quinta-feira, 6 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24204: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XXIII: Na 1ª CCmds Africanos em 1970: de Fá Mandinga a Bajocunda, Pirada e Senegal, respondendo ao terror do PAIGC


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > CIM Fá Mandinga > 1ª CCmds Africanos > 1970 > Recrutas do curso de Comandos. Soldados Quintino Gomes (morto em combate, em 1973), o 1º da esquerda,  e Abdulai Djaló Cula, o último, à direita. Foto de Amadu Djaló, reproduzida na pág. na 158.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > CIM Fá Mandinga > 1ª CCmds Africanos > 1970 > Grupo de 26: d
a esquerda para a direita: 



(i) o 1º, Abdulai Djaló Cula (A); furriel José Mendonça (o nosso 1º morto, mina A/P, Ponta do Inglês, Xime) (B); José Vieira (morto em Cumbamori), Op Amestista Real, 19/5/1973) (C);  ao meio de boina o 2º sargento Carolino Barbosa (fuzilado pelo PAIGC) (D) e furriéis Júlio César Sá Nogueira (D) e Mário Teixeira (E) (ambos à direita, fuzilados em Conakry, grupo do Tenente Januário,  na sequência da Op Mar Verde, novembro de 1970). 

(ii) De joelhos, Laurindo Ribeiro (G), Mamo Djana (H) (morto em emboscada na estrada entre Pirada e Bajocunda), o 3º homem, soldado Nicolau Cabral (I) (morto em Bajocunda), entre outros que não consigo identificar. Foto do autor, reproduzida na pág. 159. 

[Edição e legenda complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2023]



Guiné >Zona leste > Região de Gabu > Vista aérea de Bajocunda. Foto cedida por 
Amílcar Ventura, ex-Furriel Mil. Mec., Bajocunda, 1973/74, e reproduzida na pág. 161.


1. C
ontinuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (Bafatá, 1940-Lisboa, 2015), a partir do manuscrito, digital,  do seu livro 
"Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada) (*).

O seu editor literário, ou "copydesk", o seu camarada e amigo Virgínio Briote,  facultou-nos uma cópia digital; o Amadu, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem cerca de nove dezenas de referências no nosso blogue.


[Floto à direita > O autor, em Bafatá, sua terra natal, por volta de meados de 1966. (Foto reproduzida no livro, na pág. 149) ]

Síntese das partes anteriores:

(i) o autor, nascido em Bafatá, de pais oriundos da Guiné Conacri,  começou a recruta, como voluntário, em 4 de janeiro de 1962, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;

(ii) esteve depois no CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de soldado condutor autorrodas;

(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3), como sold cond auto;

(iv) regressou entretanto à CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;

(v) em junho de 1965, fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966;

(vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo 'cmd' Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amesterdão);

(vii)  depois da última saída do Grupo, Op Virgínia, 24/25 de abril de 1966, na fronteira do Senegal, Amadu foi transferido, a seu pedido,  por razões familitares, para Bafatá, sua terra natal, para o BCAV 757; 

(viii) ficou em Bafatá até final de 1969, altura em que foi selecionado para integrar a 1ª CCmds Africanos, que será comandada pelo seu amigo João Bacar Djaló; 

(ix) depois da formação da companhia (que terminou em meados de 1970), o Amadu Djaló, com 30 anos, integra uma das unidades de elite do CTIG; a 1ª CCmds Africanos, em julho, vai para a região de Gabu, Bajocunda e Pirada, fazendo incursões no Senegal.

 

Capa do livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974", Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada.  


Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um    luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XXIII:  
 
 
Na 1º CCmds Africanos em 1970: de Fá Mandinga a Bajocunda, Pirada e Senegal, respondendo ao terror do PAIGC (8pp. 158-165) 


Em fevereiro [1] de 1970 estávamos em Fá Mandinga. Depois de três dias a preparar o terreno, começámos o curso. Na primeira parte houve vários feridos, foram eliminados vários, a maior parte por falta de capacidade física.

 Finalmente arrancámos para a parte da formação dos grupos, a que se seguiu o treino operacional.

Aqui já tivemos dois mortos, o furriel José Mendonça e o soldado Nicolau Cabral. O furriel[2] pisou uma mina anti-pessoal e ficou cortado em dois. Os membros inferiores nunca apareceram.

Numa das primeiras saídas, entre 25 e 26 de Junho de 1970, numa emboscada em Sare Aliu, junto à linha da fronteira na área de Bajocunda, o soldado Nicolau[3] foi satisfazer as necessidades e não avisou ninguém. Era uma noite escura e quando regressava para junto do grupo perdeu a orientação e entrou pelo outro lado da emboscada. Ninguém o reconheceu, nem deu tempo para fazer perguntas.

Num desses dias, em Dinga Bantaguel, o nosso grupo, comandado pelo alferes Tomás Camará, viu um rapaz a caminhar na nossa direcção, debaixo de um sol ardente, acompanhado de vários cães. Nós estávamos dispersos, com alguns sentados à sombra de uma árvore grande, a manjanja, que dava boa sombra.

Costuma ser junto a estas árvores que, na Guiné, o pessoal da tabanca se junta na hora de mais calor. Todos os dias, os homens grandes da tabanca encontram-se ali[4] e, por vezes, mandam vir o almoço e comem todos juntos.

Mal o rapaz, de cerca de vinte anos, chegou, o comandante do grupo começou a interrogá-lo. Eu estava sentado, um pouco afastado, mas a ouvir a conversa. Quando o rapaz se estava despedir, o Tomás Camará disse-lhe para passar a noite connosco, que amanhã íamos para Bajocunda em viaturas[5], mas o rapaz respondeu que não podia. Então, o Tomás disse-lhe que podia ir à vida dele. Nessa altura, levantei-me e disse para trazerem uma corda. Chamei o rapaz.
 
− Olha, anda cá.

Mandei-o encostar-se a um pequeno mangueiro e amarrei-o com a corda.

− Ficas aqui, amarrado, durante a noite. Se formos atacados,  és morto. Ou então, dizes a verdade toda. Se ninguém nos atacar, desamarramos-te e ninguém te faz mal. E, de manhã, podes ir para o Senegal, ou então vais connosco para Bajocunda, se quiseres.

Ele disse que ia dizer a verdade. Que tinha vindo com a guerrilha até à fronteira e que eles o mandaram vir cá saber em que tabanca a tropa estava, para terem informações correctas. Mandei desamarrá-lo.

Ficámos à espera, mas já tínhamos a certeza que iríamos ter visitas essa noite, só não sabíamos qual seria o resultado, mas ataque não ia faltar.

Por volta da 01h00 da madrugada, o Tomás Camará estava a falar em voz alta e um grupo do PAIGC progrediu até de onde vinha a voz, com a intenção de nos atacar. Eu, que era o 2º comandante do grupo e que tinha a responsabilidade de montar a segurança, montei 4 postos: na saída para Bajocunda, na saída para Canquelifá, na saída para a fronteira e na saída para a fonte. A 5ª equipa ficou ao pé do comandante.

O pessoal do PAIGC que vinha da fronteira, entrou na tabanca e orientados pela voz alta do nosso comandante,começaram a progredir nessa direcção. Um soldado nosso viu um homem para aí a cinco metros e disparou uma rajada. Eu e o Tomás corremos para a frente, mas a guerra acabou depressa. Ficou o corpo no local, ao lado de um RPG 2.

De manhã enterrámo-lo e fomos a Panaghar, uma tabanca no Senegal, recolher dois homens do nosso território, que estavam lá refugiados. Tínhamos ouvido dizer que havia gente da Guiné refugiada naquela tabanca do Senegal. E fomos tentar saber por que é que a população estava toda a fugir para lá. Disseram-nos que o pessoal do PAIGC os tinham ameaçado de que deviam abandonar as tabancas. 

A partir dessa altura deixámos de montar a segurança às tabancas que ficavam na linha de fronteira porque estavam completamente mobilizadas pelo PAIGC. E as tabancas que não tinham aderido ao PAIGC começaram a aparecer queimadas.

Encontrávamo-nos Bajocunda[6] quando chegou uma mensagem urgente para nos deslocarmos a Pirada[7]. Preparámos a coluna e partimos sem demora. Quando lá chegámos encontrámos o comandante Calvão[8] na entrada do aquartelamento, à nossa espera.

Deu ordens para virarmos as viaturas para a pista e para nos reunirmos com ele, que tinha uma missão para nós. O comandante chamou os quadros da companhia, afastámo-nos dos soldados e dispusemo-nos em círculo, com o comandante no meio. Disse que havia necessidade de queimar as tabancas de Sare Bocar, de Sinchã Sore e de Perim, todas dentro do Senegal. Sare Bocar ficava mais próxima de Paunca[9] e nós devíamos começar por aí, onde nas proximidades havia um acampamento do PAIGC e depois marchávamos para Sinchã Sore e Perim.

Na reunião com o comandante ficou assente que se algum dos nossos morresse lá, tirávamos-lhe a arma, o equipamento e farda e deixávamos o corpo. Se houvesse algum ferido grave, procedíamos da mesma forma, deixávamos o moribundo nu. Foi por este motivo que o comandante nos tinha mandado ir com ele para longe do resto do pessoal

Era uma decisão muito dura, mas para a tropa Comando nada podia ser duro e a nossa função era cumprirmos, fosse qual fosse o fardo.

Quando estávamos reunidos na pista com o comandante aproximou-se de nós uma carrinha com um homem branco, chamado Mário Soares[10], ainda com sabão da barba na cara. Este Mário Soares era um comerciante que nos dava informações e havia quem dissesse que também as dava ao PAIGC. Vinha acompanhado por um homem negro, senegalês, que trazia uma informação. Que nessa manhã uma companhia do PAIGC tinha entrado no nosso território e, que nesta altura, devia estar na ponte[11]. 

O capitão João Bacar Jaló pediu logo ao comandante Calvão que autorizasse que a 1ª CCmds patrulhasse a zona até à ponte. Mas o comandante não esteve de acordo, que quem ia tratar do assunto iam ser os homens do batalhão[12].

Enquanto estávamos em reunião com o comandante, ele chamou o capitão da companhia[13] aquartelada em Pirada e deu-lhe instruções para mandar patrulhar até à zona da ponte. Momentos depois, ouvimo-los a regressar, dizendo que tinham patrulhado a estrada até à ponte e que não tinham encontrado nada. Ficámos a olhar uns para os outros, admirados com tanta rapidez.

Quando nos estávamos a preparar para a saída, estava a chegar um grupo da nossa Companhia, comandada pelo tenente Januário, com uma coluna de viaturas civis, carregadas com géneros. Saudámo-nos, mas não houve tempo para muitos cumprimentos. Eles seguiram para Bajocunda e nós para a fronteira com o Senegal. Quando a coluna deles[14] chegou à zona da ponte, caíram numa emboscada no pontão do Maul-Jaubé, no itinerário de Pirada a Tabassi. Estávamos nós ainda junto ao arame farpado, quando ouvimos o tiroteio e os estrondos dos rebentamentos. Sigam aos vossos destinos, foi a ordem que recebemos do batalhão.


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Carta de Pirada (1957) > Escala 1/50 mil  > Posição relativa de Pirada, Tabassi e Bajocunda, e já no Senegal as tabancas de Perim e Sinchã Sari. Pirada estava nas proximidades do marco fromnteiriço 69.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)

 
Pirada ficava a pouco mais de um quilómetro da fronteira com o Senegal. As tabancas de Perim, a nem um quilómetro, Sinchã Sore [gralha ?, na carta de Pirada está grafado o topónimo  Sinchã Sari] a pouco mais de dois da linha da fronteira e Sare Bocar a pouco mais de cinco.

Guinjé > Bissau > 10 de junho de 1967 > O Abdulai Jamanca, então 1º Cabo, a ser condecorado. Foto reproduzida na pág. 161.

Fomos a corta mato, sem qualquer problema e entrámos pela tabanca de Sare Bocar. Era mais ou menos meia-noite quando o Alferes Jamanca bateu à porta de uma casa. Saiu um homem.

   Onde é a casa do chefe da tabanca?  − perguntou o alferes.

O homem apontou para uma casa e o Jamanca disse para vir connosco. Acordado o chefe da tabanca, cumprimentaram-se e o João Bacar Jaló, o comandante da nossa companhia, disse ao Jamanca para ele dizer ao chefe da tabanca que dissesse à população que retirasse todos os seus haveres, porque a tabanca ia ser incendiada.

Três ou quatro homens da tabanca acordaram e juntaram-se ao chefe da tabanca. Este, depois de ouvir o Jamanca, perguntou:

− Mas de onde vocês vieram?

− Guiné Portuguesa  − respondeu o João Bacar.

O chefe da tabanca, que só via africanos à sua volta, pensou que éramos do PAIGC.

− Mas vocês estão enganados. Isto aqui é Senegal!

− Nós somos obrigados a queimar as vossas tabancas porque o PAIGC sai daqui e vai ao nosso território queimar as nossas tabancas e depois volta para aqui respondeu o Jamanca.

Depressa os residentes da tabanca começaram a retirar as suas coisas, enquanto os soldados começavam a chegar fogo às casas.

Quando o primeiro soldado ateou o lume, um morador, surpreendido, gritou:

− Mas é verdade, isto não é brincadeira!

A certa altura, a situação parecia ter tomado conta dos soldados que, entusiasmados, pareciam não querer sair dali. O alferes Justo conseguiu pôr ordem, avisando-os que se algum deles ficasse ferido havia ordem para lhe tirar a arma, equipamento e farda e deixá-lo no local. 

Acalmaram rapidamente e seguimos para a Sinchã Sore, onde a acção se repetiu, praticamente da mesma forma. E quando o dia[15] já estava a nascer chegámos a Perim e a única diferença foi ser já de dia. Estas duas tabancas eram de menor dimensão e arderam quase na totalidade. Depois retirámos, sem incidentes na direcção de Pirada, utilizando o carreiro.

A partir desta data, confirmou-se mais tarde, as nossas tabancas na zona da fronteira deixaram de ser queimadas pelo PAIGC e nós passámos a proceder da mesma forma, também deixámos de importunar as tabancas do Senegal.

Quando entrámos em Pirada, o comandante Calvão estava à nossa espera. Depois de ouvir as nossas notícias, meteu-se numa avioneta e foi fazer um voo de reconhecimento para ver os resultados. Só a primeira tabanca, a de Sare Bocar não tinha ardido completamente, mas mais de metade tinha ficado em cinzas.

Nesta altura soubemos o resultado da emboscada ao nosso grupo que, no dia anterior, escoltava viaturas civis. Tinha tido dois mortos, um cabo miliciano[16] e um soldado[17]. O cabo miliciano tinha acabado a escola de rádio telegrafista e tinha sido colocado na 1ª CCmds Africanos. Nem se chegou a apresentar ao comandante da companhia, morreu no caminho. Na emboscada morreram ainda dois civis, um condutor chamado Fernandes[18], residente em Bafatá,  e um ajudante[19]. Depois destas notícias, regressámos a Bajocunda, onde a nossa companhia estava sedeada.

Corremos aquela área toda, todos os dias um grupo nosso saía para a mata das zona da fronteira.

(Continua)

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Notas do autor ou do editor:

[1] Nota do editor: em 11 Fevereiro 1970.

[2] Nota do editor: em 18 Junho de 1970

[3] Nota do editor: Soldado Nicolau Tomás Cabral.

[4] A este local, onde se concentra a população, os Mandingas chamam bantaba e os Fulas Banta.

[5] Nota do editor: da CArt 2438, comandada pelo Cap Art Veiga Vaz e a pouco mais de um mês do termo da respectiva comissão; em Bajocunda estava instalado, desde 27 Junho 1970, o COT1 (Comando Operacional Transitório 1), comandado pelo Major Inf Nuno Valdez dos Santos, então recém-criado “com a finalidade de fazer face a uma intensificação da actividade inimiga sobre a região de Pirada/Bajocunda (...) e ficando na dependência do Comandante do Agrupamento 2957”, sediado em Bafatá sob o comando do Coronel Art Neves Cardoso.

[6] Nota do editor: em 04 Julho de 1970

[7] Nota do editor: desde 17 Março 1970, sede da CCaç 2571.

[8] Comandante Alpoim Calvão.

[9] Nota do editor: desde 23 Junho 1970, guarnecida com 3 pelotões da CCaç 2658 e 3 pelotões “Fulas” da CArt 11/CTIG.

[10] Nota do editor: Mário Rodrigues Soares instalou-se na Guiné em 1948 e montou no posto fronteiriço de Pirada um estabelecimento comercial ligado à “Casa Gouveia”. Em Setembro de 1974, em risco de ser fuzilado pelo PAIGC, conseguiu escapar e chegar a Lisboa, onde ficou detido 45 dias em Caxias. Morreu em Abril de 1995.

[11] Nota do editor: sobre o rio Mael-Jaubé, quase paralelo à fronteira desde Pirada a Oribodé, para leste.

[12] Nota do editor: BArt 2857.

[13] Nota do editor: CCaç 2571.

[14] Nota do editor: da CArt 2438, instalada em Bajocunda

[15] Nota do editor: 5 Julho de 1970.

[16] Nota do editor: Cabo Mil Julião Albano Cabral.

[17] Nota do editor: Soldado José Augusto Maru Djaná.

[18] Nota do editor: Rufino Gomes Fernandes.

[19] Nota do editor: Mamadu Bobo Jaló, residente em Nova Lamego.

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Subtítulo / Negritos: LG]

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P24203: Blogoterapia (311): A sombra do jagudi (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887, Canquelifá e Bigene, 1966/68)

A SOMBRA DO JAGUDI

adão cruz

Acordei com um sol baço, esfreguei os olhos, espreguicei-me a todo o comprimento dos braços e bocejei a toda a largura da boca. Na rede mosquiteira, um grande insecto, enredado nas malhas, desesperava por se libertar, arrancando das asas um zumbido estridente de raiva e de agonia. Ainda ensonado, achei que era eu próprio a libertar-me da prisão onde me enfiaram.

Só tinha adormecido pela madrugada, com um peso no peito e um amargo na boca, deixado pela repetida leitura da carta da mãe da Sónia.

A Sónia vivia na África do Sul. Conheci-a em Lisboa, onde ela passava as férias com os pais, que eram amigos da família do meu colega Carvalho Santos. Era uma lindíssima miúda de vinte anos, cheia de sol e futuro. Com ela convivi durante os dias que precederam o meu embarque para a guerra da Guiné e o regresso da Sónia à África do Sul. O tempo suficiente para que dentro de nós se criasse uma linda relação e uma promessa de correspondência futura.

Entra a Guiné e a África do Sul, trocámos tantas cartas quantas o tempo e a distância o permitiram. Todas levavam e traziam as mais bonitas palavras que cada um de nós tinha dentro de si. Mas este fio de água cristalina que tão bem refrescava o calor da Guiné, subitamente secou. Durou metade da guerra. De um momento para o outro, as cartas deixaram de aparecer, como se no céu as estrelas se apagassem. A última que recebi foi da mãe da Sónia, dizendo que a filha morrera, vítima de um cancro da medula. Nunca de tal coisa a Sónia me falara. Nunca as suas cartas se escureceram. O estrondo que senti dentro do peito não foi menor do que o duma bazuca. Fugi para o meu quarto e encolhi-me até onde as carnes se dobraram. Dentro da carta vinha um pequenino alfinete de ouro, “a singela joia de que ela mais gostava” e que ainda guardo… mas não sei onde.

(Jagudi era o nome dos abutres, na Guiné)

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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23944: Blogoterapia (310): Não estou bem, e como anteriormente já dissera, voltei a ir para o "Corredor da Morte" (Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA)

Guiné 61/74 - P24202: Manuscrito(s) (Luís Graça) (221): Boas e santas Páscoas, nós por cá... todos bem!

 

Quinta de Candoz > s/d > Visita do compasso pascal...


Joana Graça (2014) - Técnica mista, 30 x 40 cm. S/ título

Cortesia de © Joana Graça (2014). Todos os direitos reservados


A Páscoa em Candoz: 
no tempo em que ainda estávamos todos vivos, 
e felizes, e de boa saúde
 

À Nitas (que era a deusa do lar  
e a oficiante da liturgia de Candoz);

À Joana (que hoje faz anos, e que desde pequenina gostava 
de brincar com a fada Oriana em Candoz);

À Chita (que é a mãe da Joana,  a "alma gémea" da Nitas 
e a minha feiticeira  de Candoz);

Ao Gusto (que há 49 anos, em 6/4/1974, se casava com a sua "Nita"
 e que, por amor, se tornou o senhor "engenheiro" de Candoz, 
agora inconsolado e inconsolável com a perda 
daquela que era "mais de metade" do seu ser)

 

Quinta de Candoz > c. 1999 >Os manos e sócios, da esquerda para a direita: Chita (Alice), Nitas (Ana) (1947-2023), Zé e Rosa


Era  domingo de Páscoa na aldeia. 
Fazia frio mas o sol estava esplêndido. 
Era um daqueles dias 
em que a gente  se reconciliava  com a vida. 
Nem que fosse por uns breves instantes. 
Com a vida, mas não necessariamente 
com o mundo. 
Como o Eça e o seu príncipe Jacinto, 
em Tormes, ali ao lado, 
do outro lado do vale,
à volta de um copo de vinho verde, branco,
 de umas cebolinhas do talho 
com presunto ou salpicão.
(Não havia favas, em Candoz, 
havia as ervilhas de quebrar.)

A manhã, primaveril, trazia-te 
os sons, as cores e os cheiros do campo.
Um outro campo que não o mesmo 
da tua infância da Estremadura. 
Descobriste, tarde, esta parte 
do Portugal sacroprofano
que era mais pagão, celta, visigótico e românico 
do que fenício, romano, judeu, mouro ou gótico.

Um citadino, como tu, não sabia 
o que era isso de ouvir, 
logo pela manhã, 
os galos a cantar nos seus galinheiros. 
Ou ver as cerdeiras (cerejeiras) em flor. 
Ou observar os melros de bico amarelo 
pousados nas videiras 
que desabrochavam, em gamões.


Quinta de Candoz > s/d > O pôr do sol nos montes (aqui chamam montes aos pinhais, onde outroram cresciam carvalhos e castanheiros)


Um citadino como tu 
não tinha o privilégio de ouvir falar dos gaviões 
nem das suas frágeis presas. 
Nem sabia por que autoestradas andavam 
as toupeiras, os ouriços-caixeiros 
e as raposas deste país. 
Nem por que razão falavam alto e bom som 
aquelas gentes de além-Douro. 
Nem o seu gosto desmedido pelo fogo 
que ribombava como o trovão.

Nos campos de erva, de diferentes tonalidades de verde,
eram  visíveis as partes  cortadas para as ovelhas, 
entáo recolhidas nas cortes, 
à medida que os gamões das videiras 
cresciam a olhos vistos.

Na grande matança da Páscoa, 
o inocente que era sacrificado, 
era o cordeiro, o anho
o ex-libris da gastronomia da região. 
Já fumegabvam as chaminés 
enquanto ao longe se ouvia
o estralejar dos foguetes. 
O compasso pascal andava por aí, 
alvoraçado como a canalha
já vinha no Alto, já chegava ao Cruzeiro, 
com a cruz abrindo os tortuosos caminhos e estradões
e exorcizando os medos ancestrais.

In hoc signo vinces
Com este sinal vencerás. 
Desde Constantino, o Imperador, 
que a cruz marcava a vida dos servos da gleba 
e depois os cabaneiros, os rendeiros e os camponeses,  
do nascer ao morrer. 

 Levava dois dias a percorrer a freguesia. 
A cruz, o Cristo pregado na cruz, 
o compasso, 
os homens da opa vermelha 
e o menino da sineta, 
de sobrepeliz branca como o anjo. 
Pouco mais de mil almas 
e algumas escassas centenas de fogos, 
dispersos, a visitar:
"Aleluia, aleluia, Cristo ressuscitou!", 
proclamava o homem da opa vermelha, 
o mordomo da festa sacroprofana,
que fazia as vezes do padre.

Em frente o vale e a montanha. 
A linha do Douro.
O rio Douro ao fundo. 
Pacificado,
onde já não chegava o sável e a lampreia,
nem o barco rabelo com o néctar dos deuses.

Cem anos depois, o Eça não voltaria a escrever 
A cidade e as serras.
Havia ainda um mundo a desmoronar-se. 
E testemunhas vivas desse mundo. 
O mundo dos rendeiros e dos camponeses pobres 
que decidiram trocar o arado
e as juntas de bois
e a rega do milho
pela linha de montagem automóvel 
ou pelos chantiers da construção civil 
nos arredores de Paris
ou pelas as fábricas do Porto.


Quinta de Candoz > s/d > A preparação do anho... Ainda a Maria da Graça (1922-2014) (à esquerda) era viva... Veio do Sul em visita aos do Norte. A meio a Alice (Chita) e, à sua esquerda, a cunhada Maria (Mi).


Já havia a barragem do Carrapatelo, 
e as suas eclusas,
as antenas das telecomunicações 
e os moínhos eólicos no alto das serras. 
E o Mercedes de matrícula K.
E o alcatrão. 
E os telemóveis.
E as casas do granito 
arrancado às pedreiras de Alpendorada.
O progresso cobrava o seu preço,
a globalização também. 
Estradas e estradões tinham esventrado 
o cenário bucólico 
que outrora escondia a miséria dos casebres 
dos cabaneirosos mais pobres dos pobres. 

O Zé do Telhado já há muito que morrera, 
desterrado em Angola, 
mas ainda continuava vivo 
nos telhas vãs da memória
das gentes dos vales do Sousa e Tamega
Os netos dos antigos senhores, os fidalgos
proprietários agrícolas absentistas 
do Porto e da Foz do Douro, 
recuperavam as casas dos caseiros 
e faziam delas a sua casa de campo. 
Com piscina e court de ténis. 

O povoamento continuava disperso 
pelo verde e pelos socalcos. 
Os montes estavam carecas 
depois das últimas décadas de incêndios. 
Já há muito que regressara
o último soldado das colónias 
e se escrevera o último aerograma
a dar conta do fim do Império.
Os brasileiros tinham dado lugar 
aos franceses.
E o Porto ali tão perto. 
Cada vez mais perto 
com as autoestradas, as IP e as IC  do país motorizado.

Um mundo quase perfeito, visto da janela do teu quarto. 
Domingo de Páscoa, de manhã. 
Faltavm-lhe só, porventura, os camponeses, 
que morreram. 
E os que emigraram. 
E os que não voltaram. 
E os soldados que morreram, de morte matada,
nas guerras do passado.
E os que morreram, mal haviam nascido. 
Que as famílias eram numerosas 
mas a mortalidade infantil altíssima. 

Passavas os olhos 
pelas paredes da casa, de grosso granito. 
Já tinham albergado 
sete, oito ou mais gerações, 
que os seus registos só iam até 1820. 
Não era nada, se quando sabias  
que os australopitecos, teus antepassados, 
tinham evoluído há 5 milhões de anos, 
200 mil gerações atrás.


Quinta de Candoz > s/d > O fogo, depois do recolher do compasso pascal


No virar do milénio, 
na madrugada do século XXI, 
Cristo continuaria a ressuscitar 
todos os anos, pela Páscoa, 
no Entre-Douro e Minho da tua aldeia
E os cristãos poderiam ver abalada a sua fé,
mas  continuariam a reunir-se 
em casa uns dos outros 
para comer o agnus Dei com arroz de forno. 
E para celebrar o milagre da vida, 
a vitória da vida sobre a morte.

Há quinhentos anos que se deitavam foguetes 
nas vilas e aldeias do teu Portugal sacroprofano. 
Não sabias nada da história do fogo de artifício, 
sabias apenas que viera da velha China 
com as naus quinhentistas. 
Para celebrar a ressurreição de Cristo, 
ou mais prosaicamente para fazer a festa. 
Que era a vitória sobre o trabalho, 
tripaliu(m) que matava a gente. 
E para marcar o tempo, o fluir do tempo, 
o solstício do inverno e do verão, 
a inexorável usura do tempo.

E todos os anos pela Páscoa, 
tu, descendente de austrapolitecos, 
assistias da tua varanda de granito 
à alegria infantil
 dos camponeses durienses, mortos há muito, 
face à orgia de fogo que assinalava, 
em cada freguesia, 
o recolher do compasso pascal. 

Da tua janela vias o mundo 
ou uma parte dele, mesmo ínfíma:
Paredes de Viadores, Mesquinhata, 
Santa Leocádia, Grilo,
Porto Antigo, Paços de Gaiolo... 
Estes nomes, medievos, passariam a ser-te familiares. 
E as serras à volta do teu presépio: 
Montemuro, Aboboreira 
e, mais ao longe, Gralheira, Meadas, Marão, 
separadas pelo vale do Douro... 
Em 2004, os de Paços 
é que lançaram o fogo mais vistoso:
"Dois mil contos de réis!"!,  
diziam as gentes da terra, 
ainda incapazes de raciocinar em termos de euros, 
dos milhões de euros do novo Brasil da Europa. 
Capricharam, os de Paços de Gaiolo, 
mas também era verdade 
que eles tinhamo dobro dos fogos 
da tua adoptiva freguesia de Paredes de Viadores.


Quinta de Candoz > s/d > Azevinho


Da janela do quarto da aldeia 
que tu também havias feito tua, 
só não podias ver o mar. 
E fazia-te falta o mar, confessavas.
O mar.
A maresia. 
O azul. 
O rugir do grande oceano Atlântico.
E o pôr do sol no mar. 
Na exacta e nítida linha do horizonte. 
E a silhueta do cabo Carvoeiro 
e das Ilhas das Berlengas.

Ah!, quanto falta nos fazia o mar, 
ó Sofia, deusa grega antiga.
Mas a hora não pensar nele, no mar. 
Nem na mediterrânica luz da poesia da Sofia. 
Naqueles domingos de Páscoa de Candoz , 
se te era legítimo ter um pensamento,
de admiração e agradecimento, 
ele ía direitinho para os antepassados 
que desbravaram Candoz 
e ergueram solcalcos e muros de pedra
em antigos montes de carvalho e castanheiro
sem esquecer os teus australopitecos 
que nunca terão chegado a estas terras  
de Candoz e de Fandinhães, 
parte do concelho, extinto em 1836, 
a que os antigos, pobres diabos, 
chamavam Bem Viver.

Da janela do teu quarto, 
com o Porto Antigo ao fundo,
na albufeira do Carrapatelo,
e enquanto aguardavas o compasso pascal, 
gritavas ao mundo dos vivos e dos mortos:
"Boas e Santas Páscoas. Nós por cá..., todos bem!"


Texto e créditos fotográficos: © Luís Graça (2023)

Texto poétixo de Luís Graça, originalmente publicado no Blogue-Fora-Nada > 13 Abril 2004 > Portugal sacroprofano - XIX: Boas e Santas Páscoas. Nós, por cá, todos bem!

Texto profundamente revisto e melhorado nesta data, 6/4/2023 (em que a minha querida Joana faz 45 anos, às dez e trinta da manhã; e a nossa Nitas deixou a Terra da Alegria há duas semanas:  faria hoje precisamente 49 anos de casada com o homem da sua vida, o Gusto, meu "mano", o "engenheiro" da Quinta de Candoz).
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Guiné 61/74 - P24201: Parabéns a você (2157): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Especiais da CART 3492 / BART 3873, Pel Caç Nat 52 e CCAÇ 15 (Xitole, Mato Cão e Mansoa, 1971/73)

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24193: Parabéns a você (2156): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto da 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24200: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (34): Visita ao "Museu Militar da Luta de Libertação Nacional", na fortaleza da Amura

Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > "Viatura blindada de fabrico russo que terá sido usado pelo PAIGC em 1974 contra Bedanda e Copá"... o que etsá por confirmar, de fonte independente.


Foto nº 1A > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Viatura blindada (pormenor). Parece-nos ser a uma BRDM-2 (informção sujeita a confirmação).


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Artilharia portuguesa: se não erramos, uma peça 11.4 e um obus 14.


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional >  Posto emissor que foi usado em Conacri, nas emissões da "Rádio Libertação"


Foto nº 3A > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional >  Estação emissora >Em 16 de julho de 1967, tiveram início as emissões da "Rádio Libertação", a partir de Conacri... Os nossos soldados chamavam "Maria Turra" à locutora de serviço,  a Amélia Araújo, natural de Angola, casada com o cabo-verdiano José Araújo. (Parece que ainda está viva, a viver em Cabo Verde.)


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > O setor das armas pesadas


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Bissau > Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > A peça do lado direito não pode ser  o famigerado "canhão de 130 mm", de origem russa, fornecido pela Guiné-Conacri ao PAIGC nos ataques a Guileje e a Gadamael... A peça de artilhar 130 mm, M-46, tinha/ tem  um cano ou tubo de mais de 7 metros de comprimento...  Não era armamento do PAIGC,  deve ter sido cedida pelo Sekou Touré, exigia uma equipagem de 8 elementos e disparava do outro lado da fronteira... Angola foi um dos países lusófonos que dispunna desta temível arma, durante a chamada guerra da segunda independência.

Também não vemos aqui o "Grad", o lança-foguete 122 mm, o "jacto do povo", na gíria do PAIGC... Nem o Strela, o míssil terra-ar SA-7, a coqueluche do Manecas dos Santos...


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Uma antiaérea ZPU -1Havia as quádruplas, ZPU-4...


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Uma metralhadora pesada, um canhão sem recuo e um morteiro 82 (de que só se vê o prato)... A metralhadora será umantiaérea Degtyarev de 12.7 mm?


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Canhão s/r (B2 B-10?)


Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional >  O célebre "carocha" do Amílcar Cabral (que esteve muitos anos abandonado na casa de Bafatá, onde o líder histórico do PAIGCnasceu em 1924)


Foto nº 9A > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional >  O célebre "carocha" do Amílcar Cabral (pormenor)


Foto nº 10 > Guiné-Bissau > Bissau >Fortaleza da Amura > Museu Militar da Luta de Libertação Nacional > Vista exterior da Amura... Ao fundo, o estuário do rio Geba e a ilha de Rei e, à esquerda, o antigo edifício da Alfândega, do tempo colonial.

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Mensagem do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue: autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau" (*):

Data(s) - 1/04/2023, 11:21 e 2/04/2023, 12:39

Assunto - Bom dia desde Bissau: visita ao museu da Amura,

Vou enviar diversas fotos.

Luis, para vosso conhecimento

1ª Parte

Em visita ao Museu da Amura, a convite da Cooperação Portuguesa para assistir a uma peça de teatro sobre a vida do Amílcar Cabral.

Tivemos a possibilidade de ver o Museu Militar, construído dentro da fortaleza da Amura.

Envio algumas fotos, das armas pesadas, que podemos encontrar no exterior. Para os comentários dos nossos especialistas do Blog.

Na 2ª parte, as tiradas no interior do museu. Existem algumas salas novas, onde nas paredes podemos observar dentro de expositores as armas ligeiras.

O Museu Militar da Luta de Libertação Nacional, inaugurado em 2017, pode ser visitado todos os dias, das 8 até 16 horas, sem marcação.

Diretor do museu, Tenente-coronel Quintino Napoleão dos Reis | WTS 00245 95 63556340 | tel. 95 595 90554 – 96663 2756.

Abraço. 
Patrício Ribeiro