segunda-feira, 23 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9790: Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (14): O cap mil grad António Andrade, açoriano, terceirense, da 35ª CCmds... (ou a confirmação de que o Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca... é Grande)

Foto à direita: O BI militar, no CTIG, do António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74.

Foto: © António Graça de Abreu (2010). Todos os direitos reservados


1. Que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande, a gente já sabe. Ou melhor: é um trocadilho, uma das nossas boutades de caserna... Mesmo assim, a gente vai comprovando, uma vez por outra, a ver(aci)dade da nossa palavra... de ordem. 

Eu, por exemplo, no dia 21 de abril de 2012,  estava em Monte Real e fui lá encontrar três conterrâneos meus, lourinhanenses ou a residir na Lourinhã, e todos eles antigos camaradas de armas da Guiné: o Eduardo Jorge Ferreira, o João Marcelino e o Luís Mourato Oliveira. Só o Eduardo é que é, formalmente, membro da nossa Tabanca Grande. 

Quanto ao João, já o tinha encontrado algures, em Oeiras, e falado sobre uma coincidência engraçada que nos une, para além da Guiné e da Lourinhã: os nossos pais estiveram na mesma altura, em 1941/43, como expedicionários,  em Cabo Verde, na Ilha de São Vicente, mobilizados pela mesma unidade, o RI 5, das Caldas da Rainha. E ele até me prometeu escrever sobre isso, para a série Meu Pai, Meu Velho, Meu Camarada

Ele não é lourinhanse de nascimento, mas é de coração, vivendo em Fonte de Lima, é um homem afável, de espírito aberto, franco e brincalhão

O Luís Mourato Oliveira, por sua vez, é filho de uma lourinhanse, e temos amigos comuns na Marteleira... (Foi o último comandante do Pel Caç Nat 52 e teve dissabores, em agosto de 1974, com a malta da CCAÇ 21, em Bambadinca, do mesmo tipo que os do J. Casimiro Carvalho, em Paunca - enfim, uma história que eu espero que um dia destes nos conte, aqui, em público)...

Vem esta(s) história(s) a propósito de quê ?... No domingo seguinte, dia 22, de manhã, estou  eu com a Alice, no Mercado da Lourinhã, à volta da fruta e do peixe, e quem é que eu encontro ? O jovial João Marcelino, fresco como uma alface, acompanhado de um amigo, que ele me apresenta nestes termos:
- António Andrade, de Angra do Heroísmo,  somos como dois irmãos, eu vou a casa dele, ele vem à minha... Foi comandante da 35º de Comandos, esteve no CAOP1 com o António Graça de Abreu, em 1972... Foi capitão graduado. Podia ter ido ontem a Monte Real comigo, se não estivesse na ressaca de 4 implantes dentários... Mas hoje está melhor...

Conversa puxa conversa, lá falámos do livro do AGA, o Diário da Guiné. E logo o João Marcelino e o António Andrade aproveitaram para esclarecer que o número de mortos da 35ª CCmds no TO da Guiné não foram cinco mas apenas dois. O AGA já fora informado do lapso, tendo  prometido corrigir a informação numa eventual 2ª edição... 

Em homenagem ao João Marcelino e ao seu amigo e nosso camarada António Andrade - esperando que os dois um dia possam e queiram entrar para a nossa Tabanca Grande,  pela porta principal - aqui vai o excerto do Diário da Guiné onde se fala de uma ida a Bula, em coluna, com malta da 35ª CCmds... 

Com a devida vénia ao autor... (e, de certo modo também, uma maneira algo habilidosa de, "malgré lui",   associar o AGA, nosso tabanqueiro de longa data e bom camarigo, às comemorações do nosso 8º aniversário). (LG)

(...) Canchungo, 16 de Setembro de 1972

Meti os pezinhos ao caminho, estreei o camuflado e a minha espingarda, bala na câmara e aí fui eu, numa coluna com os Comandos, cerca de cinquenta homens com fitas de balas enroladas em volta do corpo, granadas, espingardas, metralhadoras, enfim não tínhamos o aspecto de quem ia para um piquenique. Avançámos na estrada de alcatrão para dentro da zona onde já há, ou pode haver, guerra a sério, onde os guerrilheiros se movimentam no TO da PU - ou seja Teatro de Operações da Província Ultramarina, - montam emboscadas, lutam contra esta tropa branca que lhes invadiu a terra. 

O caminho era até Bula, quarenta quilómetros atravessando as aldeias e os aquartelamentos do Pelundo e Có, lugares onde já correu sangue inocente em abundância, onde matas e bolanhas foram retalhadas pelos instrumentos que matam pretos e brancos.

Os meus companheiros eram os homens que trazem um crachá vermelho e negro ao peito, a 35ª. Companhia de Comandos. São gente da minha fornada, mais corajosa e melhor preparada. Por isso, senti-me seguro e protegido. Viajei no primeiro jipe, à frente da coluna com o comandante da Companhia, conduzido pelo capitão miliciano António Andrade, um excelente rapaz de Angra do Heroísmo, meu companheiro de conversas por dentro da noite no bar do CAOP 1. 

Não levámos divisas, se caíssemos debaixo de fogo éramos todos iguais. Mentalizei-me, pensei numa possível emboscada. Os primeiros tiros são os mais perigosos, depois é preciso rastejar rapidamente para fora da estrada e arranjar um lugar abrigado, não ao alcance do fogo do IN. No fundo, sou atirador de Infantaria e na Guiné começo a comprovar a justeza da frase que aprendi em Mafra, e que na altura me pareceu ridícula, um rotundo disparate: “Suor derramado na instrução é sangue poupado no campo de batalha”.

Correu tudo bem, almoçámos com os oficiais do quartel de Bula, o Andrade foi lá combinar uma operação com a tropa da região. Regressámos a meio da tarde. Eu adivinhava os guerrilheiros negros, de coração vermelho como nós, a espreitar na mata, mas não houve nenhum problema, sem contactos.

Estou a exagerar a perigosidade do itinerário até Bula. É esta a estrada que depois conduz a Bissau, há colunas militares com veículos civis todas as terças e sextas e é raríssimo registarem-se emboscadas. Mas nunca fiando. Regressámos em paz. Acompanhei os Comandos porque queria sair de Canchungo e conhecer. Fez-me bem.

Esta 35ª. Companhia de Comandos (#) já teve cinco mortos em combate (*). Vieram para a Guiné comandados pelo capitão António Ribeiro da Fonseca. Ora este homem, foi meu instrutor de táctica e guerrilha quando fiz a especialidade como Atirador na Escola Prática de Infantaria, em Mafra. Ele era então alferes Comando, conhecido como o “Bala Real” porque andava sempre com uma espingarda Kalashnikov que trouxera de Moçambique munida de balas reais. De vez em quando, tinha o gosto de disparar sobre as nossas cabeças para nos habituar às balas e fazer perder o medo. Nunca esqueci uma cena delirante.

Estávamos na Tapada a descansar após uma caminhada, perto do Portão Verde, do lado da Murgeira. Um dos cadetes do pelotão foi urinar e plantou-se diante de um pinheiro. Rápido, o “Bala Real” pegou na espingarda, fez pontaria à pila do rapaz e, a mais de vinte metros, disparou. O moço que estava meio de costas a mijar para a árvore, não viu o gesto do alferes Comando mas ouviu o disparo e sentiu o impacto da bala no pinheiro, a centímetros da sua pila. Voltou-se para nós, ainda com a pila na mão, branco, a tremer. O “Bala Real” perguntou-lhe: “Veja lá se a bala furou ou não furou o pinheiro!...” Ele não conseguia ver coisa nenhuma mas era verdade, a bala tinha atravessado a árvore de lado a lado.

O capitão Ribeiro da Fonseca foi o primeiro comandante da 35ª. de Comandos que está connosco no CAOP 1. Em Janeiro, numa operação na Caboiana foi ferido com um estilhaço que lhe perfurou um braço, evacuaram-no para Portugal e já não voltou.

Mas deixou boa fama por aqui. Disse-me um furriel Comando que, com ele, atacavam o IN ao som de um trompete.(##)

O António Andrade, alferes miliciano com a melhor classificação de curso na 35ª, foi graduado em capitão e tem comandado a companhia, a contento de todos. (...)
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Notas do autor:

(#) Para uma história breve da 35ª. Companhia de Comandos, ver Resenha, 7º. Vol., tomo II, pag. 535.

(##) Sobre a carreira militar do capitão António Joaquim Ribeiro da Fonseca ver o seu depoimento em Os Últimos Guerreiros do Império, Amadora, Editora Erasmos, 1995,  pp. 145-162.

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Guiné 63/74 - P9789: Notas de leitura (354): "Um Demorado Olhar Sobre Cabo Verde", por Jorge Querido (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 16 de Março de 2012:

Queridos amigos,
O livro de Jorge Querido tem a inegável vantagem de nos tirar do palco habitual da Guiné, onde vemos sempre um PAIGC militar e uma direção política posicionada em Conacri, para nos remeter a questões de fundo que não passam só pelo uso das armas mas pelo relacionamento dos combatentes e dirigentes de origem cabo-verdiana e guineense. É aqui que Querido desvela as questões da identidade cabo-verdiana que afetaram profundamente a vida do PAIGC durante a luta e após a independência.
Auguro que o livro será muito mal recebido em ambos os países, este demorado olhar ainda está eivado pelas inquietações e assombrações dos preconceitos que ambos os povos teimosamente iludem.

Um abraço do
Mário


O PAIGC visto por um antigo dirigente cabo-verdiano: 
Um livro polémico de Jorge Querido* (2)

Beja Santos
Jorge Querido não tem pejo em adiantar que Amílcar Cabral estava obrigado a lançar mão daqueles que tinham o mínimo de instrução para pôr a funcionar como organização política o PAIGC, Cabral sabia que podia contar com a força de combate guineense mas que não dispunha de quadros para ocuparem os lugares de cúpula do partido. E ele questiona se esses cabo-verdianos não terão levado para o interior do PAIGC todos os recalcamentos, complexos, contradições, ambiguidades identitárias, ou seja, não terão sido eles os impulsionadores de um mal-estar que veio a crescer entre os ilhéus e os guineenses. Foi extremamente difícil recrutar cabo-verdianos no Senegal, de um modo geral estes opunham-se à ideia de unidade e agiam como se fossem portugueses. Jorge Querido interpreta a ação prodigiosa de criar este PAIGC graças a três fatores: o génio de Cabral, que soube desenvolver uma interpretação teórica do contexto sociocultural que inspirou a luta de libertação; o comportamento corajoso e heroico do povo da Guiné; e a ajuda de países e forças anticolonialistas e progressistas do mundo inteiro. Sempre que necessário, recorda o autor, Cabral não hesitou em utilizar todo o seu peso da sua autoridade, como fez no Congresso de Cassacá. Cabral procurou ser dialogante com os dirigentes cabo-verdianos que operavam em Cabo Verde e que pretendiam ação, a verdade é que não havia circunstâncias para provocar a guerrilha em Cabo Verde e os conselheiros soviéticos e cubanos sempre desaconselharam qualquer desembarque em força nas ilhas. O autor descreve minuciosamente as tensões entre a linha de Abílio Duarte e o tato revelado por Cabral para acalmar os ânimos aqueles que estavam impacientes para entrar na luta.

É neste contexto que ressaltam as questiúnculas e intrigas que envenenavam o ambiente em Conacri, mas aqui Querido não especifica o que estava subjacente a essa atmosfera respirável. Ficamos a saber que havia um ambiente tenso em Conacri motivado pelo comportamento de certos quadros dirigentes que pouco se importavam com a luta. Há o testemunho de Amélia Araújo que refere que havia muita fofoquice mas também não adianta nada. Osvaldo Lopes da Silva, que teve um papel determinante no ataque a Guileje refere que Cabral não sabia o que fazer com os cabo-verdianos e mandava-os estudar na URSS e observa: “Quando regressámos da União Soviética, encontrámos em Conacri um clima pior do que aquele que devíamos ter deixado em 1970”. Toda a gente fala nesta atmosfera viciada mas ninguém diz em concreto o que eram os vícios e que os protagonizava, o que levanta perplexidade. Jorge Querido tem uma postura muito crítica com Abílio Duarte e prontamente salta para outro tema quente, o Congresso de Madina de Boé, ocorrido depois do assassinato de Cabral e refere que a reunião decorreu em ambiente tenso, a agenda de trabalhos continha pontos extremamente sensíveis, havia fações constituídas, os congressistas apresentaram-se fortemente armados já que o clima de desconfiança era quase generalizado. Muitos dos cabo-verdianos não queriam eleger Luís Cabral considerando que enquanto líder iria fazer tudo para não apoiar os cabo-verdianos. O assassinato de Cabral foi assunto tratado de raspão em Madina de Boé, as opiniões estavam longe de ser convergentes: “Em Madina de Boé, os congressistas não foram além de um exame muito superficial dessa tão importante questão e as poucas medidas punitivas tomadas tiveram um alcance e um significado não mais que simbólicos”.

E chegamos assim à independência de facto da Guiné-Bissau, avultam agora os problemas relacionados com a luta em Cabo Verde que o autor, bem conhecedor dessa realidade, esquiça um relato de grande pendor crítico, acusando o grupo da extrema-esquerda trotskista do PAIGC que vindo diretamente de Lisboa só veio trazer problema. O PAIGC, a partir de Bissau, reformulou a sua estratégia, deu uma imagem de um grupo coeso de heróis impolutos, de militantes abnegados, que deviam ser vistos como indispensáveis e decisivos em todas as vitórias alcançadas na Guiné, estabeleceu-se o compromisso de nenhum dirigente proferir qualquer juízo negativo acerca dos seus camaradas combatentes. Com todos os arranjos possíveis, são estes dirigentes vindos da Guiné e o grupo de Lisboa que passaram a ser reconhecidos como “os únicos e legítimos representantes da população de Cabo Verde”. De novo Jorge Querido desfecha críticas aos grupos extremistas que num quadro de grave crise económica em que vivia Cabo Verde fizeram desmandos no aparelho de Estado, recorreram ao comunismo primitivo, fizeram nomeações demagógicas, perseguiram e encerraram cidadãos cabo-verdianos sem quaisquer critérios sérios. Assim que se começou a construir um Estado com a implantação de um regime de partido único que terá sido inicialmente tolerado devido ao facto de haver um processo revolucionário em Portugal, uma forte pressão sobre o PAIGC por parte dos países do bloco socialista e o desenvolvimento de uma linha arrivista que lançou a manipulação e a demagogia rapidamente absorvida pela juventude e pelos mais desfavorecidos da sociedade. O autor explica os altos e baixos da construção deste Estado e o modo como a direção política do PAIGC procurou chegar a bom porto. É aqui que ele retoma a temática de que os governantes cabo-verdianos tinham vindo inquinados da Guiné-Bissau, recorre mesmo a uma afirmação de Aristides Pereira que da parte das guineenses do campo não havia problemas de nenhum tipo com os cabo-verdianos, a grande questão é que havia muita gente do lado cabo-verdiano que ia para a Guiné disposta a lutar só por Cabo Verde e mais afirma que havia combatentes cabo-verdianos que passavam vários anos das suas vidas a conviver de perto com o povo da Guiné e que teimavam em falar do ódio dos guineenses aos cabo-verdianos.

Estamos perante um livro altamente polémico, é um olhar demorado de um homem muito culto que no Outono da vida resolveu agitar mitos, fantasmas, temáticas ambíguas que atravessam toda a vida do PAIGC e que marcam dolorosamente o presente e o futuro do relacionamento entre guineenses e cabo-verdianos.

Obra de leitura obrigatória para quem pretende sopesar as posições a favor e contra.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 20 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9774: Notas de leitura (353): "Um Demorado Olhar Sobre Cabo Verde", por Jorge Querido (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P9788: Tabanca Grande: oito anos a blogar (6): Travando a batalha contra o esquecimento (José Martins, Odivelas; Carlos Pinheiro, Torres Novas)

1. Mais duas mensagens de parabéns pelo 8º aniversário do nosso blogue (*)

(i) José Marcelino Martins (Odivelas)

Durante dois anos, menos dias ou mais meses, um milhão de "miúdos" deixaram os campos e as fábricas, os escritórios e as escolas, tomando nas suas mãos armas que, de plástico, apenas tinham pequenas partes, e seguiram mato fora, cumprindo uma missão que lhes foi confiada pela história da terra que é nossa há mais de oito séculos.

Quando regressamos, calando as nossas angústias, retomamos o curso normal (?) das nossas vidas.

Agora assumimos uma nova missão:  Contar, na primeira pessoa, as nossas histórias de combate e de sobrevivência.
A pouco e pouca venceremos a BATALHA CONTRA O ESQUECOMENTO! 

Quinhentos fraternais abraços para os que mantêm as memórias vivas daqueles tempos.

Um silêncio de respeito, para os - cerca de 10.000 - que regaram aquelas terras com o sangue da sua juventude, e nos deixaram prematuramente. 

A saudade daqueles que, tendo-se incorporado voluntariamente no Batalhão que hoje somos neste espaço, nos vão deixando, contra a nossa vontade, engrossando o Regimento da Saudade!

Algo se está a passar, já que são os melhores de todos nós, que estão a ser chamados.


 (ii) Carlos Pinheiro (Torres Novas)

De facto, uma data como a de hoje não pode nem deve ser esquecida pelas centenas de camarigos que encontraram neste Blogue uma certa forma de fazer terapia acerca dos anos de geurra da Guiné. 

Mas o Blogue também serviu e continua a servir para os reencontros que já se fizeram mas também para muitos outros que ainda se hão-de fazer. E o caso mais recente da apresentação do livro de Idálio Reis, A CCaç 2317 na Guerra da Guiné - Gandembel/Ponte Balana - acontecido no Grande Encontro de Sábado, 21,  em Monte Real prova bem que ainda há muito para dizer. 

Para ele os meus parabéns pela coragem e pela clarividência de ter trazido à luz do dia parte do que por lá se passou. Que os historiadores sérios, porque ainda os há, peguem neste livro o possam estudar e divulgar a uma série de incompetentes, que por aí pululam, armados em pessoas importantes para que possam saber mesmo o que foi a guerra e virem a fazer um acto de contrição por tudo o que têm andado a escamotear acerca daqueles 14 anos de guerra, podendo assim deixar de serem ignorantes. Por tudo isto o Blogue, o seu autor e seus co-editores estão de parabéns. No final de contas estamos todos de parabéns.

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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9787: Tabanca Grande: oito anos a blogar (5): Parabéns! (Rui Silva, Santa Maria da Feira)

Guiné 63/74 - P9787: Tabanca Grande: oito anos a blogar (5): Parabéns! (Rui Silva, Santa Maria da Feira)

1. Mensagem do Rui Silva (Santa Maria da Feira)

23 de Abril de 2012, data histórica, é o dia do Aniversário da Tabanca Grande

Quando a meio da minha comissão militar em serviço na Guiné Portuguesa (1965/67) e isto por volta do princípios do ano de 1966, me propus passar a escrito, num rudimentar caderno de escola, através de uma esferográfica azul ou vermelha, consoante o que estivesse ali mais à mão e às vezes a lápis mal afiado até, a contar como se passava ali a minha vida, narrando as vivências mais marcantes, desde as batalhas que travávamos no mato, confrontando muitas vezes situações dramáticas e muito sentidas, como ver ali mesmo camaradas nossos feridos ou até mortos (PÁGINAS NEGRAS), até aos bons momentos (SALPICOS COR-DE.ROSA) que eram os jogos de bola ou de cartas, as petiscadas, os whiskies, as travessas de ostras, as festas de anos, as picardias, o cantar ao desafio e as cantigas com ou sem viola e os momentos únicos de lermos um aerograma da família assim como a responder com outro para as sofredoras das mães e das namoradas, a dizer, ou a dar a entender que “estava tudo bem” e muitas coisas bonitas mais, assim como os sorrisos das bajudas. Báh….

…quando comecei a escrever (o propósito era a memória futura e para uso pessoal, quando muito familiar) estava longe de pensar ou sonhar que, passados 40 anos a minha história andava na cibernética.  a contar as peripécias que ali vivi e, ainda melhor, para mim, a ler a dos outros ( e tantas são!): umas com muito drama, com muita aventura, muito sofrer e de grande trauma, mas muitas também aonde a amizade a camaradagem e o espírito de entre-ajuda e na jovialidade dos 20 anos também são profusas. Nós estivemos lá e, é verdade (!) que estamos aqui a contá-las. Que sorte!

Feliz então a hora que encontrei o Blogue do Luís Graça. Grande oportunidade também,  e principalmente, para conhecer novos amigos entre os ex-Combatentes da Guiné; conhecer, e também fomentar e recrear as novas amizades; confraternizar com eles; podê-los cumprimentar e abraçar e todo, todo o mais, como, por exemplo, sentarmo-nos na mesma mesa. 

Uma bonita regra também de nos tratarmos todos por tu (sublime) e as patentes militares (sempre de respeitar) a ficarem de lado sem qualquer relutância daqueles que as usufruíram. Fantástico! 

Isto afinal é uma recompensa, uma generosidade: haver alguém que assim se propôs a desenvolver este caminho para satisfação dos ex-Combatentes.


[Infografia: Miguel Pessoa, 2012]

Feliz então a hora de entrar no Blogue do Luís Graça que teve o “atrevimento” e a “ousadia” (ponho entre aspas, pois o sentido não é bem esse) de juntar a malta que combateu na Guiné, numa grande família.

O MUNDO É PEQUENO… E A NOSSA TABANCA É GRANDE.

Título que significa tudo.

Assim, para ti Luís e aos teus incansáveis co-editores Vinhal e M. Ribeiro especialmente, aqui fica uma boa parte dos parabéns; dos PARABÉNS, esses, que eu dirijo ao Blogue LUÍS GRAÇA & CAMARADAS DA GUINÉ… pelo seu 8.º aniversário

Até ao nono.

Rui Silva
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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P9786:Tabanca Grande: oito anos a blogar (4): Parabéns! (Torcato Mendonça, Fundão)

1. Mensagem do Torcato Mendonça, que vive no Fundão:

8º ANIVERSÁRIO: 23 Abril 2004 / 23 Abril 2012-04-18 

[À direita, infografia de Miguel Pessoa, 2012]


Recebi a informação, em Maio de 2006, do meu camarada e amigo Carlos M. dos Santos, de que havia um Blogue sobre a Guiné. Certamente essa informação acompanhava outra sobre o almoço da CART 2339 pois, no ano anterior, 2005, e pela segunda vez, tinha ido, em Évora, ao almoço anual da Companhia. Necessitava, depois de tantos anos de ausência, ver os meus antigos camaradas. Nunca os esquecera. Queria, isso sim, era esquecer a “guerra” e dizer - há muito acabou para mim… o engano ao próprio…

Era um tempo, 2005,difícil para mim, a saúde pregara-me uma partida. A ida a Évora era quase, sem se notar, um adeus, uma despedida. 

Há uma união, entre os antigos camaradas, em laços de amizade, fraternidade e cumplicidade, certamente compreensíveis, mais por nós, devido às situações de privação, de anormalidade - aqui no sentido de perigo das próprias vidas e de sofrimento em certas situações passadas. É esse somatório de vivências que nos torna iguais e diferentes. Iguais no relacionamento com o mundo. Diferentes no relacionamento entre nós.

Há uma palavra que torna possível esse contra-senso, Guiné…

Isto escrevia eu na 5ª ou 6ª feira e continuava. Agora nada mais escrevo. 

Acontece que no Sábado fui ao Almoço-Convívio ou, se preferirem,  ao VII Encontro [Nacional] da Tabanca Grande,  em Monte Real.

Decorreu bem e muito dele se irá falar, escrever e ver em fotos. Não vou, por agora, dele falar ou escrever. Contudo, levantaram-se-me muitas questões fruto da sã convivência com vários camaradas. Umas ligeiras e até brejeirais, como o ter partilhado “a mesma dama em Bafatá com o meu querido camarada e amigo JC e o que nós rimos"; outras diferentes e fui levado a nelas pensar desde então. Efectivamente merecem ser reflectidas. Nada de grandes preocupações. Uma tem martelado, talvez das mais ligeiras, e prende-se com a idade hoje e estar ali, no convívio claro, em muito do tempo, com a idade de lá.

As outras não, por agora não, pois é festa e Dia de Aniversário. Dia em que esta Tertúlia faz oito anos (2004/2012). É um caso muito sério e deve ser felicitado o Fundador Luís Graça.

Depois todos os que o ajudaram e, se me permitem, realço o Carlos Vinhal. Não esqueço o Virginio Briote, o Magalhães Ribeiro e outros que, de várias formas, têm dados estimáveis contributos.

Parece-me que, talvez seja assim preferível, estão de Parabéns muito mais de Quinhentos Membros deste Blogue do Luís e Graça e que ele com todos partilhou.

É Grande, grande este espaço, este sítio de partilha de memórias, em pluralidade opinativa, com natural e feliz divergência para logo surgirem consensos, de troca de afectos e solariedades.

Tanto para dizer.  Prefiro só um Voto de Continuação em Fraterna e Sã Convivência, por muitos anos, para que a Memória de tantos jamais seja olvidada.

Eu Vos Abraço a Todos,  meus Camaradas de Armas e Amigos.

Torcato Mendonça
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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9784:Tabanca Grande: oito anos a blogar (3): Parabéns! (Albano Costa, Guifões / Matosinhos)

Guiné 63/74 - P9785: Em busca de ... (186): Esquadrão de Reconhecimento (EREC) 8740/72 (Bula e Bissau, 1973/74) (Nelson Manuel Maduro / Júlio Maduro Simões, Rio de Couros / Ourém)


Guiné > Região do Cacheu > Bula > 14 de agosto de 1971 > Um das nossas velhinhas Panhard... Foto do álbum de Victor Garcia, ex-1º Cabo At da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71)


1. Mensagem do nosso leitor Nelson Manuel Maduro:

De: NelMad <nelmad@sapo.pt>
Data: 21 de Abril de 2012 22:47

Assunto: Esquadrão de Reconhecimento (EREC) 8740/72 (PANHARD) [, Foto à direita, uma Panhard, em Bula, 1971, foto de Victor Garcia]

Exmo(s) senhor(es)

Peço desculpa de me dirigir a V. Exas desta forma, mas após pesquisas na NET pensei que seria a melhor forma.

Sou filho de ex-militar que integrou o Esquadrão de Reconhecimento 8740 (Panhard) na Guiné, 1973/74. O meu pai não tem contacto com militares que com ele tenham integrado este esquadrão.


Gostaria de saber se existe alguma forma de encontrar alguém (nome, contacto, mail, etc ...) para perceber se existem convívios para que o meu pai possa vir a encontrar "velhos" amigos e matar saudades.

Nome do meu pai é Júlio Maduro Simões e reside no distrito de Santarém, concelho de Ourém, freguesia de Rio de Couros, e pelas pesquisas que efectuei, [no vosso blogue, ] terá integrado o Esquadrão de Reconhecimento (EREC) 8740/72:

(i) O EREC 8740/72 foi mobilizado pelo RC 7 (Calçada da Ajuda, Lisboa);
(ii) Partiu para Guiné em 3/4/1973;
(iii) Regressou em 8/9/1974;
(iv) Esteve em Bula e Bissau;
(v) Comandante: Cap Cav Armindo José Pinto Machado.

Obrigado.
Com os melhores cumprimentos, 

Nelson Manuel Maduro


NOTA: O meu pai não sabe que estou a tentar encontrar os seus "velhos" amigos, e o que eu gostaria era de lhe fazer uma surpresa num convívio!


2. Comentário de L.G.:

Nelson, é bonito o teu gesto de querer ajudar e animar o teu pai, levando-o a retomar os contactos com os seus antigos camaradas de armas. Mas, para a próxima, não precisas de usar o tratamento cerimonioso com os camaradas do teu pai, que aqui se reunem, neste blogue.


Tudo indica que o teu pai tenha estado em Bula no tempo do médico José Madeira da Silva, hoje otorrino e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova  de Lisboa, portanto meu colega da NOVA. 

Numa primeira e superficial pesquisa pela Net, também não encontro notícias referentes a convívios  (anuais) do EREC 8740/72.  O que é estranho. Quase todas as unidades e/ou subunidades que estiveram na guerra do Ultramar (e em particular no TO da Guiné) fazem periodicamente convívios, no norte, no centro ou no sul do país. E até nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Nós próprios, aqui no blogue, damos publicidade a essas iniciativas, quando solicitados. 

Vamos deixar aqui um apelo ao pessoal da nossa Tabanca Grande, e aos demais leitores deste blogue  para nos darem alguma pista que leve até ao EREC 8740/72.  Se tiveres fotos do teu pai e/ou dos seus camaradas desse tempo, é mais fácil encontrar alguém... Dá um abraço ao teu pai. Estima-o muito em vida. E tem orgulho nele por ter servido no TO da Guiné.

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Nota do editor:


Último poste da série > 18 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9624: Em busca de... (185): Pedido de informações e fotos do Sold Cond Fernando Alves Tavares (Cristina P) 
Em relação ao teu pedido... Bom, não temos muitas referências ao EREC 8740/72 no nosso blogue. A bem dizer, não temos ninguém que tenha pertencido a essa subunidade de cavalaria. Sabemos que esteve em Bula, no final da guerra : Vd poste P5143, de 23 de outubro de 2009 >   Os nossos médicos (7): Prof Doutor José Madeira da Silva, otorrino, em busca dos ex-camaradas de Bula e Pelundo, 1973/74 .
nelmad@sapo.pt

Guiné 63/74 - P9784:Tabanca Grande: oito anos a blogar (3): Parabéns! (Albano Costa, Guifões / Matosinhos)


À direita: Infografia de Miguel Pessoa (2012) (*)


1. Mensagem, de 17 do corrente,  do nosso camarigo de Guifões/Matosinhos, mas também de Guidage, o Albano Costa, o fotógrafo de Guifões, que em 2000, na companhia do filho, Hugo Costa, e mais camaradas redescobriu a Guiné, numa memorável viagem de saudade:


Olá, Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


Os meus parabéns pelos seus oito anos, ainda muito novinho mas já com muitas comissões em cima.


Eu,  no dia em que o descobri  - já há muito tempo -  logo vi que tinha pernas para andar, e ainda bem que o Luís Graça se lembrou de 'dar à luz'  neste presente para que todos os que aderirem a navegar nele se possam deliciar a contar as suas e a ler as histórias dos outros.


Polémicas à parte, muitos confrontos de ideias, e ainda bem que existem, eu só tenho que agradecer a todos o prazer que me têm dado de poder navegar no blogue e ler todas as estórias sobre a guerra que enfrentámos na Guiné-Bissau.´


É gratificante saber que o blogue ajudou  muitos colegas a  ter oportunidade de poder falar mais abertamente sobre o que foi a sua estória de guerra - da guerra em que estivemos inseridos, uns com mais sacrifícios que outros,  mas no fundo estivemos todos com o mesmo estado de espírito. Por outro lado, também temos feito muito para que a guerra não seja esquecida no tempo, e hoje já vemos muita gente a escrever sobre a guerra e a se socorrer ao nosso blogue para poder perpetuar o que foi a guerra colonial ou do ultramar.


Um agradecimento também para os demais editores e colaboradores deste blogue. É que eles têm sido muito importantes na continuidade deste blogue.


Albano Costa
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Nota do editor:


Último poste da série > 23 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9782: Tabanca Grande: oito anos a blogar (2): Parabéns! (Miguel Pessoa)

Guiné 63/74 - P9783: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande (13): Mais caras novas... (e outras, não tanto)



 VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> O José [Marcelimo] Gonçalves e a sua simpatiquíssima esposa Tuula Kahkonen. Vivemk no Canadá, mas vêm a Portugal com frequência... Os portugueses falam muito depressa", queixou-se a Tuula... O Zé confirmou o nosso porvérbio (bloguístico) segundo o qual o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande! Até chega à imensão do Canadá!


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> A nossa nova tabanqueira, Alice Carneiro... Em sete encontros nacionais, falhou um, por razões de força maior...


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> A Natércia Neves, antiga enfermeira pára-quedista (e artista de cinema, acrescentei-lhe eu, quando a cumprimentei...). Veio com o marido Mário Neves, de Torres Vedras. A seu lado, na foto, o nosso camarigo António Martins de Matos, presença habitual nos nossos encontros anuais, e um dos nossos tabanqueiros 'strelados'...


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Um dos homens grandes da Tabanca de Matosinhos, o Zé Teixeira, solidário com as gentes da Guiné-Bissau, da carne até ao tutano... Aqui acompanhado com a esposa, Maria Armanda. O filho de ambos, médico, Tiago Teixeira, está neste momento no Hospital de Cumura, em missão de cooperação... foi surpreendido pelo golpe de Estado, mas está bem..  Um grande abraço da Tabanca  Grande para o Tiago!


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> A Joana Graça e o Jorge Pinto, um dos últimos camaradas da ingressar na Tabanca Grande.

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Dois homens da Bissalanca, BA 12 > O António Martins de Matos (Lisboa) e o Eduardo Ferreira, lourinhanense, que vive em A-dos-Cunhados, Torres Vedras. Um foi um dos melhores pilotos de Fiat G91, de toda a guerra da Guiné; o outro foi alferes mil da polícia aérea...

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Da esquerda para a direita: O Leonel Olhero (Ermesinde / Valongo) e o Fernando Súcio (Vila Real)... O leonel é escritor e poeta. (Ver aqui a nota de leitura do Beja Santos sobre o livro Ultrajes da Guerra Colonial, do Leonel Olhero).


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Ao centro, o João Paulo Diniz (Lisboa), do PIFAS; à sua direita, o Álvaro Vasconcelos (Baião),. que lhe levava a chave do totobola para ser divulgado no Programa das Forças Armadas; e à sua direita, o nosso tabanqueiro sénior Belarmino Sardinha (Odivelas).




VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Cara nova é o  Carlos Campos (ao centro): segundo informação Miguel Pessoa, "foi piloto da Esq 121 (voou T-6 e DO-27) e saiu da Esquadra quando eu lá cheguei (finais de 1972). Passou para os TAGP e por lá ficou até 1980. Tinha um MGB GT - que dava nas vistas por lá... - e, pela conversa que tivemos agora, ainda o conseguiu trazer para cá quando regressou em 1980"... À esquerda do Carlos Campos, está o nosso camarigo Hélder Sousa. À sua direita, e em segundo plano,  a Felismina Costa e o António Duarte, que já não são periquitos nestas andanças...


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Jorge Araújo e António Vaz, dois homens do Xime, de épocas diferentes, o Jorge de 1972/74 (CART 3494), o António, de 1968/69 (CART 1746)... De que falavam ? Seguramente, da Ponta do Inglês, do Poindon, da Ponta Varela, de Madina Colhido..., tudo estações do nosso calvário!... (Sem esquecer os senhores de Bambadinca...).

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P9782: Tabanca Grande: oito anos a blogar (2): Parabéns! (Miguel Pessoa)


A prenda do camarigo mais 'strelado' da Tabanca Grande!... Obrigado, Miguel!

Infografia  de Miguel Pessoa (2012) 

Vd. poste anterior desta série > 1 de abril de 2012 > Guné 63/74 - P9689: Tabanca Grande: oito anos a blogar (1): PAPA ALFA ROMEO ALFA BRAVO ECHO NOVEMBER SIERRA


Recorde-se que as nossas comemorações já começaram, com uma brincadeira de primeiro de abril... E com uma carta aberta à Tabanca Grande, que começava assim:

(...) 2. Carta aberta à Tabanca Grande > Amigos/as, camaradas, camarigos/as:


O nosso blogue vai fazer 8 anos...
Oficiosamente, nasceu a 23 de abril de 2004,
pelo menos foi nessa data que se publicou o primeiro poste,
relacionado com a guerra colonial e com a Guiné.
Levou anos a crescer.
Por exemplo, no primeiro ano, só cresceu 10 centímetros
(leia-se: só se publicaram dez postes sobre a nossa terra verde e vermelha)..
Passados dois anos, em finais de maio
de 2006, o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
já ultrapassava os 8 metros (leia-se: 800 postes)...
Hoje está a caminho dos 100 metros (leia-se: 10 mil postes):
é uma bela árvore, um belo poilão! (...)



Guiné 63/74 - P9781: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Muitas caras novas...

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O Valentim Oliveira e a neta Cyndia,  de 19 anos > O nosso camarada, que vive em Viseu, estava desolado por duas razões: (i) o Ruiz Alexandrino, por motivos de saúde, não pôde comparecer à última hora. ele que tem sido uma presença frequente nos nos encontros; (ii) o Virgínio Briote e a Maria Irene desta vez também falharam... O Valentim, um bravo da Ilha do Como,  fez este ano, em 5 de janeiro, a bonita idade de 70 anos... Recorde-se que ele foi Soldado Condutor da CCav 489/BCav 490, e portanto camaradada nosso coeditor Virgínio Briote (mesma companhia). Estava desolado por ser o único representante do batalhão... A Cyndia, por sua vez, tinham estado na Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, no IV Encontro Nacional da Tabanca Grande, em  20 de Junho de 2009, com a mãe da Maria Irene e sogra do Virgínio, a senhora dona Irene Fleming (hoje com 100 anos!). Por outro lado, o Valentim estava orgulhoso da sua neta que, além de já ter carta de condução, é estudante de marketinh, no Instituto Superior Politécnico de Viseu. Ficámos muito felizes por rever o nosso camarada e a sua neta.


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O Carlos Pires e a Joaquina (Amadora)... São duas caras novas. O Carlos foi nado e criado na Guiné, filho de pais portugueses, comerciantes. Fez a tropa lá, no início da década de 1970. Pertenceu à CCAÇ 13. Ficou muito feliz em conhecer o Carlos Silva e o Manuel Joaquim, dirigentes da ONGD Ajuda Amiga cujo presidente da direção é, nem mais menos, o Carlos Fortunato, um homem da primeira geração da CCAÇ 13 - Os Leões Negros. O Carlos Fortunato, soubemos através do Carlos Silva, está ainda em Bissau, sem conseguir desalfandegar o contentor com material para diversas intituições, incluindo a AD. Deve regressar esta semana, ficano o Pepito de acompanhar as operações alfandegárias, quando (e se) a vida  se normalizar em Bissau. Pela conversa que tive com o Carlos Pires (que vive em Portugal desde o 25 de abril), tem diversos amigos na Guiné-Bissau, ou naturais da Guiné-Bissau (como é o caso do António Estácio que, embora inicialmente inscrito no nosso Encontro, acabou por não poder vir). 


Representação da CART 1746 no VII Encontro da Tabanca Grande em Monte Real. Da esquerda para a direita: ex-Alf Mil João Mata, ex-Cap Mil António Vaz e ex-1.º Cabo Manuel Moreira.


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > Da direita para a esquerda, o António Vaz (ex-cap mil da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69) mais dois dos seus alferes, o João Mata e um outro camarada, angolano de nascimento, amigo do Rui Alexandrino, mas cujo nome não retive... Homens com grandes histórias, confidencia-me o António Vaz... Fique na mesma mesa, e conversámos um bocado... Quero vê-los inscritos como membros da Tabanca Grande, e conto para isso com os bons ofícios do António Vaz (, que se revelou para mim um excelente conversador: falámos bastante do Xime, da Ponta do inglês, dos picadores e guias do Xime, como o Seco Camará  ou do Mancaman, já aqui em tempos recordado pelo ex-alf mil capelão Arsénio Puim).


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012  > O meu camarada António Mateus, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), recentemente entrado para a Tabanca Grande, juntamente a esposa Laura. Vivem em Guifões, Matosinhos, são vizinhos do Albano Costa que me mandou um grande abraço, através deles.


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Duas caras que já são familiares, na nossa Tabanca  Grande, dois camaradas e amigos do meu tempo de Bambadinca, o António F. Marques e o J. L. Vacas de Carvalho que desta vez não contou nenhum fadinho "por falta de ambiente intimista"...


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Em primeiro plano, o meu querido ciriurgião ortopedista, que tratou do meu joanete, o Francisco Silva... A seu lado, um outro camarada, o  António Silva, da mesma companhia e do tempo de Xitole, a CART 3492 (1971/74).


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 >  O Alexandre Margarido e o José Vermelho.


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 >  O Manuel Carmelita  (Vila do Conde) e o João Marcelino (Lourinhã)


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O João Marcelino e o Juvenal Candeias (ex-Alf Mil da CCAÇ 3520, Estrelas do Sul, Cacine, Cameconde, Guileje, 1971/74)... Pel comversa que tive na mesa com estes cacineiros, terá sido o Juvenal Candeias quem trouxe ao nosso encontro o Margarido (ex-alferes mil, graduado em capitão, da CCAÇ 3520)... Fotos (e legendas): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:

domingo, 22 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9780: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande (11): Que ganda ronco!... As primeiras fotos da Op Monte Real 2012, com uma mensagem para o futuro



VII Encontro Nacional da Tabanca Grande  (*) > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O avô Benjamin Durães trouxe, desde Palmela, os seus cinco netos:  Bruna, Fábio, Marta, Rafael e Tiago (na foto não estão por esta ordem)... Todos devidamente equipados e ostentando na lapela o crachá do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) a que orgulhosamente pertenceu o nosso camarada, fur mil op esp e DFA.




VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > A Joana Graça, filha dos nossos tabanqueiros Luís Graça e Maria Alice, com três dos netos do Benjamim Durães... As duas raparigas são a Bruna e a Marta.

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O Manuel Joaquim e o seu "menino", o Adilan (pseudónimo de José Manuel Cunté)... A história de ambos foi aqui foi contada e comoveu-nos a todos... Também tivemos oportunidade de conhecer, no final do nosso convívio, a espos do Manuel, uma das suas filhas e dois seus netos...

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > Ao centro e à direita, o José Marcelino Gonçalves e a esposa, de origem finlandesa,Tuula Kahkonen, que vivem no Canadá. O Gonçalves foi um bravo gamadaelense, tal como o Caria Martins, hoje médico (aqui à esquerda).



VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > Manuel Lema Santos e Maria João (Massamá / Sintra)... O Manuel Lema Santos fez, antes do início do almoço, uma breve alocução, em nome da direção da AORNA - Associação dos Oficiais da Reserva Naval. Ofereceu ao nosso blogue várias publicações e uma medalha em bronze, comemorativa da fundação da AORNA, em 1995.




VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > O António Sousa Bonito (Carapinheira / Montemor-O-Velho) e  com outro camarada do Pel Caç Nat 52, do tempo em que foi comandante o alf mil op esp Joaquim Mexia Alves... O Joaquim estava radiante pelo Bonito ter feito a "bonita proeza" de juntar, em Monte Real, todos os seus furriéis (António Bonito, João Santos e Diamantino Varrasquinho) e cabos (António Pinheiro, António Ribeiro e João Sesifredo) do seu pelotão, do tempo do Mato Cão... Para que a felicidade fosse completa, estavam presentes no encontro, o primeiro comandandte do Pel Caç Nat 52, de 1966/68, o nosso camarigo Henrique Matos, que veio de Olhão, e   o último comandante, Luís Mourato Oliveira, da Lourinhã, a quem já convidámos para ingressar no blogue, e que tem muito de contar - tal como a Nau Catrineta).



VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > Da esquerda para a direita: O João Santos, fur mil do Pel Caç Nat 52, no tempo em que em que o comandante era o Joaquim Mexia Alves (c. 1972, Mato Cão), e o Luís Mourato Oliveira (Marteleira / Lourinhã), o último comandante, em 1974,  daquele bravo pelotão...
 

VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012 > Pessoal de peso e em peso, do BART 3873 (Bambadinca, 1971/74) e em eespecial da CART 3494 (Xime e Mansambo, dez 1971/ abr 74) > Da esqureda para a direita: Sousa de Castro (Viana do Castelo) - o nosso tabanqueiro nº 2 -,  Acácio Dias Correia (Algés / Oeiras), António J. Pereira da Costa (Mem Martins / Sintra),   Jorge Araújo (Almada), Adriano Neto (Aveiro), António Sousa Bonito (Carapinheira / Montemor-O-Velho) e  por fim, na ponta direita,  o Manuel Benjamim Martins Dias (Porto).

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2012). Todos os direitos reservados


1. Estas são as primeiras fotos do nosso almoço-convívio, em Monte Real, ontem, sábado, 21 de abril. Segundo a organização (Carlos Vinhal, Joaquim Mexia Alves e Miguel Pessoa), o número de inscritos e de presenças ultrapassou os 185, um recorde absoluto em sete anos... Como acontece todos os anos, há sempre desistências e inscrições de última hora. Mas mesmo sem a ajuda do São Pedro, da "troika" e do Cristiano Ronaldo, o nosso VII Encontro ultrapassou todas as nossas expetativas (em termos de inscrições).

A hora não é de fazer o balanço crítico do evento, mas tão só de mostrar como estamos a passar a mensagem à geração dos nossos filhos e netos. Vários camaradas trouxeram consigo os seus filhos (caso, por exemplo, dos nossos editores Luís Graça e Eduardo Magalhães Ribeiro, ou da nossa amiga Felismina Costa) ou dos seus netos (caso do Valentim Oliveira e do Hugo Guerra, por exemplo).

A fotorreportagem continua dentro de momentos... (LG)

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Nota do editor