo voto de pesar . Que esteja em paz

Mário Bravo > Que descanse em Paz. Condolências à Família.

Artur Manuel Soares Soares  Que a sua alma descanse em paz. Condolências aos familiares.

Emidio Abreu  > Presente.

Ricardo Figueiredo  >  Sentidas condolências à Exma Família,amigos e camaradas.
Que descanse em paz.

Vitor Gomes Lincho > Os meus sentimentos a toda família

José Viegas > Descanse em Paz. Sentimentos à família

Carlos Filhó > Descansa que paz.

Manuel Correia > Nesta hora difícil a minha solidariedade com a família que descanse em paz até um dia camarada

Antonio Duarte > Um de nós que chegou ao fim. Sentidas condolências à família e amigos.

Joaquim Mexia Alves > Que descanse em paz.

Cristino Ourives > Paz á sua alma e condolências á família enlutada

Nicolau Esteves > Maís um que Deus leva para junto dê si. Meus sentimentos

Francisco Diogo Godinho > Descansa em paz camarada!.

Francisco Santos  > Portanto, do nosso BART2865. Não me lembro dele mas lamento muito a partida de mais este camarada e apresento as minhas condolencias á familia.

Joaquim Luis Fernandes  > Que descanse em Paz! Os meus pêsames à família enlutada.

Manuel Carvalho > Descansa em paz e até um dia meu valente camarada.
  
José Inácio Leão Varela > Sentimentos para a família Que descanses em paz 

António Duque Marques > Que a sua alma descanse em paz . Sentidas Condolências aos Familiares e Amigos .
 
José Marcelino Martins > Condolências.

David Guimaraes > Paz à sua alma

Paulo Raposo > Presente

Joaquim Garrett > Paz à sua alma condolências à família e amigos chegados
Guiné 1968/1970.

Maria Arminda Santos >Que a sua alma descanse em paz. Os meus pêsames à sua familia e amigos

Hélder Valério de Sousa > Embora esperado, embora inevitável, dói. Que possa descansar em paz. O meu lamento e os meus sentimentos aos familiares e amigos.

Candido Martins > Paz à sua alma.

Eduardo Valentim > Que Descanse em Paz, Sentidos Pesâmes à Familia e Amigos.

Lib Farias Correia > Paz a sua alma

José M. L. Fernandes  > Condolências aos familiares...

Mário Lourenço > Os meus sentimentos á família, e a toda a Tabanca Grande Luís Graça ,um bom colaborador, que a terra lhe seja leve .

Joaquim Costa > Sinto que perdi um amigo que nunca conheci pessoalmente. Uma empatia que nasceu ao primeiro comentário no blogue. Sermos do Minho e paixão por Viana, e em particular por Afife ajudou. Descansa em paz meu bom amigo.

Almiro Gonçalves > As condolências á família enlutada.

João Carlos Sousa Silva > Sentidos pêsames aos familiares e amigos. Que descanse em Paz,

António Galinha Dias > Sentidos pêsames! Descanse em paz.

Luis Bateira > Sentidos pêsames a toda a família. Paz para a sua alma.

Jose Camara  Condolências. Um abraço transatlântico de solidariedade.

Vitor Machado > Que a sua alma descanse em paz.

Serodio Manuel > Os meus sentimentos à família.

Camilo Santos Santos > Os meus sentimentos a família.

Luis Dylan > Que possa a sua alma estar em paz. Sentidos pêsames para a família e amigos.

Fernando Santos  > Sentidos pêsames a toda a família. Que a sua alma descanse em paz.
Um abraço de amizade.

Fernando Castelo Branco > Descanse em paz e sentidas condolências á Família e amigos.

Jose Quintas > Paz à sua alma.

Aura Teles > Paz à sua alma.

Carlos Silva  Que o Valdemar descanse em paz. Estive em casa dele e já estava com dificuldades de respirar e lá estavam as botijas com oxigénio. Teve uma vida de sofrimento. As minhas condolências à família.

Jose Camara > Condolências. Abraço transatlântico solidário.

Joaquim Pinheiro Brasuca  > Paz á sua alma.... Sentidos pêsames aos familiares e amigos.. 

António Marques  Sentidos pêsames à família e amigos

José Moreira > Meus sentimentos à família e amigos que com ele conviveram.

Manuel Alheira > Que descanse em Páz...

Belmiro Sousa > Requiescat in pace!

José Almeida > Descansa em paz cndulemclsa a família

Orlando Santos Pinela > E mais um camarada , descansa em- Pas-,os meus sentimentos para toda a Família.

Jose dossantos Fernandes > Descansa em paz companheiro.

Adriano Moreira Admor > Que descanse em paz. Condolências.

João Pereira da Costa  > Que descanse em paz. Condolências a famimia

Antonio Duarte > Os meus pêsames à família e amigos Tabanca Grande Luís Graça. Deixam saudades as suas intervenções. Em 1973 tive na Ccaç 12, militares que tinham sido formados pelo Valdemar e ou tinham vindo transferidos da Ccaç 11. Vai em paz camarada.

Antonio Rodrigues > Sentidos pêsames a toda a Família enlutada e amigos! Que descanse em paz!

António Sebastião Figuinha > Os meus pêsames. Que descanse em paz.

António Marques > Mais um herói que parte sentidos pêsames à família e amigos

Candido Cunha > ... rua do Bom Pastor nº 1, Agualva/Cacém.

Domingos Robalo  > RIP. Condolências à família. Um camarada que nos deixa.

Andrade Castilho > Descansa em paz, camarada.

Nicolau Esteves > Vai com Deus guerreiro. Já cumpriste tua missão,  meus sentimentos para a família e amigos.

Carlos Pinheiro > Os meur sentimentos à familia enlutada e aos amigos da Tabanca Grande Luis Graça, Descansa em paz camarada.

Jose Quintas > Paz à sua alma.

Carlos Pereira Costa > Os meus pêsames á familia , até um dia camarada , descansa em paz .


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(**) Último poste da série > 8 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26562: In Memoriam (538): Valdemar Queiroz (1945-2025): o último adeus, hoje, na igreja do Cacém, a partir das 17h30... A cremação será amanhã, às 9h45, no Centro Funerário de Barcarena (mensagem do filho, José Valdemar do Vale Pereira Queiroz da Silva, que vive nos Países Baixos)

Guiné 61/74 - P26564: Os nossos seres, saberes e lazeres (672): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (195): Ia passear ao Jardim Botânico, acabei numa exposição sobre fotografia colonial (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Outubro de 2024:

Queridos amigos,
Por aqui andei a bisbilhotar tudo, à procura de fotografias da delimitação das fronteiras da Guiné, não tive sorte, encontrei somente um vídeo que abordava a escravatura e o trabalho forçado, mas não gostei nada de certas perguntas da entrevistadora sobre as expressões fechadas dos fotografados, seguramente que esta senhora não faz a menor ideia que um africano adulto fica sempre numa pose séria perante uma câmara, é um dado cultural, basta folhear as milhares de fotografias do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa e até as crianças, na maior parte dos casos, mostram um semblante onde não pairam sorrisos. Estas exposições que decorrem sob a égide da chamada lógica dos estudos pós-coloniais, tenho para mim, é mais uma moda do que uma categoria científica séria, trabalha-se com o passado com uma leitura de mentalidade do presente, é um processo subliminar tosco de querer pôr a História em tribunal, não dou para esta missa.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (195):
Ia passear ao Jardim Botânico, acabei numa exposição sobre fotografia colonial


Mário Beja Santos

Um dos mais agradáveis passeios que conheço em Lisboa é percorrer a pé a rua da Escola Politécnica, entrar no Jardim Botânico, sentar-me debaixo do caramanchão do jardim do Príncipe Real onde Sean Connery é aliciado para uma operação de espionagem em Moscovo, há lá um cientista dissidente cujos trabalhos interessam aos principais serviços secretos britânico e norte-americano. Sean Connery acaba por se apaixonar por uma russa, a atriz Michelle Pfeiffer, tudo vai acabar maravilhosamente em Lisboa, o romance é de John le Carré, intitula-se A Casa da Rússia, Fred Schepisi realizou o filme. Feita esta pausa vou disfrutar o miradouro de S. Pedro de Alcântara e regresso a penates. Acontece que naquele domingo houve um imprevisto, chamou-me à atenção que havia uma exposição intitulada O Impulso Fotográfico (Des)Arrumar o Arquivo Colonial, que está patente até finais de dezembro de 2024 no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. É sobre esta exposição que vos quero falar, vem na sequência de outra intitulada Visões do Império, que decorreu no Padrão dos Descobrimentos, em 2021, e deu origem a um livro-guia, já aqui referenciado.

Acampamento no Incomati (fronteira), Delimitação das Fronteiras, de Lourenço Marques, 1890-91. Freire de Andrade, de fato branco, no centro esquerdo, e os restantes adjuntos, surgem representados ao centro, ladeados pelos trabalhadores africanos negros que constituem o pessoal da comissão. De modo muitas vezes irrefletido, a organização das pessoas num retrato coletivo, entre centro e periferia, segue a organização social.
Retrato de Freire de Andrade ao estilo africanista, 1890-91. Género de retrato colonial que consistia numa forma de apresentação de si em trajes de colonizador, de cor clara e chapéu, como figura central, ladeado de membros da cultura local
Soldados de Escolta, Comissão da Delimitação de Fronteiras Luso-Belga do Dilolo, 1914-15. Estes soldados eram forças policiais ou militares formadas por africanos negros que obedeciam às políticas de assimilação e eram designados por Sipaios. As políticas de assimilação foram medidas legislativas que promoviam o aportuguesamento dos africanos.
Georgina de Carvalho Ribas (Ambriz, 1882 – Lisboa, 1951). Destacou-se como uma feminista negra e dirigente de organizações como o Partido Nacional Africano, a Liga das Mulheres Africanas ou o Grémio Ké-Aflikana. Diplomou-se em piano pelo Conservatório Nacional de Música e foi uma figura central no movimento de afirmação da cultura africana e emancipação das mulheres negras em Portugal.
Mário Domingues (1900-1977, nascido na Ilha do Príncipe), veio muito cedo para Lisboa, ligou-se na juventude à defesa dos direitos de África e foi porta-voz da Associação de Estudantes Negros e da Liga Académica Internacional dos Negros. Sabe-se hoje que legou uma obra prodigiosa, na ficção escreveu livros de Western e romances do estilo negro, para ganhar a vida produziu obras biográficas de divulgação, nas Edições Romano Torres, não lhe escaparam os principais reis de Portugal e figuras dominantes.
Trabalhos de Campo e Trabalhos de Gabinete. A exposição faz esta representação cenográfica da prática científica inspirada nos dioramas (apresentação artística tridimensional). É uma reconstituição de cenas da vida das expedições, campanhas e depois o trabalho pericial no gabinete, indispensável para apresentar resultados em conferências e/ou publicações.
Imagem de uma expedição com carregadores e militares

Um dos focos que considero mais relevantes desta expedição, que apresenta mais situações, competindo ao visitante extrair também conclusões por conta própria, tem a ver com este conjunto de campanhas antropológicas e não só, prende-se com teses que vigoraram sobre a necessidade de fazer o estudo das raças, esta dimensão científica quase que se apaga instantaneamente depois da derrota do nazismo, nunca mais se levantou uma voz científica favorável à existência de raças e à procura do conhecimento do que distinguia o homem superior do das raças inferiores.
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Nota do editor

Último post da série de 1 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26540: Os nossos seres, saberes e lazeres (671): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (194): From Southeast to the North of England; and back to London (13) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26563: Convívios (1015): XL Encontro Nacional dos Ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 (Brá - Guiné), a realizar no dia 17 de Maio e 2025 - Tornada - Caldas da Rainha, conforme o programa (Lima Ferreira / João Rodrigues Lobo)

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Nota do editor

Último post da série de 19 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26512: Convívios (1014): Almoço de confraternização de 2025 do BCAV 3846, dia 16 de Março, na Batalha (Delfim Rodrigues)

Guiné 61/74 - P26562: In Memoriam (538): Valdemar Queiroz (1945-2025): o último adeus, hoje, na igreja do Cacém, a partir das 17h30... A cremação será amanhã, às 9h45, no Centro Funerário de Barcarena (mensagem do filho, José Valdemar do Vale Pereira Queiroz da Silva, que vive nos Países Baixos)

 

Valdemar Queiroz (Afife, Viana do Castelo, 1945 - Agualva, Sintra, 2025)

Ex-Fur Mil , CART 2479 / CART 11
Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70


1. Mensagem do José Valdemar do Vale Pereira Queiroz da Silva, acabada de receber, às 8: 21


Bom dia sr. Graça e demais camaradas,

Finalmente já tenho a informação para o velório / cerimónia funebre do meu pai.

Vai-se realizar na Igreja do Cacém,  hoje , dia 8 de março, a partir das 17.30 horas. A morada é Rua Coração da Maria, sem nr,.  no Cacém.

A cremação realiza-se às 9h45 de domingo,  dia 9 de março,  e vai ser realizada no Centro Funerário de Barcarena,  na Rua Elias Garcia, 2730-073 Barcarena.

Eventualmente para contacto via Whatsapp, o meu numero é o 0031621100199.

Até mais logo,

Cumprimentos,
Zé da Silva



2. Nota do editor LG:


 Infelizmente não devo  chegar a Lisboa, a tempo,  hoje. Estou em Vila do Castelo, por ironia na terra do Valdemar, onde vim fazer um conferência. Conto poder ir amanhã ao local da cremação para dar um abraço ao filho e aos netos do nosso querido Valdemar, e despedir-me de mais um velho "lacrau" de Contuboel que conheci há 56 anos atrás.
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de março de 2025 > > Guiné 67/74 - P26549: In Memoriam (537): Morreu o Valdemar, o último tuga da rua de Colaride

sexta-feira, 7 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26561: Notas de leitura (1778): Philip J. Havik, um devotado historiador da Guiné: Negros e brancos na Guiné Portuguesa (1915-1935) (4) – 1 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Março de 2025:

Queridos amigos,
Este importante ensaio de Philip Havik abre luz quanto à história do conhecimento do colonizador face ao colono, um percurso que se inicia fundamentalmente no fim do século XIX que ganhará dimensões com caráter científico a partir da governação de Sarmento Rodrigues, data deste tempo um inquérito etnográfico preparado por Teixeira da Mota. A grande motivação inicial sobre os dados estatísticos do imposto de palhota, a pressão do ministro das colónias não abrandou, era preciso conhecer quem habitava os lugares, e nascem então os inquéritos etnográficos, de que aqui temos feito referência, isto a par dos relatórios anuais enviados por algumas residências. É todo este histórico que Philip Havik analisa com o seu habitual espero, e que aqui se procurará fazer a súmula.

Um abraço do
Mário



Philip J. Havik, um devotado historiador da Guiné:
Negros e brancos na Guiné Portuguesa (1915-1935) (4) – 1

Mário Beja Santos

Philip Havik publicou na revista Lusotopie XII, em 2005, o artigo com o título Les Noirs et les ‘Blancs’ de l’Ethnographie Coloniale: Discours sur le genre en Guinée Portugaise, (1915-1935), uma esclarecedora incursão sobre o relacionamento entre colonizadores e colonos no período posterior à chamada pacificação, obra do capitão Teixeira Pinto, e 1935, o ano que precede a denominada pacificação de toda a Guiné.

No preâmbulo, o investigador recorda que este enclave foi muito pouco depois da “pacificação” de 1915. Os administradores coloniais, obrigados ao protocolo de fornecer com regularidade postas em inquéritos ou o envio ao governador de relatórios anuais, muitas vezes pondo-se no papel do etnógrafo, deixaram pouca informação até meados dos anos 1930. A questão para eles dominante era o imposto palhota, centravam-se no registo das palhotas, os homens eram importantes enquanto chefes de tabanca, as mulheres eram totalmente ignoradas enquanto sujeitos autónomos.

No entanto, com o aparecimento dos primeiros dados etnográficos, os relatórios oficiais entrelaçaram considerações de género com os conceitos de cor, revelando a hierarquização interna ao género em que eles operavam. Acresce que a ausência de mulheres europeias ocasionou uma viragem das medidas de política colonial, projetando a imagem na mulher africana como guardiã da pureza racial. A ajuda médica era apresentada como símbolo de modernidade e acabou por reconhecer às mulheres indígenas um lugar de mães. Este artigo abrange a produção etnográfica num período de duas décadas e procura preencher as lacunas desta literatura, explorando ao mesmo tempo novas pistas para análise do discurso colonial sobre as relações de género.

A Guiné Portuguesa foi sempre objeto de um interesse marginal. Numa perspetiva “luso-africana” os antropólogos portugueses começaram a partir dos meados dos anos 1980 a examinar mais de perto os dados etnográficos elaborados na época colonial. Há ainda fontes documentais relativamente intactas que carecem de estudo, aguardam na poeira dos arquivos os investigadores. É igualmente urgente questionar os paradigmas coloniais relativos às políticas e às populações destes territórios. Este texto aborda um corpo de conhecimentos, que se considera apaixonante, proveniente de fontes escritas e orais e das atitudes dos funcionários coloniais face aos africanos, do ponto de vista das relações de género e parentesco. Espera-se assim contribuir para o debate quanto às tensões que se produziram entre colonizadores e colonizados, bem como quais os modelos de papel que o colonizador aplicou ao colonizado.

Alguns antropólogos defenderam o ponto de vista que era necessário “pluralizar o conceito de situação colonial”, tendo em conta “o leque de interações entre indivíduos e grupos extremamente diferentes”. No caso português, para além da grande diversidade étnica das populações e dos atores coloniais, é preciso ter em conta a falta de diretivas claras sobre a política indígena a implementar no terreno, sobretudo durante as primeiras décadas da administração colonial. Na maioria dos casos, as medidas eram tomadas uma a uma, de forma aleatória, ou após negociação, uma noção que não parece coincidir com a ideia que se faz numa colónia dirigida pela metrópole. A ausência de políticas coerentes face à família alargada indígena e aos seus membros, bem como o conhecimento limitado das sociedades africanas por parte dos funcionários e dos responsáveis políticos, certamente contribuíram para este estado de coisas.

Iremos comparar os dados etnográficos recolhidos até ao fim dos anos 1930, partindo da I República em 1910 até ao período do Estado Novo. Aborda-se, em primeiro lugar, o estado de conhecimentos demográficos e etnográficos no enclave, isto no contexto da implantação da administração colonial a partir de 1915. Procura-se ilustrar seguidamente, através da análise sucinta de um certo número de fontes publicadas de artigos, como o discurso oficial ou a sua ausência que estruturaram representações dos indígenas. Para concluir, extrapola-se a pertinência destes dados, abordando de modo mais amplo as metáforas coloniais e a sua semântica, tais como elas se desenvolveram na Guiné neste período.

Antes da ocupação militar na maior parte do território da Guiné, as relações dos governantes e dos seus representantes não forneceram informações sobre a população a não ser sobre o perímetro das zonas costeiras. Mas os responsáveis não escondiam que era vergonhoso após seculos de presença portuguesa a sua influência não ultrapassava os muros que envolviam Bissau. As estimativas da população eram feitas ao acaso, o que justificava a impossibilidade de implementar uma política social. Os dados disponíveis sobre as populações do interior limitavam-se aos relatórios dos missionários e dos oficiais de saúde. No início do século XX, a situação no terreno tinha-se deteriorado a tal ponto que um observador estrangeiro observara que “o governo colonial português exercia pouco ou nenhum controlo sobre os indígenas, isto devido aos falhanços da administração”. Os governadores tinham que admitir que eram incapazes de fazer o recenseamento da população pedido por Lisboa. Com a introdução do imposto de palhota em 1903, a administração começara a juntar a informação sobre as “tribos indígenas” com fins fiscais. Esta abordagem iria ser determinante em todo o período colonial (1915-1974). A partir de 1909, o gabinete do governador em Bolama emitiu circulares confidenciais a fim de obrigar as residências (postos administrativos coloniais) a fornecer regularmente informações detalhadas sobre os aspetos demográficos e políticos da sua zona de jurisdição.

A reforma administrativa de 1912, que introduziu o sistema de régulos, na base da hierarquia, comportava a organização de processos burocráticos entre os quais o estabelecimento de relações sobre os futuros sujeitos do regime. Entre eles, o "intérprete oficial de diligências” encarregado de contactos com a população exterior ao posto, sobre autoridade direta do administrador, devia informá-lo sobre todas as relações relativas à vida política e social dos indígenas que podiam ter interesse à administração. Foi uma prática do período da administração militar (1892-1918), quando a comunicação entre os escalões central e local do governo se focavam essencialmente à volta das questões de segurança e o lançamento de impostos. O estabelecimento simultâneo de uma força de polícia indígena, conhecida por cipaios, fora pensada como um estrato intermédio entre a administração colonial e os indígenas, não só com a finalidade de coerção, mas igualmente para filtrar as informações pertinentes provenientes da base.

Os primeiros relatórios provenientes das residências, apresentados em 1911, na sequência da divulgação de um questionário, constituem alguns dos primeiros dados provenientes do interior do país coligidos pelos funcionários e seus intérpretes. A partir deste momento, a divisão da população num certo número de “raças”, termo que vai aparecer pela primeira vez na correspondência oficial da Guiné em meados dos anos de 1800 – e de subgrupos, bem assim como a descrição do seu habitat, costumes, línguas e modos de subsistência, seguirá um esquema reproduzido na documentação oficial ao longo do período colonial.

Imagens de campanhas de pacificação, Nhacra, 1915
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Nota do editor

Vd. post de 28 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26538: Notas de leitura (1776): Philip J. Havik, um devotado historiador da Guiné: Quando escreveu em parceria com António Estácio sobre os chineses na Guiné (3) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 3 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26547: Notas de leitura (1777): Um outro olhar sobre a Marinha na guerra da Guiné em "Os Mais Jovens Combatentes, A Geração de Todas as Gerações, 1961-1974", por José Maria Monteiro; Chiado Books, 2019 (3) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 6 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26560: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (18)

Foto 139 > Janeiro de 1971 > Olossato > João Moreira. No fim do jogo que se disputava diariamente ao fim da tarde.
Foto 140 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira > Mais uma foto para enviar para "tranquilizar" a família.
Foto 141 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriéis Silva (transmissões), Sousa, Teixeira, João e Pereira. (Os 2º, 3º e 5º elementos eram do Pelotão de obuses). Eu e o Silva éramos da CCAV 2721.
Foto 142 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira (CCAV 2721) e Sousa (Pelotão de obuses). Foto para "tranquilizar" a família.
Foto 143 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriéis João e Pereira (Pelotão de obuses). O fotógrafo foi fotografado.
Foto 144 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira. Mais uma foto para "tranquilizar" a família.
Foto 145 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira. Dando notícias para a família.
Foto 146 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira > Avião Nord Atlas que foi buscar uma avioneta que "perdeu" uma asa ao aterrar.

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 27 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26533: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (17)

Guiné 61/74 - P26559: Ser solidário (278): No próximo dia 19 de março de 2025 às 17h30, realizaremos a nossa Assembleia Geral, na qual analisaremos conjuntamente o Relatório de Atividades e Contas de 2024 e deliberaremos sobre a aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para 2025 (Manuel Rei Vilar)


Caros Associados e Benfeitores da Associação Anghilau,

No próximo dia 19 de março de 2025 às 17h30 (hora de Lisboa), realizaremos a nossa Assembleia Geral, na qual analisaremos conjuntamente o Relatório de Atividades e Contas de 2024 e deliberaremos sobre a aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para 2025.

Após esta mensagem, enviar-vos-emos a respetiva Convocatória, o modelo de Procuração correspondente, as Atas das últimas reuniões, bem como o Relatório de Atividades e Contas de 2024 e o Plano de Atividades e Orçamento para 2025.

Para mantermos a nossa contabilidade atualizada, pedimos a colaboração dos Padrinhos e Madrinhas que tenham donativos em atraso para regularizarem os seus pagamentos com a maior brevidade possível. Lembramos que o donativo de apadrinhamento é de 15 euros mensais, valor que já inclui a quota anual.

Aos sócios sem apadrinhamento que tenham quotas em atraso, apelamos para que efetuem o pagamento da quota anual de 10 euros. Salientamos ainda que eventuais donativos realizados em 2024 já incluem esta quota.

Em nome das crianças de Suzana, a Direção da Associação Anghilau agradece, desde já, a vossa generosidade e colaboração!


Plano de Atividades para 2025

Estamos atualmente a preparar o nosso Plano de Atividades para 2025, identificando várias necessidades prioritárias, entre outras:

✅ Continuação da distribuição de refeições quentes às crianças do Jardim-Escola;

✅ Renovação da Pintura da Escola Secundária e do Jardim-Escola;

✅ Criação de uma Sala de Informática, contando já com 20 computadores doados pelo Novo Banco;

✅ Atribuição de Bolsas de Estudo para cursos profissionais e universitários.

Estas iniciativas foram analisadas cuidadosamente pela Direção, em parceria com os nossos representantes em Suzana, nomeadamente o Padre Vítor, o Olálio Neves Trindade e a Comissão de Acompanhamento de Suzana. Antes da aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para 2025, efetuaremos a análise e votação do Relatório de Atividades e Contas de 2024.


Conquistas e Perspetivas

Temos o prazer de informar que todos os objetivos anteriores foram amplamente alcançados, graças à vossa inestimável contribuição, com especial destaque para a criação da Residência dos Professores Cascais-Suzana e da Biblioteca Camões. Além disso, em 2024, conseguimos atribuir, pela primeira vez, três bolsas universitárias, além das cinco bolsas profissionais concedidas em 2023 e 2024.

Ainda em 2024, elaborámos um novo Projeto Cascais-Suzana para 2025, através do qual solicitámos à Câmara Municipal de Cascais apoio financeiro para subsidiar refeições e ampliar a oferta de bolsas de estudo universitárias.

Juntos, podemos fazer mais!

As crianças e jovens de Suzana contam com a nossa preciosa ajuda, e a Associação Anghilau reafirma o seu compromisso de continuar a agir para garantir um futuro melhor a esta comunidade.

Bem-hajam!
Kassumai,
Manuel Rei Vilar (Presidente)

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Nota do editor

Último post da série de 12 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26380: Ser solidário (277): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (11): Início da parte operativa do projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa e visita a um projecto agrícola comunitário a cerca de 80 km a sul da cidade de Gabú (Renato Brito)