domingo, 22 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6884: O Nosso Livro de Visitas (98): Joaquim Sabido, ex-Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520 (Jemberem e Mansoa, 1973/74)

1. Joaquim Sabido (ex-Alf Mil Art.ª, Guiné/74, 3.ª Cart/Bart 6520/73 e CCaç 4641/72, Jemberém, Mansoa e Bissau), deixou esta mensagem no poste Guiné 63/74 - P6878: Memória dos lugares (86): No DFE 21, em Cacheu, nunca existiu num posto da PIDE nem nunca nenhum agente da PIDE lá pôs os pés, pelo menos no meu tempo (Zeca Macedo):

Meus Caros Camaradas;
Saúdo todos quantos estiveram no CTIGuiné, no cumprimento do serviço militar.

Cheguei a este sítio há pouco, na verdade, apenas no início deste mês de Agosto o descobri, já que pouco utilizo a rede, dada a minha inaptidão para lidar com a informática, mas a pouco e pouco vou conseguindo. Assim, desde o início do mês de Agosto que, quase diariamente venho lendo e acompanhando quanto aqui foi e vem sendo colocado, ou postado, como nesta linguagem se diz.

E é certo que, venho aferindo da formidável memória, dos conhecimentos e do domínio que alguns camaradas aqui manifestam, relativamente a tantas matérias, isto porque, muito honestamente, eu, de muitíssimas situações e locais já não me recordo, no essencial, quanto mais de pormenores. Todavia, admito que existam muitos camaradas que utilizavam diários, mas já estranho, quando alguns camaradas que se encontravam colocados p.ex. em Farim, tenham conhecimento do que se passava, sei lá, em Bissau e até nas Repartições do Estado-Maior do CTIG.

Daí que, os historiadores desta temática, como me parece ser o caso do Sr. Cor. Art.ª Nuno Rubim, exijam a validação documental dos factos, a bem do rigor científico.

Concretizando, direi, por exemplo, que li a matéria postada pelo camarada do STM (cujo nome não apontei e agora não sei voltar atrás), identificando que o serviço se situava junto à Amura e logo veio um outro camarada dizer que não, que ficava até a alguns quilómetros de distância.

No caso desta mensagem, reagiu de pronto o camarada Zeca Macedo, ao referido pelo camarada Inverno, seguramente, por ninguém querer ficar associado à PIDE, muito menos um Destacamento de Fuzileiros Especiais. Compreende-se e compreendo o essencial do que o Camarada Inverno escreve da sua vivência e da situação concreta que descreve, no entanto, não podemos, por vezes, querer chegar aos pormenores.

Tendo vindo a ler, algumas mensagens e comentários, verifico que, de entre muitos outros, p. ex., o camarada Mexia Alves, para além de, pessoalmente, concordar com a maioria das suas intervenções e comentários e do fado da Guiné de que gostei particularmente, nunca entra em detalhes, em pormenores, aborda as questões no essencial, deixando o acessório.

Já ouvi um meu camarada de Companhia, numa almoçarada dos alegados heróis - pançudos e carecas, a relatar uma situação por mim vivida na escadaria do Palácio do Governador, em Bissau, com um camarada sargento dos Comandos Africanos, que se encontrava paraplégico e que estava desesperado quanto à situação que iria viver após a nossa retirada.

Apresento o meu pedido de desculpas ao camarada Zeca Macedo, por me aproveitar da sua mensagem, para aqui vir pela primeira vez, sendo certo que em 11 de Agosto passado, enviei uma mensagem por correio electrónico ao camarada Luís Graça, que, eventualmente, ou não chegou ao destino dadas as minhas limitações já supra referidas em matéria computacional, ou devido ao período de férias, ou então, ainda, porque ali nada encontrou de interesse para ser aqui colocado.

Um grande Abraço a todos os Camaradas da Guiné.
Joaquim Sabido - Évora: o último militar português a sair do local onde se encontrava instalado o aquartelamento em Jemberém, sem que tivesse procedido à entrega do mesmo ao PAIGC.



2. Comentário de CV:

Caro Joaquim Sabido
Obrigado pelos teus contactos, este comentário e a mensagem que enviaste ao nosso Editor Luís Graça no dia 11 de Agosto, de que ainda não tiveste resposta por o Luís estar em férias. Vi que a mensagem estava já assinalada com uma estrela, sinónimo de que já tinha sido lida e de que terá tratamento tão breve quanto possível.

Deduz-se pelas tuas palavras que ainda não estarás à vontade nas lides da informática, mas com tempo vais ficar apto a navegar no nosso Blogue que tem imenso para ler. No lado esquerdo da página encontrarás umas palavras intituladas Marcadores/Descritores. Bastará clicares em cima da que queiras pesquisar e abrir-se-ão alguns postes como início de busca. Depois é só seguir os links apresentados no fim de cada um dos postes.
Experimenta que é aliciante.

Uma vez que já mandaste as duas fotos da praxe, julgo que queres pertencer à nossa tertúlia e ajudar-nos a elaborar a nossa própria história.

As considerações que fazes em relação aos pormenores que por vezes alguns camaradas ainda retêm, são pertinentes, pois até custa a acreditar que passados tantos anos ainda os retenhamos. Às vezes basta uma imagem ou uma palavra para se fazer luz.

Antes que me esqueça, as fotos que nos mandares futuramente a ilustrar as histórias que queiras ver publicadas, devem vir em formato JPEG (fotografia) ou inseridas nos textos (Word). Desta vez mandaste uma em ficheiro PDF o que é complicado para editar.

Posto isto, poderás aguardar a publicação do teu primeiro texto, ou começar a trabalhar e enviar mais, com ou sem fotos (devidamente legendadas) para irem sendo publicadas.

Recebe desde já um abraço colectivo destes teus 438 novos amigos.

Em nome dos editores,
Carlos Vinhal
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6801: O Nosso Livro de Visitas (97): António Inverno, ex-Alf Mil Cav Op Esp, S. Domingos, 1973, amante da "bela" Kalash

12 comentários:

Anónimo disse...

Camarada JSabido, é bem sabido que manifestações de orgulho ou do seu contrário tropeçam no resíduo da ideologia, agora aplicado à memória, ela também residual.
Assim, aceite os meus cumprimentos pela forma clara como indica uma postura neutra e equilibrada, visível na expressão com que acaba:
"Um grande Abraço a todos os Camaradas da Guiné(, do) o último militar português a sair do local onde se encontrava instalado o aquartelamento em Jemberém, sem que tivesse procedido à entrega do mesmo ao PAIGC" e sem que isto implique manifestações implícitas de cobardia ou heroicidade, ódio ou amizade - cumpriu; basta.
Tomara muitos...

SNogueira

Anónimo disse...

Eu não dizia????

desata agora os nós da memória e...escreve...

Abraço do Torcato

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Joaquim Sabido

Antes de mais que sejas bem vindo e pelos vistos houve um sítio em que estivemos os dois, Mansoa, talvez em tempos diferentes.

Depois agradecer-te as tuas palavras em relação a mim.
sabes muitas vezes não conto pormenores, porque já não me lembro deles a não ser aqueles que me marcaram por alguma razão especifica.

Um grande e camarigo abraço e fico à espera, ou melhor, ficamos à espera, dos teus escritos.

Anónimo disse...

Bem vindo.
Saudações amigas de outro Eborense.
BSardinha

Unknown disse...

Meus Camaradas e meus Amigos;

Apenas agora verifiquei a existência de comentários quanto a esta mensagem. Já respondi, isto é, já comuniquei noutro local a outros comentários de outros Camaradas ou Camarigos, como oportuna, perspicaz e inteligentemente sintetiza o Mexia Alves.

Saúdo aqui o nosso Camarada S Nogueira, não apenas pelo facto de comungar da mesma ideia que eu tinha quanto à situação e à matéria atinente à entrega das coisas ao PAIGC, mas, também, pelo facto de ter extraído desta minha mensagem, precisamente, a ilação e o alcance que dela deve ser retirado.
Na verdade, a minha intenção quando fui mobilizado para cumprir minha comissão de serviço na Guiné, foi a de, em 1º lugar, procurar regressar e se possível inteiro, depois, que o tempo passasse o mais rapidamente possível para ver essa etapa que os políticos de então colocaram nas nossas vidas transposta, daí que, nunca tivesse estado imbuído dda mínima intenção em ser herói, mas, por outro lado, de igual modo pensava quanto à inversa.
Concretizando: dispus-me a cumprir quanto me fosse cometido, sem cedências em matéria de dignidade e sem me colocar de cócoras perante quem quer que fosse, já que, tínhamos todos nós a responsabilidade acrescida de trazer são e salvo o nosso camarada do lado, da frente ou aquele que atrás de nós seguia, ou seja, todos aqueles que ao nosso lado igualmente combatiam e também nos protegiam e que precisavam de ver e de ter a seu lado, Homens e não galinhas.

Ao Camarigo Mexia Alves: acabei de ver, durante a hora de almoço na TVI, uma reportagem relativa à tua região e às termas de Monte Real, sendo que vi e ouvi o Luís Mexia Alves (que deve ser teu filho, ou pelo menos familiar, não é ?) a ser entrevistado.
No que concerne às palavras que escrevi a teu respeito, tal não é para agradecer,são a minha manifestação do apreço que tenho por quanto acertadamente dizes e escreves, pela tua fadistice e pelo teu gosto pela Festa Brava, nomeadamente, pelo facto de teres acompanhado o valoroso Grupo de Forcados Amadores de Montemor-o-Novo, não sei em que época, mas seguramente que deste Grupo teremos alguns antigos elementos e Amigos em comum.
Também nunca me fardei - sempre tive alguma alergia a fardas - mas conheci e conheço o João Cortes, o Zé Saúl Letras, o Zé Cabral, o Apaga a Vela (Eng.º Murteira Correia), o Chaveiro e fui companheiro de estudo e de copos do saudoso Félix/Picanço.
Espero estar, no próximo ano no encontro desta Tabanca, assim Deus no-lo permita, e então poderemos conversar acerca destas duas paixões que ao que parece partilhamos: Fado e Festa de Toiros, já que uma outra, uma terceira, se encontra bem evidenciada no facto de estarmos neste sítio e de aqui termos alguma intervenção, trata-se, como já concluíste, da GUINÉ.

Ao Camarada e Ebosense B Sardinha, retríbuo a cordial saudação que teve a amabilidade de me enviar e apresento o meu pedido de desculpa por na minha estória não ter aposto o teu nome, quando me referia ao Camarada do STM. Isto deve-se da minha iliteracia em matéria de informática.

Aceitem um grande Camarigo Abraço do
Joaquim Sabido

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Joaquim Sabido

Só hoje, porque estive uns dias longe da net, vi este teu comentário ao qual agora “respondo”.

O Luís que viste na reportagem é o meu filho mais velho, pai dos meus dois netos!!! Avô babado!!!

Com o Grupo de Montemor andei, (como eu digo a beber umas cervejas), durante, sei lá, talvez 68 até finais de 70, visto que em Janeiro de 71 “assentei” praça em Mafra!

Fui eu, como deves saber, que escrevi a letra do fado “Montemor de Praça Cheia”, numa mesa do Solar da Hermínia em Lisboa que dediquei ao Grupo.

Tudo gente do meu tempo, ou eu do tempo deles, sendo que o José Cabral, (se é o que agora é médico), já pertencia ao meu grupo de amigos de Lisboa, com o João Cabral, o João Guimarães, o Chico Pimenta da Gama, etc.

Com o Félix passei momentos inesquecíveis, bem como com o Zé Letras.

Um grande e camarigo abraço para ti

manuel sousa disse...

Olá camaradas que passaram por Cadique e zonas contíguas, como Fur.Mil. da 1ªCART/BART/65520/73, cheguei a Cadique em Maio de 74, e após a passagem de testemunho ao PAIGC, regressei a Bissau em Agosto sendo dos últimos batalhões a sair da Guiné em 29 de Setembro a bordo do Uíge. Foi uma passagem recheada de acontecimentos e experiências que recordaremos para sempre. O IAO que decorreu em Bolama, a mudança forçada do cmdt de Batalhão, a recepção na chegada a Cadique que nos fez o PAIGC e por fim a passagem de tesmunho após contacto pessoal com militares do PAIGC. Espero continar a contribuir com informações/fotos, 1 abraço e até breve.OBS: o capitão da 3ªCART não era Marques? que em Bolama esteve prestes a ser enviado para o QG em Bissau, boa cena para um filme dessa época??

Unknown disse...

Guilherme Monteiro

Ex. Fur. Mil. da 1.ª Cart/Bart/ 6520/73 (Cadique)

Bem aja Jaquim Sabido

Olá camaradas,do Bart/6520/73 em especial 1.ªCart/CCS 6520/73 sublinho parte do que o camarada Manuel Sousa escreveu, digo parte porque abandonei Cadique mais cedo e não partilhei certos momentos e a passagem de Cadique ao PAIGC, o restante tempo estive em Bisau, e embarquei no UIGE conjuntamente com o Batalhão.
Um grande abraço

Guilherme Monteiro

Manuel Sousa-917609627 disse...

Bom dia GMonteiro e claro extensivo ao Joaquim Sabido da 3ª Cart, esta forma de contactos é contagiante e vai contribuir para o retomar de ligações que se interromperam de forma brusca (ainda bem pelo 25 de Abril), mas que na luta para vencermos as imensas dificuldades que a todos se depararam, deixaram raízes que as novas tecnologias vieram relançar e fortalecer. Que os vários grupos que vão surgindo se ampliem e dêm origem aos normais reencontros (o 1º encontro da 1ª Cart, realizou-se em 20 de Novembro de 2010 em Leiria), foram momentos de muita alegria e animação. Agendou-se o 2º para o próximo dia 02 de Abril, 37 anos após a partida de Figo Maduro, mas que devido a dificuldades de mobilização aguarda nova data, e estará aberto a todos que o desejarem. Será possível avançar o mês de Setembro (regresso de Bissau). 1 abraço a todos e até breve. MSousa

manuel sousa-(ex.fur.mil) disse...

Boa tarde canmaradas da 1ªCART/BART6520/73.
Hoje 21.04.2012 realizou-se o 5º encontro no ex. RAL5, com visita guiada pelo atual cmdt, e em seguida o habitual almoço "este no rest. Ramiro na proximidade". Foram momentos de emoção e convívio caloroso próprio destes eventos. O próximo a realizar em Setembro na zona de Bragança a organizar pelo Saraiva. 1 grande abraço até breve

Norberto Pereira disse...

Gostava de saber se te lembras dum tal Norberto G. Pereira, então furriel, que partiu para Jemberèm em Abril/Maio/74, mobilizado do RAL4 em Penafiel. Manda-me um email "norbertogpereira52@gmail.com.

Norberto Pereira disse...

Fui furriel em Jemberém e gostava de reaver os amigos que por lá passaram.Fui mobilizado de penafiel para a Guiné,onde desembarquei em 4/Abril/74. Pertenci ao Bart.6520/73.
Norberto G. Pereira