domingo, 18 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6756: José Corceiro na CCAÇ 5 (15): Canjadude, CCAÇ 5, onde a surpresa acontece

1. Mensagem de José Corceiro (ex-1.º Cabo TRMS, CCaç 5 - Gatos Pretos , Canjadude, 1969/71), com data de 16 de Julho de 2010:

Caros camaradas, Luís Graça, Carlos Vinhal, J. Magalhães.
É com estima que apresento este redigido, que publicarão se assim o entenderem. Empenhei-me nas fotos, publiquem com o vosso saber e arte, como ajuizarem mais conveniente.

Um Abraço
José Corceiro


José Corceiro na CCAÇ 5 (15)

CANJADUDE, CCAÇ 5, ONDE A SURPRESA ACONTECE


FOTO 1 – Tabanca e Aquartelamento de Canjadude, vista do lado da picada do Cheche, vendo-se em plano afastado a picada que nos conduzia a Nova Lamego. Pode ver-se um filão de rochas, pouco vulgar na Guiné, que atravessa a imagem, um pouco para além do plano central da foto e o veio termina quase por ali. Podemos ver no lado esquerdo, a pista aérea e o quadrado esbranquiçado é o heliporto. É visível o campo de futebol no lado direito da pista. Como se pode observar há desmatização em todo o perímetro que circunda o Aquartelamento e a Tabanca, até uma distância aproximada de 300 metros. Este espaço desarborizado podia, algum, ser cultivado. Ao lado direito vê-se parte da Bolanha.

Eu sei muito bem, que cada um de nós foi uma individualidade distinta, que sentiu e se lhe cravaram na pele os efeitos nefastos da Guerra, deixando esculpido o estigma, segundo a sua particularidade, pois cada um de nós é uma singularidade. Testemunhámos ocorrências que nos afectaram, segundo a percepção e sensibilidade de cada um, e em função do maior ou menor grau de exposição, perante as crueldades belicistas a que cada um esteve sujeito no TO da Guiné. As desumanidades que presenciámos marcaram as nossas personalidades, pois foram tempos de intensa solidão, ainda que acompanhados de camaradas. Também sei, que após terem passado quase 40 anos, já pouco lembramos esse passado, que permanece (como que adormecido) no nosso subconsciente, manifestando-se, em alguns, em determinadas reacções comportamentais, que por vezes são difíceis de aceitar e interpretar. Eu estou a enquadrar esta questão, porque o teor do meu artigo, a seguir, é uma síntese singela do que escrevi na circunstância, sobre os factos que vou relatar... a minha linha de pensamento, duma maneira geral, mantém-se fiel com a da época.

Durante a minha permanência na Guiné, de entre os quatro Comandantes de Companhia da CCAÇ 5 que eu conheci em Canjadude, por razões de estilos diversos, cada um deles deixou cinzelado na minha memória recordações e sentimentos distintos.

FOTO 2 - Largo central da Tabanca de Canjadude onde os Homens Grandes passavam o dia sentados.

Vivemos em Canjadude num estado permanente de emoções, sobressalto, ansiedade e dúvida, pois estamos num envolvente TO de Guerra, onde as condições climatéricas são inóspitas e deveras funestas para se adaptarem a Metropolitanos. A estas agruras ambientais há a somar o muito desgastante esforço solicitado para equilibrarmos a subsistência, onde há carências tão básicas que provocam cansaço físico e psíquico, realce-se a nossa docilidade e adaptação ao meio. Estamos integrados numa Companhia Independente de Africanos, cujo Quartel tem abrigos enterrados no chão, onde dormimos, os que conseguem, em condições desumanas. O acampamento confina com uma tabanca, onde coexistem civis e militares nativos com as suas famílias, habitando em “morançinhas” familiares tradicionais, cobertas de capim (colmo).

FOTO 3 - Horta militar, próximo da bolanha.

Quer a tabanca quer o aquartelamento estão delimitados do mato pelo arame farpado. A localização do aquartelamento é periférico e isolado, tendo ficado depois da evacuação do Cheche o mais próximo de Medina de Boé. As condições de sobrevivência têm carências de toda a ordem, em todas as vertentes, daquilo a que vulgarmente chamamos necessidades básicas, pelo que não há uma sã harmonia que contribua para um salutar equilíbrio físico e emocional que o ser humano precisa para estar integrado socialmente. A tabanca, além das pequenas moranças com os seus habitantes, nada mais tem além dum rudimentar cabanal, coberto com chapas de zinco, a que se deu o nome de escola.

A actividade agrícola praticamente é nula, ainda que seja um facto a grande fertilidade do solo que circunda o aquartelamento, como se pode provar através da horta militar, que graças à dedicação, empenho e boa vontade, do Sargento José Marques que orienta o cultivo, em mais de um local, permitindo-lhe agricultar diversos legumes que produzem colheitas sequenciais, tais como: couves, alfaces, nabos, tomates, pimentos, pepinos, feijão, cenoura, cebola, etc. etc.

Lancem a semente à terra amanhada e o produto resplandece, como dádiva... a terra tem nutrientes e os necessários sais minerais, há luz, há calor, dêem de beber ao solo e ele retribui a sua generosidade.

FOTO 4 – Cozinha comunitária em Canjadude.

Os nativos, os não militares, somente cultivam junto à bolanha alguma “mancarra”, mas muito pouca e nada mais. Em qualquer cultura existe sempre um cereal como base alimentar, sendo neste caso da Guiné, o arroz, mas a gente de Canjadude está dependente dos militares para lho vender a preço simbólico. Quão benéfico teria sido para a população civil e militar, agora, se ao longo de anos tivesse havido mais interesse para investir na formação de técnicos para transmitirem conhecimento aos nativos na área agrícola? Os habitantes civis, aqui, vivem praticamente dependentes de algum frete que os homens fazem, como carregadores de material militar, quando há operações para o mato, enquanto as mulheres vão ganhando alguns pesos como lavadeiras dos metropolitanos, isto é o quotidiano de Canjadude.

FOTO 5 - Retirar as sementes da palmeira, em condições pouco higiénicas, para utilizar nos cozinhados, da alimentação dos Canjadudianos.

Dia 20 de Março de 1970, o Comandante da CCAÇ 5 é o Capitão Manuel de Oliveira (falecido em 31/03/2007 com a patente de Coronel Tirocinado na Reserva) e é voz corrente que nos vai deixar por ter sido promovido a Major e ter sido destacado para Bissau, para exercer funções relacionadas com actividades no Ministério da Educação. A família do Capitão vive em Bissau, cujo agregado familiar é composto por duas filhas e a esposa (Biologa) que lecciona Ciências no Liceu Honório Barreto.

FOTO 6 – Foto tirada do aquartelamento, junto do arame farpado, para o lado da bolanha. Terreno que podia ser todo cultivado.

Dia 21 de Março, logo cedo, antes das 07h00, saiu uma coluna de reabastecimento para Nova Lamego. Eu estou de serviço no Posto de Rádio, das 04 às 08h00 e das 12 às 16h00. O José Carlos Freitas saiu hoje na coluna e vai para a Metrópole em gozo de férias.

A coluna regressou cedo do Gabu, por volta do meio-dia. Recebi muita correspondência. Veio para substituir o Capitão Oliveira, o Capitão Borges (Hoje Coronel na Reserva) que era o Comandante da CCS do Batalhão de Nova Lamego.

Aqui, por Canjadude, a actividade operacional tem sido incessante, quase todos os dias saem Grupos de Combate para o mato, as operações sucedem-se, mas não tem havido nada digno de nota.

Dia 25, às 20h30, o IN começou a flagelar Cabuca, que é um Aquartelamento localizado a Nascente de Canjadude e o mais próximo, embora não haja via (picada) de ligação directa entre eles. Há pouco mais de oito dias que foram atacados e hoje voltaram a embrulhar, a Companhia ainda é “periquita”, se não ganham animosidade estão tramados.

Dia 26, não sei se terá algum fundamento ou se será boato de caserna, mas comenta-se a notícia com honras de veracidade. Fala-se à boca cheia que o Capitão Borges vai trazer a esposa, que vive em Nova Lamego, aqui para o Destacamento de Canjadude.

Dia 28, houve coluna a Nova Lamego e o Capitão Oliveira deixou hoje a CCAÇ 5, foi para Bissau.

Dia 29 de Março de 1970, é Domingo de Páscoa. Na parte da tarde realizou-se um emocionante desafio de futebol entre a equipa dos “velhinhos” e os “periquitos”, eu, ainda alinhei pelos “periquitos”, a disputa entusiasmou e foi empolgante, pelo que nos descontrolamos um pouco e chegámos uns escassos cinco a dez minutinhos atrasados ao jantar, já não nos deixaram comer.

FOTO 7 - Recepção do povo de Nova Lamego ao Ministro do Ultramar, 14 de Março de 1970.

Desde que o Ministro do Ultramar esteve em Nova Lamego, dia 14 deste mês, todos os dias têm havido saídas de pelotões para o mato e tem sido uma constante o movimento de envio e recepção de mensagens no posto de rádio.

Dia 31, o Capitão Borges mandou reunir os Militares da Formação e esteve a definir algumas normas de conduta, que quer que sejam cumpridas por todos, principalmente na apresentação do vestuário e comportamentos.

FOTO 8 - O Ramos a cortar o cabelo ao Corceiro em Canjadude. Era normal entre as 10 e as 15hh00, intervalo de descanso, andarmos assim vestidos, quando não era pior.

Dia 1de Abril, é o dia da Unidade. Logo cedo saí para o mato com dois Grupos de Combate, para os lados de Comuda, não sei porquê, mas não nos foram disponibilizados carregadores para transportar o equipamento de Transmissões. Regressámos por volta das 16h00, um pouco cansados, pois foi sempre a trilhar, felizmente que para as nossas caminhadas, agora, não há as martirizantes bolhanhas alagadas.

Dia 3, já há dois dias que estão três Pelotões para o mato e só regressam amanhã. Esteve aqui um “DO” que trouxe frescos e correio, tendo vindo também um Capelão, assim como um Militar Foto-Cine.

Dia 5, depois de jantar saiu o 1.º Pelotão para o mato. Das Transmissões sou o operacional que está afecto a este Grupo, pelo que saí para o mato também. Já depois de estarmos instalados no mato, 22h30, começámos a ouvir grandes rebentamentos na direcção de Nova Lamego, o Gabu, estava a sofrer flagelação. Recebi ordens do aquartelamento para regressar imediatamente à base. Regressámos, já nos tínhamos deitado, mas por volta das 23h30 tivemos que nos levantar. Formaram-se dois Grupos de Combate e saímos em direcção a Cancoré onde chegamos por volta da 01h30, ficando por ali emboscados. Ainda não tinha rompido o alvorecer já nós estávamos de regresso ao destacamento, onde chegámos às 06h50. Por volta das 12h00, saiu de Canjadude um Pelotão em direcção a Nova Lamego, que se instalou e emboscou no mato, próximo do cruzamento de estradas, Canjadude, Cabuca, Nova Lamego.

O flagelo que sofreu Nova Lamego não causou danos dignos de registo. Os mísseis que foram lançados já estavam obsoletos e falharam os alvos, pois as rampas de lançamento foram montadas muito distante de Nova Lamego, de forma que não atingiu a eficácia pretendida pelo IN, devido à deficiente orientação dada ao projéctil lançado.

Dia 7 de Abril, logo de manhãzinha, ao romper da aurora, saiu uma coluna para Nova Lamego. A coluna regressou a Canjadude bem cedinho, tendo recolhido no trajecto o Pelotão que estava emboscado.

Ao chegar a coluna ao aquartelamento ficou tudo surpreendido e de boca aberta… ah! ah!, embora não fosse surpresa para ninguém, pois já todos sabiam, o Capitão Borges veio acompanhado da sua esposa, que segundo consta vai ficar a viver em Canjadude.

FOTO 9 - Capitão Borges com a esposa numa coluna para Nova Lamego. Sentados atrás vão os guarda-costas (elementos dos Comandos, Dragões). Houve autorização superior para o jipe poder integrar a coluna.

É uma atitude arrojada que revela coragem, determinação e cumplicidade no casal, dando provas de coesão, sem se pouparem a sacrifício para consolidar a união dos cônjuges. É evidente que o amor é mais importante que a morte... mas o Capitão Borges, com esta sua ousadia, deu provas de combate, segurança e confiança, no porvir.

A senhora do Capitão Borges, tem que ser uma mulher de alma magnânima e imperturbável, para se arriscar a viver nestas condições, a milhas da civilização e neste isolamento, não deve ser fácil, mas é revelador de acto de afoiteza e amor para com o marido, ao querer trilhar alguns dos perigos e dificuldades inerentes ao TO de Guerra que todos aqui vivemos, só que nós militares, por imposição e obrigação, enquanto a senhora do Capitão é de livre vontade, abnegando a possibilidade de bem-estar, provavelmente podendo viver na Metrópole.

FOTO 10 – Abrigo do Capitão na CCAÇ 5.

Não nos podemos esquecer que estamos no mato e, a partir de agora, da parte de nós militares, impõe-se nova conduta, mais moderação no verbalismo utilizado na oralidade, mais decoro na postura de apresentação, mormente no vestuário usado, pois tem que haver pundonor e uma determinada probidade no porte, não nos podendo dar à veleidade do desalinho que é ir dos abrigos para os balneários, só de toalha às costas (às vezes suportada por cabide fantasiado) e sabonete na mão. É toda uma atitude comportamental na disciplina, a que temos que nos ajustar.

Anda um calor abrasador e todos os dias têm saído Pelotões para o mato, por um ou dois dias. No dia 10 houve coluna ao Gabu e no dia 12 voltou a haver, ficando o 2.º Pelotão da CCAÇ 5 em Nova Lamego por uns dias.

Os últimos meses de comissão passados na Guiné são extremamente dolorosos e longos, quase para todos, tornam-se angustiantes, por aquilo que tenho observado e analisado são traumatizantes, são o limite do resistir ao sacrifício imposto. Ultimamente tem sido o Nora de Transmissões, que tem andado descompensado e muito agitado, (infelizmente, actualmente está a viver momentos menos tranquilos, também reflexos desse passado) pois já é o mais velho na Secção de Transmissões e hoje teve que ser evacuado para Nova Lamego. Pessoalmente sinto estes casos com sofrimento, atiçando em mim um sentimento de pena…

A esposa do Capitão Borges, com todo o respeito, é uma senhora muito simpática e bem-disposta, tem uma auréola de energia positiva. Sempre que passa por algum de nós, indiscriminadamente, não faz distinção, tem a amabilidade de nos dirigir um cumprimento de saudação, sempre com ar de pessoa feliz e sorridente. Só uma senhora que aparenta esta tranquilidade interior e serena generosidade, se sujeitaria a viver neste meio tão hostil e carenciado, onde abundam todo o tipo de privações.

A actividade operacional continua intensíssima, há sempre pessoal no mato e um Pelotão em Nova Lamego. No dia 18 veio o substituto do Alferes Gago. Alguns graduados tem sorte, porque nem um ano cumprem aqui de comissão, até serem rendidos, enquanto outros militares chegam a estar aqui 25/26 meses. Vá lá o diabo compreender estas injustiças…

Dia 29, por sugestão da esposa do Capitão Borges, ao serão, reunimo-nos todos os militares no refeitório das praças para confraternizarmos um pouco e jogar ao loto, presidido pelo Comandante da Companhia (desde que eu estou em Canjadude nunca houve uma união e envolvimento de aproximação semelhante a este acto, as águas têm sido muito separadas). Eu logo na primeira jogada fiz Bingo, ganhei 154 pesos, voltei a fazer Bingo na terceira jogada, ganhando 86 pesos, pelo que levou alguém a gracejar que eu já tinha ganho dinheiro suficiente para pagar uma rodada de cervejas para todos.

Dia 6, de Maio, chegou a Canjadude o Capitão Arnaldo Costeira (creio que na época era o Capitão com menos idade do QP, se a memória não me falha, ouvi-lhe dizer que comandou, interinamente, uma Companhia em Angola tinha ele 20 anos de idade, na altura como Alferes e que tinha sido há quatro anos atrás. Hoje é Coronel na Reserva) para substituir o Capitão Borges.

Dia 7, na parte de tarde saiu de Canjadude um Pelotão que se foi emboscar no espaço entre a estrada de Canjadude e Cabuca, já próximo do cruzamento. Dia 8 fomos buscar o Pelotão e visto estarmos próximo, fomos ao Gabu. Neste mesmo dia rebentou uma mina, na estrada de Cabuca, que provocou muitos feridos à Companhia ali aquartelada.

Dia 13, em Canjadude foi accionado o alarme de perigo, dirigiu-se apressadamente todo o pessoal para os seus postos de defesa, mas afinal era tão só uma demonstração para testar a eficácia da actuação do pessoal e, para o Capitão Borges dar umas explicações da orgânica dos procedimentos a cumprir, em caso de ataque IN, ao Capitão Costeira.

FOTO 11 - Entre o Cheche e o Bormuleo, na margem direita do Rio Corubal, a posar para a foto o Capitão Borges, Capitão Costeira e Alferes Varela (hoje advogado em Almada). É visível a margem oposta do rio Corubal.

Dia 23, realizou-se uma operação para os lados do Cheche, Corubal, Bormuleo, a nível de Companhia, foram o Capitão Borges e o Capitão Costeira nesta operação. As viaturas foram-nos levar na direcção do Cheche e apeamos muito próximo das viaturas que estavam abandonadas na picada, por terem sido acidentadas com minas. Após termos desmontado das viaturas, caminhamos bastante tempo, até nos instalarmos para comer a ração de combate. Na parte da tarde começamos a caminhar rumo ao Corubal e no percurso encontrámos um destacamento IN, já abandonado, restando vestígios da actividade humana. Destruímo-lo, após o que continuámos a progredir até à margem do Corubal, onde passámos a noite. Instalámo-nos junto de rochas, num lugar paradisíaco, mas para esquecer, pois durante a noite, quase todos nós fomos hostilizados por formigas, que nos queriam papar, as quais tiveram o condão de nos agitar e perturbar a nossa tranquilidade, quando precisávamos de descansar.

FOTO 12 - Instalados junto à margem do rio Corubal, ao fim do dia, a comer a ração de combate. Na foto, o Capitão Borges e mais pessoal da operação; o Silva de Transmissões está de pé; alguns carregadores civis são visíveis  assim como os garrafões que transportavam com água. Passámos aqui a noite, onde as formigas nos atacaram.

Logo de manhã cedo começámos a caminhar, sempre seguindo a margem do rio Corubal, em direcção ao Bormuleo, pois a nossa posição era entre este e o Cheche. Não foi preciso caminhar muito até encontrar o terreno que nós próprios tínhamos minado há três meses atrás, numa operação em que eu estive presente. Depois de terem levantado as minas, ficámos por ali até às 14h30. De seguida passámos pelo Bormuleo e fomos dormir a Samba Gane. De manhã rumámos na direcção da picada entre Canjadude e Cheche, onde as viaturas nos apanharam e transportaram ao aquartelamento.

FOTO 13 - Desminagem de terreno que tinha sido minado por nós. Levantamento de uma mina, estando um militar com mapa onde estão referenciados os locais para levantamento e outro a executar o trabalho.

Dia 24, de Maio 1970, veio o Furriel de Transmissões, Alberto José dos Santos Antunes, substituir o Furriel de Transmissões, José Martins.

Dia 26 de Maio, de 1970, houve coluna a Nova Lamego. O Furriel José da Silva Marcelino Martins (José Martins, nosso tertuliano) despediu-se de Canjadude, e da CCAÇ 5, rumando à Metrópole por ter terminado a sua comissão de serviço na Guerra do Ultramar. Desejo-lhe boa viagem, muita saúde e êxito no percurso que vai iniciar. Que a vida lhe sorria e boa sorte.

Para todos um abraço e muita saúde.
José Corceiro
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

3 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Boa Corceiro

Foi mais "um regresso ao passado"!
A memória já não é o que era. Muita coisajá tinha sido esquecida.

Um abraço

José Martins

José Marcelino Martins disse...

Em tempo:

Ver como chegaram a Canjadude as sementes para a horta, no P4028 de 13 de Março de 2009.

José Martins

Anónimo disse...

José Martins

O dia 13 de Março, de 1970, na operação que a CCAÇ. 5 executou para os lados de Nova Lamego, onde ficámos emboscados para prestar segurança ao Ministro do Ultramar que visitou o Gabu o dia 14, tu estiveste presente nessa operação.

O regresso a Canjadude foi o dia 15.

Um Abraço

José Corceiro