Guiné > Região do Oio > Mansoa > 1968 > Um periquito do coração da Guiné, o Alf Mil Raposo, da CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852 (1968/70).
Foto: © Paulo Raposo (2006). Direitos reservados.
1. Texto do Germano Santos , nosso novo tertuliano (1)....
Luís:
Obrigado pelo teu e-mail e pela possibilidade que me concedes de poder integrar a tertúlia da nossa aventura africana.
Através do meu contacto contigo já recebi notícias do camarada César Dias, do Concelho de Torres Novas.
Nunca fui a Bambadinca, o mais perto que estive foi na estrada que liga o Jugudul a Bambadinca.
Mansoa era uma vila lindíssima nos anos 70, chamávamos-lhe o jardim da Guiné, tal era a quantidade de flores e árvores que ali existiam. Não tínhamos abrigos, ali era pressuposto não haver guerra.
O Spínola levava lá constantemente jornalistas estrangeiros para verificarem in loco que a Guiné não estava ocupada e que ali se vivia bem. Estas visitas eram feitas durante o dia; à noite, de vez em quando, lá estávamos nós a embrulhar, sem a presença dos jornalistas.
Tínhamos um cinema que passava constantemente filmes para a tropa e para a população; tínhamos um razoável (naquele lugar diria excelente) restaurante, propriedade de um Snr. Simões, antigo soldado que por lá ficou e montou esse negócia com a mulher.
Enfim, não estávamos mal de todo, havia bem pior, mas bem pior na Guiné. É certo que tínhamos também perto de nós um potencial perigo, a mata de Morés, onde a nossa tropa dificilmente entrava e onde as bombas largadas pela nossa aviação ficavam nas copas das árvores. Aqui o PAIGC vivia com alguma tranquilidade, os seus elementos ali possuíam, segundo me era relatado, escolas e hospitais subterrâneos (2).
Era dali, do Morés, que quase sempre partiam os ataques a Mansoa, nomeadamente com os mísseis 122.
Este é um primeiro contacto. Posteriormente darei mais noticias e enviarei fotos.
Já divulguei o blogue por alguns camaradas meus do BCAÇ 3832, espero que eles também comecem a participar.
Um grande abraço e prometo voltar com outras histórias e com uma análise de como encontrei a Guiné em 1998.
Germano Santos
2. Comentário de L.G.: Germano: Dou-me conta, consultando os nosso arquivos, que temos poucas fotos de Mansoa do teu/nosso tempo, muito embora vários camaradas da nossa tertúlia tenham lá passado ou estado em diferentes épocas... Tens algumas fotografias dessa simpática vila do tempo colonial ? Fico a aguardar. Fala-nos também do quotidiano, da vida das pessoas em Mansoa. Se a memória te ajudar...
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Notas de L.G.:
(1) Vd. posts de:
4 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1814: Tabanca Grande (8): Apresenta-se o Operador Cripto da CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832 (Mansoa, 1970/73) , Germano Santos
11 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1835: Tabanca Grande (10): Germano Santos, ex-1º Cabo Op Cripto, CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832, Mansoa, 1971/73
12 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1840: A trágica história dos sapadores Alho e Fernandes da CCS do BCAÇ 3832, Mansoa, 1971/73 (César Dias / Gerrmano Santos)
(2) Vd. post de 4 de Julho de 2007
Guiné 63/74 - P1920: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (3): O mítico Morés
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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1 comentário:
Amigo Luís
Dei com o v/blogue e encontrei notícias que me fez lembrar o que passamos na Guiné:
Vou começar pela minha identificação: Sou o Ex. 1º cabo caixeiro José Carlos Ferreira da companhia CCS do Bat. 3832 que esteve em Mansoa de 70/73, vi que o César Dias contactou com o Germano Santos que esteve também em Mansoa na mesma altura, fala no Alferes Rito Rodrigues das transmissões, conheci esse senhor que tinha por hábito no início de cada mês chatear com as belas frases “ Zé Carlos esta m.... deu prejuízo” desculpa o termo mas era isso mesmo eu ouvia, nessa altura estava no bar de oficiais, onde tinha alguns amigos como o Major Rocha das com quem tinha amizade, adorava encontrar e ter noticias do Alferes Monteiro da companhia de milícias julgo que era do Porto, o Alferes Amorim o “nosso fotografo” era ele quem nos tirava as fotos e deve ter algumas bem bonitas dessa altura e, mais teria a contar, espero um dia ter a possibilidade de me encontrar com vocês pelo que espero notícias vossas um abraço a até um dia destes.
Naturalmente conheces e Zé Rodrigues das transmissões era da Costa da Caparica, se tiveres notícias dele agradecia .
Um abraço
Zé Carlos
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