Depois de doze anos de luta encarniçada, o Furriel Magalhães Ribeiro arreia a bandeira de Portugal em Set 1974, em Mansoa. Foto de Magalhães Ribeiro.
Diz-se que, em 1963, aquando de uma visita de uma delegação do PAIGC à República Popular da China, Amílcar Cabral (2), depois de ter ouvido uma canção de Xiao He, terá dito que gostaria que fosse ele, Xiao He, o compositor a fazer uma música similar para inspirar a população da Guiné a alcançar a independência.
Um guerrilheiro hasteia a bandeira da Guiné-Bissau, em Mansoa. Foto de Magalhães Ribeiro.
Usando música africana como inspiração, Xiao He compôs a música, que depois da Independência em 1974, se viria a tornar o Hino da Guiné-Bissau.
Sol, suor e o verde e mar,
Séculos de dor e esperança:
Esta é a terra dos nossos avós!
Fruto das nossa mãos,
Da flor do nosso sangue:
Esta é a nossa pátria amada.
CORO
Viva a pátria gloriosa!
Floriu nos céus a bandeira da luta.
Avante, contra o jugo estrangeiro!
Nós vamos construir
Na pátria imortal
A paz e o progresso!
Nós vamos construir
Na pátria imortal
A paz e o progresso!
Paz e o progresso!
Ramos do mesmo tronco,
Olhos na mesma luz:
Esta é a força da nossa união!
Cantem o mar e a terra
A madrugada e o sol
Que a nossa luta fecundou.
CORO
Viva a pátria gloriosa (...) (1)
__________´
Nota de vb:
(1) Fonte: World Statesmen.org
Letra de Amílcar Lopes Cabral
Musica de Xiao He
(2)No seu livro Crónica da Libertação, Luís Cabral atribui a si a paternidade de tal iniciativa descrevendo em pormenor os passos que deu para obter de Xiao He "as propostas de partituras para o Hino do Partido e para o Hino dos Trabalhadores, acompanhadas de uma fita magnética com o registo das respectivas interpretações" (pgs 225, 226)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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