O último dia duma colónia
por Luís de Sttau Monteiro
(1926-1993)
Fonte: Diário de Lisboa, sábado, 5 de julho de 1975, ano 56,. nº 18807, pág, 10 (Inserido no caderno especial "Cabo Verde Ano Um" (com a colaboração de uma equipa de luxo: Fernando Assis Pacheco, Alexandre Oliveira, Eugénio Alves, Luís Stau Monteiro e José A. Salvador).
Fonte: (1975), "Diário de Lisboa", nº 18807, Ano 55, Sábado, 5 de Julho de 1975, Fundação Mário Soares / DRR - Documentos Ruella Ramos, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_4405 (2025-7-5)
Instituição: Fundação Mário Soares e Maria Barroso | Pasta: 06823.173.27275 | Título: Diário de Lisboa | Número: 18807 | Ano: 55 | Data: Sábado, 5 de Julho de 1975 | Directores: Director: António Ruella Ramos; Director Adjunto: José Cardoso Pires | Observações: Inclui supl. "Cabo Verde ano um". | Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos | Tipo Documental: Imprensa (com a devida vénia...)
1. O jornal "Diário de Lisboa" tinha então como diretor o A. Ruella Ramos e diretor-adjunto o escritor José Cardoso Pires. O Sttau Monteiro foi a Cabo Verde, como "enviado especial", fazer a cobertura noticiosa da independência do país.
Instituição: Fundação Mário Soares e Maria Barroso | Pasta: 06823.173.27275 | Título: Diário de Lisboa | Número: 18807 | Ano: 55 | Data: Sábado, 5 de Julho de 1975 | Directores: Director: António Ruella Ramos; Director Adjunto: José Cardoso Pires | Observações: Inclui supl. "Cabo Verde ano um". | Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos | Tipo Documental: Imprensa (com a devida vénia...)
(Seleção de excetos, e fixação do texto: LG)
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Luís de Sttau Monteiro (1926-1993) |
1. O jornal "Diário de Lisboa" tinha então como diretor o A. Ruella Ramos e diretor-adjunto o escritor José Cardoso Pires. O Sttau Monteiro foi a Cabo Verde, como "enviado especial", fazer a cobertura noticiosa da independência do país.
Filho do embaixador em Londres, Armindo Monteiro, anglófilo e rival de Salazar que o demitiu em 1943 (tinha sido ministro das colónias e dos negócios estrangeiros na fase inicial do Estado Novo), Sttau Monteiro foi dos espíritos mais livres do Portugal dessa época. E um dos nossos grandes dramaturgos do séc. XX, além de "cronista social" ("As redações
da Guidinha", publicadas no "Diário de Lisboa", nos anos de 1969 e 1970, e entretanto reunidas em livro, em 2003, já depois da morte do autor, são um monumento, uma delícia, uma referência obrigatória para se compreender melhor o país onde nascemos.)
A crónica que escreveu, há 60 anos, para o jornal, "O último dia de uma colónia", é uma pequena obra-prima de bonomia, bom humor, empatia e ironia, onde não há a mínima concessão ao populismo revolucionários da época. Eis alguns nacos de prosa:
- "(...) Sinto-me comovido porque isto de assistir ao parto de um país, é uma epxeriência nova para mim"
- " (...) Cor ? Que é isso ?"
- "Há dois bêbados agora, na esplanada, o da água do mar, e um que canta o hino nacional!"
- "(...) os cabo-verdianos descobriram Portugal"
- "O que nós, portugueses, poderíamos ter feito nesta terra, por esta gente!"
- "O que vale é que fazemos parte da festa"
- "São três da tarde e a cachupa ainda me anda às voltas no estòmago"
- "Daqui a três horas, sou estrangeiro. Mas... alguma vez serei estrangeiro nesta terra ?".
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P26985: Os 50 anos da independência de Cabo Verde (7): reportagem do 5 de julho de 1975 - III (e última) Parte (Carlos Filipe Gonçalves)
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