3. Estereótipos em Relação aos Médicos e à Medicina
A descrença em relação aos médicos e aos seus meios de diagnóstico e de terapêutica traduz-se em ditos mais ou menos jocosos como "Deus cura os doentes e o médico recebe o dinheiro" (Quadro VI) ou, noutra variante (tendo porventura como objeto o cirurgião), "Deus é que sara e o mestre é que leva a prata".
Aos olhos do homem comum, a razão de ser e de existir dos médicos é a doença que, por seu turno, representa, para eles, um verdadeiro "celeiro" ou um "bornal" (ou ainda "gamela", uma imagem típica do mundo rural, significando, neste contexto, fonte de rendimento, de enriquecimento - muitas vezes ilícito - e de saciedade).
O vil metal intromete-se subrepticiamente na relação terapêutica, ao insinuar-se que:
- "A desgraça de uns é a fortuna de outros";
- "De São Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o bornal";
- "Mostarda na horta, médico à porta";
- "Quando o doente escapa, foi Deus que o salvou; e quando morre, foi o médico que o matou";
- "Quando os doentes bradam os médicos ganham".
- "Deus te guarde do parrafo de legista, do infra de canonista, et-caetera de escrivão e de recipe de mata-são".
Hipócrates (460-377 a.C.) como Galeno (129-199 d.C.)f oram, praticamente até ao Século XVIII, o alfa e o omega da arte de curar.
Daí a referência, por ex., a Avicena (980-1037): "Avicena e Galeno trazem a minha casa o bem alheio". Recorde-se que o seu Cânone da medicina (ou inventário geral das doenças do ser humano) foi um dos tratados que marcaram o ensino e a prática médicas até muito para lá da Renascença.
A experiência da negligência médica e do erro clínico ('efeitos adversos', como se diz hoje), por seu turno, é documentada através de ditos, espirituosos uns, sarcásticos outros, que ainda hoje nos chocam pela sua crueza (Quadro VI):
- "Com o que sara o fígado, enferma o braço";
- "Erros médicos a terra os cobre" ou, noutra versão, "O médico e o calceteiro cobrem os erros com terra";
- "Guarde-nos Deus do físico esperimentador (sic) e de asno ornejador";
- "O bom médico é o do terceiro dia";
- "O melhor médico é o que se procura e se não encontra";
- "Pior é ter mau médico que estar enfermo";
- "Salamanca a uns sara e a outros manca";
- "Se tens físico teu amigo manda-o a casa do teu inimigo".
Em todo o caso, era fraca a reputação da universidade, aos olhos da gente comum (Quadro VI):
- "Mais vale experiência que ciência";
- "Mais vale um ano de tarimba do que dez de Coimbra";
- "Mais vale um burro vivo do que um doutor morto";
- "Médicos de Valência: grandes fraldas, pouca ciência".
A sátira à medicina é, aliás, um tema recorrente na literatura europeia da época (por ex., Molière e Boileau, em França) como até na própria pintura. Na cidade holandesa de Leiden, no museu de Boerhaave (o professor de quem o nosso Ribeiro Sanches foi um dilecto discípulo), o visitante tem a oportunidade de observar um espantoso painel dum pintor holandês anónimo do Séc. XVII, The four guises of the physician (Os quatro rostos do médicos).
- No momento de aflição, ele é o salvador, representado pela figura de Cristo (1) , enquanto examina um boião com as águas (urina), rodeado pelos seus assistentes e tendo aos pés uma panóplia de instrumentos cirúrgicos;
- Após a recuperação do doente, o médico transforma-se primeiro em anjo (2) para surgir depois sob a forma de um vulgar ser humano (3);
- Por fim, no último quadro, o doente acaba por morrer: enquanto a sua alma se liberta do corpo, o médico, em primeiro plano, regressa para reclamar os seus honorários, desta vez vestido de diabo (4) (Graça, 1996)
Objeto | Provérbio |
Anato-mia/ Corpo |
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Físico/ Médico |
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Medi- cina |
|
(...) porque desenganara
Tanta rustica gente que enganada
Piensa que en la urina está cifrada
De Esculápio la sciencia
Y en un canuto solo
Oraculos de Apolo
Y sin mas relacion de su dolencia
Por bien poco dinero
Quiere que sea el medico echicero
Culpa de medicastros urinauticos
Que hipocritas seran, mas no hippocraticos
Bracamonte (1642)
Em traços físicos e simbólicos, o médico é descrito como "velho", enquanto o cirurgião é "novo" e o boticário, "coxo". Mas mesmo que a medicina seja inútil ("Ciência é loucura se o bom siso a não cura"), o médico sempre é um letrado, o único aliás com formação universitária (...e "ao letrado não o tenhas enganado").
É claro que o prestígio do médico está mais relacionado com a idade e os longos anos de estudo ("Aos trinta anos quem não é tolo é médico") do que com o saber livresco ("Quem ler leia para saber; quem souber saiba para obrar") e com a frequência da universidade ( "Mais vale um ano de tarimba que dez de Coimbra" ) (Quadro VI).
No Séc. XIV bastava saber ler e escrever e pouco mais para se ter acesso à Universidade:
Com três anos de aproveitamento, era-se bacharel; o bacharelato (do latim bacalaureatus, "coroado de louros com bago") era, pois, o primeiro grau académico;
Com mais dois ou quatro, conforme os cursos, era-se licenciado, detentor de licentia docendi ubique, ou seja, licenciatura reconhecida em toda a cristandade;
Só ao fim de muitos anos - já na casa dos trinta, no caso da Teologia -, é que se atingia o cume da pirâmide do saber, o grau de doutor ou mestre, não sendo muito clara a distinção entre um e outro título académico (O termo original magister dá lugar a doutor).
No limiar do Séc. XVIII, a um médico, "para chegar a curar" - no dizer do Doutor Frei Manuel de Azevedo (c. 1600-1672) (cit. por Pina, 1938.21) - seriam necessários "treze anos de estudo, com três ou mais exames muy apertados", assim discriminados:
- "Quatro anos para bem saber o Latim, delle o examinam para depois entrar na Filosofia, nesta gasta ao menos tres annos, fazendo no discurso delles diversos actos de Conclusões";
- "No fim o examinarão com todo o aperto, & achando-o habil, lhe dão grau de bacharel em Filosofia" (No total, sete anos de ensino preparatório, dando acesso à Faculdade de Medcina);
- Com este [ bacharelato ] entra a aprender medicina, nella cursa quatro anos, & nelles com diversos actos de Conclusões, que defende";
- "No fim de todo este tempo o examinarão apertadissimamente todos os Medicos Doutores da Universidade";
- Uma vez aprovado, fazia o equivalente ao actual internato geral hospitalar, "onde aprenderia as enfermidades e os pulsos durante dois anos" (Ou sejam, seis anos de ensino pré e pós-graduado de medicina) (Itálicos meus).
"Como poderà hum Cyrurgião, que mal sabe ler, & escrever, com hum ano, ou pouco mais, que assistio no hospital, aprendendo só a curar feridas e chagas, como poderá curar enfermidade alguma" ?, pergunta Manuel de Azevedo (Itálicos meus).
Já na altura, o diagnóstico do doente (o "conhecimento do pulso") era um acto médico por excelência:
"Em toda a medicina não ha cousa mais dificultosa, que o conhecimento do pulso. E ha tanta ignorância popular, que aos barbeiros, & cristaleiras se dão os pulsos, para lhos tomarem & lhes dizerem se tem febre grande, ou pequena", comenta Azevedo (cit. por Pina, 1938. 22).
De qualquer modo, qual era o sentido de provérbios como "Aos trinta anos quem não é tolo é médico" ou "Médico velho, cirurgião novo, boticário coxo"?
Numa amostra de 15 médicos portugueses que viveram entre 1501 e 1859, e para os quais dispomos de informação biográfica, apurámos os seguintes dados que, no mínimo, são curiosos e podem revelar algumas tendências sobre o desenvolvimento histórico do ensino e do exercício da medicina em Portugal (Quadro VII):
Neste período os médicos viviam em média 66,3 anos (Mínimo: 50; máximo: 83), seguramente mais tempo do que a esperança média de vida da população portuguesa;
Acabavam o curso de medicina aos 24,3 anos (Mínimo: 18; máximo: 29);
No período compreendido entre 1523 e 1717, antes portanto da reforma pombalina da Universidade de Coimbra (1772), a idade média de conclusão do curso de medicina seria mais baixa , andando nos 22,7 anos (Mínimo: 18; máximo:26) (n=8);
- Depois da reforma pombalina, e no período entre 1787 e 1814, a formação dos médicos terminava por volta dos 26 anos (em média) (n=7);
- Um terço, pelo menos, dos médicos da amostra era de origem cristã-nova e teve problemas com a inquisição (entre eles, estão os nossos médicos mais notáveis do Ancien Régime como, por exemplo, Zacuto Lusitano, Jacob Castro Sarmento ou Sanches Ribeiro);
- Quatro dos 15 médicos estudaram em Espanha (nomeadamente em Salamanca).
- Pelo menos até à Renascença, os físicos eram classificados no grupo social, especificamente urbano, dos que "usa(va)m dalgumas artes aprovadas e mesteres" (D.Duarte, O Leal Conselheiro).
- Os mesteres ou artesãos também eram conhecidos como oficiais mecânicos, distintos todavia dos homens de artes aprovadas que já exerciam claramente uma actividade liberal (caso do jurista e do médico).
- "Ao médico, ao letrado e ao abade falar verdade";
- "Com dinheiro, língua e latim, vai-se do mundo até ao fim"
- "De livro fechado não sai letrado";
- "Discípulo, com cuidado, e mestre, bem pago";
- "Em casa do letrado tanto se paga de pé como sentado";
A medicina, integrada na Física, passou a ser ensinada no âmbito do quadrivium.
O papel da universidade, depois da reforma joanina de 1537, era sobretudo o de formar gente que iria depois engrossar as fileiras da burocracia régia, e gerir os negócios do reino e do império. Por outro lado, começava a tornar-se evidente a importância que já era então atribuída à instituição universitária como forma de ascensão social. Daí a maior procura do direito:
- Mais de 87 % do total das matrículas, neste período de 1573 a 1771 respeitam aos cursos jurídicos (cânones e leis);
- Contra apenas 6,8% de medicina e 5,3% de teologia (Graça, 1996).
Na época, o estatuto social do estudante de Coimbra media-se pelo número de criados e de cavalos (ou mulas) ao seu serviço. O estatuto social e económico do médico estava ainda longe de ser elevado, o que é bem patente no ditado que diz :
"O médico quando é pago por ricos é considerado criado; quando recebe dos pobres, é ladrão".
Por fim, o médico é homem: com uma nuance mais burguesa do que fradesca, é conveniente lembrar que "não provam bem as senhoras que se metem a doutoras".
De facto, a universidade (criada entre nós em 1289) era interdita às mulheres, de tal modo que será preciso esperar mais de 600 anos (!) até que apareça a primeira mulher portuguesa diplomada em medicina (Amélia Cardia dos Santos Costa, em 1891, não ainda pela Universidade mas pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que fora criada em 1836).
A arte de curar era, pois, predominantemente masculina, pelo menos nas principais cidades do reino. Quanto aos médicos, letrados e aprovados, esses eram exclusivamente homens. O mesmo se passava com os cirurgiões (Quadro VIII, próximo poste) e os barbeiros-sangradores.
Sabe-se, entretanto, muito pouco sobre a assistência prestada às populações dos campos (e, em particular, às mulheres camponesas). Nos sítios mais recônditos, elas não tinham outra alternativa senão recorrer a bruxas, curandeiras, mezinheiras, parteiras ou aparadeiras, comadres ou simples curiosas, da aldeia ou das redondezas (Joaquim, 1983).
Há toda uma medicina tradicional, de raiz popular, de que as mulheres se tornaram as fiéis depositárias e que exerceram, com algum proveito mas não sem riscos, já que na época era bem pesada a mão da justiça do rei e da Igreja.
Nos arquivos das chancelarias régias, de D. Manuel I a D. Filipe III, há curiosos documentos sobre a prática da arte de curar por parte de mulheres. Reis (1996) identificou uma dúzia de mulheres que exerciam, para todos os efeitos, a medicina, embora sem autorização legal.
O conteúdo dessas cartas régias é muito interessante, para quem quiser conhecer a terminologia nosológica da época, e sobretudo perceber melhor a jurisprudência relativa ao exercício das "artes médicas" e ao seu controlo por parte do poder régio e da própria corporação médica.
Na maior parte dos casos (12) trata-se de concessão de licenças para praticar a cirurgia (5) ou para tratar do mal das boubas (sífilis) (2), do mal da raiva (1), da doidice (1) e de outras enfermidades (2).
Numa dessas cartas, com data de 18 de Setembro de 1611, o rei Filipe II concede licença a Ana Marques, residente em Ceira, no termo de Coimbra, para "no dito concelho de Seira e seus arredores, não sendo para a parte de Coimbra nem onde haja fisico letrado ou examinado" [ poder ] tratar de certas enfermidades com alguns remédios que ela aprendera e sabia", depois de tais remédios bem como a requerente terem sido examinados pelo físico-mor, Doutor Baltasar de Azeredo, catedrático de prima jubilado na Universidade de Coimbra". Além da restrição territorial, a requerente não podia "entermeter-se em mais coisa alguma nem ordenar de beberagens nem outras mezinhas sob pena de se proceder contra ela" (cit. por Reis, 1996).
Quadro VII - Idade de conclusão do curso de medicina, segundo uma amostra dos médicos portugueses do Séc. XVI ao Séc. XIX (n=15)
Nome do médico | Período de vida | Idade em que se formou |
Antes da Reforma Pombalina da Universidade (entre 1523 e 1717) |
Abraão Zacuto Lusitano | 1575-1642 | De origem hebraica, fez estudos de filosofia no Colégio das Artes, em Coimbra, e medicina em Espanha, onde se doutorou aos 21 anos pela Universidade de Siguenza. Morreu em Amsterdão. Era neto do grande Abraão Zacuto (1450-1525), médico e astrónomo no tempo de D. João II e D. Manuel II. |
Amato Lusitano | 1511-1568 | João Rodrigues Castelo Branco, mais conhecido por Amatus Lusitanus, licenciou-se em Salamanca por volta de 1529 (com 18 anos). De origem hebraica, refugiou-se em Antuérpia em 1533 ou 1534. Terá morrido de peste. |
Ambrósio Nunes | 1529-1611 | Filho de um físico-mor do Reino, terminou o curso em Coimbra em 1555 (portanto, com 26 anos). Foi professor em Salamanca. Lente de "vacações" (1555), é autor de Enarrationum in priores Aphorismorum Hippocratis cum paraphrasi in Comentaria Galeni tomus prior (Coimbra, 1601). |
António Ribeiro Sanches | 1699-1782 | Oriundo de família de cristãos-novos, de Penamacor, estudou filosofia e medicina em Coimbra, entre 1716 e 1719. Aos 25 anos obtinha o grau de doutor em medicina por Salamanca. Em 1726 saiu definitivamente do país. |
Francisco da Fonseca Henriques | 1665-1731 | Também conhecido pelo Dr. Mirandela, terminou o curso de medicina em Coimbra, com 19 anos (1684), depois de estudar as primeiras letras na sua terra natal (Mirandela). É autor do Aquilógio Medicinal (1726), considerado o primeiro trabalho sistemático sobre a riqueza hidrológico do Reino. |
Garcia de Orta | c.1501-1568 | Filho de cristão-novo, natural de Castelo de Vide, frequentou as universidades de Salamanca e de Alcalá de Henares, por volta de 1515-1523 (Ter-se-á, portanto, licenciado em medicina aos 22 ou 23 anos). Só em 1526 obteve autorização do físico-mor para exercer medicina. |
João Marques Correia | 1671-1745 | Estudou Humanidades e Filosofia em Évora e Medicina em Coimbra onde recebeu o grau de mestre em Artes (1692) e se formou-se em 1696 (com 25 anos).É autor do Tratado Physiologico médico-physico e anatómico da circulação do sangue. |
Jacob de Castro Sarmento | 1691-1762 | Depois de obter o grau de mestre em Artes na Universidade de Évora (1710), estudou medicina em Coimbra. Conclui o curso em 1717 (com 26 anos). Cristão-novo, fixou residência em Londres em 1721 e aí morreu. |
Depois da Reforma Pombalina da Universidade (entre 1787 e 1814) |
António de Almeida | 1767-1839 | Nascido em Coimbra, matriculou-se no curso de medicina em 1787, que conclui com 24 anos (1791). Foi médico do partido da Câmara de Penafiel. |
Francisco Inácio dos Santos Cruz | 1787-1859 | Matriculou-se em 1804 em Filosofia e no 1º ano de Matemática, da Universidade de Coimbra, como preparatório do curso de Medicina que terminou em 1814 (com 26 anos). |
Francisco Xavier de Almeida Pimenta | 1775-1839 | Terminou o curso de medicina de Coimbra em 1799 (com 24 anos).Foi deputado às cortes em 1820 e zeloso propagandista da vacina. |
Joaquim Xavier da Silva | 1778-1835 | Estudou medicina em Coimbra, onde se doutorou com 26 anos (1804). Publicou um tratado de higiene militar. |
Jorge Gaspar de Oliveira Roldão | 1783-1833 | Estudou em Coimbra. Recebeu o grau de bacharel em 1808 e formou-se no ano seguinte (com 26 anos). Médico de província. |
José Lino dos Santos Coutinho | 1784-1836 | Nascido no Brasil, concluiu o curso de Medicina de Coimbra em 1813 (com 29 anos). Foi político e professor na Escola de Medicina da Baía. |
José Pinheiro de Freitas Soares | 1769-1831 | Frequentou, em Coimbra, as Faculdades de Filosofia e de Medicina. Formou-se na primeira em 1793 (com 24 anos) e na segunda em 1797 (com 28 anos). Autor do Tratado de Polícia Médica. |
4 comentários:
Sem textos que levem a diálogos vivos ou comentários,mesmo que contrários,corre-se o risco de axfixiamento.
O que desde há tempos se vai mais e mais notando.
Manuel Teixeira.
Abraâo Zacuto Lusitano do tempo de D. João II e D. Manuel I, e não D. Manuel II.
Valdemar Queiroz
Não basta dizer que António Ribeiro Sanches saiu definitivamente do país em 1726 e pronto, fica tudo dito. Não, não fica tudo dito, porque, entre outros cargos e funções desempenhados no estrangeiro, Ribeiro Sanches foi médico pessoal da imperatriz da Rússia.
Tens toda a razão, o Sanches Ribeiro merece o poste à parte!... É o maior médico português at´~e ao séc. XVIII. E o único (português) que tem uma "entrada" na Enciclopédia de Diderot. Tens escritos notáveis e pioneiros (saúde pública e ambiental, saúde militar, reforma do ensino médico, judeus e cristãos-novos, "males de amores" ou doenças venéreas, etc.)... Ainda hojé é lembrado na Rússia: foi médico da corte, mas também do município de Moascovo e do exército russo...
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