1. O nosso Camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp / RANGER da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, enviou-nos, com data de 25 de Novembro de 2010, a seguinte mensagem:
7º Encontro da Tabanca do Centro - Almoço a roçar o Natalício
Foi-me confiada, ou melhor, “imposta”, pelo comandante em chefe da Tabanca do Centro, ou se quiserem pelo Régulo da dita, a difícil e espinhosa (não necessito explicar porquê espinhosa, basta dizerem o meu nome) tarefa de dar a conhecer o que foi este encontro ou “combíbio” (por causa do pessoal do norte), festa pré-Natal à volta da mesa onde, um delicioso leitão e/ou cozido, fartura em tempo de crise, nos foi dado comer e chorar por mais.
Diga-se em boa verdade que antes de aceitar a tarefa de resumir a escrito os acontecimentos procurei demover essa ideia da cabeça do Chefe da Tabanca, sem sucesso, acabando mesmo por deixar no livro de reclamações que não havia o direito de ter de escrever imediatamente a seguir ao exímio narrador de acontecimentos que é o JERO, dada a sua graciosidade de escrita. Não tendo conseguido obter o resultado pretendido, achei melhor calçar umas sapatilhas e pôr-me ao caminho, não fosse o Diabo tecê-las e depois não conseguir descalçar a bota.
Feita a introdução vamos aos factos. Asseguro por minha honra que estiveram representadas quase todas as forças em parada, mas não parados pelo menos até encherem a pança. Registou-se, contudo, uma vez mais, a ausência da marinha, já que desde tropas especiais ou de elite, regulares ou feijão verde até à força aérea, todos marcaram presença.
Também as senhoras se fizeram representar desta vez em qualidade e número, no início e fim da mesa. Obrigado pelo belo efeito que deram à mesa e pela gentileza da companhia que nos fizeram, já que nas conversas tiveram que procurar outros interesses.
Não houve louvores a registar, ninguém se destacou em especial o que é facto de monta nos tempos que correm. Omito os nomes dos presentes, aliás, não sei se todos estavam devidamente autorizados pelas cara-metade, o que evita tornar-me um delator e arranjar-lhes complicações que poderiam levar à sua despromoção ou mesmo desterro familiar. Também não houve televisão ou rádio que conseguisse chegar-se à frente com o valor para assegurar a cobertura do acontecimento, ficou assim essa a cargo dos presentes o que me simplifica a tarefa.
Regista-se que tudo decorreu dentro da normalidade, com a presença das caras já habituais a que se juntaram outras estreantes, mesmo de outras Tabancas (locais), num total de 34 elementos, representando todos os escalões etários, mais usados, novos e meio uso.
O almoço começou por ser regado, no seu início, com o delicioso vinho do Zé Manel mas, não passou do início, tivemos que recorrer aos prestimosos fornecedores da Preciosa.
Convém definir, aqui e agora, que o trato dado à Preciosa decorre do que foi dito pelo comandante Mexia na sua intervenção, referindo ser uma criatura preciosa e juntar a esse facto o ser também esse o seu nome. Irei, por isso, com o devido respeito, falar desta senhora que nos atura as madurezas e nos mima com os seus deliciosos petiscos como Preciosa, apenas.
Dizia eu que abrimos com um mimo que nos havia sido prometido, sem aumento do valor do prato, calcule-se isto nos tempos que correm em que qualquer especulador estaria logo a exigir mais um tanto por cabeça, salvo seja, por presença fica melhor, um belíssimo queijo fresco e umas excelentes fatias de presunto. Agradeço o favor de não começarem a salivar, estamos ainda nas entradas.
Tudo tem um fim, acabaram-se as entradas e a abertura da festa e passámos para o já famoso cozido e a novidade proposta pelo Agostinho, leitão da Boavista. Não, não é do Boavista, é mesmo da Boavista. Curiosamente o Agostinho comeu cozido, vai ter de explicar aqui a razão. Ele disse-me, mas eu acho que ele vai ter de chegar-se à frente e contar aqui mesmo o porquê.
Estava a festa a mais de meio, para não dizer no início do fim, quando começaram as ofertas do Zé Brás ao Régulo da Tabanca Joaquim e do JERO também ao Vasco e ao Mexia e de um outro sorteado entre as senhoras presentes, mas esses acontecimentos ficaram a cargo de outros escribas e não vou gastar mais tinta da minha pena. Foi então que chamada a Preciosa, o Vasco, em nome de todos os presentes, entregou-lhe uma colcha de Alcobaça, como lembrança e reconhecimento colectivo pelos “Kilos” que ela nos obriga a perder nos ginásios por causa dos almoços.
Momentos significativos e importantes na camaradagem se registaram durante todo o decorrer do encontro, não se vendo hipocrisia, cinismo, risos forçados, unanimidade de vontades ou pensamentos, mas onde todos continuaram a manter as suas opiniões e divergências e já a interrogarem-se quando é o próximo almoço, agora que temos aí Dezembro com todas as ofertas e demais coisas apetitosas. Ficou assim estabelecido que o próximo, só no mês dos gatos, Janeiro.
Esta história, com h e grande, por ser verdade e eu a assinar por baixo, tornou-se maior por não saber o que escrever, mas não precisam ler, chegados aqui parem e vão dormir ou passear, conforme a hora e o local, certo? Eu sei, um bem-haja para vocês também.
Expostos os factos, fica-me uma dúvida, devo ou não continuar a dar-me com esta gente. Comem bem, bebem melhor, pagam pouco, dão prendas às pessoas, respeitam-se uns aos outros, discutem e sem estarem de acordo não se ofendem, não sei não, vou pensar. Onde raio vou eu gastar as energias?
Um abraço,
Belarmino Sardinha
Diga-se em boa verdade que antes de aceitar a tarefa de resumir a escrito os acontecimentos procurei demover essa ideia da cabeça do Chefe da Tabanca, sem sucesso, acabando mesmo por deixar no livro de reclamações que não havia o direito de ter de escrever imediatamente a seguir ao exímio narrador de acontecimentos que é o JERO, dada a sua graciosidade de escrita. Não tendo conseguido obter o resultado pretendido, achei melhor calçar umas sapatilhas e pôr-me ao caminho, não fosse o Diabo tecê-las e depois não conseguir descalçar a bota.
Feita a introdução vamos aos factos. Asseguro por minha honra que estiveram representadas quase todas as forças em parada, mas não parados pelo menos até encherem a pança. Registou-se, contudo, uma vez mais, a ausência da marinha, já que desde tropas especiais ou de elite, regulares ou feijão verde até à força aérea, todos marcaram presença.
Também as senhoras se fizeram representar desta vez em qualidade e número, no início e fim da mesa. Obrigado pelo belo efeito que deram à mesa e pela gentileza da companhia que nos fizeram, já que nas conversas tiveram que procurar outros interesses.
Não houve louvores a registar, ninguém se destacou em especial o que é facto de monta nos tempos que correm. Omito os nomes dos presentes, aliás, não sei se todos estavam devidamente autorizados pelas cara-metade, o que evita tornar-me um delator e arranjar-lhes complicações que poderiam levar à sua despromoção ou mesmo desterro familiar. Também não houve televisão ou rádio que conseguisse chegar-se à frente com o valor para assegurar a cobertura do acontecimento, ficou assim essa a cargo dos presentes o que me simplifica a tarefa.
Regista-se que tudo decorreu dentro da normalidade, com a presença das caras já habituais a que se juntaram outras estreantes, mesmo de outras Tabancas (locais), num total de 34 elementos, representando todos os escalões etários, mais usados, novos e meio uso.
O almoço começou por ser regado, no seu início, com o delicioso vinho do Zé Manel mas, não passou do início, tivemos que recorrer aos prestimosos fornecedores da Preciosa.
Convém definir, aqui e agora, que o trato dado à Preciosa decorre do que foi dito pelo comandante Mexia na sua intervenção, referindo ser uma criatura preciosa e juntar a esse facto o ser também esse o seu nome. Irei, por isso, com o devido respeito, falar desta senhora que nos atura as madurezas e nos mima com os seus deliciosos petiscos como Preciosa, apenas.
Dizia eu que abrimos com um mimo que nos havia sido prometido, sem aumento do valor do prato, calcule-se isto nos tempos que correm em que qualquer especulador estaria logo a exigir mais um tanto por cabeça, salvo seja, por presença fica melhor, um belíssimo queijo fresco e umas excelentes fatias de presunto. Agradeço o favor de não começarem a salivar, estamos ainda nas entradas.
Tudo tem um fim, acabaram-se as entradas e a abertura da festa e passámos para o já famoso cozido e a novidade proposta pelo Agostinho, leitão da Boavista. Não, não é do Boavista, é mesmo da Boavista. Curiosamente o Agostinho comeu cozido, vai ter de explicar aqui a razão. Ele disse-me, mas eu acho que ele vai ter de chegar-se à frente e contar aqui mesmo o porquê.
Estava a festa a mais de meio, para não dizer no início do fim, quando começaram as ofertas do Zé Brás ao Régulo da Tabanca Joaquim e do JERO também ao Vasco e ao Mexia e de um outro sorteado entre as senhoras presentes, mas esses acontecimentos ficaram a cargo de outros escribas e não vou gastar mais tinta da minha pena. Foi então que chamada a Preciosa, o Vasco, em nome de todos os presentes, entregou-lhe uma colcha de Alcobaça, como lembrança e reconhecimento colectivo pelos “Kilos” que ela nos obriga a perder nos ginásios por causa dos almoços.
Momentos significativos e importantes na camaradagem se registaram durante todo o decorrer do encontro, não se vendo hipocrisia, cinismo, risos forçados, unanimidade de vontades ou pensamentos, mas onde todos continuaram a manter as suas opiniões e divergências e já a interrogarem-se quando é o próximo almoço, agora que temos aí Dezembro com todas as ofertas e demais coisas apetitosas. Ficou assim estabelecido que o próximo, só no mês dos gatos, Janeiro.
Esta história, com h e grande, por ser verdade e eu a assinar por baixo, tornou-se maior por não saber o que escrever, mas não precisam ler, chegados aqui parem e vão dormir ou passear, conforme a hora e o local, certo? Eu sei, um bem-haja para vocês também.
Expostos os factos, fica-me uma dúvida, devo ou não continuar a dar-me com esta gente. Comem bem, bebem melhor, pagam pouco, dão prendas às pessoas, respeitam-se uns aos outros, discutem e sem estarem de acordo não se ofendem, não sei não, vou pensar. Onde raio vou eu gastar as energias?
Um abraço,
Belarmino Sardinha
Notas:
Em primeiro lugar agradecer ao atabancado Belarmino a sua excelente narrativa, bem como, ao Juvenal Amado e Miguel Pessoa a exaustiva, salvo seja, reportagem fotográfica. Outras há, que a gente sabe!
E neste primeiro lugar cabe forçosamente um agradecimento ao Jero pelo presente que nos arranjou para obsequiarmos a Preciosa, bem como os outros presentes que sempre tão camarigamente vai distribuindo.
Em segundo lugar, explicar que o Leitão não era da Boavista, mas sim dum fornecedor da Preciosa.
Em terceiro lugar confirmar que o Agostinho, autor da ideia do leitão, não comeu o dito cujo, pelo que, tendo explicado a razão aos presentes, tem de a explicar aos ausentes, não vão eles pensar que o Agostinho é "racista" e só come Leitão da Boavista!
...Como desejo de Almirante é ordem, (pobre de mim apenas comandante!), aqui se acrescenta com todo o gosto e prazer o comentário do Vasco da Gama!.
Não há bela sem senão... Não acrescento uma pitada ao escrito de mestre Belarmino, pois qualquer acréscimo o tornaria mais pobre, e quero deixar expressa a minha alegria por poder conviver com malta como vocês, sem qualquer excepção.
Num mundo cada vez mais marcado pelo egoísmo a malta responde com vincado altruísmo; num mundo onde as pessoas têm o olhar apontado ao seu umbigo numa manifestação de amor exclusivo a si próprias a malta responde com solidariedade, não só entre os diferentes atabancados, mas também e sobretudo com a ajuda às gentes da Guiné e a camaradas portugueses que vão passando menos bem.
Conhecer o Blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné, responsável pelo disseminar de todos estes maravilhosos encontros, foi o primeiro passo para afastar "fantasmas" que teimavam em povoar os meus sonhos com pesadelos de constantes emboscadas onde, era sempre assim, as armas da minha companhia se encravavam e não conseguiam ripostar ao fogo das dos outros.
Essa angústia que há muito não me atormenta,partiu para bem longe e é hoje substituída pelas dezenas e dezenas de novos/velhos amigos sempre em franco convívio, com um telefonema a propósito da saúde, ou perguntando se algo é necessário, ou mesmo com uma piadinha anti-benfiquista que, aqui o confesso, me faz sempre sorrir, sabendo que o nosso inimigo histórico, o outro da segunda circular, ainda consegue voar abaixo de nós...
Aqui chegado, quero explicar o tal da " bela sem senão".Recebi de um anónimo que deve ter longa prática de cartoonista, ser lagarto mas com imensa piada, estas duas fotografias tiradas no nosso convívio onde "je", para dar uma de intelectual, aparece devidamente retratado com uns apartes ao meu fervor clubista que eu gostaria de ver publicado a este meu comentário.
Peço o favor ao nosso Comandante Mexia Alves que aqui as anexe pois de pronto as envio pelo correio.Para toda a malta um grande abraço e o meu muito obrigado pelos momentos de amizade que todos me proporcionam.Do meu Buarcos lindo, meu encanto e minha alegria, a amizade sincera do
Vasco Augusto R. da Gama
É favor clicar na imagem para ver melhor!
Esta reportagem pode também ser vista no blogue:
http://tabancadocentro.blogspot.com/2010/11/7-encontro-da-tabanca-do-centro-almoco.html
Esta reportagem pode também ser vista no blogue:
http://tabancadocentro.blogspot.com/2010/11/7-encontro-da-tabanca-do-centro-almoco.html
Fotos: © Juvenal Amado (2010). Todos os direitos reservados.
Um grande e camarigo abraço
Joaquim
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Joaquim
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
10 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7254: Convívios (200): 7º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves)
10 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7254: Convívios (200): 7º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves)
4 comentários:
Não adianta combinar nada com certos camaradas, porque nos deixam sempre no meio da bolanha.
Lamento mais uma vez a minha falta de comparencia. Mas enfim...
Do mal o menos. O mal é que não afinquei os dentes no leitão, o menos foi não aturar o Zé Vinhateiro e o Vasco.
Um abraço para os camarigos.
Parabéns, Belmiro... Como escriba-mor da Tabanca do Centro, desempenhaste a tua missão de relator dos heróico-gastronómicos acontecimentos de Monte Real com todo o talento, serenidade, objectividade, equidistância, elegância, humor e inteligência emocional, qualidades humanas e literárias que os teus confrades (das escritas) de há muito te reconhecem. LG
Luis,
Obrigado por teres gostado de ler o que escrevi, não sei é se fui eu ou o Belmiro. Não tem importância, a sério, não necessitas corrigir pois se o fizeres vais ter de apagar este comentário, deixa de fazer sentido.
Eu sei que isso demonstra apenas a vontade de seres meu padrinho mas, chegaste tarde.
Como prova do que digo, fica aqui um abraço virtual, mais apertado que o habitual.
BS
Os camaradas na fila B, na Tabanca Grande, não são muitos: Belarmino Sardinha, Belmiro Tavares, Belmiro Vaqueiro, Benito Neves, Benjamim Durães, Benvindo Gonçalves, Bernardino Parreira, Braima Djaura (n=8)... Logo haveria eu de trocar, pela segunda evz, os nomes... Ontem, foi o Manuel Marinho em vez do MANUEL AMARO, e agora é o Belmiro em vez do BELARMINO SARDINHA...
Isto só tem uma explicação: andar, eu, a "tocar muitos burros" ao mesmo tempo e vir a correr a comentar um popste, no intervalo de duas aulas, ao sábado...
Espero que me releves a falta, meu querido camarigo BELARMINO! E já agora, também, os dois Belmiros (embora eu só conheça um pessoalmente, o Tavares).
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