terça-feira, 20 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6766: (Ex)citações (86): Casei com uma rapariga de Quelimane, por acaso branca (eu acho que nós, portugueses, somos todos mestiços) (Alpoim Calvão)

1. Comentário ao poste P6640 (*), assinado pelo comandante Guilherme de Alpoim Calvão (aqui na na foto à esquerda, entre dois membros da nossa Tabanca Grande, o João Parreira, de costas, e o Mário Dias, de perfil; local e data: Museu Militar, 15 de Abril de 2010, sessão de lançamento do livro do Amadu Djaló):

Caros camaradas de armas, só pó falar do meu caso pessoal mas casei com uma rapariga de Quelimane [, capital da Zambézia, Moçambique], por acaso branca (eu acho que nós, portugueses,  somos todos mestiços) em Março de 1958, tendo eu o posto de segundo tenente. Continuo casado com ela.

As legislações representam por vezes modas de épocas. O que interessa é que se aperfeiçoem.Ou então continuaríamos com os preceitos de tempos idos em que o sargento da companhia devia saber ler e escrever porque o oficial, por ser nobre, podia não saber.

De Bissau vos mando "muito saudar" e mantenhas, Alpoim Calvão (O teclado he para ingles. As minhas desculpas

[Fixação / revisão de texto / título: L.G.] (**)

__________

Notas de L.G.:

(*) 20 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6440: Da Suécia com saudade (23): O estatuto dos Oficiais do Exército há 60 anos, que não podiam casar com mulheres brancas, nascidas nas colónias, mesmo que filhas de casais brancos (José Belo)

(**) Último poste desta série:  15 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6744: (Ex)citações (68): Fomos muito mais bandos de pardais à solta do que colónias de abutres e aves de rapina (António Graça de Abreu)

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Comandante. Como muitos outros,nao duvido ser o Sr. o que se pode chamar de "Um Homem fora do vulgar",e por isso respeitado,tanto por amigos como por adversários políticos. Mas,mesmo para um homem com o seu carácter,forca de vontade ,e coragem pessoal,teria sido possível em termos de Carreira Profissional como Oficial de Marinha,ou social,casar em 1958,com uma Mocambicana de uma das etnias locais,mesmo que dispondo esta de elevada educacao escolar? Sempre ao Seu dispor.

Antº Rosinha disse...

Mantenhas vindas da Guiné chamam sempre a atenção.

Agora virem de um antigo combatente tão célebre, ajuda tambem a enriquecer este blog.

Todos mestiços? Se olharmos com atenção para o espelho ,veremos que somos em maior número do que pensamos.

Estão vindo muitas mantenhas da Guiné, e doutras partes do mundo, mas será que estas estão substituindo alumas mantenhas deste retângulo?