1. Mensagem de Miguel Pessoa (*), ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Reformado, com data de 11 de Julho de 2009:
Aos 4 Mosqueteiros do Blogue
Estive afastado da Net quase uma semana e, regressado, leio os comentários saídos nestes últimos dias e fico preocupado com o conteúdo de alguns. Parece que andamos um pouco afastados da troca de memórias e de afectos que este blogue pretende incentivar...
O Blogue não renega a sua ascendência guineense pois, assim como ali se sucediam as revoadas (ou pragas) - de gafanhotos, de baratas, de grilos, de cantáridas, de sapos - não por esta ordem, necessariamente, também no blogue surgem as revoadas que periodicamente enchem as suas páginas e que têm dado alguma polémica: foi a retirada do Guileje, depois o caso do AB a que se seguiu a comparação da tropa especial com a tropa macaca (termo que não aprecio), há pouco foram os desertores e, mais recentemente, o contributo do pessoal miliciano (nomeadamente os furriéis) versus o pessoal do quadro.
Relacionado com este último assunto, embora receando que este meu texto possa vir um pouco atrasado, não quero no entanto deixar de pôr à vossa consideração a sua publicação, pois parece-me de todo necessário que se evite generalizar aquilo que não é igual para todos. Ou corre-se o risco de se ver tudo pela óptica daqueles que cumpriram o seu serviço no Exército, não deixando ao pessoal dos outros Ramos margem de manobra para se pronunciarem neste espaço.
Não gosto de alimentar discussões, mas se tiver que ser... Como diria o outro: - Venham todos! Quantos são?! Quantos são?!.
Um abraço.
Miguel Pessoa.
DEFENDENDO A MINHA DAMA
Miguel Pessoa
Nestes últimos tempos tenho seguido com a devida atenção os textos e os subsequentes comentários feitos por alguns bloguistas relativamente ao contributo dos militares milicianos no decorrer da guerra que travámos nas antigas colónias, comparando-o com o que aos militares do quadro diz respeito.
Atenção e tristeza pois, sendo alguém que desenvolveu a sua actividade profissional como oficial do quadro das Forças Armadas (não fazendo aqui qualquer distinção do Ramo em que desenvolvi essa actividade), custa-me ouvir estes comentários depreciativos sobre um grupo profissional ao qual pertenci (ou, melhor dizendo, hei-de pertencer até ao último dia).
Não irei fazer a defesa do grupo a quem maioritariamente esses comentários se dirigem, e que me parecem passar ao lado da Força Aérea: Primeiro, por desconhecimento dos factos aqui reportados; segundo, porque não fui para tal mandatado por ninguém dos outros Ramos, pensando eu que quem se sentir injustamente atingido com essas observações poderá sempre ter a possibilidade de as rebater neste espaço.
Apenas direi que estas apreciações correm sempre o risco de ser generalizadas, entrando-se em situações de inevitáveis injustiças, ao tomar-se a parte pelo todo, embrulhando na mesma folha os que cumpriram e os que conseguiram uma vida bem menos atribulada.
Posto este meu comentário inicial, e face ao risco de uma possível generalização, tenho que deixar-vos umas palavras em defesa da honra da minha Dama - a Força Aérea Portuguesa. Sei que arrisco ouvir alguns comentários menos abonatórios, mas se é verdade que não gosto de comprar guerras desnecessárias, também não costumo fugir a elas. E penso que esta ocasião justifica que eu corra esses riscos.
Bissau > Bissalanaca >BA 12 > 1974 > O então Ten Pilav Miguel Pessoa..
A Base Aérea 12 tinha naturalmente uma organização hierárquica bem definida, em que cada um, aos diversos níveis, sabia perfeitamente o que lhe competia fazer. Quando se tratava da actividade de voo, a situação era um pouco diferente. As Esquadras de Voo dispunham naturalmente de efectivos estabelecidos para o cumprimento da missão; mas, por escassez de meios humanos e também por existirem na Unidade pilotos dos escalões hierárquicos superiores devidamente qualificados nas aeronaves existentes, aqueles ficavam adidos a uma das Esquadras para efeitos de voo. Já tive a oportunidade de aqui o referir, mas relembro que na Esquadra 121 (Fiats, DO-27 e T-6) voavam regularmente o Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné, o Comandante da BA12, o Comandante do Grupo Operacional 1201, o Oficial de Operações do GO1201 e um Oficial Superior colocado no Quartel General como oficial de ligação da Força Aérea. Os postos destes militares variavam entre Coronel e Major.
Quando integrados nas missões da Esquadra, era possível ver esses oficiais voarem sob as ordens de oficiais menos graduados pois, mais importante que a antiguidade do posto, interessava a experiência do piloto no Teatro de Operações. No meu caso pessoal, cheguei a voar integrado em formações chefiadas por alferes milicianos e, no oposto, chefiei formações em que voavam capitães antigos e tenentes-coronéis. E não era por isso que eram postas em causa as competências e autoridade de cada um no desempenho de funções em terra.
Assim, os riscos em voo eram democraticamente repartidos por todos os que voavam na Esquadra, fossem coronéis, tenentes-coronéis, majores, capitães, tenentes (todos do quadro) ou tenentes, alferes e furriéis (todos estes milicianos).
Um exemplo dramático disto é o facto de no decorrer de missões, no ano de 1973, terem sido mortalmente atingidos oficiais superiores adidos à Esquadra 121, o Ten Cor Brito, comandante do GO1201, e o Maj Mantovanni Filipe, oficial com funções no Quartel General, tendo ainda, por outro lado, perdido a vida Furriéis Milicianos colocados na Esquadra, como o Fur Baltazar da Silva e o Fur Ferreira. Isto para além de 3 oficiais do quadro que se ejectaram com sucesso no decorrer do mesmo ano.
É, pois, em nome de todos aqueles que, abdicando de eventuais mordomias, dedicaram todo o seu esforço - e nalguns casos a vida - ao apoio à Esquadra 121, que deixo aqui estes esclarecimentos. (*)
Miguel Pessoa
(*) Tentando evitar fazer chalaça com esta frase, direi que na maioria dos casos o ar condicionado, mencionado naqueles textos, serviu na maior parte das vezes para amenizar as altas temperaturas sofridas dentro do cockpit do Fiat G-91.
__________
Nota de CV:
(*) Vd. poste de 3 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4635: FAP (31): Uma viagem de heli a Bafatá, em 1969, com o cmdt Diogo Neto e o casal Ivette e Pierre Fargeas (Jorge Félix)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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11 comentários:
Meu caro Miguel:
És um bom camarada, um homem de bom senso (e de peso, na nossa Tabanca Grande), um talentoso bloguista, e um herói da guerra da Guiné... Todos te admiramos e respeitamos. O teu puxão de orelhas vem a tempo e horas. Sei que é pedagógico, ou não fosses tu um oficial e um cavalheiro.
Vamos, doravante, dar mais atenção a eventuais desvios da nossa linha editorial (leia-se: respeito pelas regras de convívio...). Referências à dita tropa-macaca 'versus' tropa especial, piropos aos militares do quadro por parte dos milicianos, ou exploração de velhas rivalidades entre os três ramos das forças armadas portuguesas do tempo da guerra do utramar / guerra colonial, etc., não fazem hoje qualquer sentido, são fracturantes, são sobretudo maçadores, ridículas, deslocadas...
Neste blogue, que é um traço de união, e não um fosso de divisão, não têm lugar, não merecem ter lugar de destaque como postes (ou mesmo comentários). Prometemos, eu e os meus/nossos co-editores, ser menos benevolentes em relação aos autores mais distraídos ou brincalhões... Não falo de provocadores, por que é gente que felizmente não temos, não se sentiriam bem entre os seus camaradas da Guiné...
Um bom início de semana para todos.
Caro Miguel Pessoa, a defesa duma dama tem sempre o seu quê de quixotesco e daí dar margem de manobra aos machos machistas que tudo farão para impôr o seu marialvismo.
Por outro lado, e achando que o teu posicionamento face à defesa da tua dita cuja é humano, não posso deixar de esboçar um sorriso com a reacção do Luis Graça ao anunciar medidas restritivas à chamada liberdade de expressão no blogue.
Eu acho que este é o bê-à-bá dos critérios editoriais que confrontam os seus editores com a realidade do dia-a-dia.
Considero perigoso esse tipo de reacção pelas deserções que tal poderá acarretar para este sítio embora reconheça a existência de situações mais ou menos desagradáveis.
Repara que se não houvesse o contraditório ( necessáriamente hostil pela parte dos actores ) no que diz respeito ao caso Guileje, das duas uma, ou se vivia a tortura do Coutinho Lima ou, pelo contrário, teria sido já elevado à categoria de deus !
Os intervenientes na vida pública ou que de algum modo fizeram com que se escrevessem páginas da nossa história, são sujeitos a este escrutínio popular que raia, por vezes, o insulto ou o escárnio e não há volta a dar-lhe.
As pessoas ficam sentidas e injustiçadas ? É o custo da exposição mediática .
As situações são "limpas" quando a argumentação de uma das partes supera, pela convicção, a outra.
É a prática democrática no seu melhor.
Dizes, e bem, que em todas as profissões há os bons e os maus e por isso discordo que os bons se tenham que sentir ofendidos quando a sua corporação é posta em causa.
Quem não deve não teme ainda que, por vezes, a sua defesa seja difícil.
Luís Graça, faz parte das regras de conduta deste teu blogue, a liberdade de criticar sem edição prévia, sem censura e sem moderação !
Claro que também se diz sem nos insultarmos e isso leva-me à pergunta : chamarmos incompetente a alguém é um insulto ?
Não, não é, é uma constatação !
Chamar ao bêbado de bêbado, não é um insulto, é outra constatação !
Se chamarmos a alguém filho desta filho daquela, é um insulto !
Se fizermos a alguém o que o ministro fêz na Assembleia da República, é um insulto ( também pode ser uma constatação ... )
Ora, face aos insultos ( não me tenho apercebido deles aqui no blog ) o tertuliano pode ser pura e simplesmente exonerado das suas funções e qualquer texto, aí sim, é pura e simplesmente deitado fora.
Como aliás se deve proceder perante o anónimo !
Perdoem-me mas considero o tema digno de discussão profunda pelos homens grandes da tabanca sob pena de se descaracterizar o "foranada" !
Pessoalmente, prefiro a elegância de trato, contudo, sem paninhos quentes de modo a não se branquearem situações criticáveis.
Abraços,
António Matos
Meu caro António:
A liberdade de expressão é como o oxigénio que a gente respira... Nunca estará em causa... Repara, não é habitual um blogue ter comentários sem moderação, sem edição prévia... O nosso é uma saudável excepção... E em centenas e centenas de comentários já publicados, foram eliminados menos de meia dúzia, que eu me lembre... Dois ou três por insultos gratuitos e anónimos, e outros tantos só por que eram anónimos e o conteúdo era delicado.
O último caso foi deveras didáctico: (i) alguém escreveu um comentário, anónimo, sobre o alegado excessivo espaço bloguístico dado à morte da Maria da Glória - uma opinião respeitável, embora susceptível de ferir os sentimentos de pais e amigos em luto; (ii) alguém nos alertou sobre o anonimato do comentário mais do que sobre a delicadeza do tema; (iii) um dos editores eliminou de imediato o comentário; (iv) logo a seguir, apareceu o "dono", que deu a cara e pediu a reposição do comentário eliminado, o que foi feito...
Isto não é censura, é cumprir as nossas regras editoriais:
"Os editores reservam-se o direito de eliminar, a posteriori, todo e qualquer comentário que violar as nossas regras de sã convívio e boa ética".
Quanto às mensagens que nos chegam para publicação em postes, o que eu digo e defendo é a necessidade de se fazer uma melhor triagem... O que é uma competência dos editores...
Fazemos um esforço por publicar tudo, nalguns casos devolvemos a mensagem, excepcionalmente, aos autores para corrigir ou esclarecer este ou ponto, mais polémico ou mais ambíguo... É tão simples quanto isso.
Está, de resto, nos nossos planos a criação de um "conselho de homens grandes", na nossa Tabanca Grande, que ajude os editores a apreciar casos eventualmente mais polémicos, como por exemplo, os que citaste: onde é que começa e acaba um insulto ? onde é que começa a violência verbal e acaba a liberdade de expressão ? , etc. Isso tem que ser visto caso a caso.
Claro que chamar "incompetente" ao major de operações ou ao alferes miliciano, pode não ser insulto, desde que não seja uma afirmação gratuita, venha na sequência da apresentação e análise de uma operação em que morreram vários camaradas teus, etc. Mas eu prefiro expor os factos e deixar aos outros (os leitores) a liberdade de tirar conclusões...
Somos da geração da censura da imprensa, da autocensura, da censura social, do autoritarismo, do come-e-cala, ... Hoje, sem dúvida, que prezamos muito - TODOS NÓS ! - a liberdade de expressão e estamos habituados ao contraditório, ao escrutínio, à prestação de contas, ao rigor na exposição pública dos factos, ao pluralismo, ao respeito inclusive pelos adversários...
Obrigado, António, pelo teu contributo para o nosso "Livro de Estilo"...
Caro Coronel Miguel Pessoa.
O meu obrigado pessoal pelo que a Força Aérea fez na Guiné no transporte, protecção e avacuação dos infantes. Este obrigado na tua pessoa, é extensivo ao todos os oficiais, sargentos e praças do quadro e milicianos da FA, porque quando estávamos cá em baixo desesperados, não sabíamos se que pilotava era do quadro ou miliciano, se era oficial ou sargento. Aos nossos Cabos Especialistas muito se deve também, porque faziam muitas vezes parte das tripulações e igualmente se expunham ao perigo.
Um abraço de reconhecimento
Vinhal
Caro Miguel
O meu abraço forte e amigo e camarigo.
Sabes bem da minha ligação à Força Aérea, por isso nada mais digo.
As generalizações, (sem ser de general), são sempre muito complicadas e devem evitar-se, julgo eu.
Conheci alguns oficiais do quadro a quem reconheci e reconheço a vontade, a coragem e a dedicação no cumprimento das missões que lhes eram cometidas.
Também conheci alguns safardanas é certo, mas pelo menos para mim, esses não mancharam tudo o que os outros, verdadeiros militares, fizeram.
É certo que desproporção entre milicianos e do quadro era abissal, mas também não deixa de ser verdade que havia muitos militares do quadro que estavam em Bissau e poderiam muito bem estar no "mato".
De qualquer modo não será ilegitimo dizer, que o grande esforço da guerra assentava nos ombros dos milicianos, (salvaguardando aqui a Força Aérea, parte da Marinha e do Exército), se nos lembrarmos por exemplo, que os Batalhões que rumavam à Guiné nos últimos tempos eram constituidos por três companhias operacionais, duas quase sempre comandadas por capitães milicianos.
De qualquer modo, em todas as profissões existem pessoas que não as honram, mas que nunca podem colocar em causa aqueles que tudo deram para cumprir a missão que lhes foi dada e aqui honra seja feita, repito-o, à Força Aérea.
Abraço camarigo
Caro Miguel,
Tenho pela Força Aerea uma afeição especial!
Porque trabalhei trinta e seis anos na TAP? Onde encontrei muita gente amiga do tempo da Guiné?
Porque também eu ao terminar o meu quinto ano (ainda um puto) me foi recusada a autorização por meus pais para ingresso na FAP?
Não sei! Tive sempre um fraquinho por tudo o tivesse asas.
Nos vinte e dois meses de mato na Guiné a C.CAÇ. 763 teve sempre o melhor relacionamento com a malta da FAP e não só.
Está escrito e posso confirmá-lo, através de todos os elementos ainda vivos da C.CAÇ. 763 que muito ficaram gratos pela extraordinária colaboração que tivemos e ajuda que nos deram.
Se com outros não aconteceu! Ignoro!
Embora o Cor. Costa Campos já não se encontre entre nós, a Dª. Glória (França) é testemunha da forma como a FAP era recebida em Cufar.
Pode parecer um escrito amanteigado, mas a verdade é a verdade.
Para tanto bastam as palavras do Abecassiz Comandante da BA12 na altura:
"Cufar é o cemitério dos aviões!"
É verdade que houve vários problemas com aeronaves, mas as palavras do Abecassiz eram de crítica, por o pessoal, passar muito por Cufar.
Mas com a Armada o nosso relacionamento era o mesmo.
Um abraço,
Mário Fitas
Olá Miguel e Camaradas!
O texto do Miguel é um esclarecimento sobre o nível de relações, competências e desempenhos da FAP na Guiné. Pelos vistos exemplar. Pode-se ter razões de queixa de A ou B, pessoal de dentro, mas não se pode ignorar o envolvimento de todos, indistintamente do posto e funções.
Porreiro. Fantástico.
Quando me desloquei por LDG para o Xime, também ouvi o cmdt da embarcação chamar a atenção de um marinheiro, tratando-o por senhor Silva. Impressionou-me.
Porque no exército não era assim. E aculturáva-mo-nos.
Refiro-me agora ao oportuno comentário do António Matos e à resposta do Luis. É deste equilibrio que se pode desenvolver o espírito da Tabanca. E volto a sublinhar o necessário respeito entre nós, na exposição e defesa dos pontos de vista.
Abraços fraternos
José Dinis
Peço desculpa por me intrometer. Não sou camarada da Guiné. Estive em Angola como Fur. Mil. Inf., mas sou visita habitual do vosso excelente blogue. Concordo com o Prof. Luís Graça (não me atrevo ao tratamento por "tu", precisamente por não ter estado na Guiné) sobre os cuidados a ter. Felizmente há muitos dos vossos (nossos) camaradas vivos e de boa saúde, há famílias que têm conhecimento das unidades em que os seus pais, maridos, tios, primos, etc. prestaram serviço. E, de facto, não será correcto vir insultar as pessoas ou as memórias que delas ficaram por situações que se passaram há 40 anos e, muitas vezes, não se sabe se se passaram bem assim! Li, com tristeza, a referência a um fur. mil. enf. tido por homossexual, ainda que a sua acção tivesse demonstrado que, em determinada situação, foi o único os "teve no sítio". É bom não esquecer a idade que tínhamos na altura e, portanto, as avaliações apressadas e preconceituosas próprias da idade.
Há também o problema das faltas de memória, do desconhecimento de todos os dados e informações em presença e não temos, certamente, a garantia de que a avaliação que hoje fazemos da actuação de um capitão (com nome escarrapaxado no post) seja a mais correcta. Teria sido uma besta mesmo? Seria um fraco que fazia tudo o que o comandante do sector dizia para cair na graça dos "chefes"? Isto tudo com nomes, números de companhias, batalhões, etc. O mesmo quando se diz que fulano era alcoólico, etc. Essas pessoas (algumas que já cá não estão)não são (ou não foram) "figuras públicas"! Existem (ou existiram) e têm família. Há que os respeitar. Terão dado o seu melhor. Estiveram ao vosso lado. E também é bom que se diga: não é preciso ser coronel, major ou capitão para se ser um traste. Muitos de nós também o fomos.
Cordiais saudações,
Carlos Cordeiro
Miguel Pessoa,
Contra factos não há argumentos. Excelente exemplo de “Team Work” e dedicação até ao sacrifício da própria vida, independentemente do posto, sem pôr em causa a organização e o desempenho das responsabilidades a que cada um correspondiam, na persecução do objectivo do cumprimento da missão.
Prova provada de que as generalizações podem ser injustas, ou mesmo perigosas.
Há que reconhecer mérito a quem o tem e neste "mundo" do frequente, irresponsável e indiscriminado "bota a baixo" é por vezes necessário (ou mesmo obrigatório) saltar a terreiro.
Um abraço,
João Carlos Silva
CARO MIGUEL PESSOA,
NESTE TEU TEXTO DISSESTE:
"MAIS IMPORTANTE QUE A ANTIGUIDADE DO POSTO,INTERESSAVA ERA A EXPERIÊNCIA DO PILOTO NO TEATRO DE OPERAÇÕES.
ISTO CONFIGURA O QUE SEMPRE PENSEI ACONTECER.A FORMA DE AGIR DA FORÇA AÉREA ENTRONCAVA NA LÓGICA E NA INTELIGÊNCIA.
QUEM SABE,É QUEM ESTÁ NO TERRENO!
NA MARINHA O CORPO DE FUZILEIROS ACTUAVA NA SUA GLOBALIDADE,ISTO É,APENAS O COZINHEIRO FICAVA NO AQUARTELAMENTO.
PORTANTO,A "VOSSA GUERRA TAL COMO A DA MARINHA ERA NECESSARIAMENTE DIFERENTE DA NOSSA"
NA DO EXÉRCITO, PRATICAMENTE SÓ OS MILICIANOS E OS SOLDADOS DELA CONHECIAM OS MEANDROS.
O RESTO,FICAVA-SE PELAS INUMERAS REPS DE BISSAU OU OUTRAS CIDADES,
DESCONHECENDO O QUE FOSSE A MINIMA OPERAÇÃO...
NÃO NOS REFUGIEMOS EM MEIAS PALAVRAS OU BALOFAS TENTATIVAS DE PAZ PODRE...
NO EXÉRCITO ERA ASSIM!
A POLÉMICA COMEÇOU COM O POST 4584
DO LIBÉRIO LOPES QUANDO TRAÇOU JUSTOS CONSIDERANDOS SOBRE A LAMENTÁVEL ATITUDE DO MINISTRO DO EXÉRCITO(SANTOS COSTA)RELATIVAMENTE AOS "CABOS MILICIANOS", QUE DEPOIS DA OBTENÇÃO DO CURSO DE SARGENTOS MILICIANOS (C.I.S.M.I.)-LOGO, PERTENCENTES À CLASSE DE SARGENTOS- ERAM DESPROMOVIDOS A CABOS PARA VEREM SER-LHES "ESMIFRADO" O VENCIMENTO DEVIDO...
O ULTIMO PARÁGRAFO DO SEU POST DIZ: "NO ULTRAMAR FOI O QUE TODA A GENTE SABE: SEMPRE NA FRENTE DO COMBATE ENQUANTO A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS ESTAVA NO AR CONDICIONADO"...
UMA VERDADE,NUA E CRUA...
FOI ISTO QUE FOI DITO PELO LIBÉRIO,E COM CARRADAS DE RAZÃO...
ELE NÃO AFIRMOU QUE ERAM TODOS MAS SIM A MAIORIA, E DISSO, NEM O MAIS DISTRAÍDO TEM DÚVIDAS...
SAIU A TERREIRO UM ANÓNIMO,MAIS TARDE DIZENDO CHAMAR-SE JOÃO MENDES,QUE USARIA UMA LINGUAGEM TIPICAMENTE DE CASERNA,PARA INSULTAR O LIBÉRIO...
QUER ATRAVÉS DA EXPRESSÃO "MANDAR BOCAS É FEIO" OU " NÃO SE É ADULTO APENAS PORQUE SE TEM IDADE".
MAIS À FRENTE SERIA EU PRÓPRIO O ALVO DO SEU ATAQUE NA DEFESA DO QP.
ÓBVIAMENTE QUE É PROFISSIONAL, E NÃO VEM MAL NENHUM AO MUNDO POR ISSO. A VIDA GANHA-SE DE MUITAS MANEIRAS...
SÓ QUE INSTADO A IDENTIFICAR-SE COM POSTO,ARMA,PERÍODO DE COMISSÃO E LOCAL DA MESMA, ATÉ HOJE CONTINUA NUM MUTISMO CONFRANGEDOR...
NINGUÉM EQUACIONOU O TRABALHO DA FORÇA AÉREA OU DA MARINHA POIS NÃO PODEMOS FALAR DAQUILO QUE DESCONHECEMOS.
BASTARIA PORTANTO TERES LIDO O POSTE DO LIBÉRIO PARA TE IDENTIFICARES COM A QUESTÃO.
UM ABRAÇO
MANUEL MAIA
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