7º Encontro da Tabanca do Centro - Almoço a roçar o Natalício
Diga-se em boa verdade que antes de aceitar a tarefa de resumir a escrito os acontecimentos procurei demover essa ideia da cabeça do Chefe da Tabanca, sem sucesso, acabando mesmo por deixar no livro de reclamações que não havia o direito de ter de escrever imediatamente a seguir ao exímio narrador de acontecimentos que é o JERO, dada a sua graciosidade de escrita. Não tendo conseguido obter o resultado pretendido, achei melhor calçar umas sapatilhas e pôr-me ao caminho, não fosse o Diabo tecê-las e depois não conseguir descalçar a bota.
Também as senhoras se fizeram representar desta vez em qualidade e número, no início e fim da mesa. Obrigado pelo belo efeito que deram à mesa e pela gentileza da companhia que nos fizeram, já que nas conversas tiveram que procurar outros interesses.
Não houve louvores a registar, ninguém se destacou em especial o que é facto de monta nos tempos que correm. Omito os nomes dos presentes, aliás, não sei se todos estavam devidamente autorizados pelas cara-metade, o que evita tornar-me um delator e arranjar-lhes complicações que poderiam levar à sua despromoção ou mesmo desterro familiar. Também não houve televisão ou rádio que conseguisse chegar-se à frente com o valor para assegurar a cobertura do acontecimento, ficou assim essa a cargo dos presentes o que me simplifica a tarefa.
Regista-se que tudo decorreu dentro da normalidade, com a presença das caras já habituais a que se juntaram outras estreantes, mesmo de outras Tabancas (locais), num total de 34 elementos, representando todos os escalões etários, mais usados, novos e meio uso.
Convém definir, aqui e agora, que o trato dado à Preciosa decorre do que foi dito pelo comandante Mexia na sua intervenção, referindo ser uma criatura preciosa e juntar a esse facto o ser também esse o seu nome. Irei, por isso, com o devido respeito, falar desta senhora que nos atura as madurezas e nos mima com os seus deliciosos petiscos como Preciosa, apenas.
Dizia eu que abrimos com um mimo que nos havia sido prometido, sem aumento do valor do prato, calcule-se isto nos tempos que correm em que qualquer especulador estaria logo a exigir mais um tanto por cabeça, salvo seja, por presença fica melhor, um belíssimo queijo fresco e umas excelentes fatias de presunto. Agradeço o favor de não começarem a salivar, estamos ainda nas entradas.
Estava a festa a mais de meio, para não dizer no início do fim, quando começaram as ofertas do Zé Brás ao Régulo da Tabanca Joaquim e do JERO também ao Vasco e ao Mexia e de um outro sorteado entre as senhoras presentes, mas esses acontecimentos ficaram a cargo de outros escribas e não vou gastar mais tinta da minha pena. Foi então que chamada a Preciosa, o Vasco, em nome de todos os presentes, entregou-lhe uma colcha de Alcobaça, como lembrança e reconhecimento colectivo pelos “Kilos” que ela nos obriga a perder nos ginásios por causa dos almoços.
Momentos significativos e importantes na camaradagem se registaram durante todo o decorrer do encontro, não se vendo hipocrisia, cinismo, risos forçados, unanimidade de vontades ou pensamentos, mas onde todos continuaram a manter as suas opiniões e divergências e já a interrogarem-se quando é o próximo almoço, agora que temos aí Dezembro com todas as ofertas e demais coisas apetitosas. Ficou assim estabelecido que o próximo, só no mês dos gatos, Janeiro.
Esta história, com h e grande, por ser verdade e eu a assinar por baixo, tornou-se maior por não saber o que escrever, mas não precisam ler, chegados aqui parem e vão dormir ou passear, conforme a hora e o local, certo? Eu sei, um bem-haja para vocês também.
Expostos os factos, fica-me uma dúvida, devo ou não continuar a dar-me com esta gente. Comem bem, bebem melhor, pagam pouco, dão prendas às pessoas, respeitam-se uns aos outros, discutem e sem estarem de acordo não se ofendem, não sei não, vou pensar. Onde raio vou eu gastar as energias?
Um abraço,
Belarmino Sardinha
Notas:
Em primeiro lugar agradecer ao atabancado Belarmino a sua excelente narrativa, bem como, ao Juvenal Amado e Miguel Pessoa a exaustiva, salvo seja, reportagem fotográfica. Outras há, que a gente sabe!
Em segundo lugar, explicar que o Leitão não era da Boavista, mas sim dum fornecedor da Preciosa.
Em terceiro lugar confirmar que o Agostinho, autor da ideia do leitão, não comeu o dito cujo, pelo que, tendo explicado a razão aos presentes, tem de a explicar aos ausentes, não vão eles pensar que o Agostinho é "racista" e só come Leitão da Boavista!
Não há bela sem senão... Não acrescento uma pitada ao escrito de mestre Belarmino, pois qualquer acréscimo o tornaria mais pobre, e quero deixar expressa a minha alegria por poder conviver com malta como vocês, sem qualquer excepção.
Conhecer o Blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné, responsável pelo disseminar de todos estes maravilhosos encontros, foi o primeiro passo para afastar "fantasmas" que teimavam em povoar os meus sonhos com pesadelos de constantes emboscadas onde, era sempre assim, as armas da minha companhia se encravavam e não conseguiam ripostar ao fogo das dos outros.
Aqui chegado, quero explicar o tal da " bela sem senão".Recebi de um anónimo que deve ter longa prática de cartoonista, ser lagarto mas com imensa piada, estas duas fotografias tiradas no nosso convívio onde "je", para dar uma de intelectual, aparece devidamente retratado com uns apartes ao meu fervor clubista que eu gostaria de ver publicado a este meu comentário. 
Peço o favor ao nosso Comandante Mexia Alves que aqui as anexe pois de pronto as envio pelo correio.Para toda a malta um grande abraço e o meu muito obrigado pelos momentos de amizade que todos me proporcionam.Do meu Buarcos lindo, meu encanto e minha alegria, a amizade sincera do
Vasco Augusto R. da Gama
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Esta reportagem pode também ser vista no blogue:
http://tabancadocentro.blogspot.com/2010/11/7-encontro-da-tabanca-do-centro-almoco.html
Fotos: © Juvenal Amado (2010). Todos os direitos reservados.
Um grande e camarigo abraço
Joaquim
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Joaquim
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
10 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7254: Convívios (200): 7º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves)
10 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7254: Convívios (200): 7º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves)
4 comentários:
Não adianta combinar nada com certos camaradas, porque nos deixam sempre no meio da bolanha.
Lamento mais uma vez a minha falta de comparencia. Mas enfim...
Do mal o menos. O mal é que não afinquei os dentes no leitão, o menos foi não aturar o Zé Vinhateiro e o Vasco.
Um abraço para os camarigos.
Parabéns, Belmiro... Como escriba-mor da Tabanca do Centro, desempenhaste a tua missão de relator dos heróico-gastronómicos acontecimentos de Monte Real com todo o talento, serenidade, objectividade, equidistância, elegância, humor e inteligência emocional, qualidades humanas e literárias que os teus confrades (das escritas) de há muito te reconhecem. LG
Luis,
Obrigado por teres gostado de ler o que escrevi, não sei é se fui eu ou o Belmiro. Não tem importância, a sério, não necessitas corrigir pois se o fizeres vais ter de apagar este comentário, deixa de fazer sentido.
Eu sei que isso demonstra apenas a vontade de seres meu padrinho mas, chegaste tarde.
Como prova do que digo, fica aqui um abraço virtual, mais apertado que o habitual.
BS
Os camaradas na fila B, na Tabanca Grande, não são muitos: Belarmino Sardinha, Belmiro Tavares, Belmiro Vaqueiro, Benito Neves, Benjamim Durães, Benvindo Gonçalves, Bernardino Parreira, Braima Djaura (n=8)... Logo haveria eu de trocar, pela segunda evz, os nomes... Ontem, foi o Manuel Marinho em vez do MANUEL AMARO, e agora é o Belmiro em vez do BELARMINO SARDINHA...
Isto só tem uma explicação: andar, eu, a "tocar muitos burros" ao mesmo tempo e vir a correr a comentar um popste, no intervalo de duas aulas, ao sábado...
Espero que me releves a falta, meu querido camarigo BELARMINO! E já agora, também, os dois Belmiros (embora eu só conheça um pessoalmente, o Tavares).
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