Caros amigos Em vista ao interesse demonstrado por muitos de vós para “participarem” no 10 Junho, num desfile junto ao Monumento em Belém, justa homenagem aos camaradas aí referenciados, ficou-me no entanto o receio que, com o programa da cerimónia eventualmente já delineado, exigiria a anuência dos organizadores e um ou outro acerto.
Ambos me confirmaram que o programa já está definido (já estava, é o mesmo desde 2008), sendo o seguinte:
10H15 - Missa no Mosteiro dos Jerónimos;
11H30 - Concentração junto ao Monumento;
12H00 - Discurso alusivo por orador convidado;
12H10 - Cerimónia inter-religiosa (católica e muçulmana);
12H20 - Homenagem aos mortos e deposição de flores;
12H40 - Hino Nacional (salva por navio da Marinha Portuguesa)
12H45 - Sobrevoo por aeronaves da Força Aérea;
12H50 - Passagem final pelas lápides;
13H10 - Salto de Pára-quedistas;
13H15 - Almoço convívio (pode ser adquirido nos local).
A “Passagem final pelas lápides” tem o seguinte descritivo:
Finda a passagem dos aviões da Força Aérea, inicia-se o movimento dos Guiões que, por ordem de antiguidade, passarão à frente do Monumento e farão uma passagem de homenagem e despedida pelas lápides, no sentido directo (contrário ao dos ponteiros do relógio). Quando houver acompanhantes dos Guiões, estes juntar-se-ão no início da passagem pelas lápides. Guiões e acompanhantes igualmente completam a passagem pelas lápides, saindo, no final, para o lado da Torre de Belém.
No final saem em frente para verem o salto dos pára-quedistas ou para almoçar. Todos estes movimentos são anunciados pelo locutor.
Mais uma vez se realça o solene cerimonial desta passagem e para o atavio que todos devem usar na circunstância.
Em vista do programa acima referido a minha solicitação era tão só a substituição da “Passagem final pelas lápides”, pelo “Desfile”, o resto do programa mantinha-se inalterado.
Sem pretender fazer juízos de valor sobre o significado de, numa cerimónia militar, se comparar um “Desfile” versus uma “Passagem pelas lápides”, (o que quer que isso signifique) entendia e entendo que a cerimónia seria altamente prestigiada com o desfile dos Guiões seguido pelos vários pelotões de combatentes.
E, na minha ingenuidade, julgava eu que a hipótese de haver um número significativo de “marchantes”, fosse aceite pelos responsáveis de braços abertos.
Pura ilusão.
A minha (nossa) pretensão foi recusada.
Ainda consegui rebater a maior parte dos argumentos que me foram apresentados para justificar a recusa do desfile, que, por decoro, me dispenso de vos enumerar.
O argumento que não consegui ultrapassar foi o de:
“Já está tudo planeado e como tal não se pode alterar”
Quero terminar penitenciando-me por vos ter incutido infundadas esperanças que este ano íamos ter uma cerimónia diferente.
Os portugueses são assim, parcos em ideias mas com o copy-paste a funcionar na perfeição.
O meu 10 de Junho termina aqui.
Abraços AMM
__________Notas de M.R.:
Gostava de deixar aqui um comentário à foto inserida neste poste, onde se vê claramente vários elementos da Associação de Operações Especiais, DESFILANDO como o têm feito em quase todos os anos no fim das cerimónias do 10 de Junho, em Belém, frente ao NOSSO Monumento, para quem muitos de nós contribuíram monetariamente.
Também as suas congéneres dos Comandos, Fuzileiros, Paraquedistas, Grupos Especiais, etc. organizam DESFILES dos seus veteranos.
Aos velhos Camaradas - ex-Combatentes da Guerra do Ultramar, têm-se juntado e bem (digo eu) os associados mais novos, que muito se têm sentido honrados e orgulhosos em poderem DESFLIAR ao nosso lado.
Se a organização gosta tudo bem, se não gosta o problema é deles.
Este ano vamos desfilar novamente se Deus quiser!
Penso eu que também a malta do blogue pode e deve organizar-se e DESFILAR no fim das cerimónias, em frente ao Monumento.
Vd. último poste desta série:
2 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8034: Controvérsias (117): No rescaldo do Almoço da Tabanca do Centro, onde mais uma vez se falou do nosso dia, o dia dos ex-combatentes (António Martins de Matos)