Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Guiné 63/74 - P3227: Em bom português nos entendemos (2): Estória ou História (Ferreira Neto e Carlos Vinhal)
1. A propósito do uso da palavra Estória, no nosso Blogue, como narrativa das nossas experiências e vivências na Guiné, recebemos uma mensagem do nosso camarada Ferreira Neto, ex-Cap Mil da CART 2340, (Canjabari, Jumbembem e Nhacra, 1968/69), com data de 21 de Setembro de 2008:
Caro Vinhal
Logo de início, tivemos oportunidade de falar no assunto. No seu super dicionário não constava a palavra, nem nos meus.
Ao longo deste tempo, pessoas a quem eu recomendava a leitura do nosso "blogue", exprimiam o desejo de se efectuar a correcção, porque a nossa contribuição é com histórias e não com contos.
Sou teimoso por natureza, e nem a propósito, ontem topei um sítio de nome <Ciberdúvidas e dele extraí o que se segue:
História e estória, mais uma vez
[Pergunta]
Na resposta História e estória, de 10/02/2003, faz-se referência a um registo no dicionário Houaiss de estória como sendo «narrativa de cunho popular e tradicional», dando a entender que, neste sentido, seriam conceitos diferentes. Mas, se se consultar história no mesmo dicionário, lá vem, também, a mesma definição: «Narrativa de cunho popular e tradicional». Ou seja, no meu entender, Houaiss tem a mesma posição de Morais e Aurélio, que atribuem o mesmo significado aos dois vocábulos. Os dicionários da Academia das Ciências 2001, Cândido de Figueiredo, José Pedro Machado, Lacerda, Porto Editora, Torrinha e Prosódico de António Carvalho e João de Deus não registam o vocábulo estória. Para mim, simples amador na matéria, estória é grafia antiga ou linguagem popular, sendo costume meter a palavra entre aspas ou em itálico. Esta moda recente (não tão recente como isso...) de distinguir facto histórico usando História, de ficção, usando estória, nada mais é que a importação do Inglês, que tem, esse sim, dois vocábulos e dois conceitos: History e story. Nenhuma língua latina faz essa distinção de conceitos, que eu saiba. Estarei errado? Com os meus cumprimentos
[Resposta]
Muito obrigados pelas suas observações pertinentes. O uso da forma "estória" refle(c)te certamente a influência semântica do inglês. Essa forma está atestada em documentos do período medieval, mas, ao que parece, como variante gráfica e fonética de história, sem implicações ao nível do sentido
Estória "vs" História
[Pergunta]
Quando é que se usa a palavra estória em vez de história?
[Resposta]
Estória é uma palavra vinda do Brasil. Note-se, era assim que se grafava no século XV. Só depois veio história. Um brasileiro lembrou-se de grafar história, quando se tratava de "ciência histórica" e de grafar estória para significar "narrativa de ficção", "conto popular", etc. Mas os dicionários brasileiros aconselham a que se escreva sempre história, embora se aceite a liberdade jornalística da distinção de um e outro conceitos.
Espero perante o que foi exposto, seja legítimo fazer-se a respectiva correcção.
(...)
Um abraço, extensivo a toda a famíla
F. Neto
2. No mesmo dia foi enviada ao camarada Ferreira Neto a seguinte mensagem
Caro Professor (*)
Prazer em vê-lo de novo. Há muito que não dava sinais.
Com respeito à história da Estória, já alguém que defende a língua portuguesa nos blogues, se nos dirigiu e chamou a atenção para o uso errado (?) do termo.
Esta palavra está, bem ou mal, a ser utilizada no nosso Blogue desde a fundação e compete ao Luís Graça dar instruções para se abolir ou não o seu uso. Eu sou apenas um humilde colaborador que tem a quarta classe adiantada.
O meu velhinho Dicionário da Porto Editora, que o meu pai me comprou há 50 anos, não tem o termo estória. O mesmo acontece com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa.
Confesso que concordo com professor, não gosto da estória.
(...)
Vou dar conhecimento desta sua mensagem aos restantes editores do Blogue.
Passo a terminar enviando-lhe um abraço e votos de boa saúde.
(...)
Carlos Vinhal
OBS:-
- As partes suprimidas das mensagens ou nada têm a ver com a Estória, ou são de âmbito particular.
- Os negritos são da responsabilidade do editor.
3. Comentário de CV
Dei umas voltas pela Net e:
i- na Infopédia, Enciclopédia e Dicionários da Porto Editora, encontrei o que abaixo transcrevo, com a devida vénia:
estória
nome feminino; história de carácter ficcional ou popular; conto, narração curta
(De história, ou do ing. story, «id»)
ii - ainda na Infopédia encontrei:
Luuanda
Luuanda (1963), da autoria de Luandino Vieira (1935-), é uma obra histórica, vista como um autêntico livro de ruptura, ruptura com a norma portuguesa.
Pelo seu cariz inovador, mereceu o reconhecimento geral e foi galardoado com dois importantes prémios - 1º Prémio D. Maria José Abrantes Mota Veiga, atribuído em Luanda em 1964, e o 1º Prémio do Grande Prémio da Novelística, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores, em Lisboa, em 1965.
Luuanda é composto por três histórias - ou "estórias", como o próprio Luandino Vieira gosta de as retratar: "Vavó Xíxi e seu neto Zeca Santos", "A estória do ladrão e do papagaio" e "A estória da galinha e do ovo".
Todo o texto de Luuanda apresenta-se com uma forte dramatização, teatralização, onde toda a narrativa nos descreve e dá a conhecer o espaço angolano, sempre em contraste absoluto com o espaço do homem branco - os prédios, as casas, as ruas asfaltadas e limpas, o espaço claro e arejado.
As "estórias" de Luuanda retratam as coisas do dia-a-dia dos musseques angolanos: as histórias das famílias, o ambiente caótico, de confusão, que a própria arquitectura do musseque representa; o confronto de ideias e comportamentos entre novos e velhos e entre pretos e brancos que lá entravam por diversos motivos: inspeccionar os andamentos, cobrar as rendas, policiar os desacatos, etc.
(...)
iii - Na Wikipédia encontrei:
Estória
é um neologismo proposto por João Ribeiro (membro da Academia Brasileira de Letras) em 1919, para designar, no campo do folclore, a narrativa popular, o conto tradicional.
Alguns consideram o termo arcaico, por ser encontrado também em textos antigos, quando a grafia da palavra na língua portuguesa ainda não fora consolidada.
O termo acabou por não ter uma aceitação generalizada, não figurando nos dicionários portugueses e apenas em alguns brasileiros. Apesar de ter sido usada na linguagem coloquial, o termo nunca figurou na norma culta.
iii - No site Sua Língua, encontrei um artigo de autoria de Cláudio Moreno que passo a transcrever, com a devida vénia:
A história de "estória"
Perdi a conta dos leitores que me perguntam sobre a famigerada estória. Uns querem saber se realmente existe essa distinção entre estória e história. Outros teriam ouvido que a palavra existiu outrora, mas hoje seria considerada arcaica. Há quem especule que estória tenha nascido de um erro de tradução. Quase todos perguntam se é uma distinção útil e necessária, ou se não passa de supérfluo balangandã. Peço perdão àqueles que fiz esperar, mas aqui vai minha resposta a todos.
Foi João Ribeiro, forte conhecedor de nosso idioma, quem propôs a adoção do termo estória, em 1919, para designar, no campo do Folclore, a narrativa popular, o conto tradicional, objeto de estudo dos especialistas daquela área. E não se tratava de inventar, mas sim de reabilitar (hoje usariam o horrendo resgatar...) uma forma arcaica, comum nos manuscritos medievais de Portugal. Era uma ingênua proposta, paroquial, nascida da inveja compreensível que causa a distinção story - history do Inglês; sem ela, alega o próprio Luís da Câmara Cascudo - para mim, um dos escritores que mais contribuíram para nossa língua -, não se pode entender frases como "Stories are not History", ou títulos como "The History of a Folk Story". Que o mestre Cascudo me perdoe: a intenção era boa, mas sem nenhum fundamento lingüístico.
Em primeiro lugar, a estória medieval não era um vocábulo diferente de história; era apenas uma das muitas variantes que se encontram nos textos manuscritos de nossos copistas, naquele tempo heróico em que a estrutura de nossa ortografia ainda lutava para sedimentar. Ali aparecem história, hestória, estória, istória, estórea (ainda não se usavam os acentos, que são de nosso século, mas não pude resistir). Da mesma forma, vamos encontrar homem, omem, omee (algumas vezes com til no primeiro e) e até ome. Nota-se que o emprego do "h" e das vogais ainda não estava estabilizado na escrita. Entretanto, já no séc. XVI - em Camões, por exemplo - a grafia de homem e história era a que é usada até hoje. Outras línguas da família latina, como o Espanhol e o Francês, também experimentaram essa variedade de formas para história, mas terminou prevalecendo a forma única (historia e histoire, respectivamente).
Em segundo lugar: grande coisa se o Inglês pode fazer a distinção entre story e history! E daí? Como o folclórico Napoleão Mendes de Almeida nos lembra, eles também distinguem entre can (poder, conseguir) e may (poder, no sentido legal e ético): "You can, but you may not" é uma rica frase em Inglês que só poderíamos traduzir com um aproximado "Você pode, mas não deve". Esse autor, que abominava estória, pergunta ironicamente: "Se curtos de inteligência foram nossos pais em não terem descoberto essa história de "estória", curtos de inteligência continuamos todos nós em não forjarmos distinção gráfica e fonética para "poder", para "educação", para "raio", para "oficial" e para outros vocábulos de formas diferentes em Inglês, como curtos de inteligência são todos os outros idiomas que têm palavras com mais de uma significação".
Dessa vez Napoleão bateu no prego e não na tábua. Uma olhada no meu Oxford e me dou conta que para nosso raio, por exemplo, o Inglês tem (1) ray (onde temos "raio de luz", "pistola de raios"), (2) radius (o "raio de um círculo") e (3) lightning (a "descarga elétrica"). É mais do que comum o fato de uma língua fazer distinções vocabulares que outras não fazem. Como tive a oportunidade de mencionar em outro artigo (Atravessando o Canal da Manga), o Espanhol designa com um único vocábulo (celo, celos) o que nós distribuímos por três: zelo, cio e ciúme. Invejamos o story do Inglês? Eles então devem ficar verdes diante de nosso ser e estar, distinção fundamental na vida e na Filosofia, que eles simplesmente desconhecem. Assim são as línguas humanas, na sua (im)perfeição.
Além disso, os amáveis folcloristas que defendiam estória pensavam apenas em distinguir "a História do Brasil das Histórias da Carochinha". Do ponto de vista lingüístico, erraram por todos os lados. Primeiro, erraram porque essa não é uma distinção útil, que justifique sua defesa. O português José Neves Henriques, o severo e consciencioso JNH do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (já falei sobre ele na seção de Links), condena essa invenção "brasileira" (ele tem razão: é coisa nossa), tachando-a de "uma palermice, porque, até agora, nunca confundimos os vários significados de história. O contexto e a situação têm sido mais que suficientes para distinguirmos os vários significados". Certo o professor Henriques, errados os folcloristas: ninguém vai confundir a história de um país com a história do bicho-papão.
Segundo, erraram porque enxergavam apenas dois pólos bem definidos: a história que se refere ao passado e ao seu estudo, e a estória da narrativa, da fábula. A experiência nos diz que essas invasões de searas alheias geralmente pecam por um raciocínio simplista, reducionista. Quem mexe no que não entende, termina fazendo bobagem... e não deu outra. Nossos estudiosos não perceberam que a distinção sugerida, apetecível do ponto de vista deles, acabaria criando incertezas e hesitações em frases corriqueiras como "Deixa de histórias!"; "Essa já é outra história"; "Que história é essa?"; "Eu e ela temos uma velha história". Qual das duas formas usar? Por tão pouco benefício, por que assombrar ainda mais os que escrevem em Português? Faço questão de frisar "os que escrevem" - porque aqui, também, reside outra falha da proposta de João Ribeiro: as duas formas não seriam distinguíveis na fala, já que a realização da vogal "E" inicial de estória é geralmente /i/ (como em espada, esperto, etc.). Ambas seriam pronunciadas da mesma maneira: /istória/. E quantas outras palavras, derivadas de história, deveriam ser alteradas? Historieiro? Historiento? As historietas passariam a ser estorietas? Os aficionados em quadrinhos passariam a usar EQ em vez do consagrado HQ? Como se vê, "muito trabalho por nada", como reza a comédia de Shakespeare.
De qualquer forma, o uso de estória poderia ter ficado confinado ao mundo do Folclore, onde talvez fosse de alguma utilidade. Afinal, não é incomum que certas áreas do pensamento postulem, para uso exclusivo, vocábulos novos ou variações fonológicas ou ortográficas de vocábulos antigos, no afã de obter maior precisão em seus conceitos. Isso se verifica, por exemplo, na Filosofia, na Lógica, na Lingüística, na Psicanálise (onde me chama a atenção a impressionante inquietação lingüística dos lacanianos). Como é natural, essas variantes vão fazer parte de um código específico, cujo emprego passa a ser indispensável para os especialistas dessa área, mas não entram no grande caudal da língua comum. A criação, a utilização e, muito seguidamente, a agonia e morte dessas formas são registradas em discretos dicionários especializados, convenientemente isolados do grande rebanho representado pelos dicionários de uso.
Infelizmente, como nos piores pesadelos dos ecologistas, estória rompeu as cercas de segurança, saiu do pequeno rincão do Folclore e invadiu nossas vidas. O responsável por isso foi João Guimarães Rosa (pudera não!). Como escreve meu mestre Celso Pedro Luft, com uma ponta de inesperada ironia, Rosa decidiu "glorificar, imortalizar a ausência do agá: Primeiras Estórias. Corriam os anos de 1962. Primeiras estórias ... todos os fãs do mineiro imortal ficaram absolutamente alucinados. E foi estória para cá, estória para lá, estória para todos os lados. Uma epidemia. Perdão, uma glória". Depois, em 1967 veio Tutaméia, com o subtítulo "Terceiras Estórias", e o póstumo Estas Estórias, publicado em 1969. Muito tem sido escrito sobre a inovação da linguagem rosiana; a sintaxe de seu narrador é, a meu ver, a criação literária do século. No entanto, sou obrigado a observar que, em termos não-literários, essa inovação é zero. Nenhuma das palavras montadas, deformadas ou inventadas por ele jamais será usada, a não ser por imitadores (que já andam escasseando...). É uma linguagem só dele; funciona admiravelmente no universo de sua obra, mas é seu instrumento pessoal, e nunca será nosso. Ouso dizer que a única influência rosiana no Português foi a divulgação desse equívoco que é estória. Tenho certeza de que Guimarães Rosa, místico de quatro costados, entenderia: deve ser vingança dos deuses da Língua.
Resumindo e concluindo. Embora não eu goste de utilizar o termo estória, mas uma vez que a Língua Portuguesa está a ser invadida por termos brasileiros e não só (dizem que faz parte da evolução de uma língua que se quer viva), acabo por me render a este e a outros termos que à força de se lerem e ouvirem, acabam por entrar no nosso dia-a-dia, quer na escrita, quer no modo de falar.
Deixo aberta a discussão a quem achar que o assunto deve ser debatido, porque em Bom português nos entendemos.
____________________
Nota explicativa de CV
(*) - Acho que devo uma justificação à tertúlia pelo facto estar a ir contra as normas vigentes.
As relações entre mim e o ex-Cap Ferreira Neto não são as mesmas que mantenho com os restantes camaradas do Blogue. Eu não consigo abstraír o facto de ter conhecido o Engenheiro Ferreira Neto, há muitos anos, como professor da Escola Industrial e Comercial de Matosinhos, que frequentei e onde me licenciei para a vida. Daí o meu tratamento de Professor ou Engenheiro e não o tu habitual. Para evitar mal-entendidos, ressalve-se que eu é que impus ao nosso camarada Ferreira Neto esta excepção.
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4 comentários:
Longe de mim meter-me em tais andanças linguísticas, que para tal não tenho arte, nem engenho, nem sequer conhecimentos.
Mas verdade, verdadinha, que no meu tempo de escola se escrevia história, que "estória" não aparecia nos dicionários e que, se alguém escrevesse "estória" num ponto de Português, tinha errado com certeza.
Quando a tal "estória" começou a aparecer, dizia-se, e pelos vistos estava correcto, que vinha do Brasil.
Ora os meus irmãos brasileiros que me perdoem, mas para além de eu ser um pouco conservador, acho que a minha língua pátria não deve ser alterada, mas aceito sem problemas que ela seja dita e escrita de outro modo no Brasil, ou em África.
Tudo isto para dizer que continuarei a usar apenas e sempre história, embora uma vez ou outra já tenha caido nessa "tentação" de usar "estória".
Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves
Bem "camarigo" é cá português do meu!!!!
Sou avesso à importação de estrangeirismos, só os admitindo quando para
> exprimir o seu significado sejam necessárias muitas palavras. Sou do tempo
> em que no futebol, por exemplo, se empregava "penalty" , "half", "back",
> etc. conseguimos substitui-los por palavras nossas. Em muitos mais campos o
> fizemos. A nossa língua é composta como sabemos por muitas palavras
> importadas necessárias para o seu enriquecimento.
> Estamos numa fase de colonização linguística, agora somos nós os
> colonizados . É a vingança brasileira e africana.
> Desculpem o desabafo, não sou racista quanto à pele, mas sim, quanto ao
> género.
Abraço a todos
F. Neto
P.S. Porque não substituir E-mail por E-grama. Meditem.
F. Neto
Caros Camarigos: ( Palavra com origem na zona de Leiria - Estremadura; Portugal- "criada" por J M Alves, que acima comentário assina...ora no tempo em que eu escrevia para o blogue -este- debitava estórias...por uma razão: por PUDOR de dizer que escrevia histórias, crónicas e eteceteras... assim, conforme me dava na bolha alinhava letras e palavras a relatar memórias...
Ainda comento, mais dois ou três "posts" tentando vencer insónia... mas mando um PLURI abraço a todos do ex da 2339 Torcato Mendonça
Caros Senhores:
Tivemos oportunidade de há cerca de seis meses, lhes enviar o que a seguir transcrevemos. Faço novamente em nome pessoal (sou um dos membros do grupo), porquanto o texto do vosso blogue continua a apresentar o mesmo erro, o que nos leva a crer que o vosso sistema de recepção de mensagens, tenha considerado "spam" o que então foi enviado.
“Somos um conjunto de pessoas interessadas na conservação correcta da nossa língua.
Assim detestamos, em particular, a importação de palavras (estrangeirismos), quando temos palavras na nossa língua que significam o mesmo.
Esta é a parte principal da nossa filosofia.
Dedicamos parte da nossa atenção a pesquisar muito do que se passa nos "blogs"
(aportuguese-se esta palavra para blogues e estamos de acordo, porquanto simplifica tudo o que ela significa), e reparamos no assassínio em massa da nossa língua.
Tomamos a liberdade de chamar a atenção dos seus autores para discrepâncias notadas. Não fazemos a todos, só àqueles que tem nível elevado dentro do que se propõem fazer.
Tivemos o prazer de verificar que o vosso trabalho é de elevado mérito o que muito nos apraz.
Queríamos só chamar a vossa atenção para o facto de aparecer com bastante frequência a palavra "estória", que não faz parte do nosso léxico, ela significa "conto" (é uma versão brasileira de "story").
Mesmo que ela fosse adoptada pela nossa língua, continuaríamos a ter razão, pois que, aquilo que os senhores pretendem é fazer "HISTÓRIA" com "histórias" e não com "contos".
As nossas desculpas pela intervenção e os maiores êxitos na vossa cruzada.
Respeitosos cumprimentos"
Temos agora oportunidade de expressar a nossa satisfação por ver que a nossa opinião é corroborada por elementos da vossa tabanca. Lemos atentamente a vossa troca de impressões sobre o assunto e os fundamentos a que recorreram. Contudo apesar disso, continuaram a utilizar posteriormente a mesma palavra. Compreendemos que seja morosa a correcção de todos os textos, mas pelo menos nos futuros deveriam evitar tal palavra.
Com os melhores cumprimentos e continuação do êxito da vossa obra
Ricardo Avelar
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