Pesquisar neste blogue

A apresentar mensagens correspondentes à consulta João Crisóstomo ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta João Crisóstomo ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

sábado, 18 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27329: Efemérides (469): Parabéns, Vilma e João, unidos com a benção de Deus, em 12 de Outubro de 2025, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque

1. Mensagem do nosso amigo e camarada João Crisóstomo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), com data de 14 de Outbro de 2025, trazendo até nós, em fotos, o testemunho da sua alegria por finalmente conseguir concretiar o casamento religioso com a sua companheira Vilma:

Caríssimos Luís Graça e demais camaradas,

Foi-me pedido para enviar umas fotos do nosso casamento religioso. Nem era preciso pedi-las... Evidentemente que este nosso dia/casamento não foi melhor nem diferente de todos os outros casamentos e imaginar diferente seria idiótica presunção da minha parte. Mas… peço a vossa compreensão: desta vez... foi a minha vez. E já que os meus amigos em Portugal e outras terras evidentemente não puderam vir, eu quero compartilhar com todos vocês a alegria grande que foi este nosso dia. Porque se alegria é sempre um sentimento e experiência agradável, quando compartilhada e vivida com aqueles que nos são queridos… deixa de ser uma experiência simplesmente boa para ser num sentimento quase irreal pela sua redobrada intensidade.

Já expliquei a razão desta minha tardia decisão, tanto mais que um prelado amigo, depois de eu lhe contar as circunstancias do meu primeiro casamento religioso, me havia aconselhado que eu podia e devia confirmar a invalidade do meu primeiro casamento religioso em Londres: Ainda cheguei a pensar nisso mas na altura o processo era ainda lento, difícil e dispendioso. E eu raciocinava comigo mesmo: "então se o meu casamento não foi válido, porquê a necessidade de tanta burocracia, porquê perder tanto tempo e dinheiro para invalidar o que não foi válido”? E fui adiando… Várias circunstancias imprevistas que se apresentaram recentemente levaram-me a depois agora a esta decisão, que por vários motivos foi causa e momento de extraordinária felicidade.

Quando enviei os convites omiti propositadamente um facto muito importante para mim, mas que se fosse mencionado no convite podia dar impressão de “pretensões e água benta”. Agora já posso informar que entre os meus amigos que convidei constava o Senhor Embaixador de Portugal nos Estados Unidos que por ser um grande amigo de longa data convidei para ser o meu padrinho.

Como se pode ver nas fotos que junto, o nosso casamento foi uma cerimónia simples mas muito alegre, como simples e alegre foi a recepção/buffet que se seguiu. Até o Senhor Arcebispo Gabriele Caccia ao ver a Vilma a preparar-se para atirar o ramo de noiva como é de praxe, não hesitou em começar a contagem decrescente de 10, 9, 8… E o ramo foi cair no meio dum grupo onde se encontrava o nosso médico, que sucede ser uma doutora divorciada, já bem entrada nos “entas” (quarentas e outros “entas” seguintes) que tínhamos convidado também. E também ela saltou e acabou por apanhar o ramo. Entusiasmada e dando largas à sua sorte dizia: “ I am going to get married again! Now I have to find a husband”…

Já nos haviam dito que o nosso casamento era um estímulo para outros que estivessem em dúvidas… ao fim e ao cabo não é todos os dias que o noivo já chegou e passou a etapa dos oitentas… Pelos vistos até a sorte parece ser do mesmo parecer.

Bom, aqui estão algumas fotos que vou explicar:


Foto 1: Éramos só os dois ( os padrinhos já tinham chegado ao devido lugar ) mas ao som da marcha de Mendelson caminhamos contentes para o altar.
Foto 2: O meu filho John Jr lê as epístolas que precedem o Evangelho.
Foto 3: O celebrante lembra e dá as explicações pertinentes.
Foto 4: Devidamente “autorizados", não hesitamos em dar o primeiro beijo de casados…
Foto 5: O celebrante assina o livro de registos e o pároco sob o olhar testemunha de ambos os padrinhos apresenta o certificado aos recém casados.
Foto 6: "A FOTO” …a partir da esquerda: Padre Frei Krisolog, Vasjia Knapic, padrinho da noiva; a Vilma, acaba de casar, ainda como seu ramo de noiva… ;o celebrante Arcebispo Dom Gabriele Caccia; e a seguir o noivo (eu!), o meu filho e o Embaixador Francisco Duarte Lopes, meu padrinho.
Foto 7: Ajudando a servir o bolo, bem simples como tudo o mais. João e Vilma, Nova Iorque
********************

Comentário do editor CV:

A tertúlia, os editores e os colaboradores deste blogue, apresentam ao jovem casal, Vilma e João, os mais fervorosos votos de muitas felicidades e muita saúde. Que a vida que agora "começam" como casal, alicerçado e abençoada pela religião que professam, lhes traga as maiores alegrias e alento para uma vivência que se quer longa.

_____________

Notas do editor:

Vd. post de 12 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27310: Tabanca da Diáspora Lusófona (38): Parabéns, João & Vilma, acabados de se unir com a benção de Deus, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque...Hoje, âs 10h30 locais, 15h30, em Lisboa

Último post da série de 5 de outubro de 2025 >
Guiné 61/74 - P27286: Efemérides (468): Faz agora 54 anos: em 1 de outubro de 1971, a CCS/BCAÇ 2912 e a CCAÇ 2700 sofrem uma emboscada, num patrulhanento auto noturno a aldeias em A/D, na picada Duas Fontes-Bangacia, de que resultaram 8 mortos (5 no local, 3 no HM 241). Mais uma vez a CECA não reportou este revés das NT, no livro sobre a atividade operacional de 1971

domingo, 12 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27310: Tabanca da Diáspora Lusófona (38): Parabéns, João & Vilma, acabados de se unir com a benção de Deus, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque...Hoje, âs 10h30 locais, 15h30, em Lisboa.





Infografia : LG + IA / ChatGPT (2025)


 1. O João Crisóstomo, luso-americano, nascido em 1943 em Torres Vedras (capital do Carnaval Português), é uma figura muito conhecida e querida da diáspora lusófona e nomeadamente da comunidade de Nova Iorque e New Jersey. E igualmente da nossa Tabanca Grande, que é a mãe de todas as tabancas...

Emigrou para os EUA em 1977, mas passou também por outros países como o Brasil (e antes fez a guerra colonial na Guiné portuguesa de 1965/67, como alf mil at inf, CCAÇ 1439 

De formação católica (estudou para padre), durante três anos foi mordomo, da senhora Jacqueline Kennedy Onassis. Com ela aprendeu a fazer "lobbying" social e cultural. Acabou por dar a cara em campanhas que são muito queridas aos portugueses e aos luso-americanos. Campanhas de sucesso: Pela autodeterminação de  Timor Leste (LAMETA); Defesa das Pinturas Rupestres de Foz Coa; Memória de Aristides de Sousa Mendes... 

Casou-se, 2013, em segundas núpcias, com a eslovena Vilma Kracun (nascida em 1947, em Brestanica; enfermeira reformada, que vivia em Londres, é hoje cidadã americana).

Hoje, dia 12, domingo, pelas 10h30 locais (15h30, em Lisboa) casam-se finalmente pela Igreja Católica... doze anos depois de terem protagonizado um romance muito lindo.

Não pudemos ir, que estamos longe na Lourinhã (há 150 milhões de anos, ia-se a pé, pelo trilho dos dinossauros...) , mas vamos  surpreendê-los, com este singelo "boneco", artístico,  "naïf", simpático, festivo, com eles a sair esta manhã da Igreja eslovena de São Ciro, em Nova Iorque (Saint Cyril Church, 62, St Marks Place, New York , NY 10003).

2. English version:

John Crisostomo, a Portuguese-American born in 1943 in Torres Vedras (the capital of Portuguese Carnival), is a well-known and beloved figure in the Lusophone diaspora, particularly in the New York and New Jersey community. He is also part of our Tabanca Grande, which is the mother of all tabancas...

He emigrated to the USA in 1977, but he also spent time in other countries such as Brazil (and before that, he fought in the colonial war in Portuguese Guinea from 1965/67, as  lieutenant, 1439 infantery unit.

With a Catholic background (he studied to be a priest), for three years he was the butler for Mrs. Jacqueline Kennedy Onassis. With her, he learned to do social and cultural "lobbying." He ended up being the face of campaigns that are very dear to the Portuguese and Portuguese-Americans. Successful campaigns: For the self-determination of East Timor (LAMETA); Defense of the Foz Coa Rock Paintings; In Memory of Aristides de Sousa Mendes...

He married for the second time in 2013, to the Slovenian Vilma Kracun (born in 1947, in Brestanica; a retired nurse who lived in London, she is now an American citizen).

Today, the 12th, Sunday, at 10:30 am, they were finally married in the Catholic Church... twelve years after they began a very beautiful romance.

We couldn't go, as we are far away in Lourinhã (150 million years ago, one could go on foot, along the dinosaur trail...), but we are going to surprise them with this simple, artistic, naif, friendly, and festive poster, with them leaving this morning the Slovenian Church of Saint Cyril in New York (Saint Cyril's Church, 62 St. Marks Place, New York, NY 10003).

_______________

Nota do editor LG:

Último poste da série > 6 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27289: Tabanca da Diáspora Lusófona (37): João e Vilma vão-se casar... pela Igreja, no próximo dia 12, domingo, às 10h30, St Cyril Church, Nova Iorque. Cerimónia presidida pelo Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano na ONU. A Tabanca Grande está toda convidada...

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27289: Tabanca da Diáspora Lusófona (37): João e Vilma vão-se casar... pela Igreja, no próximo dia 12, domingo, às 10h30, St Cyril Church, Nova Iorque. Cerimónia presidida pelo Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano na ONU. A Tabanca Grande está toda convidada...




Nova Iorque > 2013 > Vilma e João: "just married", há 12 anos atrás... Uma linda história de amor. Profano. A partir de domingo, dia 12, será sacro-profano. Voltam a casar-se mas desta vez aos olhos (e com a benção) de Deus e da Santa Madre Igreja.


(Cortesia: LusoAmericano, 24 de abril de 2013, pág. 23)


1. Mensagem,  recebida hoje,às 13:06,  do João Crisóstomo.


Caro Luís Graça, Carlos Vinhal, e demais caríssimos camaradas, ( da Guiné e outras lutas)


Mais uma jornada…

Eu considero-me um felizardo porque em toda a minha vida tenho tido a sorte de encontrar gente boa que me tem concedido a sua amizade, amizades que muitas vezes se traduziram em ajuda preciosa em momentos difíceis, que a minha vida, não sendo diferente dos outros, tem tido de tudo.

Consciente de que amizade e bons amigos são o melhor que a vida nos pode dar, eu tenho tentado conservar estas boas amizades. Quando um amigo por qualquer motivo fica fora do meu radar eu não desisto enquanto não sei o que se passa, para se possível reatar o contacto e amizade. 

Reencontrei muitos amigos assim, depois de longas separações. Num destes casos fui tão afortunado que ao fim de 40 anos de separação, contentes de nos reencontrarmos, acabamos por casar para não nos separamos outra vez.

Os meus amigos são para mim a minha segunda família. E esta engloba camaradas de escola e outros lugares de aprendizagem que frequentei; colegas de trabalho — e foram variados muitos e variados nos quatro cantos do mundo; e até muitos amigos que apareceram como por simples acaso. 

E eu tenho uma incorrigível mania: sempre que eu encontro alguém que me parece uma pessoa invulgar/especial eu logo troco informações e contactos na esperança de que tenha feito mais uma amizade. Por isso dizem que eu tenho muitas amizades em toda a parte.

Quanto ao serviço militar, especialmente a minha “experiência” na Guiné… foi um maná, pelo elevado número de grandes amizades que me proporcionou. Eles são também parte ( e uma parte muito querida) da "minha segunda família".

E é nesta vertente que eu quero partilhar com todos vocês mais uma etapa da jornada da minha vida.

Não os vou chatear outra vez a contar pormenores da minha história, a história da minha vida. Concordo e aceito que tem sido um pouco invulgar: e permito-me duas linhas para alguém para quem eu ainda seja um desconhecido: tive uma meninice e juventude difícil, como sucedeu a tantos de nós; tive a mesma experiência que vocês tiveram na Guiné; seguida por vivências na Inglaterra, França, Alemanha e Brasil antes de me radicar definitivamente nos Estados Unidos. 

O acaso levou-me a vir a ser mordomo para a Senhora Jacqueline Kennedy Onassis. Sem grandes habilitações literárias, trabalhei sempre duro, especialmente em restaurantes, onde fiz de faxineiro a Maitre D" ao mesmo tempo que frequentava escolas direcionadas para línguas, algo de que sempre gostei e que foi a razão primeira das minhas andanças pelo mundo.

Isto tudo para partilhar com todos vocês—vocês todos que são a minha segunda família - uma notícia muito pessoal, mas excitante mesmo: vou casar no próximo domingo, dia 12 de outubro.

Eu explico:

Após o meu divórcio em 1997 (do meu primeiro casamento foi em Londres em 1971) eu jurei nunca mais me tornar a casar. Sucede que entre os indivíduos/amigos que eu tentava reencontrar, contava-se uma jovem que eu tinha conhecido em Londres. E durante muitos anos, sem qualquer outro motivo que não fosse o reatar uma amizade, como sucedeu com tantos outros (as) eu vim a descobrir que esta jovem se encontrava em Paris.

E, inesperadamente, quando nos reencontramos, foi "amor à segunda vista”. Convenci-a a vir comigo para Nova Iorque onde logo nos casamos. O facto de me ter levado 40 anos a encontrar esta minha amiga despertou a curiosidade do New York Times que relatou a nossa história, logo repetida por todo o mundo e tivemos os tais “15 minutos de fama” a que, dizem, toda a gente tem direito.

Mas casamos apenas pelo civil. É que em Londres, depois do meu primeiro casamento, também apenas pelo civil, eu fiquei numa posição aflitiva: eu queria dizer à minha família que eu tinha casado , mas se lhes dissesse que tinha casado só pelo civil ia causar uma tragédia; eu receava que a minha mão não aguentasse a tristeza que isso lhe causaria. 

Saído da tropa havia pouco tempo ainda, eu estava muito alheio a Igrejas. Mas convenci a minha esposa a termos um casamento religioso, mesmo simples, que me permitisse dar a notícia, confirmando com uma foto que estávamos casados na Igreja. E assim sucedeu. Uma cerimónia simples, sem missa nem as “preparações” que eu nem sabia eram precisas para um casamento religioso. Mas eu pensei que era válido e sempre me considerei casado pela Igreja.

Agora, para casar outra vez, tinha de ser apenas pelo civil. E assim foi. Mas ao contar a minha história a um prelado amigo este logo concluiu que o meu primeiro casamento religioso não tinha validade. E aconselhou-me a tratar de arranjar a nulidade de casamento. 

Eu pensei fazê-lo, para logo decidir não me incomodar: a burocracia ainda era muita, e as despesas equivalentes. E dizia eu para os meus botões ": então se o meu casamento não foi válido, para que vou eu perder tempo e dinheiro a invalidar uma coisa que nunca foi válida?”

Sucede que há uns meses atrás a minha esposa recebeu um pedido invulgar: um sobrinho seu, de 64 anos, decidiu ingressar na igreja católica e pediu-lhe para ela ser a sua madrinha de baptismo. E lá fomos nós à Eslovénia. 

Mas de alguma maneira senti-me pouco confortável e quando voltámos a Nova Iorque, procurei o bispo da minha diocese. O juíz que ele apontou para investigar as circunstâncias do meu primeiro casamento, feitas as devidas diligências, concluiu que o senhor padre que nos casou até foi uma pessoa simpática, mas nem sequer fez qualquer registo do nosso “casamento".

 Quanto à foto que eu lhe mostrava … ele podia arranjar uma igual no dia seguinte…. Deu-me o "certificado de nulidade’ e que eu podia casar agora com quem quisesse…

E aqui está a minha (nossa) história, que com grande alegria partilho com todos vocês. Se alguém estiver por aqui perto, estão todos convidados…

Aqui está o convite:

CONVITE

Vilma Kracun Crisóstomo e João Francisco Crisóstomo
Solicitam o prazer da sua companhia na celebração da nossa união religiosa.

Domingo, 12 de Outubro de 2025, às 10.30 AM
St Cyril Church, 62, St Marks Place, New York , NY 10003

A sua presença é o melhor e suficiente presente para nós.
Trajo informal, tendo em mente o caracter religioso do momento.

No próximo dia 12 de Outubro Vilma e eu vamos cimentar a nossa união com um casamento religioso, que não nos foi possível até hoje dado que eu sou/estava divorciado. O meu primeiro “casamento religioso” foi agora confirmado nulo.

Sua Excelência o Senhor Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano nas Nações Unidas que desde sempre nos tem concedido o favor da sua amizade aceitou presidir ao nosso casamento.

Ficaremos muito contentes , honrados e muito gratos também pelo favor da sua presença neste dia tão especial para nós os dois.

Após a Missa reunir-nos-emos no salão da Igreja para para um convívio celebratório.

Ficamos gratos pelo favor duma resposta até 5 de Outubro 2025


Tel: 1- 718 899 7776; cel: 1 917 257 1501; 1 347 944 4254 
(no “texts” please )




Nova Iorque > Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos  > 7 de abril de 2024 >  Arcebispo dom Gabriele Caccia e padre franciscano frei Krisolog durante a Missa.  Serão, no próximo dia 12, os  dois que vão celebrar o nosso casamento.

. .

Nova Iorque >  Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos > 7 de abril de 2024 >    Vilma e João Crisóstomo,  padre franciscano frei Krisolog,  embaixadora Ana Paula Zacarias e dom Gabriele Caccia.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Comentário do editor LG:



João, não páras de me/nos surpreender... Fico feliz por ti, a Vilma e demais família e amigos. O casamento é sempre um bom barómetro...E o divórcio, outro. Doze anos depois pegas na corda, e, zad!, "dás o nó",  "enforcas-te" de vez. (Não traduzas isto para a Vilma. É uma expressão muito nossa, muito idiomática, estúpida, da gíria dos machos.)

A cerimónia religiosa que agora vão realizar, tu e a Vilma, é ritual de reforço do vosso amor.  Tenho pena de não estar aí por perto para testemunhar a vossa alegria. Mas mesmo que pudesse, não tenho o passaporte em dia nem muito menos o visto para entrar no teu/vosso país. 

Vou dar a notícia aos nossos comuns amigos:  2ª feira, dia 13, vamos estar na caldeirada anual, na festa de Ribamar, Lourinhã, honrando uma tradição que foi inaugurada pelo nosso querido e saudoso Eduardo Jorge (1952-2025). 

Tira umas chapas da festa. Best wishes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27281: Tabanca da Diáspora Lusófona (36): O meu "Labor Day" (1 de setembro) e um "party" luso-esloveno-americano (João Crisóstomo, Queens, Nova Iorque)

 


Foto nº 1 > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (1): O João e a Vilma


 
Foto nº 2  > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (2)


Foto nº 3 > Nova Iorque > Queens > 1 de setembro de 2025, "Labor Day" > Ser solidário (3)



Foto nº 4 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (1)


Foto nº 5 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (2)


Foto nº 6 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (3)


Foto nº 7 > Nova Iorque > Queens > Setembro de 2025 > Party luso-esloveno-americano (4)

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem do João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona:

Data - terça, 16/09, 01:08
Assunto - Sinal de vida


Caro Luis Graça,

Envio-te meia dúzia de fotos de dois eventos recentes. Com franqueza receio que este tipo de notícias e fotos nem sejam pertinentes para o blogue; pois pode dar uma impressão errada, tanto mais que recentemente, (aliás há bastante tempo já) nem tudo têm sido rosas. 

Mas, um dia de cada vez, vamos fazendo o melhor que se pode, incluindo tentar partilhar e viver com os "nossos próximos” mais próximos… Mas… faz o que bem entenderes.
A verdade é que estes “parties” nos ajudam muito a nós mesmos. De certa maneira os maiores beneficiados somos nós.

As primeiras 3 fotos são dum “party" no dia 1 de Setembro (o correspondente ao 1º de Maio em Portugal): uma espécie de “ snack” às 16.00 pm  com salada de fruta, um grande bolo, e outros variados, refrigerantes etc. Foi a melhor maneira que encontrei para dar um pouco de vida e alegria a alguns dos séniores (e alguns familiares que os visitavam nesse dia) que moram num “assisted living building” (**) na nossa rua (otos nºs 1, 2 e 3),

As outras fotos são dum “party de "parabéns e boas-vindas” a dois jovens amigos da Eslovénia ( que conhecíamos de anteriores visitas a Nova Iorque) e que agora vieram trabalhar e viver nos Estados Unidos (Fotos nºs 4, 5, 6, e 7)) 

 Este foi um evento mais “abrangente”, meio português, meio esloveno … como podes verificar pelas cores dominantes: na mesa maior, comprida, as cores são verde e vermelho (foto nº 5), assim como no muro contrário, na foto em que eu e a Vilma estamos com os dois “homenageados” (foto nº 6) ( e até parecemos dois anões… o que não nos atrapalha, pois logo de pequeno , talvez para que eu não tivesse preconceitos de ser pequeno, me folham pondo na cuca que os homens não se medem aos palmos…). 

Já na mesa contra o muro oposto, as cores são as da bandeira eslovena (Foto nº 5). Nessa mesa podes ver dois tachos grandes: um tacho de caldeirada de bacalhau e um tacho de arroz de marisco, ambos um sucesso . Mas como na Eslovénia o forte mesmo é a carne, houve uma travessa de “Ribs” (porco) e duas travessas de galinha : uma de galinha assada e outra de galinha picante com muito alho. E ratatouille,  salada russa, que eles aqui teimam em chamar "salada francesa”, e salada de batata à eslovena; e salada de alface, que para surpreza minha a Vilma , que faz sempre uma salada fabulosa, desta vez teimou que fosse mesmo bem simples, até o tomate e cebola foram apresentados separados… Ela lá sabe das suas razões…

O vinho branco era o nosso vinho verde. O vinho tinto e champanhe, que foram oferta dum dos convidados , era esloveno. Pelo que me diziam e pelas canções eslovenas que de repente todos ( excepto eu…) se puseram a cantar ( berrando) e parecia não acabarem mais, eu deduzo que valeu a pena!

(Revisão / fixação de texto: LG)
_________________

Notas do editor LG:

(*) Último poste da série > 13 de julho de 2025 _ Guiné 61/74 - P27011: Tabanca da Diáspora Lusófona (35): O meu "Four of July", aniversário da grande Nação Americana, em que os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgeres grelhad
os da tradição foram substituídos pelo nosso bom bacalhau (João Crisóstomo, Nova Iorque)

(**) O que é um "Assisted Living Building" em Nova Iorque?

Resposta com a ajuda do assistente de IA / Gemini:

Um "assisted living building" (ou "assisted living residence") em Nova Iorque é uma unidade habitacional para pessoas idosas ou com deficiência que necessitam de algum apoio nas atividades diárias, mas que não precisam do nível de cuidados médicos intensivos de um lar de idosos (nursing home). Portanto, não se confunde com o nosso "centro de dia para idosos"  ou "lar de terceira idade"

As principais características incluem:

(i) Habitação: os residentes vivem nos seus próprios apartamentos ou quartos privados dentro de um complexo com áreas comuns.

(ii) Cuidados 24 horas: oferecem supervisão e assistência contínua, incluindo pessoal disponível a qualquer hora para emergências.

(iii) Serviços incluídos: geralmente, os serviços abrangem > Assistência Pessoal: ajuda com a higiene pessoal (banho, vestir), mobilidade e outras atividades da vida diária; | Gestão de Medicação: apoio na toma correta dos medicamentos; | Refeições: fornecimento de refeições diárias, geralmente em refeitórios comuns; | Limpeza e Manutenção: serviços de limpeza do alojamento e tratamento de roupas; | Atividades Sociais e Recreativas: programas para promover o convívio, o bem-estar físico e mental.

(iv) Regulação: no Estado de Nova Iorque, estas residências são licenciadas e reguladas pelo Departamento de Saúde do Estado (New York State Department of Health) para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados. O objetivo é proporcionar um ambiente que se assemelhe a uma casa, promovendo a dignidade, autonomia e independência dos residentes.

(***) O "Labor Day", equivalente ao nosso 1º de Maio , "Dia do Trabalhador", é feriado federal nos EUA. Celebra-se na primeira segunda-feira ("monday") de setembro: (i) homenageia a luta dos trabalhadores americanos por melhores condições de vida e de trabalhao; e (ii) e marca o fim não oficial do verão.

A data é comemorada com desfiles, piqueniques e eventos ao ar livre, sendo uma oportunidade de descanso e lazer para as famílias.

O " Labor Day" surgiu no século XIX como resultado da luta do movimento operário em prol de melhores condições de trabalho e redução da jornada de trabalho

O final do século XIX ,nos EUA; foi um período de intensa industrialização, marcado por longas jornadas de trabalho (frequentemente de 12 horas diárias, sete dias por semana), baixos salários e condições de trabalho insalubres e perigosas (acidentes de trabalho, doenças profissionais...). Coemnaçaram a ganhar força os sindicatos, com orgamização de greves e manifestações.

É nesse cenário que que surge a ideia do "Labor Day"...A primeira celebração do Labor Day ocorreu em 5 de setembro de 1882, em Nova York, organizada pela Central Labor Union (CLU). Milhares de trabalhadores marcharam da Prefeitura até a Union Square, em um evento que combinou um desfile com um piquenique para as famílias dos trabalhadores.

O Estado do Oregon foi o primeiro a aprovar uma lei para reconhecer o feriado em 1887. Tornou-se feriado federal, de àmbito nacional, em 1894, após a greve de Pullman, que trouxe as condições de trabalho para a luz da ribalta. Foi dos mais dramáticos conflitos sociolaborais da história americana:

A greve, que começou como um protesto contra cortes salariais e a alta dos preços das rendas de casa. numa cidade-empresa controlada pela Pullman Palace Car Company. Espalhou-se rapidamemnte por todo o país, aralisando os transportes ferroviário.

A resposta do governo federal não se fez esperar e foi dura, com o envio de tropas para reprimir a greve. Houve mortes. P Presidente Grover Cleveland acabou por assinou a legislação que estabelecia o Labor Day como um feriado nacional legal, em 28 de junho de 1894. Mas at+e essa dat Até 1894, mais da metade dos Estados já havia adotado a data.

No essencial, o "Labor Day" celebra as conquistas históricas do movimento operário (a jornada de trabalho de oito horas, salários mais justos, saúde e segurança do trabalho, direito à organização sindical).

Na cultura da América, simboliza também omo o fim, não oficial, do verão. Sendo um fim de semana com ponte (o feriado é sempre à segunda), é uma oportunidade para uma última viagem de verão, churrascos, piqueniques e eventos ao ar livre. As escolas e universidades geralmente iniciam seu ano letivo após o Labor Day.
.
A escolha de da primeira segunda feira de setembro para o Labor Day nos EUA foi, em parte, uma tentativa de distanciar o feriado das conotações socialistas e anarquistas do 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. O 1º de maio tem suas raízes na revolta de Haymarket, ocorrida em Chicago em 1886, e está associado a uma tradição mais politizada e de protesto do movimento operário internacional. 


(Pesquisa, condensação, revisão / fixação de texto: LG)

sábado, 20 de setembro de 2025

Guiné 61/74 - P27233: S(C)em Comentários (77): "E para que queres tu a independência se nem medicamentos tens para uma dor de barriga ?"


"Para que queres tu a independência se nem medicamentos tens para uma dor de barriga ?"... Uma pergunta que o pai do Cherno Baldé gostaria de ter feito, ao Amílcar Cabral, se ele fosse vivo, em setembro de 1974, em Fajonquito... Afinal, perguntar não ofende...

Foto do histórico fundador, secretário geral, líder, estratega e ideólogo do PAIGC, Amílcar Cabral (1924-1973), incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe, editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... Impresso em Östervåla, Uppsala, Suécia, em 1970, na tipografia Tofters / Wretmans Boktryckeri AB.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)

1. Seleção de comentários ao poste P27277 (*)

(i) João Crisóstomo, Nova Iorque

Quantas vezes também eu tenho pensado nisto! E agora ao ler este post só me dá ganas para berrar e chorar. Os que ainda cá estamos, “sobreviventes” que todos somos, temos de saber encontrar força e coragem, até para como sugere o Abílio Magro “prestar uma sentida homenagem a todos os Djassis da Guiné-Bissau”. Não sei se me é possível fazê-lo presencialmente , mas pelo menos virtualmente e de qualquer maneira achada pertinente, é de alma e coração que me associo a este projecto.
João Crisóstomo, Nova Iorque

quinta-feira, 18 de setembro de 2025 às 05:11:00 WEST 


(ii) Tabanca Grande Luís Graça

Reconheço a cara deste "puto" da foto (era um "djubi", como tantos outros!), que foi soldado da da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, e que andou comigo no mato, em inúmeras operações... Foi fotografado para a "eternidade" pelo meu amigo e camarada "inesquecível", o Renato Monteiro, grande fotógrafo (viria a revelar-se muito tarde!)...

Pois é, dpois da independência, a Guiné-Bissau tornou-se demasiado pequena e asfixiante para poder "esconder" dos seus "inimigos" os antigos militares e milícias que estiveram ao lado das tropas portuguesas numa guerra que, para todos os efeitos, foi uma "guerra civil": mais de 15 mil guineeenses, de todas as etnias, lutaram de armas na mão contra o PAIGC, cujos efetivos, dentro do território, seriam 3 ou 4 vezes inferiores...

Em agosto de 1974 foram todos desarmados, as suas unidades extintas, e voltaram à sua condição de "paisanos"... O exército pagou-lhes o soldo até ao fim do ano. A partir de meados de 1974, começou o seu pesadelo... Muitos "emigraram" para países vizinhos, alguns com sorte conseguiram alcançar Portugal... Enfim, nada que não se tenha visto noutras guerras, noutros cenários (da Argélia ao Vietname)...

Mas é evidente que os negociadores da paz, do lado de Portugal, foram "ingénuos" ou "cínicos": toda a gente sabia que não haveria quaisquer garantias, legais e sobretudo efetivas, contra a ameaça de represálias e sobretudo contra a "caixinhina de Pandora" dos ódios tribais...

O que terá acontecido ao pobre do "ordenança" Djassi desta história ? Tinha o mesmo apelido do "nome de guerra" de Amílcar Cabral, Abel Djassi... De pouco lhe valeria...

quinta-feira, 18 de setembro de 2025 às 09:13:00 WEST 


(iii) Antº Rosinha: 

(...) "Exigia-me explicações que eu não lhe podia dar."

Não eram apenas os tropas africanos que viram o que vinha lá, que sentiam o abandono nas mãos de irresponsáveis, os civis também das três frentes todos viram o mesmo, e chegavam a perguntar:  "Vão embora porquê?".

Eles sabiam que iam ser gerações de africanos que deixavam de contar, em favor de umas dezenas de "salvadores da pátria".

Hoje milhões de africanos que vêm pedir essas explicações pela Europa toda.

A África subsariana continua a pedir explicações a toda a Europa de norte a sul.

Quem tem menos explicações para dar a todos os "Djassis", de todos os pa~ises europeus, é Portugal.


quinta-feira, 18 de setembro de 2025 às 12:45:00 WEST 


(iv) Cherno Baldé:

Eventualmente, o Djassi (apelido) teria algumas dificuldades em esconder a sua condiço de "exemplar militar portugues" devido as marcas que transportava no corpo e na sua alma de operacional que foi nas duras matas da guerra da Guiné, mas isso dependeria da sua capacidade de adaptação a nova realidade que, à partida, podia não lhe ser t~~ao adversa, pois que os biafadas (seu grupo étnico) estava bem representado dentro das forças do PAIGC, assim como estavam os balantas e os grumetes de Bissau que, normalmente,  constituiam os núcleos das chefias entre os guerrilheiros. 

Excetuando o caso de elementos dos comandos e fuzileiros bem conhecidos, muitos ex-soldados do recrutamento local conseguiram passar incólumes durante esta difíil fase de purgas e fuzilamentos indiscriminados. 

Aqueles que, de facto, estavam na mira e com poucas hipõteses de escapar,  eram claramente os fulas que já estavam politicamente marcados com uma cruz nos discursos de Amílcar Cabral e outros dirigentes durante a luta e que depois só restava aplicar na prática o consenso gerado â volta desse grupo de "colaboradores" que tinha ousado desafiar as ideias do Partido e se posicionara a favor dos portugueses. 

O Aladje Mané (biafada de Bafatã) tinha sido um eminente membro da ANP (Acção Nacional Popular) e dos congressos do povo do gen Spinola, mas foi recuperado e viria a ser um influente membro do partido "libertador"; o Cadogo Junior, ex-sargento do exército português,  foi, mais tarde, presidente do PAIGC e primeiro ministro do país... Enfim houve muitos que, através dos laços de amizades, de parentesco ou outras vias,  conseguiram fazer a travessia sem sofrer consequências negativas.

 PS - O paradoxo de tudo isso é que, hoje em dia, mesmo os mais ferrenhos nacionalistas, inclusive os antigos combatentes do PAIGC,  sabem que talvez o futuro da Guiné fosse muito diferente se não tivesse havido aquela guerra que devastou o país e destruiu tudo o que podia ser aproveitado para dar um rumo melhor ao país, pois hoje sabemos que a independência só  por si não é uma panaceia e os milagres só acontecem nas narrativas bílicas.

H poucos dias anunciaram o falecimento em Lisboa (no Hospital Amadora-Sintra) de um antigo guerrilheiro do PAOIGV, o Leopoldo Alfama, mais conhecido por Duque Djassi (nome de guerra). Antes dele, muitos outros ja tinham feito o mesmo percurso, incluindo Luís Cabral. E a questão que deveriamos fazer é:  e porque serviu toda aquela mortífera guerra se nem sequer podemos fazer funcionar um SNS (Seerviço Nacional de Saúde) em condições ? 

Lembro-me da questão que o meu falecido pai tinha colocado aos guerrilheiros que ocuparam o quartel em 1974 apõs a partida da última companhia da tropa portuguesa de Fajonquito:
 
- E para que  querem a independência se nem sequer têm medicamentos para a dor de barriga ? (**)
 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025 às 14:58:00 WEST 

(Revisão / fixação de texto: LG)
__________________

Notas do editor LG:

domingo, 10 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27108: Consultório Militar do José Martins (89): Os antigos combatentes não deviam ser esquecidos, mesmo tendo perdido a nacionalidade portuguesa como eu (Carlos Filipe Gonçalves, Cabo Verde)



1. Mensagem do Carlos Filipe Gonçalves (nosso antigo camarada de armas, que acaba de perder, este fim de semama, a sua filha mais velha, Dúnia Gonçalves, de 49 anos de idade) (*):

Data - segunda, 28/07, 13:30

Assunto -  Cartão de Antigo Combatente (**)

Caro, Luis,

Recebi ontem este email sobre as dificuldades do nosso Zeca Macedo em obter o cartão de combatente. O mesmo aconteceu comigo. 

Sobre a questão, da nacionalidade dele, não sei nada, mas, como ele regressou da Guiné para Portugal, deve ter continuado com a nacionalidade portuguesa. Curiosidade: ele, é de família da Ilha do Fogo…, uma parte substancial dos imigrantes de origem cabo-verdiana, nos Estados Unidos, são das Ilhas do Fogo e Brava ou descendentes de gentes dessas ilhas! Eis porque foi para lá.

Quanto a mim, o drama é outro… em 1974 fiquei na Guiné, o meu primeiro passaporte foi da Guiné-Bissau, para eu poder viajar para Cabo Verde, para fazer a reportagem da Proclamação do Estado em 5 de Julho de 1975! 

Depois de regressar definitivamente a Cabo Verde em agosto de 1975, dizia-se que, tanto faz, um passaporte da Guiné, ou de Cabo Verde…, coisas da Unidade Guiné-Verde!!!

O meu, o da Guiné, era válido por 4 anos, logo não foi possível trocar/renovar de imediato…. Utilizei esse passaporte, quando viajei como repórter com o Presidente Aristides Pereira a Angola, para os festejos do 1.º Aniversário em 11 de novembro de 1976; depois, em 1977, viajei em julho para assistir ao Festival de Cinema de Moscovo…. 

Só obtive um passaporte cabo-verdiano, quando fui em março de 1980 estudar em França!!! Pudera, já estava caducado!!! Conclusão, perdi a nacionalidade portuguesa!

Assim, pergunto, como militar que serviu na Guiné, será que poderei ter algum benefício? 

Preenchi o tal formulário que circulou pela internet, nunca tive qualquer resposta. O único benefício que tive até hoje, foi na contagem do tempo de serviço, na função pública de Cabo Verde. Consegui a contagem do tempo de tropa, 4 anos e 3 meses, no chamado ex-PU, em Portugal… a minha tia, Orlanda Ferreira, foi lá, deu o meu nome e o meu n.º 800 049/71 e passaram logo a certidão que tenho aqui. Este 4 anos e tal da Guiné, foram incluídos no total do meu tempo de serviço na Função Pública, como jornalista.

Outro drama, perdi, os documentos da passagem à disponibilidade, em Bissau, Guiné…, porque, a minha, saída da Guiné foi rocambolesca, deixei lá tudo!!! Conto isso no livro sobre a tropa na Guiné…. Pronto, consegui sair de fininho…. Felizmente! Olha, sou reformado, tenho uma pensão de mais de mil euros da Função Publica de Cabo Verde, pagos pelo Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). 

Não tenho, portanto, nada tenho a reclamar, salvo, a discriminação e burocracia, se por acaso pretender viajar para Portugal…, obter um visto, é um problema bicudo. Acho que os antigos combatentes, não deviam ser esquecidos e ter esse tratamento. Por isso, deixei de pensar em passar ou ir a Portugal… quando viajo para o estrangeiro, prefiro  sair, via Dakar, Senegal…

Caro, companheiro, arranjei hoje um tempinho para escrever, pois tenho estado completamente envolvido com os problemas da doença da minha filha, que sofre de um câncer de mama, dos mais agressivos. Está de novo internada, logo, a minha vida agora, é no hospital. Tenho tido o apoio do meu irmão, médico oncologista, que vive aí, trabalha no Hospital S. Francisco Xavier. Ele foi em 1973 e nunca mais voltou, bem como o meu pai… esta história, conto no livro que te enviei, sobre a Rádio Barlavento.

Por esse motivo, a doença da minha filha, vou-me atrasar, no envio das partes do livro, sobre a Guiné, depois do 10 de Setembro de 1974 a Agosto de 1975, quando regressei a Cabo Verde. Sinceras desculpas, apelo à tua compreensão…

Vida e Saúde para todos nós. Forte abraço

Carlos Filipe Gonçalves
Jornalista Aposentado, ex-Furriel Miliciano

2. Na ausência do Zé Martins, que foi "a banhos" e fechou o seu "consultório militar", npo mês deagotso,  o nosso asistente de IA, o "Sabe-Tudo",  responde à tua pergunta:

2.1 Sou cabo-verdiano. Sou antigo combatente das Forças Armadas Portugueses, na guerra colonial (Guiné-Bissau, 1973/74). Perdi a nacionalidade portuguesa. Posso recuperá-la ? E ter o cartão de antigo combatente ?

Resposta do ChatGPT:

Recuperar a Nacionalidade Portuguesa

Sim, é possível recuperar a nacionalidade portuguesa, dependendo da forma como a perdeste:

Se nunca adquiriste outra nacionalidade estrangeira após a perda da portuguesa (situação menos frequente, mas legalmente prevista), podes requerer naturalização com dispensa de residência e sem necessidade de prova de língua portuguesa (Vd. Guia da Nacionalidadejustiça.gov.pt).

Se perdeste a nacionalidade ao adquirires outra nacionalidade estrangeira, há possibilidade de reaquisição, mediante declaração de vontade perante as autoridades, sem necessidade de residência em Portugal (Vd. Governo de Portugalconsuladoportugalsp.org.brvcportugalpoa).

Requisitos gerais:

(i) ser maior ou emancipado legalmente;

(ii) não ter condenações criminais com pena de prisão de 3 anos ou mais;

(iii) apresentar documentos como certidão de nascimento, certidão de registo criminal e comprovativos de que não adquiriste outra nacionalidade, conforme o caso ( Guia da Nacionalidadejustiça.gov.pt ).

Os requerimentos podem ser apresentados nos consulados portugueses, conservatórias ou online (com mandatário, como advogado ou solicitador) (Guia da NacionalidadeGoverno de Portugaljustiça.gov.pt).

Cartão de Antigo Combatente

Como ex-combatente mobilizado na Guiné-Bissau em 1973/74, tens direito ao Cartão de Antigo Combatente, um documento gratuito, emitido pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) (Vd.  Governo de PortugalMinistério da Defesa=.

Passos para o obter:

requerer a contagem do tempo de serviço militar (essencial para a emissão do cartão) através do Balcão Único da Defesa (Ministério da Defesa);

se o cartão não chega automaticamente, basta atualizar/confirmar os teus dados pessoais via formulário no portal da Defesa Nacional (Governo de Portugal).

Benefícios associados incluem: isenções no SNS, transporte intermodal gratuito, entrada gratuita em museus, preferências habitacionais, insígnia, honras fúnebres, entre outros (ePortugalMinistério da Defesa).

Resumo > Situação  | Ação Recomendável 

(i) Recuperar nacionalidade

 Avalia se houve outra nacionalidade adquirida. Prepara documentos e requer no consulado, conservatória ou com ajuda profissional.

(ii) Obter Cartão de Antigo Combatente  

Requer a contagem de serviço no Balcão Único da Defesa e atualiza os dados para receber o cartão, se necessário.

2.2. Um cidadão cabo-verdiano, anteriormente português (antes da independência de Cabo Verde, pode ter a dupla nacionalidade, cabo-verdiana e portuguesa?

 Sim, em muitos casos pode.
 
Quando Cabo Verde se tornou independente de Portugal, em 5 de julho de 1975, as regras de nacionalidade passaram a seguir o que estava previsto na Lei da Nacionalidade Portuguesa da época.

Os casos mais comuns são:
  • cidadãos nascidos em Cabo Verde antes da independência: eam automaticamente considerados cidadãos portugueses (pois Cabo Verde era território português);
  • após a independência, passaram a ser cabo-verdianos por atribuição automática
A nacionalidade portuguesa podia ser mantida se tivessem ligação efetiva a Portugal (residência, família, registo civil em Portugal, etc.) ou se a tivessem declarado formalmente.


~



Dupla nacionalidade: 
Portugal e Cabo Verde permitem dupla nacionalidade.

Quem manteve a nacionalidade portuguesa após 1975, ou a readquiriu depois (através de pedido administrativo), pode ter as duas nacionalidades legalmente.

Readquirir nacionalidade portuguesa

Mesmo que a nacionalidade portuguesa tenha sido perdida na altura da independência, hoje é possível readquiri-la ao abrigo da lei atual, muitas vezes de forma simplificada para ex-cidadãos portugueses e seus descendentes.

 Resumo: Se o cidadão cabo-verdiano era português antes de 1975, pode ter dupla nacionalidade:  se manteve a portuguesa na altura ou se a readquiriu mais tarde.

(Pesquisa: IA / LG | Revisão / fixação de texto: LG)
________________

Notas do editor LG: 

(*) Vd. poste de 9 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27104: In Memoriam (558): Dúnia Ivone Ramos Gonçalves (1976-2025), filha do nosso camarada Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, CefInt / QG / CTIG, Bissau, 1973/74): o funeral é amanhã, às16h00, no Cemitério da Várzea, Praia, Cabo Verde

Guiné 61/74 - P27107: Consultório Militar do José Martins (88): Pelo menos o tal Cartão de Antigo Combatente era coisa que eu ainda teria gosto em receber (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Zé Martins (o nosso colaborador permanente para:  questões jurídicas, Hisória Militar, Arquivos)... Autor da série "Consultório Militar"





1. Mensagem do João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona:


Data - segunda, 28/07/2025, 02:20 
Assunto - Cartão de Antigo Combatente

Caríssimos,

Em referência à mensagem do Zeca Macedo (*): como ele, também eu há anos "preenchi o formulário e enviei-o"... E, como ele, “ até hoje, nada”.

Eu fi-lo mais por solidariedade com todos os camaradas que estavam interessados, mas não me preocupei sequer em saber a razão por que é que não recebi qualquer resposta. Talvez a resposta do nosso camarada José Martins, ajude a explicar: "O cartão de 'Antigo Combatente' foi distribuído a todos os reformados que recebem pensão de velhice de qualquer sistema de Segurança Social"... Os combatentes que não recebem qualquer pensão do Estado Português, ficam de fora.

Há anos atrás foi-me sugerido por um amigo meu que vive aqui perto, em New Jersey ( não sei se é ex- combatente ou não ) que eu devia pedir uma pensão, pois que além do serviço militar eu trabalhei algum tempo em Portugal antes de entrar em Mafra. Que, explicou-me, se o tempo de trabalho e a devida contribuição não era suficientes isso podia ser facilmente remediado.

E por isso durante uma ida a Portugal e outra vez numa consulta no nosso consulado aqui em Nova Iorque ainda averiguei do que era preciso fazer. É que, além desse trabalho em Portugal, eu também estive alguns tempos e trabalhei em França, Inglaterra e Brasil, antes de me radicar permanentemente nos Estados Unidos. Embora em todos eles eu estivesse a trabalhar legalmente (nove meses em França, cerca de ano e meio na Inglaterra e menos de dois anos completos no Brasil), como emigrante, com papéis, contacto de trabalho,  etc, todos eles foram breves estadias. Insuficiente tempo para, por si mesmos, valerem uma reforma/pensão.

Na altura vim a saber que, mesmo que alguma vez viesse a receber essa “pensão”,   esta seria uma quantia muito muito pequena. Eu não tinha na altura qualquer vontade de voltar de vez para Portugal e o processo e exigências a cumprir eram tantas e tão complicadas que eu achei que não valia a pena todo o esforço e voltas a dar.
Mas pelo menos o tal "cartão de antigo combatente” era coisa que eu teria tido gosto em receber.

(Revisão / fixação de texto: LG)

2. Resposta do editor LG:

João, o nosso Zé Martins está a gozar o seu merecido mês de férias. O mês de agosto em Portugal é muito querido... E "sagrado"... Claro que continua a haver "desgraçados" como eu e o Carlos Vinhal a trabalhar "em prol da comunidade"... Bom sinal, ainda não estamos "arrumados"... O Zé Martins, esse,  deve ter ido a banhos, como se dizia antigamente. Na devida altura ele responderá às tuas dúvidas... Para já aqui  vão algumas dicas do meu "Sabe-Tudo", o assistente de IA, a quem, à pressa, pus algumas questões:

P - Um estrangeiro (ou um cidadão que tenha perdido a nacionalidade portuguesa, hoje a viver no estrangeiro) pode obter o cartão de antigo combatente ? Era português quando participou na guerra colonial em 1961/74.

R - Sim,  de acordo com a legislação portuguesa em vigor, um estrangeiro ou ex-cidadão português que tenha combatido na Guerra do Ultramar (1961-1974) pode obter o Cartão de Antigo Combatente, desde que cumpra determinados requisitos.

A Lei n.º 46/2020 (que criou o Estatuto do Antigo Combatente) prevê que o benefício não se aplica apenas a quem mantém a nacionalidade portuguesa, mas também a estrangeiros ou a quem tenha perdido a nacionalidade, desde que:
  • tenha prestado serviço militar nas Forças Armadas Portuguesas durante o período da Guerra Colonial, em condições equiparadas às dos militares portugueses;
  • prove documentalmente essa participação (através de registos militares, certidões ou outros documentos oficiais emitidos por entidades militares portuguesas);
  • requeira formalmente o cartão junto da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), que é o organismo responsável pela emissão.
 Nota importante:

O cartão é atribuído independentemente da nacionalidade atual, mas o processo exige sempre prova documental válida. E  dá acesso aos direitos previstos no Estatuto (isenção de taxas moderadoras no SNS, benefícios em transportes, entre outros), mas alguns benefícios podem depende  r de residência em Portugal.

 P -  Então, o que tenho a fazer ? Resido nos EUA desde 1977.

R -   Vou organizar-te um guia claro para pedir o Cartão de Antigo Combatente residindo nos EUA. (Baseado na Lei n.º 46/2020 e nas orientações da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional — DGRDN)

(i)  tens que erificar se cumpres os requisitos:
  • ter servido nas Forças Armadas Portuguesas entre 1961 e 1974, em teatro de operações da Guerra Colonial.
  • serviço militar em condições idênticas às dos cidadãos portugueses (mesmo que já não tenha nacionalidade).
  • dispor de prova documental do serviço.
(ii) Reunir a documentação

prepara cópias legíveis e, se possível, autenticadas: 
  • documento de identificação atual (passaporte ou cartão de identidade estrangeiro);
  • prova do serviço militar;
  • ertidão do registo militar ou assento de matrícula (emitido pelo Arquivo Geral do Exército ou Marinha/Força Aérea, consoante o ramo); aderneta militar, ou fotocópia autenticada, se ainda a tiveres;
  • prova de morada atual nos EUA (por exemplo, conta de serviços públicos ou carta do IRS americano);
  • formulário de requerimento (modelo DGRDN).
Se não tiveres documentos militares: podes pedir ao Arquivo Histórico Militar em Lisboa uma certidão de registo (mesmo à distância).

(iii)  Onde e como enviar

O pedido deve ser enviado por correio registado internacional para:  
Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Av. Ilha da Madeira, nº 1 1400-204 Lisboa PORTUGAL

No envelope, escreves: "Pedido de Cartão de Antigo Combatente".

(iv) O que acontece depois

A DGRDN valida a documentação. Se tudo estiver conforme, envia o cartão por correio para a morada nos EUA. O processo pode demorar alguns meses, dependendo da rapidez na confirmação dos registos.

(v) Dicas úteis

Envia cópias autenticadas dos documentos (autenticadas num notário local ou consulado português).

Contacta previamente a DGRDN pelo e-mail dgrdn@defesa.pt para confirmar se há formulários atualizados.

Se precisares de certidões militares, podes pedir diretamente online ao Arquivo Histórico Militar (https://ahm.defesa.pt/).

  (Pesquisa: ChaGPT / LG / Revisão e fixação de texto: LG)
_______________

Nota do editor LG:

(*) Último poste da série > 9 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27102: Consultório Militar do José Martins (87): O Cartão de Antigo Combatente: resposta a um pedido do Zeca Macedo (EUA, Mass, Cambridge)

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27099: Felizmente ainda há verão em 2025 (13): ... e não vai faltando a sardinhada na festa de aniversário dos amigos (Luís Graça)




Lourinhã >  17 de julho de 2025  > Festa de anos do Jaime Silva, o "marquês do Seixal"


Lourinhã > Praia da Areia Branca > Restaurante Foz > 6 de agosto de 2025 > A sardinha assada que não chegava à mesa do comandante... em Bambadinca

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Garça & Camaradas da Guiné]

1. Caros leitores: 

Quem andava pela Guiné, há uns bons 50,  60 anos,  de vez em quando tinha uns "apetites danados"....  Se calhar  era como os "bizarros desejos das grávidas", que os médicos na época nem sempre sabiam explicar bem... 

E então perguntava, o gajo, já "muito cacimbado",  velhinho cpomo o c*r*lho, ao vagomestre:  

− E hoje, ó Soares, não há aí umas sardinhinhas de Peniche assadas na brasa?... 

− Vai-te...Afonso! − respondia ele (que não dizia asneiras, era um menino de coro).

− Mas também pode ser uns jaquinzinhos com arroz de tomate... Ou até uma batatada de peixe seco...

− Não querias mais nada!... Pró nosso comandante, isso é comida dos pobres, não vai à mesa do rei !

− 'Tá bem, pá, mas... nem uma caldeirada de peixe da bolanha ?...  

−  Nem vê-lo nem cheirá-lo!

  Ó nosso vagomestre, mas... nem um arrozinho de lingueirão ?... Ando mesmo 'augado' como uma gaja prenha... Não sejas bera... Ao menos umas ostras, geladinhas, com um espumantezinho da Raposeira !...

− Só se for uma arrozinho de lavagante... Serve ?! − sugeria o Soares, já meio irritado.

− À  falta de melhor até marchava... Mas, não sei porquê,  'tava-me mesmo a apetecer era umas enguias fritas com arroz de feijão... 

−  Já vi que estás a delirar!...Isso é mas é paludismo cerebreal !

−  Pois que seja, vou mais depressa p'ra casa em caixão de chumbo... Mas, antes de morrer, podes-me servir  um bifinho com batata fritas e ovo a cavalo ?!....

− Bolas , que o gajo julga que a messe é o Gambrinus ! −  começava o Soares a perder as estribeiras (mas mesmo assim incpaz de dizer um palavrão, do tipo "p*rra").

− Não te danes, eu cá m'arranjo: vou ali à cantina comprar uma lata de sardinhas com molho de tomate, picante... Estou farto da merda das tuas cavalas com esparguete...


2. Bom, os nossos vagomestres também têm direito a férias, pelo que a série "No céu não há disto: Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande" tem estado parada desde março de 2025 (*).  Provavelmente por falta de "matéria-prima". Ou então a razão pode ser outra: estão de licença graciosa (que é ou era  de seis meses do tempo do império)...

 Mas todos os dias os vagomestres, pelo menos eles, comem. Mal ou bem, mas comem...  E, nós, a "tropa-macaca", felizmente ainda vamos comendo, mal ou bem, mais mal que bem...

E no verão temos a bela sardinha... Valha-nos isso, que já nos tiraram quase tudo.  Quando Portugal era nosso (ou será que alguma vez foi nosso?)... E era lindo.

 O meu fisioterapeuta, que é de Peniche e filho de pescador, da pesca do cerco, diz-me que ainda não está boa, a sardinha, só lá para o fim do mês de agosto. Ora bolas!...

Nos últimos anos tem sido a mesma história, só no fim do verão é que um gajo pode comer uma sardinha a pingar no pão... Acusam as alterações climáticas de ser responsável pela crise... O vagomestre, que é "negacionista", diz que não:

− Olha que não, olha que não!!!

E o meu fisioterapeuta encolhe os ombros, e consola-me:

−  Contente-se com a de Sesimbra e de Sines... Que, essa sim, já é gorda... e pinga no pão!
 
À falta de melhor aqui vão umas fotos das duas ou três sardinhadas que o pobre do editor LG já comeu este ano... De qualquer modo, já dá para fazer inveja ao João Crisóstomo que, com a política tarifária do Trump, tem a sardinha de Peniche  e o tintol da Bombardeira ao preço ao caviar e do Château Lafite Rothschild ... (**)
_______________

 Notas do editor LG:


(**) Último poste da série > 6 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27096: Felizmente ainda há verão em 2025 (12): ruminações nova-iorquinas... (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)