Guiné-Bissau> Região de Gabu > Picada de Cheche-Gabu > 1998 > Trinta anos depois ainda eram ainda brutalmenmte vísiveis os sinais das emboscadas e das minas que fizeram do triângulo do Boé (
) um verdadeiuro cemitério para os homens e as suas máquinas...
Fotos (e legenf: © Francisco Allen / Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné-Bissau > Região de Gabu > Setor de Boé > Algures junto à fronteira, a 40 km de Madina do Boé > 24 de Setembro de 1973 > O PAIG proclama unilateralmente a independência.
Fonte: PAIGC (?). Foto tentilmente cedida por Jorge Santos (reproduzida de: Guerra Colonial: Chaimite o Último Ciclo do Império. Lisboa: Museu República e Resistência. 1999).
1. Texto do José Martins (ex-furriel miliciano trms, CCAÇ 5 - Gatos Pretos, Canjadude , 1968/70).
II Parte da série Madina do Boé: Contributos para a Sua História (1)
Quando escrevemos o texto
Madina do Boé: Contributos paraa sua história, entre Janeiro e Maio de 2006, pretendíamos homenagear aqueles que, no fatídico dia 6 de Fevereiro de 1969, perderam a vida na simples travessia de um rio (2).
No entanto, continuámos a pesquisar os factos que se ligavam a este local
mítico para ambos os lados do conflito: as NT queriam manter a todo o custo este local sob o seu controle, enquanto as forças do PAIGC queriam proclamá-lo, o mais rápido possível, como zona libertada.
Mas a história não se esgota em si mesma, e não passa de um livro aberto onde se vai escrevendo um facto novo, ou até então não revelado. Só com a colaboração de
quem por lá andou é possível juntar os pequenos factos que, em conjunto, fazem a História.
Assim o fez o Coronel Marques Lopes, que foi Alferes Miliciano da CART 1690, que me telefonou e enviou um mail datado de 16 de Outubro de 2006, após ter lido o texto na
revista Combatente, que transcrevo:
“Aqui vai o acrescento: Tomou parte em Operações realizadas nas zonas de Ganguiró, Canjadude, Cabuca e Sincha Jobel (aqui em conjunto com a CART 1690, nas Operações INVISIVEL em 19DEZ69 e INVISIVEL II em 21DEZ69). Acho importante a colocação do teu artigo no blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné).
Abraços. A. Marques Lopes”.
Além dos militares que pereceram no desastre do Cheche, muitos outros tombaram em combates, quer nos aquartelamentos donde as nossas tropas retiraram ou no itinerário para aqueles locais ou, ainda, na zona a Sul de Canjadude, onde o IN passou andar com maior liberdade de movimentos, apesar das diversas incursões, não só das forças do Exército, mas também da Força Aérea.
Assim, é de toda a justiça recordar aqueles que, na defesa dos aquartelamentos ou patrulhas de combate ou colunas logísticas, pertencendo às Unidades referidas na primeira parte do artigo e já publicado a que se juntam outras então não referidas, tombando por ferimentos em combate, deram a sua vida ao Serviço da Pátria:
De 6 de Março de 1963 até 6 de Fevereiro de 1969
3ª Companhia de Caçadores Indígenas
• Braima Baldé, Soldado Atirador, natural de Santa Isabel / Gabu, inumado no cemitério de Nova Lamego, tombou em Madina do Boé em 30 de Janeiro de 1965;
• Martinho Gramunha Marques, Alferes Miliciano Comando, natural de Cabeço de Vide / Fronteira, inumado no cemitério de Cabeço de Vide, tombou em Madina do Boé em 30 de Janeiro de 1965;
• Bifa Insiga, Soldado Comando, natural de Encheia / Bissorá, inumado no cemitério de Madina do Boé - Guiné, tombou em Madina do Boé em 28 de Abril de 1965;
Companhia de Caçadores 727
• António Gonçalves da Silva, Furriel Miliciano Atirador, natural de Penude / Lamego, inumado no cemitério da Sé em Lamego, tombou em Madina do Boé, em 29 de Novembro de 1964;
• António Angelino Teixeira Xavier, Alferes Miliciano de Infantaria, natural de Carrazedo de Montenegro / Valpaços, inumado no cemitério de Carrazedo de Montenegro, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• António Joaquim Graças Viegas, Soldado Atirador, natural de Moncarapacho / Olhão, inumado no cemitério de Nova Lamego, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• Avelino Martins António, 1º Cabo atirador, natural de Alperce / Monchique, inumado no cemitério de Nova Lamego - Guiné, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• Domingos Moreira Leite, Furriel Miliciano Atirador, natural de Rebordosa / Paredes, inumado no cemitério de Rebordosa, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• José Pires da Cruz, Soldado Condutor Auto Rodas, natural de Cernache / Coimbra, inumado no cemitério de Nova Lamego - Guiné, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• Leonel Guerreiro Francisco, 1º Cabo Atirador, natural de Alte / Loulé, inumado no cemitério de Nova Lamego - Guiné, tombou na estrada de Madina do Boé – Gobije, em 30 de Janeiro de 1965;
• José Maximiano Duarte, Soldado Atirador, natural de Monchique, inumado no cemitério de Monchique, faleceu em 31 de Janeiro de 1965 em consequência dos ferimentos recebidos no combate na estrada de Madina do Boé – Gobije em 30 de Janeiro de 1965.
Emblema do Grupo de Comandos Os Fantasmas (1965/66). Foto:
Tantas Vidas, blogue de Virgínio Briote (com a devida vénia).
Grupo Comandos Os Fantasmas
• António Joaquim Vieira Pereira, 1º Cabo Corneteiro Comando, natural de Santa Leocádia / Baião, inumado no cemitério de Santa Leocádia, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Artur Pereira Pires, Furriel Miliciano Comando, natural de S. Sebastião da Pedreira / Lisboa, inumado no cemitério da Ajuda em Lisboa, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Braima Seidi, 1º Cabo Comando natural de Buba / Fulacunda, inumado no Cemitério de Bissau – Guiné, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Eugénio Campos Ferreira, Soldado Condutor Auto Comando, natural de Vila Frescaínha (São Pedro) / Barcelos, e inumado no cemitério de Vila Frescaínha, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• João Ramos Godinho, Soldado Condutor Auto Comando, natural de Valverde / Coruche, e inumado no cemitério de Coruche, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• José da Rocha Moreira, Soldado Condutor Auto Comendo, natural de Arcozelo 7/7 Vila Nova de Gaia, inumado no cemitério de Arcozelo, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Manuel Couto Narciso, Soldado Condutor Auto Comendo, natural de Santa Catarina / Caldas da Rainha, inumado no cemitério de Bissau – Guiné, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Ramiro de Jesus Silva, 1º Cabo Condutor Auto Comando, natural de Valongo (Colmeias) / Leiria, inumado no cemitério de Bissau – Guiné, tombou em contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em 28 de Novembro de 1964;
• Artur Mateus Martins, Soldado Cozinheiro Comando, natural de Olhão, inumado no cemitério do Alto de S. João - Lisboa, faleceu, no Hospital Militar Principal (Lisboa), vítima de ferimentos recebidos em combate em 28 de Novembro de 1964, no contacto com o IN, junto do Rio Gobige, na estrada Madina do Boé para Contabane, em
8 de Dezembro de 1965;
Companhia de Cavalaria 702 [CCAV 702]
• Jorge Coli Seidi, Alferes de 2ª Linha, Comandante da Policia Administrativa do Boé ao serviço desta Unidade, inumado em local não referenciado, tombou na tabanda de Bombocuro em Madina do Boé em 22 de Junho de 1965;
• Malan Seidi, Polícia Administrativo ao serviço desta Unidade, inumado em local não referenciado, tombou na zona de Madina do Boé – Che-che, em 15 de Abril de 1966;
• Braima Balde, Policia Administrativo ao serviço desta Unidade, natural de Sincha Carima / Regulado de Sama, inumado em local não referenciado, tombou em Biondo - Madina do Boé em 22 de Abril de 1966;
• Joaquim Valadas Pereira, Soldado Atirador, natural de Valada / Cartaxo, inumado no cemitério de Vala da do Ribatejo, tombou em Madina do Boé em 22 de Abril de 1966;
Companhia de Caçadores 1416 [CCAÇ 1416]
• Augusto Reis Ferreira, Soldado Atirador, natural de Montargil / Ponte de Sôr, inumado no cemitério de Ponte de Sôr, tombou no ataque a Madina do Boé em 22 de Julho de 1966;
• Carlos Manuel Santos Martins, Soldado Atirador, natural de Cova da Piedade / Almada, inumado no cemitério de Almada, tombou no ataque a Madina do Boé em 22 de Julho de 1966;
• Rogério Lopes, 1º Cabo Atirador, natural de Chão de Couce / Ancião, inumado no cemitério de Chão de Couce, tombou no ataque a Madina do Boé em 22 de Julho de 1966;
Batalhão de Caçadores 1856 / Companhia de Comando e Serviços [CCS/BCAÇ 1856]
• António Zulmiro Gonçalves, Soldado Condutor Auto Rodas, natural de S. Mamade de Infesta / Matosinhos, inumado no cemitério de S. Mamade de Infesta, tombou durante uma coluna de reabastecimento na estrada entre Nova Lamego e Madina do Boé em 10 de Fevereiro de 1967;
Companhia de Caçadores 1546 [CCAÇ 1546]
• Francisco António Roberto Hipotecas, Soldado Condutor Auto Rodas, natural de São Vicente / Cuba, inumado no cemitério de Cuba, tombou numa coluna auto para Beli, em 11 de Junho de 1966;
• José da Silva Marques, Furriel Miliciano Enfermeiro, natural de Alvaiázere / Leiria, inumado no cemitério de Alvaiázere, faleceu no Hospital Militar 241 em Bissau, em consequência de ferimentos em combate, numa coluna auto para Beli, em 11 de Junho de 1966.
Batalhão de Engenharia 447 [BENG 447]
• Álvaro Ferreira Caneira, 1º Cabo Pontoneiro, natural de Silvalde / Espinho, inumado no cemitério de Espinho, tombou durante um ataque ao Aquartelamento do Che-che, onde se encontrava em diligência, em 12 de Novembro de 1966;
Companhia de Caçadores 1586 [CCAÇ 1586]
• António Armando Almeida Oliveira, Furriel Miliciano Atirador, natural de Barroca / Fundão, inumado no cemitério do Alto de S. João em Lisboa, tombou na Rocha de Diquel, a Sul do Che-che, durante uma coluna de reabastecimento, em 28 de Dezembro de 1966;
• Manuel Duarte, 1º Cabo Atirador, natural de Gosende / Castro d’Aire, inumado no cemitério de Gosende, tombou na Rocha de Diquel, a Sul do Cheche, durante uma coluna de reabastecimento, em 28 de Dezembro de 1966;
• Alfredo Augusto, Soldado Atirador, natural de Natural de Olgas-Frestinha / Mirandela, inumado no cemitério de Mirandela, tombou no itinerário de Nova Lamego a Madina do Boé, durante uma coluna de reabastecimento, em 10 de Fevereiro de 1967;
• António Carlos Viegas, Soldado Condutor Auto Rodas, natural de Guardião / Tondela, inumado no cemitério do Alto de S. João em Lisboa, tombou no itinerário de Nova Lamego a Madina do Boé, durante uma coluna de reabastecimento, em 10 de Fevereiro de 1967;
• Joaquim Martins Pires, Soldado Atirador, natural de Vascoveiro / Pinhel, inumado no cemitério de Vascoveiro, tombou no itinerário de Nova Lamego a Madina do Boé, durante uma coluna de reabastecimento, em 10 de Fevereiro de 1967;
• José Ferreira Alves, 1º Cabo Radiotelegrafista, natural de São Frutuoso – Ceira / Coimbra, inumado no cemitério de Ceira, tombou junto a Uelingará, durante uma coluna no itinerário Nova Lamego a Canjadude, em 14 de Dezembro de 1967;
• Ilídio Bonito Claro, Soldado de Transmissões, natural de Montemor-o-Velho, inumado no cemitério da Torre em Montemor-o-Velho, faleceu no Hospital Militar 241, vítima de ferimentos em combate durante um patrulhamento na região de Madina do Boé, em 4 de Janeiro de 1968;
• Manuel Correia, Soldado Atirador, natural de Trevões / São João da Pesqueira, inumado no cemitério do Estoril, tombou num acidente com arma de fogo em Coaina, na estrada Nova Lamego a Madina do Boé em 29 de Maio de 1968;
• António da Silva Domingos, 1º Cabo Atirador, natural de Vaqueiros / Alcoutim, inumado no cemitério de Bissau - Guiné, tombou na zona de Andebe, estrada do Che-che a Canjadude, durante uma coluna de reabastecimento em 21 de Junho de 1967;
• Manuel Gaio Neto, Soldado Atirador, natural de Prado-Santa Maria / Vila Verde, inumado no cemitério de Prado, tombou em Ganguiró, no itinerário entre Che-che e Canjadude, em 08 de Novembro de 1967;
• Luís Vasco da Veiga Ferreira Pedras, Major do Serviço de Material, natural de São João das Caldas / Guimarães, inumado no cemitério do Alto de S. João em Lisboa, foi vítima , em 13JAN68, de ferimentos recebidos em combate junto a Fariná, durante uma coluna no itinerário Canjadude ao Che-che, vindo a falecer no Hospital Militar 241 em 15 de Janeiro de 1968;
• Mamadu Bá, Alferes de 2ª Linha, natural de Cassama / Pita, inumado no cemitério de Nova Lamego – Guiné, tombou vítima de mina anti pessoal, junto à tabanca de Ganguiró, no itinerário de Canjadude – Che-che, em 30 de Novembro de 1967;