
Foto nº 1 > Lourinhã > Chez Alice > 28 de agosto de 2025 > Jaquinzinhos fritos. Vieram da Praia da Vieira. Captura: pesca artesanal, arte xávega...Um produto cada mais vez "gourmet", isto é, só para os ricos... Estavam há dias na praça da Lourinhã a 24 euros o quilo. Estes foi a minha "vizinha francesa", Odette, que os trouxe da Praia da Vieira, Marinha Grande... Fizemos, lá em casa, um almoço luso-francês..
Foto nº 2 > Lourinhã > Chez Alice > 28 de agosto de 2025 > Um "arrozinho de tpmate"... Diz a "chef": em havendo tomate, toda a cozinheira é boa...Ou como diz o ditado, "em época de tomates, não há maus cozinheiros!"...
Foto nº 3 > Lourinhã > Chez Alice > 28 de agosto de 2025 > Em havendo azeitonas...
Foto nº 4 > Lourinhã > Chez Alice > 28 de agosto de 2025 > ... em havenod m queijinho fresco (de preferência, de cabra, ou melhor ainda, um requeijão de Serpa (cada ada vez mais raro, que os cabrões não dão leite)...
Foto nº 5 > Lourinhã > Chez Alice > 28 de agosto de 2025 > ... em havendo um pepino, cortado aos pedaços, com sal e orégãos...
Fotos (e legendas): © Luís Graça 2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mais o pão, o azeite, o tintol... um home mata a sua fome e a sua sede... Que a viagem para a "outra banda" é (in)certa, longa e dura... Os antigos egitos levavam com eles as necessárias virtualhas...
E sobretudo é uma viagem que não tem retorno. Por isso dizemos que é a última. A despedida da Terra da Alegria, Um home tem que se aviar em terra, antes de se meter a caminho pelo mar dentro da eternidade. O mar é e será sempre o apelo da sereia. A miragem. O adamastor. A negrura. A aventura. A liberdade. A saudade. O fio de Ariadne. O mar onde a gente se perde. De vez.
Ainda anteontem, sexta, fui a Amarante ver uma exposição sobre
o escritor amarantino, Teixeira de Pascoais (1877-1952). Talvez tão injustamente esquecido. O nosso poeta-filósofo da saudade. Não sei se ele gostava de janquizinhos. Não é coisa que haja no rio Tâmega. Sei que era vitivinicultor. Da Casa Gatão. Um vinho verde que chegava à Guiné no meu tempo. Lá não havia janquizinhos. Nem choco frito. Nem enguias fritas ou de ensopado. Nem massada de navalheiras. Nem arroz de lavangante. à moda do "chef" Chico Mateus. E da gente da terra da minha bisav´´o, a Ti Augusta Maçariça. Tudo coisas de que vou sentir falta quando morrer. Saudades, muitas. No céu não há disto...
Sim, no céu não há disto. Também é verdade que me esforcei pouco para merecer o céu. Talvez aprenda a lição quando voltar para viver a minha segunda vida. Quando voltarmos. Acho que mereço uma segunda oportunidade.Está a ouvir, ó "vagomestre" ?!... Eu e os meus camaradas da Guiné... Oiu talvez náo, dirão os meus inimigos. Os nosos inimigos.
Que tenham um bom resto de verão, os "vagomestres" da Tabanca Grande!.. Para semana temos as vindimas. Há menos uvas do que o ano passado. Coisa de uma pipa, diz o "engenheiro". Mas a qualidade parece ser ótima. A tia Nita vai velando por nós. É o nosso bom irã.
2. As azeitonas, o pão, o vinho... estão no nosso imaginário. Só os portugueses, "petisqueiros", comem azeitonas, dizem os italianos. O nosso hábito de comer azeitonas curtidas (ou temperadas, nuns sítios com orégãos, noutras com laranja, ) como entrada, petisco ou acompanhamento, é muito antigo e está muito enraizado na cultura popular, de Norte a Sul.. Servem-se em tabernas, casas de pasto, restaurantes e em casa, antes da refeição, com pão e vinho. A Itália tem muita oliveira, produz muitas variedades de azeitona (para azeite e mesa), mas não há tanto o hábito de comer azeitionas, com pão e vinho, em casa ou servidas no prato antes da refeição. O uso é mais "culinário" (na "pizza", por exemplo).
E a propósito de pão, lembro-me sempre de uma das quadras mais célebres do "marafado" do António Aleixo: “O pão que sobra à riqueza, /distribuído pela razão, /matava a fome à pobreza /e ainda sobrava pão.”
E já que estamos em maré de provérbios populares, fiquem com mais estes:
- "Com pão e vinho se anda o caminho"... (leia-se: o essencial da vida está nestes dois alimentos; dão sustento e energia.
- "Pão com azeite e vinho, fazem bom vizinho"... (leia-se: partilhar comida simples fortalece laços comunitários, de amizade e bioa vizinhança).
- "Onde entra o vinho e o pão, pouca coisa falta não"... (leia-se: se há o básico, não falta quase nada para viver; ou como diza o velho Zé Carneiro, em Candoz: "cá em casa nunca faltou o pão e o vinho"...)
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Nota do editor LG:
2 comentários:
A prática do amor deixou de ser pornográfica, comparativamente ao preço dos carapaus. É o aproveitamento da necessidade de comer com o roubo feito através da venda do que nos sacia a fome
Bom proveito, tardio, do petisco da Chef Alice que eu tenho pena de não ter degustado
Abraço
Eduardo Estrela
Luís ! Tu és mesmo provocador ! Não me pareces homem de grandes pecados, mas deste não te livras tu. Já não é a primeira vez que fotografas comidas boas e bem apresentadas e as partilhas aqui no blog. Por azar meu hão de ser daqueles pratos que cabem dentro da meia dúzia dos meus preferidos.
Um grande abraço para ti e outro para a Alice, porque o mérito não é tanto do fotógrafo como da cozinheira chefe.
Carvalho de Mampatá
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