sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7343: Recortes de imprensa (35): Manecas dos Santos, o último dos cabos de guerra do PAIGC, que comandou os Strela e o cerco a Guidaje, estará na 2ª feira, 29, no lançamento do livro de Moura Calheiros (Diário de Notícias)

1. Transcrição,  com a devida vénia,  de notícia do Diário de Notícias, de ontem 

Livro junta inimigos da guerra colonial em Lisboa
por Manuel Carlos Freire

Manecas dos Santos, comandante dos mísseis do PAIGC e da sua frente norte, esteve na batalha de Guidaje contra os páras de Moura Calheiros

O coronel Moura Calheiros, que em Maio de 1973 comandou a operação de ajuda aos militares cercados pelo PAIGC no norte da Guiné, convidou o chefe dos seus inimigos naquela batalha para o lançamento do livro A última missão.

"O livro é todo baseado em documentos ou depoimentos. É a história real de uma missão", em 2008, para recuperar os corpos de três jovens pára-quedistas mortos nesses combates em Guidaje e que lá ficaram enterrados, "onde fui recordando factos que aconteceram" durante a guerra colonial, conta Moura Calheiros ao DN.

O livro A última missão  [, imagem da capa à esquerda, cortesia do Diário de Notícias], que é lançado segunda-feira na Academia Militar (Amadora), contará com a presença do comandante da frente norte do PAIGC - e responsável pela artilharia, incluíndo mísseis - que liderava o cerco à guarnição portuguesa de Guidage.

Nessa operação morreram quatro pára-quedistas, três dos quais foram recuperados em 2008 pela Liga dos Combatentes e trasladados para Portugal.

A obra, com cerca de 600 páginas, visa "homenagear os soldados que combateram na guerra colonial em África, prestada na figura dos três rapazes que fui buscar a Guidaje" há dois anos, adianta o coronel reformado.

No livro "chamo a atenção para o papel de muitos militares (os sapadores que picavam as minas, os tripulantes das lanchas, condutores dos rebenta-minas) cujo trabalho tem sido ignorado e que também tem direito a ficar na história", enfatiza ainda Moura Calheiros.
A par dessa atenção "aos heróis desconhecidos" da guerra colonial, são feitas algumas "correcções na história" dominante sobre essa época, refere o militar, admitindo que A última missão possa causar polémica em função das "diferentes formas de interpretar" os factos registados. 


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Nota de L.G.:

Último poste desta série > 21 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7151: Recortes de imprensa (34): A guerra do Manuel Resende, ex-Alf Mil At da CCaç 2585/BCaç 2884 (Correio da Manhã)

4 comentários:

Anónimo disse...

Penso que não me engano se acrescentar ao curriculum de Manuel dos Santos, Manecas, ser o caboverdeano mais célebre do PAIGC, que foi ministro dos governos de Luis Cabral e seguidamente nos governos de Nino Vieira, sem interromper o sucesso político dentro da Guiné, com o golpe de 14 de Novembro de 1980, ao contrário com o que aconteceu com a maioria dos Caboverdeanos do governo Bissau.

É apenas uma pequena curiosidade para alguns acompanhantes do blog.

Antº Rosinha

Anónimo disse...

Mais Velho Rosinha...

Acredito que so o Manecas Santos conhece bem as razoes da sua "FICAGEM" pela Guine, com o Golpe de 14 de Novembro, contrariamente aos seus (um punhado deles) antigos camaradas caboverdianos que optaram por nao ficar...

Quanto ao facto de ser "o caboverdiano mais celebre do PAIGC"...a opiniao e sua ! Mas converia nao perder de vista que na area em que se destacou na guerrilha,(artilharia,misseis) varios outros caboverdianos ( e guineenses) tiveram o mesmo destaque !

Nos ataques a Guiledje, Gadamael ou Copa..

Mas nao deixa de ser pertinente essa sua observacao .

Porque ficou ?

Mantenhas

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Com a sua "FICAGEM", temos aqui o homem que mais sabe da guerra e da paz na Guiné e arredores.
Tudo o que a gente deste blog possamos dizer e pensar sobre tudo o que se passou e esteja para vir, mesmo até sobre Portugal daquele tempo, é uma amostra do que este homem assistiu.
Sobreviveu a Amilcar, a Luis Cabral, a Nino, a Viriato Pan, Paulo Correia, etc.
Assistiu a todas as tentativas de golpe verdadeiras e falsas do tempo de Nino.
Foi ministro em várias pastas,não sei qual o papel dele em 1998, nem com Ansumane Mané, nem actualmente, mas que é espectador previlegiadao não tenho dúvidas.
Uma biografia completa deste homem e podiamos fechar o dossier Guiné-Bissau.
Mantenhas
Antº Rosinha

Anónimo disse...

Mais Velho Rosinha

Ponha-se fim a impunidade que acentou raizes na Guine...que tudo o resto...vira em catadupa...

Fui

Nelson Herbert