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sexta-feira, 11 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26674: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte II



Foto nº 12A e 12




Foto nº 15A e 15



Foto nº 14


Foto nº  11


Foto nº 10


Foto nº 8



Foto nº 9 e 9A




Foto nº 13A e 13

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


Fot0s do álbum do Virgílio Teixeira: membro da Tabanca Grande desde 19/12/2017. Tem cerca de 200 referências no nosso blogue. Natural do Porto, vive em Vila do Conde. É economista e gestor reformado.



A Bissau do meu tempo (Virgílio Teixeira,ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)


- Parte II








1.  Fotos e legendas:


Foto 8

No Restaurante Tropical

Frequentei este restaurante tradicional várias vezes, mas não me lembro onde ficava, talvez na Bissau Nova.

Estamos 3 na mesa, um deles o Riquito foi bater a chapa, está um prato a mais. O rapaz na minha frente, que aparece inúmeras vezes nas fotos, nem sei o nome, era um soldado que julgo ser irmão do nosso ex-Furriel Riquito, pois é parecido com ele.

Duas garrafas de vinho, que não sei a marca, e um móvel cheio de coisas, que não
consigo agora identificar. Pede-se ajuda!

O penso no meu cotovelo, são as reminiscências da enorme queda nos acessos à Messe de Oficiais no Clube de Santa Luzia, onde já noite, vindo de Safim, com o meu amigo ex-alferes Verde, com uns copos a mais, caímos que nem sapos da motorizada, nas enormes valas de escoamento de chuvas. Ainda fomos à enfermaria tratar das mazelas sem ninguém se aperceber desta bronca.

Foto 9

Na estátua a Mouzinho de Albuquerque (o autor queria dizer, navegador Diogo Gomes, c. 1402/1420-c.1502), era eu e o meu homólogo "bianense", do BCAÇ 1932. Meu amigo do Porto e colega, de que já falei, no ICP (Instituto Comercial do Porto, fu
turo ISCAP - Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, a partir de 1976).

Em Fevereiro de 1968. Bissau

Foto 10

Marginal e ponte-cais de Bissau

Estou a deslumbrar-me com aquelas vistas, do rio, cais, porto. Está comigo o mesmo individuo que ainda não sei quem é, mas provavelmente irmão do Furriel Riquito (foto 8).

Bissau, em Fevereiro de 1968

Foto 11

Pub Bar A Meta

A tomar um copo neste bar, que era também de jogos de corridas de minicarros, etc,

À esquerda o soldado condutor Espadana, era também o Chefe de Mesa na Messe de oficiais, vestia sempre de branco, e tinha uns galões vermelhos, pelo que era conhecido como o nosso Brigadeiro. Era um rapaz simples e afável, parecia mais morcão do que veio a saber-se,

Foi ele que geriu o Bar no mês em que fui nomeado. Todos beberam à grande, nunca fiz contas nem vi o dinheiro, mas no final deu saldo positivo.

Veio a saber-se nos almoços do batalhão, que ele, não morava dentro do arame farpado! Tinha uma bajuda, isto pelo menos em S. Domingos, com quem fazia vida conjugal e com certeza levava algumas coisas da messe. Nunca soube de nada, só alguns e poucos colegas e amigos.

Nunca deram falta dele, estava a horas no Bar e Messe.

Quando eu nos anos de 1984 e 1985 andei em viagens de e para a Guiné, em negócios, fui e como sempre, antes de embarcar na TAP na Portela, jantar ou almoçar ao mesmo restaurante às Portas de Santo Antão, pegado ao Gambrinus.

Eis que dou com ele, ali numa churrasqueira ao lado, a servir frangos na esplanada. Lá nos abraçamos, era hora de ponta, ele não tinha muita disponibilidade, disse o que fazia agora na Guiné, ele demonstrou alguma saudade ou saudosismo (da bajuda talvez?!).

Já pertence àqueles que da lei da morte se foram libertando. Paz à sua alma.

A seguir o tal rapaz que não sei identificar, mas que andava com esta malta.

Depois aí está o chamado ‘Artolas nº 1’ Era um bom amigo, e fez comigo as marchas finais em Mafra, e depois em Lisboa Lumiar Carregueira na EPAM. Formou-se um grupo autodenominado o Grupo dos Artolas. Era eu, o meu homólogo,  o "Bianense", o chamado ‘Cachadinha’ que morava em Vila do Conde, foi candidato à Camara de Matosinhos pelo PCP, e que foi durante muitos anos, o Diretor Chefe da Alfândega de Leixões. Eu ia lá em serviço muitas vezes, mas nunca facilitava nada. Era severo. Tinha a voz rouca e grossa, baixinho como eu, daí a voz de bagaço a que chamamos de Cachaça, logo o Cachadinha. Era o Madureira. Tinha o curso do ICP e foi parar a outro local qualquer, mas não na Guiné.

A seguir ao Artolas, falha-me o nome, sou eu já conhecido. (Policarpo). Os pais tinham uma pensão junto à Estação de São Bento, onde serviam na tasca, bebidas e petiscos, e fui lá algumas vezes, na Rua da Picaria.

Bissau em 25 de Março de 1968. Faz hoje 57 anos.

Foto 12

No cais de embarque em Bissau e Marginal

Das primeiras fotos que tirei, uns dias depois de ter desembarcado e ainda em Setembro de 67.
A apreciar paisagem com o tal personagem que não sei quem é, o meu batalhão ainda não tinha chegado, eu ia para ali para ver a sua chegada, em 3 de outubro de 67.

Os "bocas de sapo" eram talvez do Estado, pelo aspecto.

Não sei identificar o navio no cais, mas era pequeno, porque os grandes ficavam ao largo.

Bissau, em fins de Setembro de 1967

Foto 13

Junto a navio patrulha da armada portuguesa Esse é um navio, talvez Patrulha ou Fragata, não sei. Mas a bandeira não é Portuguesa, daí a minha confusão. Mas para lá entrar era dos nossos.

Nesta fase, já estou desempregado, e a aguardar a chegada do "Uíge" para me levar
embora.

Bissau, Maio de 1969

(Nota do editor LG: Provavelmente é um rebocador. o pavilhão é alemão (bandeira tricolar: preto, vermelho e dourado, da então República Federal Alemão; o navio estava matricialdo em Hamburgo, lê-se na boia de salvação; o nome do navio é ilegível.)

Foto 14

Grande Hotel de Bissau

Já fumava charuto? Não me lembro, mas talvez esporadicamente.

Vinha muitas vezes para este Hotel, tinha um optimo serviço, parava lá a fina flor de Bissau e visitas,

Passei por lá algumas noites, quando não me apetecia ir para o Biafra, tinha casa de banho completa. Lembro-me do cheiro a creolina para desinfectar tudo especialmente expulsar as baratas que por lá andavam e os fungos de muita gente com doenças,

Tinha pequeno almoço tipo hotel, e muitas vezes almocei e jantei por lá, onde via
frequentemente os altos comandos militares, incluindo Spínola.

Tinha uma loja de venda de muitas coisas que não existiam no comércio local e
tradicional. Ali comprei os primeiros polos.

Na esplanada não faltavam os sardões de meio metro a subir pelas árvores, mas vinham visitar-nos à beira dos pés.

Os jagudis era a sua sombra negra.

Bissau, Novembro de 1968

Foto 15

Avenida da Liberdade (isto é, da República), em Bissau, com duas faixas de rodagem e separador central

Pouco movimento, tudo maltratado, ao cimo a Praça do Império, e o Palácio do
Governador.

Quem sobe do lado direito, depois do Bento, e depois da Pensão da Dona Berta, temos o Stand da Peugeot e venda de gás em botija. Era o Gascidla, muito famoso aqui na metrópole. Devia pertencer à Sacor.

Acima estão as bombas de gasolina da Sacor, onde eu abastecia as minhas motorizadas.

Bissau em 3 de Outubro de 1967, no dia de chegada do T/T Timor com o meu batalhão.

(Continua)

(Revisão / fixação de textyo: LG)
______________

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A botija a gás, da Gascidla!... Foi uma revolução na cozinha das nossas mães... Até então cozinhava-se a lenha e a petróleo...

Virgílio, toto preciosa, essa tua, da loja que era agente da Gazcidla...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Quem seria o comerciante que representava a Gazcidla em Bissau ? A Casa Fialho ? E quando é que aqui chega o gás engarrafado ?

O meu amigo e camarada Tony Levezinho, da CCAÇ 12, pode contar-nos essa história...

Sabemos que a Cidla - Combustíveis Industriais e Domésticos Lda foi criada em 1939 pela Sacor (que detinha 51% do capital social), Fazia a comercialização e distribuição do gás.
E até 1960, a Cidla tinha o momopólio do mercado. Será nacionalizada erm 1975, juntamente com a Sacor, Sonap e Petrosul, e integrada na Petrogal (Galp).

Sei que em Bambadinca ainda comi uns "petiscos" que vinham de Lisboa (e nomeadamente o bacalhau...), no navio-tanque da Sacor, com destino ao Tony Levezinho... (A "encomenda" era deixada na Casa Fialho, em Bissau.)

Ele e o pai trabalhavam na Petrogal (e a saudosa Isabel, creio creio que era na Gazcidla)

Veio pedir-lhe para reavivar estas memórias!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, bandeira da Alemanha, foto 13... Devia ser mesmo um rebocador!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Foto 12A: é de facto um Jaguar... Não são o meu forte, carros antigos. Utilizei o Google Lens...