Além disso, o efeito de luz e sombra pintado por Vermeer, aliado ao fundo escuro, cria nuances que podem dar a sensação de um subtil reflexo dourado ou acastanhado, especialmente na íris. Ou seja, não se trata de uma representação fotográfica da cor dos olhos, mas antes de uma ilusão ótica criada pelo grande mestre da luz holandês.
Portanto, não se pode dizer que a rapariga tenha olhos verdes ou castanhos: a descrição mais fiel é mesmo cinzento-azulados com ligeiras tonalidades quentes.
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Valdemar Queiroz (Afife, Viana do Castelo, 1945 - Agualva, Sintra, 2025), ex-fur mil at art, CART 2479 /CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá,~ Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) |
2. Resposta do assistente IA (Perplexity, Gemini, ChatGPT) | LG:
Na antiga Guiné Portuguesa, em 1950, haveria cerca de 500 libaneses ou sírio-libaneses e seus descendentes, a maioria comerciantes que haviam chegado entre 1910/20. Em 1924 eram 101. Eram comerciantes ou familiares de comerciantes.
Com o início da guerra colonial em 1961, muitos migraram para Bissau ou deixaram o país após a independência em 1974. A população sírio-libanesa local diminuiu para algo perto de 200 (em 2009).
Supondo cerca de 500 sírio-libaneses na Guiné-Bissau nos anos 1950 e que o número não tenha variado muito até 1970: proximadamente metade seriam mulheres: 250.
A prevalência de olhos verdes (4-5%) aplicada às mulheres: 10 a 12 mulheres descendentes de sírio-libaneses na Guiné-Bissau em 1970 poderiam ter olhos verdes (250 × 4% = 10; 5% = 12,5)
Mulheres jovens/adultas:
Mulheres de olhos verdes:
Ou seja, é estatisticamente plausível que Valdemar Queiroz (VQ) nunca tenha visto uma mulher libanesa de olhos verdes (e muito menos fatais) em Nova Lamego, em 1969/70.
Esse estereótipo é muito mais ligado a percepções pessoais, culturais e subjetivas do que a uma distribuição real quantitativa.
Olhos verdes são raros na África Ocidental e entre os libaneses no território da Guiné-Bissau, ainda mais numa minoria pequena e dispersa.
A percepção da raridade pode ter sido marcada justamente pela pouca frequência em locais menos urbanos, reforçando o estigma de serem “fatais” pela sua singularidade.
A população da Guiné-Bissau tem cerca de 51-52% de mulheres atualmente, com maior número de mulheres nas regiões rurais e urbanas, incluindo Gabú (Nova Lamego).
Porém, conciliar isso com a distribuição sírio-libanesa, ainda menor e muito reduzida no interior, reforça a baixa probabilidade de avistamento de tal característica (olhos verdes nas mulheres) em locais como Nova Lamego.
Conclusão:
A probabilidade de Valdemar Queiroz (que infelizmente morreu em maio passado) ter encontrado uma mulher libanesa de olhos verdes, fatais, em Nova Lamego em 1969/70 era muito baixa, praticamente nula, dada a pequena comunidade, o padrão de concentração dessa população e a raridade genética da característica dos olhos verdes.
Estudos e relatos indicam que poucos libaneses têm olhos claros (verdes ou azuis). Genes para olhos verdes são recessivos e, em populações do Oriente Médio, a prevalência é relativamente baixa, mas não desprezível.
Quadro - Distribuição percentual de cores de olhos (estimada)
Região / Cor (%) | Casta- nhos | Avelã / Mel | Ver- des | Azuis / Cinz |
---|---|---|---|---|
Mundo (média) | ~79 | ~9 | ~2 | ~10 |
Médio Oriente (geral) | 85–90 | 7–10 | 1–2 | <2 |
Líbano (estimativas) | 70–75 | 15–20 | 4–6 | 3–5 |
Embora não existam dados globais que separem especificamente a percentagem por género, alguns estudos sugerem que as mulheres têm uma probabilidade ligeiramente maior de ter olhos verdes do que os homens.
A distribuição percentual das cores de olhos na população mundial, de forma geral, é a seguinte:
- Castanho: é a cor de olhos mais comum, presente em cerca de 55% a 79% da população mundial; é a cor dominante na maioria das populações da África, Ásia e América Latina;
- Azul: com aproximadamente 8% a 10% da população mundial, os olhos azuis são mais comuns na Europa, principalmente nos países nórdicos;
- Verde: a cor mais rara, com apenas 2% da população: os olhos verdes são mais frequentes em pessoas de ascendência celta, germânica e eslava, com altas concentrações em países como Hungria, Irlanda e Islândia;
- Avelã (Hazel): uma mistura de castanho, verde e dourado, essa cor está presente em cerca de 5% da população;
- Cinza: considerada uma variação dos olhos azuis, é uma cor extremamente rara;
- Âmbar e Preto: são cores de olhos muito raras, sendo o preto um caso de olhos castanhos muito escuros, onde a alta concentração de melanina torna quase impossível distinguir a íris da pupila.
A cor dos olhos é determinada principalmente pela quantidade, qualidade e estrutura da melanina, um pigmento castanho escuro, dentro da íris.
Concentrações mais elevadas de melanina resultam em olhos mais escuros, enquanto concentrações mais baixas levam a tonalidades mais claras.
Para além da melanina, as propriedades físicas da interação da luz com a íris são cruciais. O espalhamento de Rayleigh, onde comprimentos de onda mais curtos de luz (como o azul) são espalhados de forma mais eficiente, é responsável pelos olhos azuis quando os níveis de melanina são muito baixos.
O espalhamento de Mie, frequentemente associado a partículas maiores, pode contribuir para a aparência dos olhos cinzentos.
Para olhos verdes e âmbar, um pigmento amarelo chamado lipocromo combina-se com vários níveis de melanina e espalhamento de luz para produzir as suas cores distintas.
A classificação das cores dos olhos pode ser complexa:
- os olhos castanhos são a cor mais comum globalmente (4 em cada 5, variando de tonalidades muito claras a extremamente escuras; estes olhos possuem uma concentração relativamente alta de melanina;é importante notar que a menção de "olhos pretos" é, na verdade, uma referência às tonalidades mais escuras do espectro castanho, resultantes de uma concentração extremamente alta de melanina. Isso significa que não existe uma categoria biológica distinta de "olhos pretos", mas sim um extremo do espectro castanho;
- os olhos azuis resultam de uma concentração muito baixa de melanina e da cor estrutural devido ao espalhamento de Rayleigh;
- os olhos verdes são caracterizados por uma concentração baixa a moderada de melanina e a presença do pigmento amarelado lipocromo, combinado com o efeito de espalhamento azul;é crucial observar que os verdadeiros olhos verdes geralmente se apresentam como uma cor sólida; olhos com uma mistura de manchas verdes, castanhas ou douradas são geralmente classificados como avelã;olhos avelã frequentemente parecem mudar de cor, sendo uma mistura de castanho, verde e, por vezes, dourado resultam de uma quantidade moderada de melanina e espalhamento de Rayleigh;em alguns conjuntos de dados, o avelã é agrupado com o âmbar;
- os olhos âmbar são uma cor sólida distinta com um forte tom amarelado/dourado ou avermelhado/acobreado, potencialmente devido a uma maior concentração de lipocromo;
- os olhos cinzentos são semelhantes aos olhos azuis na estrutura, mas podem ter depósitos maiores de colagénio no estroma, levando ao espalhamento de Mie e a uma aparência cinzenta; historicamente, os olhos cinzentos e azuis eram frequentemente combinados em estudos, mas classificações mais recentes reconhecem o cinzento como uma cor rara distinta; a variação na classificação, como o agrupamento de "Verde/Avelã" em alguns estudos e "Avelã/Âmbar" noutros , indica que não existe uma padronização universal na categorização da cor dos olhos, o que pode influenciar as percentagens exatas reportadas.
A cor dos olhos é uma característica poligénica, o que significa que é determinada pela interação de múltiplos genes (pelo menos 16 genes diferentes estão envolvidos) em vez de um único gene. Genes chave como o OCA2 e o HERC2 no cromossoma 15 desempenham papéis significativos na regulação da produção e distribuição de melanina na íris.
Vd. no quadro acima a sua distribuição regional e mundial.
4. Cores de olhos no Oriente Médio e no Líbano:
Existem menos levantamentos sistemáticos sobre cor de olhos específicos por país do que em populações europeias, mas dados de antropologia e genética já mostraram:
- maioria de olhos castanhos-escuros (> 80%) em países como Arábia Saudita, Síria, Jordânia, Iraque;
- Líbano, Palestina e algumas populações do Egito e do Magrebe têm maior proporção de olhos mais claros (avelã, mel, verdes e azuis) do que a média regional, fruto de séculos de mistura genética mediterrânea, cruzadas, invasões e migrações.
Alguns levantamentos populacionais (baseados em estudos de biometria, clínicas oftalmológicas e registros antropológicos) apontam que no Líbano a distribuição pode ser algo aproximado a:
- Olhos castanhos (claros e escuros): 70–75%
- Avelã / mel: ~15–20%
- Verdes: 4–6%
- Azuis / cinzentos: 3–5%
Conclusão:
É estatisticamente errado falar que "as libanesas são de olhos verdes", porque a grande maioria continua sendo de olhos castanhos.
Mas é correto observar que o Líbano tem uma incidência mais perceptível de olhos claros (verdes, mel, azuis) do que a maioria dos países árabes ou do Oriente Médio.
(Pesquisa: assistente de IA / Gemini, Perplexity, ChatGPT | LG) (Revisão / fixação de texto, negritos, título: LG)
______________
Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 17 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27127: Felizmente ainda há verão em 2025 (18): Libanesas de olhos verdes, nunca tínhamos visto... (Valdemar Queiroz, 1945-2025)
(**) Último poste da série > 17 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27128: A nossa guerra em números (34): Colonos - Parte I: os sírio-libaneses
3 comentários:
Fico extremamente impressionado com a capacidade de pesquisa das novas tecnologias. Eu conheci senhoras libanesas mas que me recorde nenhuma tinha olhos verdes.
Mas em Farim havia uma jovem professora cabo verdiana cujo nome vou omitir por questões de ética e respeito, essa sim com olhos verdes e linda. Sei que partiu corações.
Abraço e viva o amor
Eduardo Estrela
Fico extremamente impressionado com a capacidade de pesquisa das novas tecnologias. Eu conheci senhoras libanesas mas que me recorde nenhuma tinha olhos verdes.
Mas em Farim havia uma jovem professora cabo verdiana cujo nome vou omitir por questões de ética e respeito, essa sim com olhos verdes e linda. Sei que partiu corações.
Abraço e viva o amor
Eduardo Estrela
Eu tive uma menina alemã de olhos azuis, onde cabiam todos os encantos do céu e do mar, e orgasmos maravilha de espantar. Alemã de Hamburgo, loira e linda. Conhecemo-nos em Blanes, Costa Brava, Catalunha, em 1966, 18 e 19 anos, ambos rigorosamente virgens, a descobrir a exaltação dos prazeres nos nossos perfeitos corpos, a entrar um por dentro do outro.
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