
"Cambança", para ele, é mais do que "passagem para o outro lado" do rio. É uma metáfora: "por vezes uma fuga ou uma mudança- Pode ser uma partida ou um regresso. Quase sempre com a vida em maré baixa" (pág. 6).
Qualquer semelhança com a realidade da Guiné é pura coincidência, avisa o autor. Mas quem não conheceu o Padre Aurélio ?
A vida também não foi fácil para os nossos "capelães militares", que o exército formou, à pressa, e graduou como alferes. É pelo lado da caricatura e do humor de caserna, que podemos hoje perceber o "choque cultural" que foi para todos nós o conhecimento e a experiência da guerra e da Guiné. Quando regressou à metrópole, o Padre Aurélio já não era o mesmo homem nem o mesmo represente de Cristo. Aliás, nenhum de nós era o mesmo, no regresso a casa.
Citando o nosso crítico literário (**), "ficamos todos com uma enorme dívida de gratidão com o Alberto Branquinho: o picaresco dos desastres dos afazeres da guerra tem aqui uma galeria memorável de fotografias tipo passe que nunca mais esqueceremos."
(*) Último poste da série > 16 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27020: Humor de caserna (203): O aeorgrama e a (in)comunicação (Alberto Branquinho)
(**) Vd. poste de 16 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6747: Notas de leitura (131): Cambança Guiné Morte e vida em maré baixa, de Alberto Braquinho (Mário Beja Santos)
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