
HK 21 (Fonte: Wikipedia / Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)
1. Mais uma crónica deliciosa do nosso "mano" Abílio, Magro e Valente (ou, melhor Valente Lamares Magro... Ou tão só Abílio Magro, ex-fur mil amanuense, CSJD/QG/CTIG (Cacine e Bissau, mar 1973 / set 74). Foi repescada da sua série "Um amanuense em terras de Kako Baldé" (2013-2016). Tem 75 referências no nosso blogue. E é nosso grão-tabanqueiro, com muita honra, desde 2013. Nasceu em Porlalegre, vive em Rio Tinto, Gondomar.
Perguntei-lhe há dias como é que estava... Respondeu-me com o seu saudável humor bem português:
"Cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas e a saúde a entrar nos eixos"....
(....) "Quando inicio o CSM no RI 5, Caldas da Rainha, em abril de 1972, encontrando-se, nessa altura, a Companhia Magro assim distribuída: (i) Rogério Magro, que estivera em Angoka, e então na disponibilidade; Dálio Magro - Moçambique; Carlos Magro - Angola; Fernando e Álvaro Magro - Guiné; Abílio Magro - RI 5, Caldas da Rainha" (...)
No dia 25 de Abril de 1974, logo pela manhã, com uma molhada de documentos debaixo do braço, dirigi-me como de costume, à repartição que possuía o selo branco do CTIG (1ª ou 2ª, já n´~ao me lembro) a fim de o apor, nas assinaturas do brigadeiro Alberto da Silva Banazol, comandante do CTIG.
Esta repartição era chefiada por um major do SGE, já de meia-idade e de quem também já não me recordo o nome.
Eram talvez 9h30 da manhã, estava eu muito entretido a "trincar" o Banazol com o selo branco e entra o capitão Cirne (julgo que miliciano) e, virando-se para o major, de braços abertos e punhos cerrados "grita", mais ou menos em surdina:
− Vive la revolution, vive la revolution!
− Furriel ...! − como quem diz: − Tem lá calma, pá, e vê lá o que vais para aí espalhar!.
A conversa pareceu-me ter alguma consistência e como, umas semanas antes, tinha havido aquele episódio da coluna das Caldas da Rainha que avançara sobre Lisboa, fiquei intrigado e, na CSJD tratei de contar aos meus camaradas o que tinha ouvido e aguardar algum "feedback".
Nessa altura já o tal 1º sargento, a quem o major Lobão chamava de "Gebo", tinha terminado a comissão e tinha sido substituído por um 1º sargento que usava sempre chapéu de pala. Em 18 meses de Guiné, julgo nunca ter visto nenhum militar do Exército usar chapéu de pala.
O homem tinha mesmo queda para polícia e, tendo ouvido o meu relato, tratou logo de dizer:
− Tenha cuidado com o que anda para aí a dizer, que ainda pode ter chatices.
Claro que eu traduzi para:
− Põe-te a pau que eu conheço uns gajos na PIDE e não tarda nada vais até Guiledje tomar conta daquilo sozinho!
Enfiei a viola no saco.
Entretanto o PIFAS (Programa de Informação das Forças Armadas, julgo que era assim) dedicava-se à música sinfónica, o que fazia pensar que efetivamente havia qualquer coisa no ar, embora ainda se tivesse ouvido, nesse dia, um discurso qualquer do Ministro dos Negócios Estrageiros, o Dr. Rui Patrício. Mas, pasmem-se, também se ouviu, aqui e ali, alguma música do Zeca Afonso! Das mais suavezinhas, é certo, mas...
Na messe de Sargentos havia uma aparelhagem de som com várias colunas espalhadas pelo recinto: bar, esplanada e sala de jantar.
Na sala de jantar as mesas eram para 4 pessoas e, embora não houvesse lugares marcados, os "habitués da casa" sentavam-se sempre nos mesmos lugares.
Numa mesa à minha direita, com outra de permeio, sentavam-se quatro camaradas sui generis, já que dois deles eram completamente fanáticos pelos seus clubes (um do Belenenses e outro do Sporting) discutindo constante e acaloradamente sobre futebol e, os outros dois, aguentavam impávidos e serenos.
O fanatismo era de tal ordem que, tanto um como outro, chegavam ao ponto de relatar com algum pormenor a vida dos futebolistas do seus clubes (onde e quando nasceram, onde moravam, que clubes representaram e em que ano, etc., etc.) numa demonstração de grande cultura futebolística.
Pois, naquele dia 25 de Abril de 1974, à hora do almoço, quando toda a gente, em silêncio, aguardava com alguma ansiedade novas de Lisboa sobre o que por lá estaria a passar-se na realidade, estavam aqueles dois "fabianos" em acesa discussão acerca, provavelmente, da cor das cuecas que determinado jogador usou no jogo tal, marimbando-se completamente para o que se estava a passar na Capital do Império!
Nesse dia foram-se adensando as suspeitas de que algo de importante se estaria a passar em Lisboa. Aos poucos as notícias foram chegando, mas nada de oficial. Eram transmitidas de boca em boca e, nessa situação, não havia que fiar e continuava-se a combater no mato.
O brigadeiro Alberto da Silva Banazol estaria a banhos na ilha de Bubaque, mas tardava em aparecer.
O general Bettencourt Rodrigues nada dizia.
Começa a "boatice". Que houve um golpe de Estado liderado pelo gen Spínola..., que o gen Bettencourt estava contra..., que íamos ficar sem reabastecimentos de Lisboa..., etc., etc..
Baixou a qualidade da alimentação... Faz-se um levantamento de rancho... Fazem-se reuniões por tudo e por nada... A confusão é mais que muita...
O brig Banazol desaparece... O QG/CCFAG, a Amura, é cercado e o gen Bttencourt, na manha~de 26 de Abril, é preso.
Em Bissau os estabelecimentos são pilhados... É reforçado o pratulhamento nas ruas... A sede da PIDE em Bissau corre perigo ...
Sou escalado para sargento de piquete e, à noite, põem-me uma HK-21 nas mãos e a respectiva fita de balas... Não sei o que hei-de fazer com aquilo... Mandam-me com mais 6 homens fazer segurança à PIDE/DGS... Eu sou amanuense, mas ninguém quer saber... Eu também já não quero saber... Só quero é que ninguém me chateie...
E lá vou eu!
Coloco o pente de balas ao pescoço e cruzo-o no peito, qual Pancho Villa liofilizado. Seguimos de Unimog em direcção ao objectivo, a sede da PIDE/DGS, em Bissau.
Lá chegados, havia que montar o dispositivo de segurança... Começam os problemas... Nas Caldas da Rainha tinha tido uma formação em HK-21 de cerca de ... 10 minutos e recordava-me bem de como colocar a arma com o tripé no chão, mas como se metia a fita, aí é que já era pior..., tinha-se-me varrido completamente.
Um homem nunca se atrapalha:
− Há aqui algum atirador?
− Eu sou! − responde alguém.
− Então monta lá isso e anda para aqui!
O equipamento estava montado no meio da ruela que passava por detrás da DGS. Havia agora que colocar estrategicamente o pessoal, e assim fiz:
− Sentem-se aí nesse canto e façam pouco barulho - (estratégia para não espantar a caça).
Entretanto, como já me estava a dar o sono por ouvir ressonar, levantei-me e fui andar um pouco para perto da HK, não fosse alguém a "gamar", e vi uma caixa de papelão que me deu uma ideia genial!
A HK ali sozinha, montada no chão, não fazia muito sentido. Era conveniente pôr lá um homem a apontar para qualquer lado (o factor psicológico é muito importante nestas ocasiões). Como a arma me tinha sido entregue a mim, parecia-me óbvio que o homem seria eu. Mas eu sou pacifista e, além disso, tinha de me deitar no chão e ia sujar-me todo naquela terra barrenta.
Desfiz a caixa de papelão e fiz uma espécie de tapete que coloquei atrás da HK.. Chamei o atirador e disse-lhe para se deitar que a cama já estava feita.
E ali estava, em todo o seu esplendor, uma segurança com preocupações estéticas, de higiene e de conforto.
E foi neste quadro burlesco que a força que nos veio render nos encontrou, às 4 horas da madrugada, não se tendo registado qualquer incidente.
Nota do editor LG:
No 25 de Abril eu estava em... Bissau, com mais seis "atiruenses" e um metralhadora ligeira HK-21, a defender... a sede da PIDE/DGS
por Abílio Magro
No dia 25 de Abril de 1974, logo pela manhã, com uma molhada de documentos debaixo do braço, dirigi-me como de costume, à repartição que possuía o selo branco do CTIG (1ª ou 2ª, já n´~ao me lembro) a fim de o apor, nas assinaturas do brigadeiro Alberto da Silva Banazol, comandante do CTIG.
Esta repartição era chefiada por um major do SGE, já de meia-idade e de quem também já não me recordo o nome.
Eram talvez 9h30 da manhã, estava eu muito entretido a "trincar" o Banazol com o selo branco e entra o capitão Cirne (julgo que miliciano) e, virando-se para o major, de braços abertos e punhos cerrados "grita", mais ou menos em surdina:
− Vive la revolution, vive la revolution!
E continua:
− O Marcelo refugiou-se no Quartel da GNR, no Carmo, e está cercado pela tropa!
Claro que orientei logo as "antenas" para o capitão Cirne e aguardei o desenvolvimento da conversa, mas este deitou-me um olhar que transparecia alguma felicidade, mas algum receio também, e diz:
Claro que orientei logo as "antenas" para o capitão Cirne e aguardei o desenvolvimento da conversa, mas este deitou-me um olhar que transparecia alguma felicidade, mas algum receio também, e diz:
− Furriel ...! − como quem diz: − Tem lá calma, pá, e vê lá o que vais para aí espalhar!.
A conversa pareceu-me ter alguma consistência e como, umas semanas antes, tinha havido aquele episódio da coluna das Caldas da Rainha que avançara sobre Lisboa, fiquei intrigado e, na CSJD tratei de contar aos meus camaradas o que tinha ouvido e aguardar algum "feedback".
Nessa altura já o tal 1º sargento, a quem o major Lobão chamava de "Gebo", tinha terminado a comissão e tinha sido substituído por um 1º sargento que usava sempre chapéu de pala. Em 18 meses de Guiné, julgo nunca ter visto nenhum militar do Exército usar chapéu de pala.
O homem tinha mesmo queda para polícia e, tendo ouvido o meu relato, tratou logo de dizer:
− Tenha cuidado com o que anda para aí a dizer, que ainda pode ter chatices.
Claro que eu traduzi para:
− Põe-te a pau que eu conheço uns gajos na PIDE e não tarda nada vais até Guiledje tomar conta daquilo sozinho!
Enfiei a viola no saco.
Entretanto o PIFAS (Programa de Informação das Forças Armadas, julgo que era assim) dedicava-se à música sinfónica, o que fazia pensar que efetivamente havia qualquer coisa no ar, embora ainda se tivesse ouvido, nesse dia, um discurso qualquer do Ministro dos Negócios Estrageiros, o Dr. Rui Patrício. Mas, pasmem-se, também se ouviu, aqui e ali, alguma música do Zeca Afonso! Das mais suavezinhas, é certo, mas...
−Alto lá, que aqui há coisa!
Aguardávamos com alguma ansiedade pela hora do almoço, altura em que o PIFAS transmitia um serviço noticioso mais elaborado.
Aguardávamos com alguma ansiedade pela hora do almoço, altura em que o PIFAS transmitia um serviço noticioso mais elaborado.
Na messe de Sargentos havia uma aparelhagem de som com várias colunas espalhadas pelo recinto: bar, esplanada e sala de jantar.
Na sala de jantar as mesas eram para 4 pessoas e, embora não houvesse lugares marcados, os "habitués da casa" sentavam-se sempre nos mesmos lugares.
Numa mesa à minha direita, com outra de permeio, sentavam-se quatro camaradas sui generis, já que dois deles eram completamente fanáticos pelos seus clubes (um do Belenenses e outro do Sporting) discutindo constante e acaloradamente sobre futebol e, os outros dois, aguentavam impávidos e serenos.
O fanatismo era de tal ordem que, tanto um como outro, chegavam ao ponto de relatar com algum pormenor a vida dos futebolistas do seus clubes (onde e quando nasceram, onde moravam, que clubes representaram e em que ano, etc., etc.) numa demonstração de grande cultura futebolística.
Pois, naquele dia 25 de Abril de 1974, à hora do almoço, quando toda a gente, em silêncio, aguardava com alguma ansiedade novas de Lisboa sobre o que por lá estaria a passar-se na realidade, estavam aqueles dois "fabianos" em acesa discussão acerca, provavelmente, da cor das cuecas que determinado jogador usou no jogo tal, marimbando-se completamente para o que se estava a passar na Capital do Império!
Nesse dia foram-se adensando as suspeitas de que algo de importante se estaria a passar em Lisboa. Aos poucos as notícias foram chegando, mas nada de oficial. Eram transmitidas de boca em boca e, nessa situação, não havia que fiar e continuava-se a combater no mato.
O brigadeiro Alberto da Silva Banazol estaria a banhos na ilha de Bubaque, mas tardava em aparecer.
O general Bettencourt Rodrigues nada dizia.
Começa a "boatice". Que houve um golpe de Estado liderado pelo gen Spínola..., que o gen Bettencourt estava contra..., que íamos ficar sem reabastecimentos de Lisboa..., etc., etc..
Baixou a qualidade da alimentação... Faz-se um levantamento de rancho... Fazem-se reuniões por tudo e por nada... A confusão é mais que muita...
O brig Banazol desaparece... O QG/CCFAG, a Amura, é cercado e o gen Bttencourt, na manha~de 26 de Abril, é preso.
Em Bissau os estabelecimentos são pilhados... É reforçado o pratulhamento nas ruas... A sede da PIDE em Bissau corre perigo ...
Sou escalado para sargento de piquete e, à noite, põem-me uma HK-21 nas mãos e a respectiva fita de balas... Não sei o que hei-de fazer com aquilo... Mandam-me com mais 6 homens fazer segurança à PIDE/DGS... Eu sou amanuense, mas ninguém quer saber... Eu também já não quero saber... Só quero é que ninguém me chateie...
E lá vou eu!
Coloco o pente de balas ao pescoço e cruzo-o no peito, qual Pancho Villa liofilizado. Seguimos de Unimog em direcção ao objectivo, a sede da PIDE/DGS, em Bissau.
Lá chegados, havia que montar o dispositivo de segurança... Começam os problemas... Nas Caldas da Rainha tinha tido uma formação em HK-21 de cerca de ... 10 minutos e recordava-me bem de como colocar a arma com o tripé no chão, mas como se metia a fita, aí é que já era pior..., tinha-se-me varrido completamente.
Um homem nunca se atrapalha:
− Há aqui algum atirador?
− Eu sou! − responde alguém.
− Então monta lá isso e anda para aqui!
O equipamento estava montado no meio da ruela que passava por detrás da DGS. Havia agora que colocar estrategicamente o pessoal, e assim fiz:
− Sentem-se aí nesse canto e façam pouco barulho - (estratégia para não espantar a caça).
Entretanto, como já me estava a dar o sono por ouvir ressonar, levantei-me e fui andar um pouco para perto da HK, não fosse alguém a "gamar", e vi uma caixa de papelão que me deu uma ideia genial!
A HK ali sozinha, montada no chão, não fazia muito sentido. Era conveniente pôr lá um homem a apontar para qualquer lado (o factor psicológico é muito importante nestas ocasiões). Como a arma me tinha sido entregue a mim, parecia-me óbvio que o homem seria eu. Mas eu sou pacifista e, além disso, tinha de me deitar no chão e ia sujar-me todo naquela terra barrenta.
Desfiz a caixa de papelão e fiz uma espécie de tapete que coloquei atrás da HK.. Chamei o atirador e disse-lhe para se deitar que a cama já estava feita.
E ali estava, em todo o seu esplendor, uma segurança com preocupações estéticas, de higiene e de conforto.
E foi neste quadro burlesco que a força que nos veio render nos encontrou, às 4 horas da madrugada, não se tendo registado qualquer incidente.
(Revisão / fixação de texto, título: LG)
_______________
Último poste da série > 3 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26760: No 25 de Abril eu estava em... (40): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte V
4 comentários:
O termo da gíria de caserna na Guiné, "atiruense", não é da lavra do Abílio... Mas usava-se no seu e nosso tempo tempo: designava o "amanuense... de G3", que era a maioria da maralha.
Redescobri recentemente o "jargão" no recente livro de Luís da Cruz Ferreira, um camarada da Benedita, Alcobaça, "Os Có Boys (nos trilhos da memória)", edição comemorativa dos 50 anos do regresso da 2ª CART / BART 6521 (Bola e Cõ, 1972/74), edição de autor (2024), revista e aumentada em julho de 2025. O Luís da Cruz Ferreira (n.1950) foi 1º cabo aux enf.
"Atiruense" não vem nos dicionários da língua portuguesa, como muitos outros da gíria e do calão da nossa tropa e da nossa guerra...Por isso criámos o Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (que vai em 2ª edição, revista e aumentada)...
O Abílio, que vive na Área Metropolitana do Porto, usa o termo "fabiano"(que em linguagem informal quer dizer um gajo Zé Pachola, porreiro, que não chateia...). Tanto quanto sei, é um termo do calão tripeiro... Mas o "Sabe-Tudo", o assistente de IA, diz que não... E quem sou eu para desmentir o "crâneo" ?!|...Espero que os verdadeiros "tripeiros", também em extinção, como os "moicanos", digam de sua justiça...
Alguém, que já não está cá entre nós, o saudoso Zé Manel Dinis, interpelou um dia o mano Abílio sobre o uso do termo "fabiano"...Eis aqui o diálogo, didático e saboroso:
(i) JD disse...
Caro Abílio,
Bom regresso ao meio tabancal. A minha intervenção agora tem a ver com o epíteto "fabiano". Retenho que foste contemporânio do Fabião, pelo que associo o termo ao nome do futuro comandante da entrega da Guiné. Asim, peço-te para me esclareceres, se sim, ou não, a associação existe, e em que circunstâncias o pessoal recorria ao termo "fabiano".
Um abraço
JD
3 de abril de 2014 às 16:35
(ii) Abílio Magro disse...
Caro JD:
"Fabiano" nada tem a ver com o Brig Carlos Fabião e trata-se de um termo que ouvi algumas vezes ser usado por militares do QP quando se queriam referir a um qualquer militar do QC e outras pessoas usam-no em vez de "fulano", por brincadeira, como é o meu caso.
Durante a minha passagem pela Guiné nunca me apercebi de que fosse comum entre os militares.
Abraço
3 de abril de 2014 às 16:48
23 de novembro de 2015 >
Guiné 63/74 - P15397: (Ex)citações (301): O álcool na génese de não poucas baixas mortais no CTIG: relato de um quase acidente que se passou comigo, e que podia ter resultado em tragédia (Abílio Magro, ex-fur mil amanuense, CSJD/QG/CTIG, Bissau, 1973/74)
O que diz o Priberam ? Na aceção usada pelo Abílio é, de facto, sinónimo, de fulano ("designação vaga de indivíduo que se não quer nomear ou cujo nome se desconhece")
____________________
fabiano
(fa·bi·a·no)
adjectivo
1. [História] Relativo a Fábio Máximo (275 a.C.-203 a.C.), general e político romano.
2. Que mostra condescendência. = CONDESCENDENTE, CONTEMPORIZADOR, PACIENTE, TOLERANTE, TRANSIGENTE
adjectivo e nome masculino
3. [Política] Relativo a ou membro da Sociedade Fabiana, organização britânica de esquerda fundada em 1884, que defende a aplicação de princípios socialistas por meio de reformas graduais e não revolucionárias.
nome masculino
4. [História] Antigo sacerdote romano.
5. [Portugal, Informal] Designação vaga de indivíduo que se não quer nomear ou cujo nome se desconhece. = FULANO, INDIVÍDUO, SUJEITO
6. [Portugal, Informal] Indivíduo inofensivo. = JOÃO-NINGUÉM, POBRE DIABO, ZÉ-NINGUÉM
etimologia Origem: latim fabianus, -a, -um
"fabiano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/fabiano.
Enviar um comentário