Pesquisar neste blogue

A apresentar mensagens correspondentes à consulta António Reis ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta António Reis ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

sábado, 5 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P26986: Os nossos seres, saberes e lazeres (688): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (211): Visita ao novo acervo permanente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – 2 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Abril 2025:

Queridos amigos,
Cônscio de que há para aqui um certo percurso errático, entendi que devia vir um pouco atrás, ao século XIX, onde efetivamente começa o acervo permanente do museu e daí mostrar aquela bela parede onde se expõe o retrato, manifestação capital do século XIX para o século XX; sem perda de demora passei por dois modernismos para preparar o cenário que irá conduzir às alterações das décadas de 1960 a 1980. Vejo-me aflito quando chego às últimas salas do acervo permanente, desentendo-me com câmaras escuras e coisas parecidas, a minha fronteira é aquele João Tabarra, por ironia a fotografia foi vista, durante gerações, pelos estetas como uma arte bonitinha mas que devia ocupar um espaço à parte, os Eduardo Gageiro, Victor Palla ou Gérard Castello-Lopes que fiquem no arquivo fotográfico, não tem direito a competir com as artes plásticas, abre-se uma exceção para o Jorge Molder, escusam de me perguntar porquê. Tudo somado, é indispensável vir até este acervo permanente, tem uma leitura, um discurso pedagógico, que nos faz entender a palpitante viagem que começou em 1910. Portanto, uma visita obrigatória.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (211):
Visita ao novo acervo permanente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – 2


Mário Beja Santos

Recapitulando, era diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea Emília Ferreira e procedeu-se à reformulação do chamado acervo permanente, que isto dizer que o visitante do museu tem sempre em exposição um histórico do seu património, independentemente de exposições que estejam a acontecer. Entra-se no museu e a partir da Sala dos Fornos tem-se uma mostra do que melhor do século XIX o museu conserva, não faltam os românticos, os naturalistas, e assim caminhamos para a transição que será trazida pelos chamados modernistas.

Quem concebeu a exposição teve a feliz ideia de pôr de alto a baixo a parede de mudança de piso o chamado encontro de gerações, ali pontifica o retrato. Como escreve uma das responsáveis pela exposição, Maria de Aires Silveira temos ali mestres académicos, registos de elegância mundana, a densidade do retrato camoniano, assim se chega a Columbano, ali podemos ver o retrato de Teixeira de Pascoais, também está presente mestre Malhoa. E refere esta conservadora que por 1910 o autor portuense António Carneiro introduz a modernidade através da pintura Noturno, que aqui mostrámos no texto anterior. É igualmente nesta época que irrompem as ruturas com o academismo no século XIX. Percorremos essa sequência histórica de autores que vão desde a primeira geração modernista até ao neorrealismo e surrealismo, não esquecendo, porém, que em plena década de 1940 Fernando Lanhas abre caminho ao abstracionismo. É dentro desta recapitulação que pretendo repescar artistas de mérito até à transição que vai ocorrer a partir dos anos 1960. Veja-se Júlio dos Reis Pereira que usou de um traço e de um contexto grotesco, deliberadamente ingénuo, e numa atmosfera estética singular, isto numa época em que as artes plásticas se modernizavam mas dentro de um figurativismo que mantinha as regras do equilíbrio do traço.

O pescador de sereias, por Júlio dos Reis Pereira, 1929
Sabat – Dança de roda, António Pedro, 1936

António Pedro trilhou o surrealismo, figura polifacetada, homem de teatro, escritor de relevo. Fez objetos, escultura, cerâmica, galerista. Num tempo em que Leal da Câmara fora grande desenhador de humor em Paris e Amadeo Souza-Cardoso ganhara notoriedade internacional, em 1935, em Paris, Pedro assinou um manifesto ao lado de alguns dos nomes mais sonantes do tempo como Marcel Duchamp, Delaunay, Kandinsky, Miró, Picabia, Arp e Calder. No tempo da Exposição do Mundo Português, de 1940, era inaugurada no Chiado uma exposição por ele organizada, exposição surrealizante, ele, António Dacosta e a escultora inglesa Pamela Boden. Temos aqui neste Sabat - Dança de roda quatro corpos ou troncos, cruzam-se num espaço, envolvendo braços e seios e as quatro cabeças calvas fixam-nos em espanto. Quadro de uma grande violência carnal, como observará José-Augusto França.
Cais 44, Fernando Lanhas, 1943-1944

Ainda não sabia, mas era uma revolução silenciosa, nada de figuras, linhas geometrizantes, mas, para desconforto do espírito académico e mesmo dos modernistas havia nesta conjugação de cores uma luminescência que era impossível refutar não se tratar de uma grande arte.
Sombra projetada de René Bertholo, Lourdes Castro, 1964

Estamos a entrar numa nova era, o neorrealismo deu sinais de esgotamento, o próprio surrealismo segue um caminho autónomo e algo de profundo iria acontecer com as bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian, ir-se-ão impondo novos nomes, caso de Lourdes Castro, Helena Almeida, Bartolomeu Cid, Sá Nogueira, uns motivados pelos temas da sociedade de consumo, outros experimentando o uso da sua própria figura como modelo dentro da obra, será o caso de Helena Almeida como mais tarde Jorge Molder. O fundamental a reter é que a partir de agora a abertura a outras estéticas não será tão demorada como no princípio do século, isso ver-se-á nos trabalhos de Paula Rego ou de Menez. O museu pode orgulhar-se de ter obras de grande significado destas gerações, como abaixo se exemplifica.
A Noiva, por Paula Rego, 1972
Sem título, Menez, 1985
Sem título, João Vieira, 1972
Da série TV, Jorge Molder, 1995
This is not a drill (No Pain No Gain), João Tabarra, 1999

As artes plásticas, como é óbvio, não estavam nem ficaram insensíveis seja à erupção de novos meios de comunicação e ao aproveitamento de novas tecnologias. A fotografia voltou a ganhar estatuto de nobreza, as instalações, as performances entraram na ordem do dia, de algum modo já tinha sido assim com o Op, a arte cinética, mas a dimensão tecnológica foi tão avassaladora que trouxe uma alteração profunda aos conceitos estéticos. Isto para já não falar nos aparatos espetaculares como o uso de detritos humanos, materiais da construção civil, etc.
Não sei para onde caminhamos, a minha fronteira do gosto acaba aqui.

_____________

Nota do editor

Último post da série de 28 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26966: Os nossos seres, saberes e lazeres (687): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (210): Visita ao novo acervo permanente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – 1 (Mário Beja Santos)

sábado, 28 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26966: Os nossos seres, saberes e lazeres (687): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (210): Visita ao novo acervo permanente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – 1 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Março 2025:

Queridos amigos,
Era então diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea a Emília Ferreira e deu-se um refrescamento do acervo permanente, diga-se de passagem que é riquíssimo, não há um outro referencial como este. Sendo vasto o acervo, fui primeiro cumprimentar mestre Columbano, ele está, de algum modo, no encerramento de uma época, mesmo dando alguns indícios que se predispunha a colaborar na rutura. O seu retrato de Antero de Quental é arrepiante, é um fim da Pátria. Entramos depois nos sinais de alvorada, nos percursos da modernidade, Almada e Amadeo, Viana e Eloy são nomes irrecusáveis, mas temos Canto da Maya na escultura e vai abrir-se espaço para dois movimentos, o neorrealismo e o surrealismo, mestre Pomar tem o ícone neorrealista no Gadanheiro e vão-se impôr vários nomes no surrealismo, curioso este fenómeno das artes plásticas que se prolonga até ao nosso tempo. Ainda recentemente anunciaram o último surrealista, um senhor desconhecido que vive lá para as Américas, isto quando verdadeiramente está vivo e a trabalhar Raúl Perez, de quem ninguém fala e é um grande artista. Caprichos ou tiranias dos críticos de arte...

Um abraço do
Mário


Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (210):
Visita ao novo acervo permanente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – 1

Mário Beja Santos

O Museu Nacional de Arte Contemporânea alterou recentemente o seu acervo permanente. Digamos que o visitante tem tudo a ganhar com a compreensão dos objetos da rutura. O modernismo anuncia-se no início da década de 1910, digamos que tardiamente se pensarmos que o cubismo já está em movimento, sob a égide de Picasso e Braque. Chegaram artistas de Paris, como Francis Smith ou Emmerico Nunes, já estão a revolucionar o naturalismo, mas os nomes prestigiados da pintura dão pelo nome de Columbano, Malhoa, Carlos Reis ou Marques de Oliveira. Ainda ninguém conhece Amadeo em Portugal. De acordo com os historiadores de arte, a rutura põe-se em movimento com a Exposição Livre de 1911 e I Exposição dos Humoristas de 1912. Há nomes que começam a ganhar prestígio, Almada, Jorge Barradas, Leal da Câmara, um desenhador de humor consagrado em Paris.

É durante a guerra que se dá uma animação nas Letras e nas Artes Plásticas, basta pensar no Orpheu, em Pessoa e Sá Carneiro, Santa Rita, Eduardo Viana. Amadeo expõe no Porto e em Lisboa, não é verdadeiramente apreciado; o futurismo é o movimento efémero. A década de 1920 dá um salto com modernistas que não rejeitam as artes gráficas, caso de Viana, Almada, Bernardo Marques, António Soares, Stuart, mais tarde Carlos Botelho, António Ferro irá pedir-lhes a sua colaboração para a chamada política do espírito, que dominará a paisagem das artes até ao fim da Segunda Guerra. Eduardo Viana é um desses pintores marcantes da época, como Mário Eloy, que criou personagens grotescas e inquietantes, cores que fogem à realidade, tudo com elevado sentido expressionista.

A escultura parecia desaparecida depois de Machado de Castro, surge Canto da Maya. E assim chegamos aos movimentos dos anos 1940. No mesmo ano em que abre a Exposição do Mundo Português, António Pedro promove uma exposição onde apresentava pintura surrealista. Vai emergir o abstracionismo, caso da pintura de Fernando Lanhas, ainda durante a Segunda Guerra. E imediatamente depois vão entrar num quase confronto dois movimentos de alto significado, o neorrealismo e o surrealismo. E Almada Negreiros deixa os seus trípticos nas gares marítimas, vai buscar temas míticos e populares, varinas e a nau Catrineta, cenas de circo e as despedidas dos emigrantes, um governante do Estado Novo dirá apoplético que era preciso retirar dali aqueles mamarrachos, o que diriam os estrangeiros daquela rusticidade e provincianismo? Mas antes de entrarmos em ruturas, mostre-se duas obras-primas do naturalismo, de mestre Columbano, depois sim, virá a rutura. Iremos fazer a viagem até ao surrealismo, mais adiante prosseguiremos.

O Grupo do Leão, pintura de Columbano Bordalo Pinheiro. Obra capital da pintura portuguesa do século XIX, por analogia é uma mostra de um coletivo de artistas, jornalistas e escritores que nos remete para uma atmosfera de ilustração social que oferecem Os Painéis de S. Vicente, atribuídos a Nuno Gonçalves. Naquele período da monarquia constitucional em que alguns intelectuais procuram explicar razões para a decadência do país, temos aqui um grupo folgazão, nada parecido com Os Vencidos da Vida, estão nele representados, entre outros, Cristino da Silva, Columbano, Silva Porto, António Ramalho e Rafael Bordalo Pinheiro. O quadro data de 1885, D. Carlos é o rei, já houve o Ultimatum, esta galeria de retratos já não cabe no romantismo, obedece às regras do academismo, mas é percetível o anúncio de uma rotura nas correntes estéticas vigentes.
Antero de Quental, pintado por Columbano, 1889. Os historiadores de arte reconhecem nesta tela uma alteração substancial na técnica de Columbano, mas o fundamental, para mim, é a mensagem que transparece naquele rosto em desânimo, é como se anunciasse uma Pátria em afundamento, e o poeta-pensador-ativista político não sabe qual a melhor saída.
A visita que me traz a este museu é para apreciar o novo olhar sobre a rutura moderna, como, ainda no interior do academismo – naturalismo, vão brotar os sinais do modernismo, no desenho e na pintura, em gente que foi a Paris, como Amadeo ou Eduardo Viana, aqui em Portugal, Almada ou Jorge Barrada. Há quem lhe chame a 1.ª geração do modernismo; seguir-se-á outra, onde irão confluir contestações, lembranças do expressionismo, e depois o neorrealismo e o surrealismo. O que fundamentalmente pretendo aqui deixar ilustrado é ver o que se passou entre 1911 e os anos 1950. A quem estiver interessado, peço a leitura desta síntese apresentada pela conservadora Maria de Aires Silveira.
Nocturno, por António Carneiro, 1910, porventura o primeiro sinal da modernidade. Como se lê na legenda: “Esta paisagem silenciosa, onde apenas se pressente a presença humana pela pontuação de manchas de luz, cria conversas sentimentais com o quadro Interior, de Aurélia de Sousa. É igualmente nesta década que irrompem as ruturas com o academismo do século XIX.”
Janela, Amadeo de Souza-Cardoso, 1916. Há vários Amadeo dentro de Amadeo, ele regressa a Portugal por razões da guerra, trabalha incessantemente em Manhufe, dá-se uma evolução, todo o seu cromatismo se vai depurando e simplificando, ainda há sinais da sua ligação ao cubo-expressionismo, mas o que se sente em obras tão simples como esta é que ele era um vanguardista original, o seu nome e a sua obra aparecerão ligados a exposições que deram brado antes da guerra.
Paisagem tropical – S. Tomé, por Jorge Barradas, 1931
Adão e Eva, pelo escultor Ernesto Canto da Maya, 1929-39
João Hogan, Carlos Botelho e muito, muito Almada Negreiros. Transição da década de 1930 para 1940, estão aqui alguns dos elementos de uma das obras fundamentais de Almada, os frescos das gares marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbitos, meados da década de 1940.
Quadros de Mário Eloy, incluindo dois autorretratos
Gadanheiro, por Júlio Pomar, 1945
A chegada do surrealismo, dois quadros de Marcelino Vespeira
Aurora hiante, por Cândido da Costa Pinto, 1942
La voie sauvage des songes, por Mário Cesariny, 1947

(continua)
_____________

Nota do editor

Último post da série de 21 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26944: Os nossos seres, saberes e lazeres (686): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (209): Algures, na Renânia-Palatinado, em Idstein, perto de Frankfurt – 9 (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26959: In Memoriam (552): Fernando de Carvalho Taco Calado (Ferreira do Alentejo, 1945 - Lisboa, 2025), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968-1970): foi gestor de recursos humanos e docente universitário





Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de outubro de 2013 > Sessão de lançamento do livro do José Saúde, "Guiné-Bissau, as minhas memórias de Gabu, 1973/74" (Beja: CCA - Cooperativa Editorial Alentejana, 170 pp. + c. 50 fotos) > Dois alentejanos e camaradas do nosso blogue, amigos do peito, o Fernando Calado (de camisola vermelha) e o Ismael Augusto. (Ambos foram alf mil da CCS/BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70). E ambos partilharam o mesmo quarto...Um terceiro elemento era o João Rocha (1944-2018).


Foto (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]-




Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de Maio de 2007 > Encontro do pessoal de Bambadinca 1968/71 > A organização coube ao Fernando Calado (na foto, à esquerda), coadjuvado pelo Ismael Augusto, ambos da CCS/BCAÇ 2852 (1968/71).


O grupo (mais de 60 convivas) teve na dra. Rosa Calado (na foto, ao centro), elemento da direcção da Casa do Alentejo, uma simpatiquíssima anfitriã. O editor do blogue e fotógrafo, à direita, chegou tarde, mas ainda a tempo de constatar que a organização esteve impecável e o que o sítio não podia ser melhor, em pleno coração de Lisboa. O fotógrafo de circunstância foi o Ismael. A Rosa, na altura, era professora de história no ensino secundário. O casal vivia em Lisboa. Durante anos e anos dedicou-se de alma e coração à animação da Casa do Alentejo (um amor que também era partilhado pelo Fernando, de resto um bom executante do cante alentejano que, em 2007, estava longe  do palco do mundo).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Casa do Alentejo> 8 de fevereiro de 2020 > Apresentação do livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: Memórias de Gabu" (Lisboa, Colibri, 2019, 220 pp.)... Em primeior plano, a Rosa Calado. que foi sempre, para nós, antigos combabentes, uma inexcedível e magnànima anfitriã.

 dra. Rosa Calado, então  diretora cultural da Casa do Alentejo,  eu chamava-lhe por graça "a ministra da cultura do Alentejo"...    (A  Casa do Alentejo tinha, nesa altura,  um restaurante e uma taberna com cerca de 500 lugares; dava trabalho a 40 pessoas; e  organizava eventos: tinha a agenda cheia até maio de 2020; infelizmente, veio a pandemia.)



Lisboa > Casa do Alentejo> 8 de fevereiro de 2020 > Apresentação do livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: Memórias de Gabu" (Lisboa, Colibri, 2019, 220 pp.)

Da esquerda para a direita: Fernando Calado (que pertencia então aos corpos sociais da Casa do Alentejo) mais o Humberto Reis, dois camaradas de Bambadinca: alf mil trms (CCS/ BCAÇ 2852, 1968/70), e fur mil op esp / ranger, CCAÇ 12 (1969/71)...


Fotos (e legendas: © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné




Esposende > Fão > 1994 > A primeira vez que a malta de Bambadinca (1968/71), camaradas da CCAÇ 12, e outras subunidades, como o Pel Caç Nat 52, adidas ao comando do BCAÇ 2852, se encontrou depois do regresso a casa... Este primeiro encontro foi organizado pelo António Carlão (Mirandela, 1947- Esposende, 2018)

Mostra-se aqui um pormenor da foto de grupo. Na primeira fila, da esquerda para a direita:

(i) fur mil MAR Joaquim Moreira Gomes, da CCAÇ 12 [, vivia no Porto, na altura ];

(ii) sold cond auto Dinis Giblot Dalot [empresário, vivia em Aljubarrota, Prazeres].

Na segunda fila de pé, da esquerda para a direita:

(iii) Fernando [Carvalho Taco] Calado (1945-2025), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 [vivi em Lisboa];

(iv) ex-alf mil manutenção material, Ismael Quitério Augusto, CCS/BCAÇ 2852 [ vive em Lisboa];

(v) ex-fur mil at inf António Eugénio Silva Levezinho [, Tony para os amigos, reformado da Petrogal, vive em Martingal, Sagres, Vila do Bispo];

(vi) ex-capitão inf Carlos Alberto Machado Brito, cmdt da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 [cor inf ref, vivia em Braga, tendo passado pela GNR];

(vii) Pinto dos Santos, já falecido, ex-furriel mil de Operações e Informações, CCS / BCAÇ 2852, [vivia em Resende].


Foto (e legenda): © Fernando Calado (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Montemor-O-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de Outubro de 2006 > Um momento de fraternidade, pensa (e sente) o "alfero Cabral", o nosso sempre querido Jorge Cabral (1943-2021), em primeiro plano, tendo à sua direita o nosso baladeiro de Bambadinca (1969/71), e hoje fadista amador, o Zé Luís Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler 2206. 

De pé, afinando as gargantas ou cantando ao desafio, outras duas grandes aves canoras: o Fernando Calado e o Manuel Lema Santos, o exército e a marinha de braço dado... O fotógrafo que estava de serviço apanhou o flagrante, era o David Guimarães, radiante, felicíssimo...

Foto: © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados.Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Bissau > 30 de julho de 1968 > CCS/ BCAÇ 2852 (1968/70) > Um grupo de oficiais milicianos, na Av da República (vendo-se ao fundo a Praça do Império e o Palácio do Governador), no dia seguinte ao desembarque (29 de julho de 1968).  Da esquerrda para a direita, o João Rocha (1944-2018), de camisola escura,  o Fernando Calado  (1945-2025) em 4.º lugar  e o Ismael Augusto em 5º.



Guiné > Bissau > Brá > 1968 > CCS/BCVAÇ 2852 (1968/70) >  Encostados ao jipe do comandante [ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos, de alcunhas o "Pimbas"]: da esquerda para a direita, o João Rocha (194~4-2018)  e o Fernando Calado (1945-2025).

Fotos (e legendas): © Fernando Calado (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá _ Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > O alf mil trms Fernando Calado(1945-2025) , de braço ao peito, junto à parede, crivada de estilhaços de granada de morteiro, das instalações do comando, messe e dormitórios de oficiais e sargentos, na sequência do ataque de 28 de maio de 1969.

Esta era a parte exterior dos quartos dos oficiais que dava para as valas, o arame farpado e a bolanha, nas traseiras do edifício do comando... Era uma parte mais exposta, uma vez que o ataque partiu do lado da pista de aviação.

Pelo menos aqui, caíram duas morteiradas:

(i) uma das morteiradas atingiu o quarto onde dormia, com outros camaradas, o fur mil amanuense José Carlos Lopes; tinha acabado de sair; ainda hoje conserva um lençol crivado de estilhaços;  e4stá vivo por uma fração de segundos (bancário reformado do BNU, vive em Linda a Velha e é membro da nossa Tabanca Grande.);

(ii) outra morteirada atingiu o quarto onde dormia o Fernando Calado e o Ismael Augusto ( o Fernando ainda apanhou o efeito de sopro, tendo sido menos lesto que o Ismael, a sair logo que rebentou a "trovoada")

Também podia ter "lerpado", como a gente dizia na época... Apesar de tudo, a sorte (ou a má pontaria dos artilheiros da força atacante, estimada em 100 homens, o que equivalente a 3 bigrupos) protegeu os nossos camaradas da CCS/BCAÇ 2852 e subunidades adidas (entre elas, o Pel Caç Nat 63 cujos soldados, guineenses, dormiam a essa hora, com as suas "bajudas", nas duas tabancas de Bambadinca, e que portanto estavam fora do arame farpado)...

Na foto acima , o Fernando Calado, membro da nossa Tabanca Grande (tal como o Ismael Augusto), trazia o braço ao peito, não por se ter ferido no ataque mas sim por o ter partido antes, num desafio de... futebol. Infelizmente temos poucas fotos dos efeitos (de resto, pouco visíveis) deste ataque.

Foto: © Fernando Calado (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Fernando Calado (em 2013)


1. Foi ontem cremado, no cemitério de Carnaxide, o corpo do nosso camarada e grão-tabanqueiro Fernando Calado. Morreu no passado dia 24, sem completar os 80 anos (ia fazê-los em 9 setembro).

A triste otícia chegou-nos â Lourinhã, transmitida pelo Humberto Reis e pelo Mário Beja Santos, seus contemporâneros de Bambadinca.

O Humberto e o António F. Marques, ex-fur mil da CCAÇ 12 (Bambadinca, mai 69/mar 71) e o Ismael Augusto, seu amigo do peito, representaram-nos a todos na sua despedida da Terra da Alegria.

O Fernando era muito estimado pela malta de Bambadinca desse tempo. Costumava aparecer, tal como o Ismael, nos nossos encontros anuais. A este último, em Ponte de Lima, faltou, embora inscrito: o coração pregou-lhe uma partida, esteve em estado de coma. Na quarta feira passado, chegou o seu dia. Deixa viúva a Rosa, e órfãos dois filhos, a Elsa e o Fernando bem como um neto, o Daniel.

Recordo-o, desde Bambadinca,  como um homem afável e discreto, que adorava o seu Alentejo, o cante alentejano, a tertúlia, o convívio com os amigos.

Natural de Ferreira do Alentejo, vivia em Lisboa há muito; era casado com a dra. Rosa Calado, professora do ensino secundário, que integrou sucessivas direções da Casa do Alentejo, exercendo, com muita competência e empenhamento, o pelouro da cultura

O Fernando era um histórico do nosso blogue, tendo participado no nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-O-Novo (em 2006)... Tem 26 referências no nosso blogue. Foi alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70); trabalhou na Petrogal e na RTP; foi docente universitário; tinha página no Facebook

Para Rosa, filhos e neto vai a nossa solidariedade na dor. A memória do Fernando, essa, continua connosco, guardada e cultivada à sombra do poilão da Tabanca Grande.

(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)

________________

Nota do editor: 

terça-feira, 10 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26905: Facebook...ando (84): os acontecimentos de Bissássema, em 3 de fevereiro de 1968, visto pelo oficial de dia em Tite, alf mil Augusto Antunes, cmdt do Pel Rec Daimler 1131 (Tite, 1966/68) (Joaquim Caldeira, grão-tabanqueiro nº 905)




1. O nosso novo grão-tabanqueiro (nº 905), o Joaquim Caldeira (*), que vive em Coimbra , e foi fur mil at inf CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69) prometeu mandar-nos excertos do seu livro "Guiné - Memórias da Guerra Colonial", publicado pela Amazona espanhola (2021) (vd. capa do livro, a seguir).

Para já ele começa a colaborar connoscpo fazendo-nos chegar um texto, da autoria do ex-alf mil Augusto Antunes, que estava de Oficial de Dia, em Tite, no dia 3/2/1968, em que ocorreram os trágicos acontecimentos em Bissássema (**), a uns escassos 7 km a sudoeste de Tite (vd. carta de Tite, 1955,escala 1/50 mil).


A mensagem do Joaquim Caldeira chegou-nos no passado domingo,
8/06/2025 18:52

O depoimento do Augusto Antunes vem, por sua vez,  inserido na página do Facebook do Bart Tite Guiné (Bart 1914), com data de 4 de fevereiro de 2023, 19:01. A introdução, que se reproduz em itálico, é da responsabilidade do administrador da página.


 
BISSÁSSEMA

As horas que se seguiram após o rapto dos nossos companheiros da CART 1743, em Bissásema, naquela trágica madrugada de 2/3 de Fevereiro de 1968, foram de extrema preocupação para todos os militares sediados em Tite, sem sabermos o que lhes teria acontecido, se estavam vivos ou maltratados.

Já muito se tem escrito sobre este trágico acontecimento militar na Guiné, mas nunca é demais relembrar o que aconteceu e homenagear aqueles que tanto sofreram.

Damos de seguida o testemunho do "Oficial de Dia" desse dia 3 de Fevereiro, alf Augusto Antunes, já publicado no facebook Bart Tite Guiné (em 4 de fevereiro de 2023) como no blogue 
Bart 1914.blogspot.com e ainda como no Livro de Memórias do BART 1914.

Após este relato de hoje iremos também publicar testemunhos dos três companheiros raptados - alf Rosa, furbContino e sold Capitulo.

Queremos ainda lembrar a morte em combate nessa noite trágica, de dois companheiros - furriel Cardoso do Pelotão de Morteiros e sargento milícia Manga Colubali.

Um abraço ao alf Augusto Antunes.







Alf mil cav, Augusto Antunes, cmdt do Pel Rec Daimler 1131 (Tite, 1966/68). Vive em Loures, é natural de Lisboa, estudou no ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa,  tem página no Facebook.


"Bissássema, o desastre - Memórias do Oficial de Dia... (In "Memórias do Bart 1914 em terras da Guiné")

por Augusto Antunes


Um dia difícil de descrever, mas para sempre recordar.

Estávamos nos primeiros dias de fevereiro de 1968. Um dia ou dois antes, tinhamos tido a visita do Conjunto Académico João Paulo, um conjunto de rapazes madeirenses muito apreciado na época, pelas suas músicas que ficavam no ouvido da malta jovem.

Por essa altura os altos comandos do CTIG resolvem fazer uma operação de limpeza e ocupação da tabanca de Bissássema, por constar, devido a informações chegadas ás chefias, que os homens do PAIGC andavam por ali a impôr as suas ideias e isso tornava-se deveras perigoso não só para Tite, mas até para Bissau.

Assim, o comando do BART 1914 resolve desencadear uma operação, já com alguma envergadura, convocando um vasto grupo de soldados, cujo número não posso precisar ( talvez 70 ou 80 homens) onde estava um pelotão da CART 1743 e dois pelotões de milícias, um de Tite e outro de Empada, mais alguns homens do Pel de Morteiros e das Transmissões, tendo como comandante o saudoso alferes António Júlio Rosa (com pouco mais de 1 mês de comissão, pois tinha chegado á Guiné em meados de dezembro, do ano anterior) para não só ocupar a tabanca, mas também construir abrigos, para lá colocar em permanência uma força militar para defesa da mesma.

A nossa tropa sai de Tite, salvo erro no dia 1/2/1968, ocupa a tabanca sem qualquer resistência e começa de imediato a construção dos abrigos previstos para aquele fim. 

Na noite de 2 para 3 de fevereiro, estava eu de oficial de dia ao BART, ouvem-se fortes rebentamentos, para os lados da tabanca de Bissássema, que indiciavam que o pior podia estar a acontecer. 

Tentámos contactos com a nossa tropa, via rádio, mas não tivemos qualquer êxito. Ninguém nos ouvia e muito menos respondia. Meia hora depois o tiroteio parecia ter acabado. Foi esperança de pouca dura, pois logo a seguir começou um novo ataque, vindo mais tarde a saber que o IN tinha entrado pela tabanca dentro, lançando granadas e semeando o pânico. 

Abalado com a explosão de uma granada,  o alferes Júlio Rosa e vários soldados foram apanhados à mão, levando o IN também algum material de transmissões.

Aquela noite foi de uma angústia terrível, sem termos notícias do que se estaria a passar. A tropa que tinha ficado em Tite,  ficou toda a noite em estado de alerta máximo, ávida por ter notícias, mas também não fosse o IN aproveitar a ocasião, para atacar o aquartelamento.

Com o amanhecer e aparecimento da luz do dia, começaram a chegar ao aquartelamento de Tite alguns dos nossos soldados, lavados em lágrimas, alguns esfarrapados, outros semi-nus, uns com armas, outros sem nada nas mãos, dando a todos os que os viram chegar uma imagem fiel e terrível do sofrimento  por que tinham acabado de passar. 

Gostaria de mencionar o nome de todos os nossos homens feitos prisioneiros, mas para além do já citado Alferes Júlio Rosa, recordo também o furriel miliciano do Pelotão de Morteiros 1208,  de seu nome Manuel Nunes Reis Cardoso, o 2º sargento da Companhia de Milícias nº 7, Manga Colubali e mais 3 militares da CART 1743,  o Rosa, o Capítulo e o Contino. Que me desculpem se faltam alguns, mas a minha memória já não dá para mais.

Apenas e para terminar este meu pequeno texto dir-vos-ei que naquela altura chorei e muito e a imagem que tenho guardada na minha memória, irá comigo para a cova, quando o Senhor entender que chegou a minha hora.

Ainda hoje sinto uma estranha sensação, ao recordar estes acontecimentos.

Para registo, este foi um dos piores momentos por que passei naquela terra.

Para todos vós um grande abraço de amizade e o grande orgulho de vos ter tido por companheiros e camaradas daquelas campanhas.

Augusto Antunes
Alferes Miliciano. Oficial de Dia, em Tite, no dia 3/2/1968 (***)

(Revisão / fixação de texto, título: LG)
_________________

Notas do editor LG:

(*) Vd,. poste de 

25 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26845: Tabanca Grande (575): Joaquim Caldeira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 905

(**) Vd. postes de 30 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26863: Casos: a verdade sobre... (53): o ataque do PAIGC a Bissássema em 3 de fevereiro de 1968: entre a propaganda e o "apagão"

(***) Último poste da série > 7 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26895: Facebook...ando (83): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte III: A Bissau Velho a renascer das ruinas dos últimos 50 anos...

sábado, 7 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26895: Facebook...ando (83): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte III: A Bissau Velho a renascer das ruinas dos últimos 50 anos...


Foto nº 1  > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Sede do BAO - Banco da África Ocidental, rua Guerra Mendes, nº 18A/C 1360 Bissau  (antiga Rua António de Oliveira Salazar) (**)


Foto nº 2A  > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Vivenda reconstruída... Do lado direito seria a Rua 12 de Setembro...


Foto nº 2  > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Do lado direito, Rua 12 de Setembro (antiga Rua Miguel Bombarda)


 Veja-se  como estava a vivenda em 2007 (Fonte: Bissau Velho | Wikimedia Commons)


Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Rua Guerra Mendes, do lado esquerdp... Do lado direito, na perpendicular, é a Rua 24 de Setembro,  paralela à Fortaleza da Amura. (A Rua Guerra Mendes é, por sua vez,  paralela à Av 3 de Agosto, antiga marginal) e perpendicular à Av Amílcar Cabral (a artéria principal, a  antiga Av da República)


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Rua Guerra Mendes... Do lado direito da foto fica a ASAPM - Agência de Supervisão de Atividades de Poupança e Microcrédito, criada em 2014 sob tutela direta do Ministério de Economia e Finanças (tem aqui página no Facebook)


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 > Parece ser a rua Guerra Mendes e ao fundo os centenários  poilões da fortaleza da Amura... Como se vê, ainda há muitos edifícios por reabilitar...


Foto nº 6  > Guiné-Bissau > Bissau > Bissau Velho > Maio de 2025 >  O alcatrão vai chegando aos poucos...



Fotos do álbum de João Melo (ou João Reis de Melo),  ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351, "Os Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74) (*)

Fotos (e legendas): © João de Melo  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



Guiné-Bissau > Bissau Velho > Excerto do mapa do Google (com a devida vénia...), com a localização das Ruas 1, 2, 3 e 4 e outras à volta: Av 3 de Agosto; Av Amílcar Cabral; R 19 de Setembro; R António Nbana; R Guerra Mendes.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)

Legenda:

Av 3 de Agosto (antiga Av Marginal ou R Agostinho Coelho, 1º governador da Guiné,  referência ao 3 de Agosto de 1959, o "massacre do Pijiguiti"]
19S - R 19 de Setembro (antiga Rua Honório Barreto)
AC - Av Amílcar Cabral (antiga Av da República)
AM - R António Nbana (antiga R Tomás Ribeiro)
GM - R Guerra Mendes (antiga R Oliveira Salazar)




Mapa de parte da baixa da velha Bissau (colonial), entre a Avenida da República (hoje, Av Amílcar Cabral) e a fortaleza da Amura. A escuro, dois prédios que pertenciam a Nha Bijagó. Fonte: António Estácio, em "Nha Bijagó: respeitada personalidade da sociedade guineense (1871-1959)" (edição de autor, 2011, 159 pp., il.).
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes da série:


Vdf. também poste de 4 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20311: Memória dos lugares (396): Roteiro de Bissau Velha: ruas antigas e ruas atuais, onde se localizavam algumas casas comerciais do nosso tempo: café Bento, Zé da Amura, Pintosinho, Pinto Grande / Henrique Carvalho, Taufik Saad, António Augusto Esteves, Farmácia Moderna...