1. REGISTO DE NASCIMENTO
José João Marques Agostinho nasceu a 24 de dezembro de 1951, às vinte e duas horas e vinte minutos no lugar e freguesia de Reguengo Grande.
Filho legítimo de Francisco Ribeiro Agostinho de 26 anos, casado e com a profissão de moleiro, natural de Roliça, concelho de Bombarral e de Maria Augusta Ferreira Marques de 21 anos de idade, casada, doméstica e natural de Reguengo Grande e domiciliados no lugar de Reguengo Grande. (...)
A declaração do registo de nascimento foi feita pelo pai, às dez horas do dia vinte e um, de janeiro de 1952 no Posto do Registo Civil de Reguengo Grande. Teve como testemunhas João Ferreira Marques, solteiro, maior, jornaleiro, Maria do Carmo Hipólito casada, doméstica e Narcisa Silva Boavida Rocha, casada, doméstica e todos residentes em Reguengo Grande.
O Registo foi lavrado, em substituição do Conservador, por Diamantina do Carmo Salvador, não tendo o declarante e as testemunhas assinado por não saberem escrever. Registo realizado a 21 de janeiro de 1952 na Conservatória do Registo Civil da Lourinhã
2. REGISTO MILITAR
Recenseamento: o José João Marques
Agostinho foi recenseado pelo DRM 5 em 1969 com 18 anos. Solteiro, com a
Profissão de Pintor de construção civil, tinha como habilitações literárias o
exame do 2º Grau (4º classe do ensino primário).
Inspeção Militar: apresentou-se a 22 de julho de 1971. Tinha 1.57 de altura, pesava 68 kg. Foi “apurado para todo o serviço Militar”, tendo sido alistado na mesma data e sendo-lhe atribuído o Número mecanográfico: E – 151117 /72.
A 2 de janeiro de 1973 marcha para Estremoz a fim de se apresentar no Regimento de Cavalaria 3, para onde foi transferido, para frequentar a IE/4º T/72, sendo colocado na CCAV 8353/72, com o nº 1785/72 (OS 8).
A 21 de fevereiro termina com aproveitamento a IE /4º T/72 (OS 84) e, a 25 de fevereiro de 1973, finaliza com aproveitamento e com a classificação de 15.30 valores a Escola de Cabos na especialidade de Atirador de Cavalaria (OS 48).
2.1. Comissão de serviço no ultramar, Guiné
Mobilizado a 26 de fevereiro de 1973, é nomeado por imposição para servir no CTIG, nos termos da alínea c) do artº 20 do Dec.49107, de 07.07.69, com destino à CCAV 8353 / RCAV 3 (OS 50).
Embarque: a 16 de março de 1973,
pelas 07H00, fazendo parte da CCAÇ 8353, marcha para Lisboa a fim de embarcar
para o CTIG por via marítima (OS 73). É promovido nesta data ao posto de 1º
Cabo.
Desembarque: a 22 de março de 1973
desembarcou na Guiné, desde quando conta 100% de tempo de serviço.
Data do falecimento: 5
de maio de 1973.
Causas da morte:
ferimentos recebidos em combate.
Local do acidente: Entre Dungor e Choquemone
Abatido ao efetivo: a
5 de maio de 1973 foi abatido ao efetivo da CCAV 8353 por ter falecido por
ferimentos recebidos em combate.
Despacho do Comando Militar: 23
de maio de 73, por despacho do Exmo Brigadeiro Comandante Militar do CTI Guiné
foram considerados como adquiridos em combate os ferimentos sofridos e que
motivaram a sua morte em 5 de maio. (Nota nº 7372, de 30 de maio, SJD/QG/CTI
Guiné).
Local da operação:
Dungor – Choquemone
Tempo de serviço:1972,
69 dias.1973, 124 dias
Local da sepultura:
Cemitério Paroquial de Reguengo Grande
Unidades onde prestou serviço:
BCAÇ 8, 24.10.1972. RCAV 3, 03.01.1973
Contagem do tempo de serviço:
1972, 69 dias. 1973,124 dias
2.2. Registo disciplinar: condecorações e louvores
Medalha: segunda classe de
comportamento (Artº 188º do RDM) é lhe atribuída em 24 de outubro de 1972
3. PROCESSO DE AVERIGUAÇÕES AO ACIDENTE: ANOTAÇÕES E CONTEXTO
(No seu processo, consultado no
AGE, não consta o Auto de Averiguações ao acidente que lhe provocou a morte.)
Fonte: Excerto de
Após a realização da IAO, de 26Mar73 a 22Abr73, no CML, em Cumeré, seguiu em 23Abr73 para Bula, a fim de efectuar o treino operacional sob orientação do BCav 8320/72.
Em 24Mar74, substituída pela 2ª Comp/BCav 8320/72, assumiu a responsabilidade do subsector de Pete, com destacamentos em Capunga, João Landim e Mato Dingal, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do BCav 8320/72.
Em 17Abr74, rendida no subsector de Pete pela 3ª Comp/BCav 8320/72, seguiu para Ilondé, a fim de ser integrada nas forças de reserva à disposição do Comando-Chefe, em substituição da 2ª Comp/BCaç 4516/73, tendo então efectuado escoltas a colunas de reabastecimento a Farim.
Em 29Abr74, foi deslocada para Bissau, a fim de reforçar o dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações e de manutenção da ordem pública, sob dependência do COMBIS, e onde se manteve até ao seu embarque de regresso.
O vídeo foi colocado no You Tube, 42 anos depois do "batismo de fogo" do Armando e dos seus camaradas, a trágica emboscada que a companhia sofreu em 5/5/1973, a nordeste de Bula, entre Dungor e Choquemone, de que resultaram as 17 primeiras baixas da companhia, 13 feridos e 4 mortos (a seguir listados):
(i) fur mil cav Serafim de Jesus Lopes Fortuna, natural da Madalena, Vila Nova de Gaia, e que era um dos seus grandes amigos;
(ii) 1º cabo at cav José João Marques Agostinho, natural de Reguengo Grande, Lourinhã;
(iii) Sold at cav João Luís Pereira dos Santos, natural de Brejos da Moita, Alhos Vedros, Moita; e
(iv) Sold at cav Quintino Batalha Cartaxo, natural de Castelo, Sesimbra.
Mais tarde, em 4/11/1973, da mesma companhia morrerá, também em combate, Madaíl Baptista, natural de Carvalhais, Ponte de Vagos, Vagos. (Dados do portal UTW - Dos Veteranos da Guerra do Ultramar).
(*) Último poste da série > 28 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27161: Seis jovens lourinhanenses mortos no CTIG (Jaime Silva / Luís Graça) (5): Carlos Alberto Ferreira Martins (1948-1971), sold pqdt, CCP 123 / BCP 12 (jun 70 / abr 71) - Parte II
1 comentário:
Jaime:
Aqui tens o poste relativo ao nosso conterrâneo J. J. Marques Agostinho, do Reguengo Grande, que morreu no Teatro de Operações da Guiné, às 2 da madrugada, numa violenta emboscada (de que resultaram 4 mortos e 13 feridos) para as Nossas Tropas. Perto da base do PAIGC, o temível Choquemone. Num sítio chamado Dungor, e não Dungot. Os topónimos da Guiné são tramados. Pode ser que interesse a alguém (família, conterrâneos...) saber algo mais sobre as circunstâncias da morte deste bravo lourinhanense (morreu com um mês e meio de Guiné).
PS - Dou conhecimento à Junta de Freguesia de Reguengo Grande e à AVECO. Compete-nos a nós, e como tu bem dizes no título do teu livro, não esquecer os nossos mortos.
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