1. Mensagem de Joaquim Mexia Alves (*), Alf Mil da CART 3492 (Xitole / Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52 (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), com data de 13 de Julho de 2009:
Meus caríssimos editores
Segue um texto de boas-vindas ao António Sampaio que se acharem por bem, poderiam publicar, junto com a foto anexa.
Não sei o email do Sampaio pelo que não posso enviar cópia para ele, o que se puderdes vos peço que façais.
Como falo de amigos da Força Aérea, envio também para o Miguel Pessoa.
Abraço amigo do
Joaquim
2. Mensagem de Mexia Alves para o nosso novo camarada António Sampaio, já enviada ao destinatário
Meu caro António Sampaio (**)
Sê bem-vindo à Tabanca Grande!
Foi um prazer rever-te no Encontro de Monte Real.
Tal como te disse, sendo os meses que passei na CCaç 15, (cujo lema era “Taque Tchife”, o que me afirmaram querer dizer “Agarra à mão”), e dado o avanço do apanhamento das minhas células cerebrais, as minhas recordações desse tempo são poucas, pelo que vou precisar de ti para as reavivar.
Vamos lá a ver se não apanho nenhuma vergonha!!!
Tive ainda o prazer nesse dia de falar ao telemóvel com o António Bamba, que era Furriel do meu Pelotão e com quem não falava desde a Guiné.
É muita emoção num só dia!
Mas o que me traz hoje ao teu encontro é deixar esta fotografia que encontrei no meu álbum e cuja legenda colocada por mim naquele tempo, reza assim:
Mansoa 73 – Na prova do rancho, intervalando com o corte de cabelo (Sampaio).
Ora aqui tens, acredito eu, uma tua fotografia inédita!!!
Mas quero ainda dizer-te que o Major Quintanilha foi um dos maiores amigos que tive em toda a minha vida.
Homem de uma cultura invulgar, (devorava livros), piloto de excepção, feitio a roçar o insuportável, mas um amigo de mão cheia, que só mais tarde soube, me trouxe da Guiné nesse Boeing no dia 21 de Dezembro de 1973, dia dos seus anos.
A frase que citas não tenho dúvidas em dizer que é dele, porque sempre foi rapaz para deixar o pessoal um pouco mais à rasca.
Passei longas noites com ele em Luanda, muitas vezes na companhia do Osório, outro piloto já aqui falado e que esteve na Guiné.
Morreu num trágico e estúpido acidente, já depois de sair da Força Aérea e andar a pilotar aviões de combate a incêndios, juntamente com dois outros grandes pilotos, o Castanheira, salvo o erro, e o Ten Cor David que era comandante da Base Aérea de Luanda e foi quem me tirou de lá, (apesar de eu já não ser militar nesse tempo), quando já em cima da independência me queriam prender, sabe-se lá porquê, e me fez embarcar outra vez no Boeing militar de regresso a Lisboa.
Aqui fica portanto este excerto de história para percebermos que as nossas histórias sempre entroncam nas histórias dos outros e assim juntos vamos fazendo história.
Abraço camarigo para ti e para todos do
Joaquim Mexia Alves
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4288: Espelho meu, diz-me quem sou eu (1): Joaquim Mexia Alves
(**) Vd. poste de 9 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4662: Tabanca Grande (159): António João Sampaio, ex-Alf Mil da CCAÇ 15 e Cap Mil da CCAÇ 4942/72 (Guiné, 1973/74)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Afinal menti, porque tinha o email do Sampaio visto que trocamos mensagens por causa do Encontro de Monte Real.
Ai esta cabeça!!!
Abraço camarigo para todos
Enviar um comentário