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Caros Camaradas e Amigos,
Quero com a presente associar-me ao Blogue dos membros da Tabanca Grande e, para o efeito, envio os elementos possíveis de momento.
Integrei, com o posto de Fur Mil Trms, a CCS do BCaç 4612/74 que foi, como já foi referido em anteriores postes do blogue, o último batalhão que partiu para a Guiné e também o último que de lá saiu, em 15 de Outubro de 1974. Passei pelos aquartelamentos no Cumeré, Mansoa e Brá
Atendendo ao tempo de permanência no território da Guiné, não tenho muito a relatar, contudo não quero deixar de anotar algumas recordações daquele tempo, que ficaram e nunca esqueci. Posteriormente, se me for permitido, enviarei algumas “notas” sobre os acontecimentos vividos no Trem Auto em 16 de Março de 1974, no BCaç 5 em 25 de Abril e nas outras Unidades em Lisboa onde estive colocado.
Sobre o tempo passado na Guiné relembro a chegada ao aeroporto com a elevada humidade sentida na atmosfera aquando da saida do avião da TAM, a consequente partida para o Cumeré onde tive a minha primeira grande batalha e que se arrastou por quase todo o tempo em que estive no CTIG: “A luta contra os mosquitos.”
Passados alguns dias fomos deslocados para Mansoa onde tivemos uns tempos em sobreposição com a unidade que fomos render, a CCS do BCaç. 4612/72. Relembro a recepção dada pelos “velhinhos” na nossa chegada ai quartel com uma chuva de “pius-pius” e muitos outros “mimos” dedicados aos “periquitos”.
Integrei, com o posto de Fur Mil Trms, a CCS do BCaç 4612/74 que foi, como já foi referido em anteriores postes do blogue, o último batalhão que partiu para a Guiné e também o último que de lá saiu, em 15 de Outubro de 1974. Passei pelos aquartelamentos no Cumeré, Mansoa e Brá
Atendendo ao tempo de permanência no território da Guiné, não tenho muito a relatar, contudo não quero deixar de anotar algumas recordações daquele tempo, que ficaram e nunca esqueci. Posteriormente, se me for permitido, enviarei algumas “notas” sobre os acontecimentos vividos no Trem Auto em 16 de Março de 1974, no BCaç 5 em 25 de Abril e nas outras Unidades em Lisboa onde estive colocado.
Sobre o tempo passado na Guiné relembro a chegada ao aeroporto com a elevada humidade sentida na atmosfera aquando da saida do avião da TAM, a consequente partida para o Cumeré onde tive a minha primeira grande batalha e que se arrastou por quase todo o tempo em que estive no CTIG: “A luta contra os mosquitos.”
Passados alguns dias fomos deslocados para Mansoa onde tivemos uns tempos em sobreposição com a unidade que fomos render, a CCS do BCaç. 4612/72. Relembro a recepção dada pelos “velhinhos” na nossa chegada ai quartel com uma chuva de “pius-pius” e muitos outros “mimos” dedicados aos “periquitos”.
Aqui não quero deixar de evocar o triste acontecimento, que a todos muito marcou, ocorrido junto à arrecadação de material de guerra quando os elementos da 3ª CCAÇ do 4612/72, após cerca de 2 anos de comissão, procediam à entrega definitiva do armamento a seu cargo. Um disparo inopinado de uma G3 originou 2 feridos com muita gravidade que foram, de imediato, evacuados para Bissau. Vim a saber mais tarde que, infelizmente, o soldado Oldegário Libório não sobreviveu ao acidente tendo falecido no HMP, em Lisboa, a 18OUT74.
A minha actividade em Mansoa, além de uns petiscos e jogos de cartas, ficou-se pelo proceder à destruição total (queima) de toda a documentação existente no Centro de Cripto, trabalho “árduo” executado em colaboração com o 1º Cabo Albino Marques Serrano, para quem mando um forte abraço e peço aqui que me contacte logo que puder.
Após a desactivação e entrega do aquartelamento em 09SET74 (acontecimento muito bem relatado e documentado com fotos nos postes do Eduardo Magalhães Ribeiro), fomos para o Batalhão de Engenharia, em Brá, onde se reintegraram as outras duas Companhias do Batalhão, entretanto vindas de outros pontos do território. Aqui tivemos por missão assegurar a segurança e protecção das instalações da área do sub-comando de Brá, então constituído, i. e., Batalhão de Engenharia e Depósito de Material.
Neste quartel tivemos alguma dificuldade em conter vários elementos da população local que, de uma forma por vezes hostil, se concentravam e manifestavam junto à porta de armas da Unidade, protestando contra o súbito culminar dos apoios que eram o seu sustento de vida e de que estavam completamente dependentes (económica, alimentação, trabalho, etc.) resultantes da actividade militar, desenvolvida entre 1963 e 1974.
Também nós, os militares do batalhão, estivemos quase sempre circunscritos às instalações do quartel, porque à nossa volta a independência era já uma realidade.
Ressalvo algumas deslocações em grupos para idas ao cinema nas instalações da BA 12 - Bissalanca e a Bissau, embora aqui já pouco ou nada houvesse que fazer tendo em conta que o comércio e os estabelecimentos de restauração, aos poucos, tinham vindo a deixar de funcionar, tornando assim a vivência e actividade na capital praticamente diminuta.
Neste período, em Brá, tive oportunidade de colaborar numas sessões “de relembrar conhecimentos” ministradas a alguns elementos do batalhão, cuja formação escolar não tinha permitido concluir a 4ª classe e que nelas se inscreveram.
Ocupámos, assim, algum do nosso tempo e creio que foi uma experiência muito gratificante para todos. Faço notar que o aquartelamento do Batalhão de Engenharia era “cinco estrelas”, com um bom campo de jogos, cozinha com excelentes instalações, equipamentos e todo o espaço envolvente muito cuidado.
O regresso a Portugal foi efectuado no Navio Uíge com chegada a Lisboa em 20 de Outubro.
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Fur Mil periquitos no Cumeré (acabadinhos de chegar). Eu estou em 1º plano, em baixo
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Nas imediações do CIM, Cumeré, em exploração do perímetro envolvente
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Psico em Mansoa. O Fur Mil João Faria (de camuflado) e eu
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Idem foto anterior. Ao centro também um Fur Mil de quem não já não lembro o nome (as minhas desculpas)
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Graduados de Trms da CCS: Fur Mil João Faria (à esquerda), Alf Mil Florêncio e eu
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1º contacto pessoal de militares da CCS com 3 elementos do PAIGC
___________
Notas de M.R.:
Amigo e Camarada Carvalho em nome do Luís Graça e demais Camaradas desta Tabanca Grande, como é habitual sempre que mais um Homem da Guiné se junta a nós, nesta Unidade cibernética, apresento-te os nossos melhores cumprimentos Amigos e votos de boas vindas à nossa tertúlia.
Também aproveito a oportunidade para desejar que nos contes, daquilo que te lembrares, mais alguns passagens sobre o modo pacífico, expedito e eficaz como foi retirado o dispositivo de tropas que se encontrava estacionado naquele território, os contactos com o PAIGC e da transição de poderes.
Creio que, então, se demonstrou bem ao mundo a capacidade portuguesa de organização e planeamento de recursos humanos e materiais para, que, em cerca de 6 meses, se evacuassem para a metrópole, uns 27 mil militares, viaturas e diversos equipamentos.
Vd. último poste desta série em:
24 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8317: Tabanca Grande (287): Carlos Alberto Duarte Prata, Coronel Reformado, ex-Capitão, CMDT das CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta) e CCAÇ 13 (Bissorã), 1973/74
Amigo e Camarada Carvalho em nome do Luís Graça e demais Camaradas desta Tabanca Grande, como é habitual sempre que mais um Homem da Guiné se junta a nós, nesta Unidade cibernética, apresento-te os nossos melhores cumprimentos Amigos e votos de boas vindas à nossa tertúlia.
Também aproveito a oportunidade para desejar que nos contes, daquilo que te lembrares, mais alguns passagens sobre o modo pacífico, expedito e eficaz como foi retirado o dispositivo de tropas que se encontrava estacionado naquele território, os contactos com o PAIGC e da transição de poderes.
Creio que, então, se demonstrou bem ao mundo a capacidade portuguesa de organização e planeamento de recursos humanos e materiais para, que, em cerca de 6 meses, se evacuassem para a metrópole, uns 27 mil militares, viaturas e diversos equipamentos.
Vd. último poste desta série em:
24 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8317: Tabanca Grande (287): Carlos Alberto Duarte Prata, Coronel Reformado, ex-Capitão, CMDT das CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta) e CCAÇ 13 (Bissorã), 1973/74
2 comentários:
Caro camarigo José Carvalho
Mais um homem do 'fim da guerra' que se apresenta para partilhar o nosso convívio.
E ainda para mais, de Trms., que é, como se sabe, uma 'família' com características particulares e bem representada entre nós.
Pois então, que entre, se instale, e comece a recordar...
Abraço
Hélder S.
Jose Manuel
Ora então,bem aparecido por estas bandas de convivio e troca de recordações.
Deverá ter sido um tanto complexo encarar uma mobilização ,digamos extemporânea. Aguardo que no-lo transmitas
Abraço
Luis Faria
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