Angola > s/d > Foto da Estrada da Leba, nas serra da Chela, na cidade do Lubango (Sá da Bandeira).
Esta obra admirável foi projectada por um engenheiro angolano, de nome João Campinos, que foi meu director. Em geral todos os meus colegas que trabalharam nessa obra eram angolanos, e na sua maioria vieram para cá, uns, e outros para o Brasil.
Faziam parte de milhares que juravam que jamais sairiam de Angola, terra deles, tão angolanos como os Pepetelas, os Lúcios Laras, os Luandinos Vieiras, os Ouros Negros, os Ruis Romanos...isto para falar de gente notória.
A maioria foi para o Brasil, Canadá, etc. Esta gente, muitos milhares, eram de um valor enorme. Quem perdeu não foram eles, foi Angola e Portugal. Quando digo que vivi anos maravilhosos em Angola, foi porque convivi com gente maravilhosa, desde o autor desta obra até aos sobas da Huila (Sá da Bandeira).
Foto (e legenda): © António Rosinha (2010). Direitos reservados
1. Texto de António Rosinha, com data de 6 do corrente:
Assunto: Uma passagem por Angola
A GUERRA QUE POR UM TRIZ PODIA NÃO TER ACONTECIDO
ou ... UM RETORNADO QUE PAGOU PARA ASSISTIR A TUDO
(Ao José Brás, para complementar...)(**)
Em 1961 quando a UPA [, União dos Povos de Angola,] fez os massacres (actos de terrorismo) do norte de Angola, provocou a tal frase do Salazar: "para Angola [rapidamente, e] em força", isto mais ou menos. Como não recorro a estudos, só falo do que assisti e ouvi, posso trocar alguns termos históricos mas o sentido é fiel ao que se passou.
Se não fosse a decisão tão rápida do Salazar, provavelmente não teria havido esta guerra em que todos neste blog participámos. Teria havido outras guerras, mas esta não. Digo isto porque já estava muita gente (brancos, de cá e de lá) a fazer as malas para dar à sola. E muita gente cavou.
E, se a mobilização provocada pelo Salazar demorasse mais uns dias, só ficavam aqueles que não tivessem dinheiro para a passagem, e alguns dos que nasceram lá.
Ou seja, acontecia o que se viu com os vizinhos belgas, e com os retornados em 1974. E tal como aconteceu, após a fuga dos belgas e como aconteceu com a fuga dos portugueses, começou num e noutro território a caça ao tesouro. Para mim, foi a guerra que se seguiu no ex-Congo belga e em Angola. Caça ao tesouro, só e mais nada, porque essa do MPLA ser de uma ideologia e os outros de outra, e Lumumba ser de uma ideologia e Mobutu de outra, assim como essa da conversa da libertação dos povos, tudo isso resumia-se a diamantes, petróleo, ferro, manganês e...território. (seguiu-se uma guerra internacional de 27 anos).
E, se em 1961 a debandada se concretizasse, como os americanos pensavam (Kenedy e as missões evangelistas), ao ajudar e financiar a UPA, será que o Salazar lançaria aquela ordem Para Angola [rapidamente, e] em força? Sem portugueses em Angola, duvido que Salazar reagisse como reagiu.
Mas mesmo com a chegada dos primeiros navios com caçadores de camuflado ( Cuanza, Vera Cruz) a Luanda, que eu vi desfilar na marginal, eu já fardado de furriel, ainda havia muita gente desanimado e indeciso "vai não vai". Eu era um, tanto mais que sabia que nem armas de jeito havia nos quartés.
E essa gente indecisa que resolveu ficar, ficou por um motivo que nunca vejo explicado, nem por militares nem por retornados, nem por esses novos historiadores tipo Joaquins Furtados. Esse motivo, foi mais uma decisão rápida do Salazar, que arrumou com a malta toda do vai não vai.
Num piscar de olhos, aquela cabeça [, Salazar, ] decidiu que o dinheiro dos angolanos em que 1000$00 equivalia em Lisboa a 900$00, passou a valor de 0,00$00. Zero vírgula zero, zero. Ou seja, ficámos todos tesos de um momento para o outro. E quem estava indeciso esperou para ver, não tinha outro remédio. E é sabido que o emigrante português tem vergonha de regressar sem dinheiro.
Angola > 1961 > Desfile de tropas > O Rosinha, furriel miliciano aparece aqui em primeiro plano, assinalado com um X. Repare-se no tipo de armamento das NT: pistola-metralhadora FP, para os graduados; espingarda Mauser, para as praças...Farda: caqui amarelo... (LG)
Foto: © António Rosinha (2006). Direitos reservados
Pessoalmente, como antes da guerra já trabalhava em cartografia em Angola, fazia exactamente os mapas iguais aos da Guiné do Blog, eu mais uns cento e tal colegas, muitos eram angolanos de várias cores, uns dos Serviços Geográficos outros de empresas privadas, continuei, a seguir ao serviço militar , na mesma actividade de barraca de campanha e aparelhagem às costas (às costas dos pretos descalços, contratados, semi-nus...Ouvi declamar Agostinho Neto e Castro Alves em comícios de Abril), por montes e vales, Cuanzas, Cunenes e Zaires... Mais tarde deixei os mapas e passei à Junta Autónoma de Estradas, novamente com ajuda do trabalho braçal dos contratados pretos, (com machados e catanas, de tronco nu, a transpirar e sem desodorizante...).
E a guerra continuava e os barcos e aviões iam e vinham cheios de militares, e muitos, inclusive um capitão metropolitano que me comandou, dizia, que estava naquela guerra, porque nós, os brancos de Angola, tratávamos mal os pretos, por isso eles se revoltaram. Esse capitão, em 1961, via a guerra dessa maneira."Estava a guardar as minhas costas". Esse capitão que andará pelos 80 anos hoje, chama-se se a memória não falha, Silva e Souza, e esta conversa dele para mim, foi entre Golungo Alto e Cerca, em Julho ou Agosto de 1961 (este pormenor é para ver se haverá feed back), pois a partir da minha idade, 71, há poucos internautas.
Os capitães eram maus para mim, sujaram-me a caderneta militar por duas vezes porque no periodo de manhã nunca chegava às 8 horas ao quartel. Por duas vezes, para fugir dos capitães maus, ofereci-me voluntário para zonas de intervenção. Ameaçavam que para a próxima ia para prisão.
Luanda era a minha desgraça. Não conseguia cumprir. Custou-me mais o quartel em 36 meses e a farda, do que certos isolamentos de semanas seguidas sem ver cidades de branco e a comer mandioca e caça ou batata doce.
QUAL A ALTERNATIVA À GUERRA ?
Agora, passados estes anos, todos têm a sua própria solução, tanto quem foi para a França, ou Moscovo ou Argel, como quem viveu a guerra, como quem viveu a paz e a guerra.
A maioria acha que deviamos fazer o que fez a Inglaterra ou a França. É raro dizer que se devia imitar a Bélgica (abandono e a ONU e outros que resolvam).
Pode haver muitos que sabem o que fizeram esses paises, mas sei que há muita gente que não sabe.
Mas havia um herói Guineense que sabia muito bem o que fizeram; esse herói é Amilcar Cabral. E escreveu. E eu dou-lhe razão. Segundo Amilcar Cabral, Salazar nunca vai negociar a Independência das colónias, porque sabe que não tem força para manter o neo-colonialismo.
Em geral todos sabemos que a Inglaterra e a França, tinham (têm?) tropas permanentemente em acção na protecção aos diversos dirigentes que apoiavam, ou no derrube de outros. É célebre na literatura a Legião Francesa. O Amilcar refere-se e critica muitas vezes os países africanos em que acontece isso.
Mas, para aqueles que vivíamos em Angola, não era apenas essa certeza do Amílcar que não tinhamos força para manter o neocolonialismo, como por exemplo aconteceu com o Congo Belga em que os belgas também não tiveram força para proteger nenhum regime, pois foi primeiro a União Soviética, depois a França, depois os Estados Unidos: Lembram-se de figuras como Lumumba, Kasavuvu, e Mobutu ? Havia outros, mas eu nunca fui especialista, para mim era tudo farinha do mesmo saco. Ninguém quid saber do povo, nem mesmo a ONU teve comportamento decente.
Para Portugal, ia ser pior, visto por quem vivia lá, se se negociase fosse com quem fosse, ou se se desse sinal de baixar a guarda e algum daqueles Chefes de movimentos desse um passo em frente, esse alguém era imediatamente trucidado, ficava tudo a ferro e fogo, e a intervenção internacional ia ser mais selvagem e brutal do que foi os 27 anos a seguir ao 25 de Abril, e não creio que aquelas fronteiras (uma recta no sul tem 400 Klm), resistissem 24 horas.
A Guiné, todos sabemos com o que se passa em Casamansa / Senegal...já viram qual era a solução! Em 1998 esteve quase. E com o Sekou Touré tambem sabemos o que ele sempre pensou sobre as Guinés!
Sobre Angola e Moçambique era simplesmente uma justificação igual à do mapa côr de rosa. Os portugueses não ocupam, abandonam, então ocupamos nós... Mas nós, quem? Em 1961 em plena guerra fria, não ficava pedra sobre pedra. E, ainda havia a interioridade de certos paises anglófonos e francófonos que nunca viram com bons olhos aquelas paredes Angola e Moçambique.
ENTÃO COMO FICAMOS? GUERRA OU ABANDONO?
Partindo do princípio que em África nenhum dirigente se impôs sem protecção, (neocolonialismo? protecionismo?), e Amílcar tinha razão que nós não tinhamos força par proteger ninguém, (nem fronteiras, nem a língua, digo eu), penso que a guerra que suportámos, só deve ser julgada se foi esticada demais e devia terminar mais cedo, ou até se devia, no caso de Angola, ter mantido a força e a displina militar e não ter dado espaço aos russos e americanos e sul-africanos e cubanos terem feito aquela desgraça toda.
Os Movimentos deram espaço e tempo para nos organizarmos melhor. Eu pessoalmente tratei da minha saída , e ainda tive que meter cunhas para pedir a demissão do serviço, cunha para a PIDE (PIM) me dar o visto no passaporte, trocar algum dinheiro na tropa (25%), para ir para o Brasil em Novembro de 1974 e a independência, com pontes aéreas, salteadores, assassinatos gratuitos...cubanos e sul-africanos, navios de guerra ao largo, em Novembro de 1975. 25A 1974 - Nov75 = 19 meses. Era tempo suficiente, mas nós, somos nós!
Para mim, que vi a desorganização nossa no início da guerra, os oficiais não se entendiam nem sabiam o que fazer, sem armas, sem disciplina, era tudo por improvisações, até falta de fardas e calçado se fazia sentir, tal a desorientação. Sargentos idosos a chorar, para que nós, os novos, fossemos para o norte porque eles tinham filhos para criar. Nós, os novos, no meu caso tinham feito na carreira de tiro meia dúzia de tiros de Mauser e FBP.
Como depois tornei a ver a desorganização do fim da guerra, com oficiais a puxar cada um para seu lado, que se pode chamar que houve falta de respeito para com eles próprios, como assisti portanto ao princípio e ao fim, penso que fizemos a guerra que estava ao nosso alcance, mas que tinha que ser feita, sim.
E que, à parte as políticas, quem fez esta guerra fomos nós os portugueses, o Salazar era português, o Spinola era português, Salgueiro Maia era português, que se fez de bom ou mau, fomos nós, os portugueses que fizemos esta guerra.
E, em respeito a todos os amigos e conhecidos que morreram, e em memória de muitos amigos angolanos, com quem vivi, e que trabalhamos, lutamos e nos divertimos em português, só quero que aquelas fronteiras e a lingua portuguesa não desapareçam.
Pois sem esta guerra, em que tantos morreram, aquelas fronteiras e a lingua portuguesa tinham desaparecido em 1961.
EM PORTUGUÊS,
Retornado = portuga que foi e regressou;
Entornado = são os que nasceram lá e vieram, mas querem diferenciação. (blogs diversos)
Os portugueses discriminam os pretos, só se vêm a limpar o lixo, a trabalhar nas obras, mas nenhum é ministro (Bonga na TV).
Os portugueses não fizeram nada no Brasil, só exploraram o índio (Caetano Veloso, jornais);
O mulato quando é pobre é preto, quando é rico é branco (calcinhas de Luanda, antigamente);
O Brasil seria melhor se fosse Holandês? Espanhol? ( debate na TV Globo, Rio, após 154 anos de independência);
Os Angolanos não são valentes como nós (pioneiros do PAIGC, Bissau).
EM PORTUGUÊS A GENTE SE ENTENDE!... E ISSO É O ESSENCIAL.
Um abraço para todos,
Antº Rosinha
[ Revisão / fixação de texto / bold / título: L.G.]
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Notas de L.G.:
(*) Vd. último poste do António Rosinha > 31 de Janeiro de 2010> Guiné 63/74 - P5739: Efemérides (42): Dia 25 de Maio de 2009, finalmente inaugurada a estátua de Amílcar Cabral na Guiné-Bissau (António Rosinha)
Viveu em Angola, onde cumpriu o serviço militar, foi Fur Mil em 1961; topógrafo na TECNIL, na Guiné-Bissau, entre 1979/93. É membro, de pleno direito, do nosso blogue desde Novembro de 2006.
Vd. poste de 29 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1327: Blogoterapia (7): Furriel Miliciano em Angola, em 1961; topógrafo da TECNIL, em Bissau, em 1979 (António Rosinha)
(**) O José Brás comentou o texto do António Rosinha que lhe foi enviado directamente. Esse texto será publicado, oportunamente, noutro poste.
4 comentários:
Leia-se este excelente excerto sobre os Portugueses, na Wikipédia:
(...) Os "Retornados",
"Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 e os processos de descolonização das então chamadas Províncias Ultramarinas (Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor - esta última a única não africana), a instabilidade social, política e militar nessas colónias levou a que a esmagadora maioria da população etnicamente portuguesa desses territórios (essencialmente estabelecida nas duas grandes colónias, Angola e Moçambique), de resto esmagadoramente estabelecida muito recentemente desde 1961 (data que coincide com o início da Guerra Colonial e o subsequente grande incentivo por parte do Estado Novo ao povoamento europeu das colónias africanas), retornasse ao território europeu português.
"É difícil de quantificar o número exacto dessas 'retornados', já que alguns segmentos da população portuguesa das colónias preferiu emigrar para a África do Sul, Brasil, Estados Unidos da América ou Canadá. O que é certo é que o no Recenseamento Geral da População de 1981, levado a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística português (INE), mais de meio milhão de inquiridos declararam viver até 31 de Dezembro de 1973 em Angola, Moçambique ou noutra ex-colónia.
"A integração desses 'retornados' foi, nas palavras do sociólogo Rui Pena Pires [, Migrações e Integração: Teoria e Aplicações à Sociedade Portuguesa, Oeiras, Celta Editora, 2003,] um sucesso extremo de assimilação, apesar de alguns problemas sociais e de alguma discriminação inicial (comprovada, aliás, pela própria carga negativa, pelo menos então, da categoria 'retornado'), o que demonstra a não diferenciação étnica das populações portuguesas do chamado Ultramar em relação à 'metrópole', bem como, dada a sua recentíssima expatriação, a sua integração em redes sociais coesas, como as familiares e de parentesco, que permitiram a sua rápida absorção e distribuição pelo conjunto do território nacional sem que se verificassem fenómenos persistentes de guetização e discriminação" (...).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses
Parabéns ao Rosinha pelo seu testemunho, pela sua autenticidade, pela assunção inclusive de alguns estereótipos sociais, pela recusa do politicamente correcto... Felizmente, sempre recusámos diabolizar quem quer que seja, e muito menos os 'retornados'...
Podemos especular sobre as causas e as consequências da guerra colonial, podemos arrancar os cabelos vociferando quando a História segue o percurso que não era exactamente o que nós imaginávamos e queríamos, podemos condenar os efeitos perversos da descolonização, podemos lamentar a tragédia que foram as guerras civis pós-independências, podemos deixar a nossa Pátria quando ela se torna madrasta para nós, podemos arranjar bodes expiatórios, podemos vitimizarmo-nos, podemos criticar e ser criticados , etc. Agora, o que ninguém pode negar-nos é o direito (e o interesse) em contar a nossa própria história de vida... É um dos direitos elementares que o nosso blogue defende, protege, acarinha, estimula...
Luís Graça (leitor)
Naturalmente que tenho de dizer ao Luis que não concordo com a alusão ao meu comentário directamente enviado ao camarada Rosinha, apenas porque antes de enviar o seu poste ao blogue, me enviou o seu texto agora editado.
Oportunamente teria sido de imediato já que o Rosinha invoca o meu nome "para complementar".
Ora, como não tenho nada parea complementar e lhe enviei um texto que também enviei ao Luis, parece-me mal que só dentro de alguns dias que pronuncia o "opurtunamente", ele v enha a sair.
Disse também que tinha um trabalho maior sobre oi assunto que poderia ou não caber no blogue e que com calma, eu, o Luís e o Carlos logo dicidiriam sobre isso.
Pronto!
Está dito
Um abraço
José Brás
Mueu caro José Brás:
Obrigas o Luís Graça, leitor, a tirar e a pôr a máscara, neste caso a falar aqui em nome do editor, para esclarecer a razão por que quis autonomizar o teu comentário, sob a forma de um novo poste...
A razão é simples, foi por respeito a dois camaradas que eu prezo. A "história de vida" é a do Rosinha, não é a do Brás (que neste caso faz uma apreciação do texto do Rosinha, respondendo a um convite ou desafio deste)...
Por outro lado, quando escrevo "oportunamente" não quero dizer, meu amigo e camarada Zé, que será "para as calendas gregas", nem sequer "dentro de dias"... Prometo (sei que não acreditas...) publicar o teu comentário o mais rapidamente possível, de modo a perder oportunidade editorial...
O editor não deve, por outro lado, fazer comentários redundantes aos textos, até por um questão de respeito pelo autor e pelos leitores... (Já me fizeram essa crítica, por mais de uma vez...).
Achei que o texto do Rosinha devia ser publicado autonomamente, até por que ele tem indiciado alguma relutância (quiçá resistência) em abordar um tema ('a sua vida e morte em Angola, 1961/74') que ele sabe que pode ser 'fracturante' e que sobretudo extravasa o âmbito do nosso blogue que nem sequer é dedicado à "guerra colonial", em geral, mas tão só à "guerra colonial na Guiné (1963/74)", com todas as suas especificidades e historicidades...
Mas não há fronteiras estanques... De resto, o Rosinha está aqui sobretudo por que conheceu bem a Guiné-Bissau pós-indepenência e trabalhou numa empresa, a Tecnil, que já existia no meu tempo (1969/71): por exemplo, construiu uma estrada, Bambadinca-Xime, a que fiz segurança algumas vezes...
Um abraço aos dois. Grato pela crítica do Zé Brás ao editor que, aliás, está sempre pronto a aprender com as críticas, sugestões e comentários dos nossos leitores...
Camarada e Amigo António Rosinha. É um período da nossa vida em que se colocam perguntas e as respostas faltam.Nao é que as nao tenhamos colocado em outros tempos.Antes.Mas entao,ainda nao teríamos tempo(como hoje tanto) para as aguardar,para as exigir.E elas nao chegam...as respostas! Há muito que nao conseguia ler(entre linhas)tanta mágoa como a que te vai na alma.E é compreensível.A tua mágoa,a tua saudade,a tua frustracao,a tua revolta,os teus "porquê?" a juntarem-se aos de quase um milhao de portugueses obrigados a "refugiarem-se" por acontecimentos-PREVISÍVEIS-mas que poucos controlaram,ou talvez mesmo.....a todos ultrapassaram! "Sobras"/Sobras dos Impérios quando caem".Alguem assim escreveu sobre os que,como Tu,hoje se perguntam. Um grande abraco amigo. PS)---Precisamente na mesma altura em que o teu post era publicado,e por uma das tais sempre estranhas coincidencias,estava eu a escrever na Bancada Lapónia umas linhas sobre um Camarada militar que englobam,á sua maneira,o teu grito de alma. Atrêvo-me a pedir-te que vás até lá http://tabllap.blogspot.com ler o que escrevi sobre o assunto.
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