Pensar em Voz Alta
Penso em voz alta e envio ou não? Se for, vagueará ciberespaço fora e pode aterrar; se não for ou não aterrar no destino, perde-se mais um amontoado de palavras ditas ou escritas.
Nesta tarde já de verão de 2008, quente e chata, resolvi tratar de assuntos para a segunda-feira que se aproxima. Li um bocado e abri o mail e a seguir o blogue.
1 - Faço por isso um breve comentário, puxando pelo que retive do que acabei de ler. O Texto (s) do Mário Fitas é uma reacção natural e epidérmica. O VB edita e não vem o nome de quem escreve. Mas ele sabe e certamente terá outra razão para o não fazer. Ser padre em certas freguesias é difícil ou deve ser. Creio eu. Assunto esclarecido e a polémica da guerra perdida ou ganha, a dar belo assunto de consulta, ao menos para memória futura, é pena ter acabado. Outra questões se levantarão.
2 – No texto escrito pelo Coronel Bernardo, em nota no ponto 2: diz o nosso Camarada Virgínio Briote ser responsável…meu caro Editor e Camarada, podes efectivamente ser – e és responsável – pela colocação do texto. Em tudo o mais, concorde-se ou não com o teor, todos os tertulianos se sentem sempre, penso eu e não me desiludam – claro que não…claro que não… – co-responsáveis pelos textos aqui, neste espaço colectivo, “postados”.
Se sentirmos a necessidade de comentar fá-lo-emos: - aprovando ou desaprovando!
No caso vertente, penso ser da mais elementar justiça que os nomes daqueles meus Camaradas venham a ter o nome deles no "Monumento". È assunto a levar páginas de escrita.
Só nota breve: foram cobardemente assassinados, pelo exército de libertação e sabemos, ou não sabemos?... Quem foram os responsáveis. Parece ser assunto a tratar um dia. Merece.
Há ainda tantos assuntos pendentes, tantos. Podem dizer ter eu um fraco pelo “Comando”. Certamente que sim e os Milícias e outros??? Bem…
3 – Não tenho escrito. Se escrevo não teclo ou se teclo directo como agora, muitos ficam. Motivos vários: expõe demasiado; pode provocar divergência e estou em tempo de pouca paciência; escrevo ao correr de…na recordação ou no avivar da memória daquele tempo, sentindo ainda hoje os verdes da mata, os putos e a alegria e risos de gente que sofria e mantinha a alegria; o pôr-do-sol; tudo isso e muito mais a virem brincar, ainda hoje, com os meus olhos e a entrarem calmamente na minha mente.
Um passado a virar presente, despretensiosamente, escrito da forma mais “primária” que consigo.
Relato a memória da guerra sem ir á guerra porca, á violência vivida. Era a guerra e…procuro não ir além de….
4 - Por isso se recebo e-mail de alguém, não em critica, talvez só em mera constatação – esse escritos perturbam…fico perplexo, daí talvez seja termo demasiado forte, admirado. Ai se eu fizesse o relato do que ficou gravado com “ferro em brasa”…
5 – Por formação sou solidário. Nem sei como se pode viver livremente sem essa prática. Pareço frio no trato ou na convivência. Vidas!
Isto a propósito do 10 de Junho do corrente:
Cá – não comento as palavras de um economista e dois "pensadores". Mas terão algo que comentar?!
Lá – há tempo, menos de dois anos, uma Senhora foi tratada de forma menos correcta por Militares. Ora um Militar, cidadão fardado tem o duplo dever de tratar correctamente todos e, mais ainda uma mulher. Está, hoje, um pouco esbatida essa questão do sexo ou de ser mulher. Sou velho e rejo-me por princípios de outrora e burro velho não aprende línguas. Mostrei, aqui neste espaço a minha solidariedade e disse que um militar tinha, por obrigação, um comportamento correcto. Devia ter ou não honrava a farda. Mas calei-me a pedido. Claro que sei que a democracia e a liberdade, como a entendo, ainda por lá lentamente se constrói…Desta vez nada digo.
Somente o lastimar e aproveitar para dizer: As Duas Faces da Guerra – ou as duas faces da Paz…
Tanto para comentar, tanto para dizer ou tanto para recordar. A assiduidade deve ser mantida.
Torcato Mendonça
Fundão
__________
Notas
1. Edição da responsabilidade de vb.
2. Caro Torcato:
O trabalho do editor está muito facilitado. As regras estão escritas no canto esquerdo, os tempos que levamos são de respeito pelo outro e as nossas idades também contam... E não estamos pressionados com shares. Mas vou pensar mais que uma vez antes de publicar um artigo não assinado.
Continua a Pensar em voz alta e não te esqueças de enviar.
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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