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Lourinhã > Praia da Areia Branca > Restaurante Foz > 6 de agosto de 2025 > A sardinha assada que não chegava à mesa do comandante... em Bambadinca
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Garça & Camaradas da Guiné]
1. Caros leitores:
Quem andava pela Guiné, há uns bons 50, 60 anos, de vez em quando tinha uns "apetites danados".... Se calhar era como os "bizarros desejos das grávidas", que os médicos na época nem sempre sabiam explicar bem...
E então perguntava, o gajo, já "muito cacimbado", velhinho cpomo o c*r*lho, ao vagomestre:
− E hoje, ó Soares, não há aí umas sardinhinhas de Peniche assadas na brasa?...
− Vai-te...Afonso! − respondia ele (que não dizia asneiras, era um menino de coro).
− Mas também pode ser uns jaquinzinhos com arroz de tomate... Ou até uma batatada de peixe seco...
− Não querias mais nada!... Pró nosso comandante, isso é comida dos pobres, não vai à mesa do rei !
− 'Tá bem, pá, mas... nem uma caldeirada de peixe da bolanha ?...
− Nem vê-lo nem cheirá-lo!
− Ó nosso vagomestre, mas... nem um arrozinho de lingueirão ?... Ando mesmo 'augado' como uma gaja prenha... Não sejas bera... Ao menos umas ostras, geladinhas, com um espumantezinho da Raposeira !...
− Só se for uma arrozinho de lavagante... Serve ?! − sugeria o Soares, já meio irritado.
− À falta de melhor até marchava... Mas, não sei porquê, 'tava-me mesmo a apetecer era umas enguias fritas com arroz de feijão...
− Já vi que estás a delirar!...Isso é mas é paludismo cerebreal !
− Pois que seja, vou mais depressa p'ra casa em caixão de chumbo... Mas, antes de morrer, podes-me servir um bifinho com batata fritas e ovo a cavalo ?!....
− Bolas , que o gajo julga que a messe é o Gambrinus ! − começava o Soares a perder as estribeiras (mas mesmo assim incpaz de dizer um palavrão, do tipo "p*rra").
− Não te danes, eu cá m'arranjo: vou ali à cantina comprar uma lata de sardinhas com molho de tomate, picante... Estou farto da merda das tuas cavalas com esparguete...
2. Bom, os nossos vagomestres também têm direito a férias, pelo que a série "No céu não há disto: Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande" tem estado parada desde março de 2025 (*). Provavelmente por falta de "matéria-prima". Ou então a razão pode ser outra: estão de licença graciosa (que é ou era de seis meses do tempo do império)...
Mas todos os dias os vagomestres, pelo menos eles, comem. Mal ou bem, mas comem... E, nós, a "tropa-macaca", felizmente ainda vamos comendo, mal ou bem, mais mal que bem...
E no verão temos a bela sardinha... Valha-nos isso, que já nos tiraram quase tudo. Quando Portugal era nosso (ou será que alguma vez foi nosso?)... E era lindo.
O meu fisioterapeuta, que é de Peniche e filho de pescador, da pesca do cerco, diz-me que ainda não está boa, a sardinha, só lá para o fim do mês de agosto. Ora bolas!...
Nos últimos anos tem sido a mesma história, só no fim do verão é que um gajo pode comer uma sardinha a pingar no pão... Acusam as alterações climáticas de ser responsável pela crise... O vagomestre, que é "negacionista", diz que não:
− Olha que não, olha que não!!!
E o meu fisioterapeuta encolhe os ombros, e consola-me:
− Contente-se com a de Sesimbra e de Sines... Que, essa sim, já é gorda... e pinga no pão!
À falta de melhor aqui vão umas fotos das duas ou três sardinhadas que o pobre do editor LG já comeu este ano... De qualquer modo, já dá para fazer inveja ao João Crisóstomo que, com a política tarifária do Trump, tem a sardinha de Peniche e o tintol da Bombardeira ao preço ao caviar e do Château Lafite Rothschild ... (**)
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Notas do editor LG:
(**) Último poste da série > 6 de agosto de 2025 >
Guiné 61/74 - P27096: Felizmente ainda há verão em 2025 (12): ruminações nova-iorquinas... (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)