Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte do Rio Caium > Legenda rectificada (*): Quatro camaradas, quatro amigos: Da esquerda para a esquerda: (i) Serra (sold atirador, natural de Barcelos, e não o 1º Cabo Santiago, que é da Covilhã); (ii) Florimundo Rocha (sold condutor auto, algarvio de Lagoa); (iii) Carlos Alexandre (operador de transmissões, fadista, carpinteiro naval, natural de Peniche); e (iv) Jacinto Cristina (padeiro e municiador do morteiro, natural de Ferreira do Alentejo)...
Foto gentilmente cedida pelo meu amigo (e camarada) Jacinto Cristina,d e Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo.
Foto: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
1. Mensagem de Carlos Alexandre, outro bravo de Caium, membro da nossa Tabanca Grande, a viver em Peniche:
Data: 2 de Abril de 2011 15:00
Assunto: A aparição do Rocha
Luís, boa tarde. Como era de esperar, ao ter conhecimento desta nova aparição (*), e como não podia deixar de ser, apenas esperei horas decentes para fazer o contacto telefónico, e por volta das doze e trinta surgiu a mesma voz perdida há trinta e sete anos atrás aquando, por força das circunstâncias, o batalhão [, o BCAÇ 3883, ] regressou a Portugal e deixou os de rendição individual ao Deus dará, sem o mínimo de condições de agir, dado o estado físico e psicológico subjacente aos dias vividos naqueles lugares... Mas até aí em grupo, onde nos identificávamos como um colectivo e nesse colectivo éramos como um por todos e todos por um, como é evidente eu tal como outros que lá ficaram, fomos entregues ao desprezo angustiante, por aqueles cuja responsabilidade, no mínimo, era acompanhá-los e deixá-los bem entregues, para que não tivessem de passar o que é próprio de quem se sente completamente só e ao abandono, depois de termos passado por onde passámos.
Foi com muita expectativa e alegria que marquei os números indicados, e com eles o prazer de falar com o Rocha [, o Florimundo Rocha] (*). A conversa foi curta, apenas uma troca de informações, mas ficou presente a importância da sua presença no próximo encontro do batalhão a realizar nem sei quando nem onde, mas espero contactá-lo quando receber essa informação.
O Rocha estava instalado no abrigo em frente ao das transmissões, os companheiros destes grupos estavam mais perto uns dos outros, como é natural, por consequência o contacto estava mais presente, a nossa relação era mais achegada, pertencíamos ao grupo dos abrigos do lado de Buruntuma.
Foi um prazer falar com o Rocha, espero ser muito maior o encontro depois destes anos todos.
Já a gora permitam-me voltar ao mesmo esclarecimento, o companheiro indicado como sendo o Santiago não corresponde à verdade, como já foi referenciado anteriormente, e segundo o Rocha esse companheiro é o Serra. O Rocha saberá identificá-lo melhor deu.
Obrigado pela presença tão especial que o passado nos presentei-a através do vosso esforço.
Carlos Alexandre.
____________
Nota do editor:
Luís, boa tarde. Como era de esperar, ao ter conhecimento desta nova aparição (*), e como não podia deixar de ser, apenas esperei horas decentes para fazer o contacto telefónico, e por volta das doze e trinta surgiu a mesma voz perdida há trinta e sete anos atrás aquando, por força das circunstâncias, o batalhão [, o BCAÇ 3883, ] regressou a Portugal e deixou os de rendição individual ao Deus dará, sem o mínimo de condições de agir, dado o estado físico e psicológico subjacente aos dias vividos naqueles lugares... Mas até aí em grupo, onde nos identificávamos como um colectivo e nesse colectivo éramos como um por todos e todos por um, como é evidente eu tal como outros que lá ficaram, fomos entregues ao desprezo angustiante, por aqueles cuja responsabilidade, no mínimo, era acompanhá-los e deixá-los bem entregues, para que não tivessem de passar o que é próprio de quem se sente completamente só e ao abandono, depois de termos passado por onde passámos.
Foi com muita expectativa e alegria que marquei os números indicados, e com eles o prazer de falar com o Rocha [, o Florimundo Rocha] (*). A conversa foi curta, apenas uma troca de informações, mas ficou presente a importância da sua presença no próximo encontro do batalhão a realizar nem sei quando nem onde, mas espero contactá-lo quando receber essa informação.
O Rocha estava instalado no abrigo em frente ao das transmissões, os companheiros destes grupos estavam mais perto uns dos outros, como é natural, por consequência o contacto estava mais presente, a nossa relação era mais achegada, pertencíamos ao grupo dos abrigos do lado de Buruntuma.
Foi um prazer falar com o Rocha, espero ser muito maior o encontro depois destes anos todos.
Já a gora permitam-me voltar ao mesmo esclarecimento, o companheiro indicado como sendo o Santiago não corresponde à verdade, como já foi referenciado anteriormente, e segundo o Rocha esse companheiro é o Serra. O Rocha saberá identificá-lo melhor deu.
Obrigado pela presença tão especial que o passado nos presentei-a através do vosso esforço.
Carlos Alexandre.
____________
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 1 de Abril de 2011 | Guiné 63/74 - P8029: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (39): Florimundo Rocha, natural de Lagoa, ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 3546, 1972/74 (Piche, 1972/74), outro "bravo da Ponte Caium", sobrevivente da emboscada de 14/6/1973
Sem comentários:
Enviar um comentário