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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Guiné 61/74 - P27214: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXVIII: Mansoa, sector O4




Foto nº 1A,1, 1B, 1C: Hastear da bandeira










Foto nº 2, 2A, 2B, 2C, 2D > Bairro dos soldados africanos 


Foto nº 3 > TCor Inf João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho (n. 1923), cmdt do BCAÇ 2885  (Mansoa, 1969/71)






Foto nº 4, 4A, 4B > Campo de arroz: o capelão Zé Torres Neves, à esquerda, e em segundo plano a ponte velha sobre o rio Mansoa




Foto nº 5: > "Djubis" na rua principal de Mansoa


Foto nº 6 > Marcas de canhoada em edifício exterior


Foto nº 7 > Marcas de canhoada na caserna, junto a uma cama





Foto nº 8~, 6A, 6B > Dança de miúdos balantas


Foto nº 9 > 1º Cabo, não identificado, com tubo de morteiro 81


Fot0o nºç 10 >O nosso capelão com o tubo do morteiro 81

Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) 

Fotos do álbum do Padre José Torres Neves, antigo capelão militar.

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Alf capelão graduado José Torres Neves,
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71), natural de Penamacor;
missionário da Consolata, reformado


1. Mais um conjunto de fotos enviadas no passado dia passado dia 2 de agosto pelo nosso camarada e amigo Ernestino Caniço;

(i) ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá e Mansoa; Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, Bissau, fev 1970/fev 1971, hoje médico, a residir em Tomar; o Ernestino Caniço fez amizade com o Zé Neves, e este confiou-lhe o seu álbum fotográfico da Guiné, que temos vindo a publicar desde março de 2022; são cerca de duas centenas de imagens, provenientes dos seus diapositivos, digitalizados; uma coleção única, preciosa;

(ii) o Ernestino Caniço tem sido o zeloso e diligente guardião do álbum fotográfico da Guiné, deste padre missionário da Consolata, José Torres Neves, natural de Meimoa, Penamacor, merecendo os dois os nossos melhores elogios e saudações.

(iii) o Padre Neves, nosso grão-tabanqueiro, reformou-se recentemente de uma vida inteira, generosa,  abnegada, dedicada às missões católicas, nomeadamente em África; tem já cerca de 4 dezenas de referências no nosso blogue


Guião o BCAÇ 2885, "Nós Somos Capazes"  (Mansoa, 1969/71)


2. Ficha de unidade > Batalhão de Caçadores nº 2885

Identificação:  BCaç 2885
Unidade Mob: RI 15 - Tomar
Cmdt: TCor Inf João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho
2.° Cmdt: Maj Inf Valentino Diniz Tavares Galhardo
OInfOp/Adj: Maj Inf Alfredo José
Cmdts Comp:
CCS:.Cap SGE Abílio do Nascimento Castro
CCaç 2587:Cap Mil Art Lourenço Gomes de Campos
CCaç 2588:Cap Inf Fernando do Amaral Campos Sarmento | Cap Inf Luís da Piedade Faria | Cap Mil Art Armando Vieira dos Santos Caeiro | 
CCaç 2589:Cap Inf Francisco António Mendonça Martins Vicente | Cap Mil Art Jorge Manuel Simões Picado

Divisa: "Nós Somos Capazes"

Partida: Embarque em 07Mai69; desembarque em 13Mai69 | Regresso: Embarque em 25Fev71

Síntese da Actividade Operacional

(i) em 14Mai69, rendendo o BCaç 1912, assumiu a responsabilidade do Sector 04, com sede em Mansoa e abrangendo os subsectores de Porto Gole e Mansoa;

(ii) em 230ut69, por extinção do Sector 03, a zona de acção foi aumentada do subsector
de Mansabá, o qual lhe foi novamente retirado em 11Nov70, após reactivação do COP 6;

(iii) em 290ut69, o subsector de Porto Gole, foi reduzido da área de Enxa1é, que passou a ser integrada no sector do BCaç 2852 (Bambadinca,m Sector L1);

(iv) em 15Nov69, por ajustamento do dispositivo, foi criado o subsector de JuguduI

(v) as suas subunidades mantiveram-se sempre integradas no dispositivo e manobra do batalhão;

(vi) desenvolveu intensa actividade operacional, efectuando numerosas operações e acções, golpes de mão, emboscadas, escoltas e patrulhamentos;

(vii) colaborou ainda na protecção e segurança dos movimentos das colunas de transporte dos meios de pavimentação e asfaltagem da estrada Mansabá-Farim e na segurança e protecção dos aldeamentos e organização dos sistemas de autodefesa e promoção sócioeconómica das populações;M
 
(viii) em 14Fev71, foi rendido no Sector 04 pelo BCaç 3832 e recolheu a Bissau para embarque.

(ix) de entre o armamento capturado mais significativo, salienta-se: 
  • 3 metralhadoras pesadas, 
  • 1 pistola-metralhadora,
  •  8 espingardas
  • 28 granadas de armas pesadas
  •  50 minas detectadas e levantadas.

Fonte: Excertos:  Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp.  133/134-

Guiné 63/74 – P27213: Filatelia(s) (12): Selos da Guiné Portuguesa da colecção do Alf Mil João Rodrigues Lobo (3)





1. Continuação da publicação de selos da Guiné (então da República Portuguesa) da colecção do nosso camarada João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, CMDT do Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, 1968/71), enviada ao nosso blogue em 29 de Agosto de 2025:




(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 10 de setembro de 2025 > Guiné 63/74 – P27206: Filatelia(s) (11): Selos da Guiné Portuguesa da colecção do Alf Mil João Rodrigues Lobo (2)

Guiné 61/74 - P27212: Notas de leitura (1837): Para melhor entender o início da presença portuguesa na Senegâmbia (século XV) – 11 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Agosto de 2025:

Queridos amigos,
Convém recordar o móbil que acompanhou esta compilação de textos, os três volumes de Documentos da Expansão Portuguesa, organizados pelo Vitorino Magalhães Godinho. Falamos aqui no blogue sistematicamente na Senegâmbia, parecia-me, estou em crer, uma descrição das nossas navegações e explorações da costa para se percecionar o que se entende por Grande Senegâmbia. Não é por acaso que aqui se mostra uma carta de 1680, oriunda de França. Não dispúnhamos de meios para fazer comércio em todas as rias e rios, cedo começou a concorrência, e depois da Restauração o país foi confrontado com a dura realidade, ocupava-se, e tenuamente, a Pequena Senegâmbia, franceses e britânicos tinham ocupado vastos territórios que constituem hoje, grosso modo, o Senegal, a Gâmbia, a Guiné Conacri e a Serra Leoa. Foram invocados os principais documentos referentes a esta digressão, há este ou outro ponto que se tratará separadamente, é o caso dos Fulas do Senegal, artigo de Teixeira da Mota.

Abraço do
Mário



Para melhor entender o início da presença portuguesa na Senegâmbia (século XV) – 11

Mário Beja Santos

Entra-se no derradeiro capítulo do livro Documentos sobre a Expansão Portuguesa, Volume III, organizado por Vitorino Magalhães Godinho. O historiador procede aqui ao levantamento documental com referência às navegações na costa ocidental africana, antes e depois da morte do Infante D. Henrique, fica-se agora com uma imagem do que se podia considerar a Grande Senegâmbia, do século XV para o século XVI, entre o continental Cabo Verde, no norte do Senegal, até à Serra Leoa. Falando desta, diz Duarte Pacheco Pereira no Esmeraldo:
“E muitos cuidam que este nome de Serra Leoa lhe foi posto por aqui haver leões, e isto é falso, porque Pedro de Sintra, um Cavaleiro do Infante D. Henrique, que por seu mandado esta terra descobriu, por ver uma terra tão áspera e brava lhe pôs nome Leoa, e não por outra causa; e isto se não deve duvidar, porque é verdade, porque ele mo disse assim.”

Repetidamente Duarte Pacheco Pereira sublinha que em vida de D. Henrique se descobriu só até à Serra Leoa, o que João de Barros confirma, e até Rui de Pina, importa recordar o que João de Barros referiu a propósito do contrato celebrado com Fernão Gomes:
“… o arrendou por tempo de cinco anos a Fernão Gomes, um cidadão honrado de Lisboa, por duzentos mil reais cada ano. Com a condição de que em cada um destes cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa em diante cem léguas, de maneira que no cabo do seu arrendamento desse quinhentas léguas descobertas. O qual descobrimento havia de começar da Serra Leoa, onde acabaram Pedro de Sintra e Soeiro da Costa, que foram antes deste arrendamento os derradeiros descobridores.”
Magalhães Godinho em nota observa que o historiador Jaime Cortesão aventara a hipótese de que até 1460 não só se teria explorado o Golfo da Guiné, como ainda a Costa de África Meridional, argumentação que foi refutada por Duarte Leite.

Ganha realce o que escreveu Cadamosto na Navegação Segunda acerca do Capitão Pedro de Sintra que navegou de região de Buba até ao Cabo da Verga:
“O que tenho referido é o que eu vi, e ouvi no tempo que andei por estas patas: mas após mim foram outros, e principalmente duas caravelas armadas, que El-Rei de Portugal mandou depois da morte do Senhor Infante D. Henrique, cujo capitão era Pedro de Sintra, escudeiro do Infante, percorreu adiante por aquela costa dos negros a descobrir países novos.”
Cadamosto encontrou Pedro de Sintra em Lagos e falara-se muito sobre aquela terra dos Negros, referindo concretamente a ida até aos Bijagós e ao cabo a que puseram o nome de Cabo da Verga, daqui navegaram ao longo da costa cerca de oitenta milhas, descobriram um outro cabo, era o mais alto que nunca tinham visto, puseram-lhe o nome de Cabo de Sagres, também conhecido por Cabo de Sagres da Guiné; referiu Pedro de Sintra que os habitantes da região era idólatras, adoravam imagens de pau com forma humana, tinham alguns sinais feitos com ferro em brasa na cara e cobriam o sexo com cascas de árvore, não dispunham de armas porque não havia ferro e sustentavam-se de arroz, milho e legumes, havia também carne de vaca e cabra.

Por o mar dentro deste cabo estavam duas ilhas, os seus habitantes dispunham de almadias, muito grandes, em cada uma das quais navegam trinta a quarenta homens. “Tem esta gente as orelhas furadas com buracos por todas elas, em que trazem diversos anéis de ouro uns após os outros, todos alinhados; e também têm o nariz furado no meio em a parte inferior, e nele trazem pendurado um anel de ouro do mesmo modo que entre nós trazem os búfalos: e quando querem comer o tiram, usando dele tanto os homens como as mulheres. Dizem também que as mulheres dos reis e senhores, ou dos homens ricos deste país, todas têm nas suas partes genitais do mesmo modo que nas orelhas alguns furos, em que trazem por dignidade, e como prova de grandeza e estado anéis de ouro, os quais tiram e põe em seu arbítrio.”

Prossegue o relato, já se passou o Cabo de Sagres, avistou-se o rio chamado de São Vicente, escreve-se que a costa é montuosa, e por toda ela há bons surgidouros e bom fundo, passa-se o Cabo Ledo, e depois avista-se a Serra Leoa. “Passada toda esta costa da Serra Leoa, daí para diante é tudo terra baixa, e praia com muitos bancos de areia, que entram pelo mar dentro, e andando coisa de trinta milhas mais adiante da ponta daquela montanha, acha-se outro grande rio largo na sua foz, coisa de três milhas, ao qual puseram o nome de Rio Vermelho.”

Pedro de Sintra faz a descrição do que aqui se avista, passa-se depois além do Cabo de Santana, a seguir o Cabo do Monte, e umas boas milhas adiante há um bosque grande com muitas árvores verdíssimas, ao qual deram o nome de Mata de Santa Maria, vieram até às caravelas pequenas almadias, homens nus que traziam nas mãos paus aguçados na ponta, que pareciam uma espécie de dardos, e alguns estavam armados de uns cutelos pequenos, tendo todos duas adargas de couro com três arcos, não se entendia uma só palavra. Entraram em uma das caravelas e destes três retiveram um os portugueses, e deixaram ir os outros; e isto para cumprir com a ordem d’El-Rei, que lhes determinou, que na última terra onde chegassem, não querendo passar mais avante, se porventura os seus intérpretes não fossem entendidos da gente dela, tratassem de lhe trazer, ou por bem ou por mal, alguns dos negros daquele país, para poder fazer neles averiguações, por via dos muitos intérpretes negros que se acham que Portugal; ou mesmo pelo tempo adiante aprenderem eles a falar português.

Regressou-se a Portugal, o homem trazido falou com diversos negros, e por uma escrava de um cidadão de Lisboa houve entendimento. O que o dito negro referiu a El-Rei, por meio daquela mulher, não se entende bem, exceto que entre outras coisas acharem-se na sua terra unicórnios vivos: e assim o dito Senhor tendo retido alguns meses e feito mostrar muitas coisas do seu reino, dando-lhe algumas roupas, com grandes carícias o fez conduzir de novo por uma caravela ao seu país: e deste último lugar não tinha passado navio algum até à minha partida de Espanha, que foi no primeiro dia do mês de fevereiro de 1463. E assim termina a Navegação Segunda de Cadamosto.

Resumindo as notas de Magalhães Godinho, em 1460, ano da morte do Infante D. Henrique, Pedro de Sintra terá chegado ao Cabo Ledo, só depois é que se descobriu a Mata de Santa Maria; Pedro de Sintra explorou numa primeira viagem, talvez em 1460, o litoral da Terra dos Negros, desde o Rio Geba até à ponta ocidental da Serra Leoa (o Cabo Ledo). A viagem seguinte de Pedro de Sintra terá tido a iniciativa do Rei, Pedro de Sintra esteve mais tarde ao serviço do rico burguês lisboeta Fernão Gomes. Mais observa Magalhães Godinho que numa carta portuguesa de cerca de 1471 se faz referência ao Rio Grande (certamente do Geba), ao Rio Buba e ao Rio Tombali até ao Cabo da Verga. Noutra carta de 1486 já se fala dos Nalus, de palmares, Rio de Nuno e Cabo da Verga; e confronta estas cartas com os textos de Duarte Pacheco Pereira e de Valentim Fernandes, concluindo que a exploração da costa por Pedro de Sintra foi muito sumária.


Vitorino Magalhães Godinho, Ministro da Educação e da Cultura, imagem dos arquivos da RTP, com a devida vénia
Mapa da Serra Leoa, 1732
Mapa de 1899 mostrando territórios dos Biafadas para lá do Geba
Carta de África e das ilhas de Cabo Verde por Sanson, cerca de 1680
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Notas do editor

Vd. post de 5 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27188: Notas de leitura (1835): Para melhor entender o início da presença portuguesa na Senegâmbia (século XV) – 10 (Mário Beja Santos)

Último post da série de 8 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27197: Notas de leitura (1836): O uso do napalm na guerra da Guiné, na Revista de Relações Internacionais de Junho de 2009 (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P27211: Felizmente ainda há verão em 2025 (32): Amarante, a princesa do Tâmega, a 30 km de Candoz, e onde a natureza, a história e a cultura se combinam na perfeição (Luís Graça) - Parte II





















Fotos nºs 20 a 32

Amarante > 5 de setembro de 2025 > Fosos de fachadas de prédios urbanos no centro histórico


Descrição do conjunto urbano ribeirinho de Amarante, estruturado pelo rio, a  ponte e a igreja e o convento:


ESTRUTURA URBANÍSTICA: 

Apresenta uma estrutura urbanística essencialmente linear, composta por ruas relativamente estreitas e de traçado irregular, que confluem de uma e de outra margem do Tâmega para a ponte de S. Gonçalo. 

Para além da ponte (...),  o conjunto é fortemente marcado pela monumentalidade da Igreja de São Gonçalo (...), estruturando-se em frente desta um Largo que antecede a entrada na ponte. 

Na mesma margem do rio, entre o edifício do Convento e o Tâmega, nos terrenos da antiga cerca conventual, abre-se a Alameda Teixeira de Pascoais com ligações até à variante da EN. 

Estes dois espaços, com vista sobre a ponte e o rio - Lg. de S. Gonçalo e a Alameda onde se realizava o antigo mercado - constituem o núcleo do centro cívico, religioso e turístico da cidade. 

Ao longo da margem esquerda do rio, a R. 31 de Janeiro (R. do Covelo) conduz ao Lg. Conselheiro A. Cândido, a partir do qual se faz a ligação à EN.

ESPAÇO CONSTRUÍDO: 

A fachada urbana de ambos os lados das ruas caracteriza-se pela existência de construções genericamente integráveis nos dois tipos essenciais da arquitectura tradicional urbana: 

(i) a casa de tipo vertical, estreita e alta, com um número variável de andares, com duas ou três portas, janelas ou varandas de frente; 

(ii) e a casa larga e baixa, com r/c e andar nobre, frequentemente brasonada. 

Dentro do primeiro tipo são muitas as variantes, apresentando as casas geralmente estrutura de pedra, visível nas molduras das portas, janelas e varandas. 

Noutras o último andar é em tabique, sobressaindo a madeira pintada das molduras das portas e janelas. A este último andar, geralmente o 2º, por vezes o 3º, corresponde a varanda. Esta pode ser em ressalto, sobre uma falsa cornija, ou em avanço sobre a rua. 

Na sua maioria, as varandas são corridas, ocupando toda a largura da fachada. Algumas casas apresentam varandas corridas no 2º andar e uma ou outra, mais pequenas, possuem-na no 1º. 

Têm geralmente gradeamentos de ferro, havendo também belos exemplares de varandas com balaústres de madeira pintada.

Fonte: adapt. de SIPA - Sistema de Informação para o Património Arquitetctónico > Núcleo Urbano da Cidade de Amarante (IPA.00006137)




Foto nº 33 > Amarante > 5 de setembro de 2025 > A antiga cadeia municipal > À deporta, os nossos amigos Laura Fonseca e Jaime Silva



Foto nº 34 > Amarante > 5 de setembro de 2025 > A antiga escola primária, em frente ao "Espaço Saudade - Teixeira de Pascoaes"... 

Era uma escola-tipo  "Conde Ferreira". Foi umas das 120 previstas construir, em vilas ou sedes de concelho,  ao abrigo do legado do benemérito Conde Ferreira. 

Por volta de 1886, construíram-se  91, das quais 21 foram entretanto demolidas. A de Amarante é uma das que restam, cerca de século e meio depois.

 Eram edifícios com arquitectura simples e com uma fachada encimada com frontão triangular e em todos eles está (ou estava) inscrito "24 de Março de 1866" (data  da morte do Conde de Ferreira).   

Segundo o seu testamento,  disponibilizou 144 000 000 réis para a construção de 120 escolas primárias. As construções tinham requisitos específicos no que foi a primeira planta escolar a nível nacional, com duas salas e um espaço para habitação do professor. O orçamento de casa uma não podia ultrapassar os 1,2 contos de réis.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Dedicado ao João e à Vilma (que estão em Nova Iorque), e que ainda não conhecem Amarante, nem muito menos a Quinta de Candoz (no vizinho concelho de Marco de Canaveses, terra da Carmen Miranda, a pequena portuguesa que conquistou Hollywood nos anos 30/40)...

Pois, prosseguindo a crónica da nossa rápida  visita do passado dia 5, fiquei com a inpressão que os amarantinos gostam da sua cidade.  Pelo menos, e à primeira vista, não há muitos estragos  do camartelo camarário nem do plano de urbanização. Aliás, já bastaram os estragos dos séculos passados: 

  • 1763 - ruína da ponte devido a uma forte cheia;
  • 1788 - conclusão da reconstrução da ponte, segundo projecto do Eng. Carlos Amarante;
  • 1809 - Amarante sofre o ataque das forças invasoras napoleónicas de Soult,  comandada por Loison (o famigerado "Maneta");  após 14 dias de resistência do general Silveira, os os portugueses são desbaratados, são saqueados e incendiados os principais edifícios e casas; 
  • 1827 - foi palco de combates entre liberais e miguelistas (estes comandados por Teles Jordão); 
  • 1985, 8 de julho - elevação a cidade.

A tradição e a modernidade não se casam mal em Amarante. Claro que eu, desta vez, e nesta visita, só me fiquei pelo "centro histórico"... 

Noutros sítios, a política urbanística, a partir dos anos 50/60 do séc. XX, e prosseguida com o "poder autárquico democrático",  foi a do bota-abaixo. Do triunfo do mau gosto dos "patos bravos". Da especulação imobiliária. Da moda das "torres" (por complexo de inferioridade saloia")... 

Para minha felicidade, até a escolinha do Conde Ferreira fui aqui encontrar. (É hoje sede de junta de freguesia; a minha, onde estudei, construída na Lourinhã, foi uma das que foi botada abaixo!)


2. É bom quando uma terra deixa saudades aos forasteiros que a visitam, e sobretudo aos que lá vivem, e têm às vezes que emigrar, por razões económicas ou outras... 

Eu que regressei, a meio da tarde, a Candoz, mais a sul, a 30 km, também levei  saudades de Amarante... Tal como os meus companheiros de viagem, que seguiram para a Lixa...


Saudades de Amarante
(Tuna de Gondar, Amarante)

Deixei um dia o meu cantinho abençoado,
E fui levado  na ilusão de uma esperança,
Passei a Espanha, os Pirinéus, como emigrante,
Com Amarante, sempre, sempre, na lembrança.

Vi novas terras, vi costumes diferentes,
Vi outras gentes, vi o céu, vi o luar,
E até lá longe, nos castelos da Alemanha,
Em nenhuma terra estranha me esqueceu (sic)  do meu lugar,

Ai que saudades eu tenho de ti,
Linda Amarante, terrinha onde eu nasci,
E S. Gonçalo, romeiro sem igual,
Guiou meus passos de novo a Portugal.


Fonte: José Alberto Sardinha, "Tunas do Marão" (Livro + 4 CD). Vila Verde: Tradisom, 2005, pág. 347


(Continua)
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Nota do editor LG:

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Guiné 61/74 - P27210: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (37): Filatelia da Guiné

1. Mensagem do nosso camarada João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72), com data de 8 de Setembro de 2025:

Boa tarde
Com votos de saúde para vós e vossas famílias junto mais 5 fotos de selos da Guiné para publicação no nosso blogue.
Continuação de saúde para todos.
Até à próxima remessa na próxima semana.

Abraço
João Moreira






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Nota do editor

Último post da série de 4 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27185: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (36): Filatelia da Guiné

Guiné 61/74 - P27209: Facebook...ando (94): Tabanca de Matosinhos: homenagem ao cap cav Leite Rodrigues (1945-2025), seis meses de saudade... Faria 80 anos no próximo dia 15.


Foto nº1


Foto nº 2

Pormenor de quadro, emoldurado, com uma fota da Filipa, a cavalo, e com os seguintes dizeres:

"Em memória de Filipa Leite Rodrigues e a sua paixáo pelo desporto equestre. 1992-2005.
Deus só colhe as mais belas e viçosas flores do Seu jardim"
Assinado, Sua Alteza Real Princesa Haya Bint Al Hussein da Jordânia, Presidente da Federação Equestre Internacional (FEI), e de toda a Família FEI.



Foto nº 3 e 3A

Tabanca de Matosinhos >  Centro Hípico de Matosinhos > Leça da Palmeira >  Restaurante A Cepa > 10 de setembro de 2025  : Homenagem ao Leite Rodrigues  > Da direita para a esquerda: Zé Teixeira, Zé Manel Lopes, (?) e Rodrigo Teixeira

Fotos: Tabanca de Matosinhos (2025). Edião e legendagem: Blogue Luís Greaça & Camaradas da Guiné (2025)


1. O Alberto Bernardo Leite Rodrigues (15/09/1945 – 21/02/2025) era capitão reformado da GNR,  cavaleiro e professor de equitação; ex- alf mil cav, CCAV 1748 (Bissau, Bula, Contuboel e Farim, jul 67 / jun 69); condecorado com a  cruz de guerra de 4.ª classe, atribuída em 1972.  

Postagem da Tabanca de Matosinhos, no Facebook da Tabanca Grande, quarta feira, 10 de setembro de 2025, 17:36

Hoje foi um dia muito especial na Tabanca Matosinhos.

O Capitão Leite Rodrigues se ainda estivesse entre nós comemorava o seu 80º aniversário no próximo dia 15.

Já partiu para a eternidade, mas continua presente entre nós, os camaradas que semanalmente se encontram para viver a vida, num convívio fraterno.

A Tabanca deslocou-se ao Centro Hípico de Matosinhos em Leça da Palmeira, onde o Leite Rodrigues passou grande parte da sua vida a dar instrução de hipismo.
Com o espírito do Leite Rodrigues presente, resolvemos prestar-lhe uma singela homenagem colocando na sala do Restaurante A Cêpa, um pequeno quadro com a sua fotografia e uma mensagem, junto ao quadro, ali presente, que recorda a sua querida filha que faleceu com quatorze anos, num acidente com um cavalo.

Obrigado,  Leite Rodrigues. Não esqueceremos a tua mensagem: "A Tabanca viverá, até ao dia que um último combatente, tenha de apagar a luz e fechar a porta".

Na próxima semana, continuaremos o nosso convívio semanal no Resaurante O Espigueirom em Matosinhos.

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Nota do editor LG:

Último poste da série > 10 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27202: Facebook...ando (93): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte X: Fortaleza da Amura, hoje Museu Militar da Luta de Libertação Nacional e sede do Quartel General das Forças Armadas da Guiné-Bissau