Data: 21 de Agosto de 2010 16:51
Assunto: Artigo do Inverno-Episódio insólito em São Domingos (*)
Luís: Tentei enviar esta mensagem usando os comentários no fim do artigo; infelizmente, não o consegui fazer. Aqui vai.
Luís: Tentei enviar esta mensagem usando os comentários no fim do artigo; infelizmente, não o consegui fazer. Aqui vai.
Acabei de ler a estória do António Inverno sobre o indivíduo que tinha algo para contar ao agente da Pide. A determinda altura o Inverno diz que "o posto da PIDE mais próximo funcionava no destacamento de fuzileiros do Cacheu, situado na margem sul do rio com o mesmo nome, ou seja do lado oposto onde nos encontrávamos."
O destacamento de fuzileiro que se encontrava estacionado no Cacheu era o meu DFE 21 e lá não "funcionava" nenhum posto da PIDE. Havia sim, em Vila Cacheu, um posto da Pide, com sede próxima, perto dos Correios e da casa do Administrador. E mais, o agente nunca pôs os pés nas instalações do DFE 21 enquanto lá estive.
Um abraço amigo
Jose J. Macedo,
Segundo Tenente FZ
DFE21
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Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 21 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 – P6877: Estórias avulsas (92): Episódio insólito (António Inverno)
8 comentários:
Joaquim Sabido, ex-Alf. Mil. Art.ª, Guiné/74, 3ª Cart - Bart 6520/73 e CCaç 4641/73.
Jemberém, Mansoa e Bissau.
Meus Caros Camaradas;
Saúdo todos quantos estiveram no CTIGuiné, no cumprimento do serviço militar.
Cheguei a este sítio há pouco, na verdade, apenas no início deste mês de Agosto o descobri, já que pouco utilizo a rede, dada a minha inaptidão para lidar com a informática, mas a pouco e pouco vou conseguindo. Assim, desde o in ício do mês de Agosto que, quase diariamente venho lendo e acompanhando quanto aqui foi e vem sendo colocado, ou postado, como nesta linguagem se diz.
E é certo que, venho aferindo da formidável memória, dos conhecimentos e do domínio que alguns camaradas aqui manifestam, relativamente a tantas matérias, isto porque, muito honestamente, eu, de muitíssimas situações e locais já não me recordo, no essencial, quanto mais de pormenores. Todavia, admito que existam muitos camaradas que utilizavam diários, mas já estranho, quando alguns camaradas que se encontravam colocados p. ex. em Farim, tenham conhecimento do que se passava, sei lá, em Bissau e até nas Repartições do Estado-Maior do CTIG.
Daí que, os historiadores desta temática, como me parece ser o caso do Sr. Cor. Art.ª Nuno Rubim, exijam a validação documental dos factos, a bem do rigor científico.
Concretizando, direi, por exemplo, que li a matéria postada pelo camarada do STM (cujo nome não apontei e agora não sei voltar atrás), identificando que o serviço se situava junto à Amura e logo veio um outro camarada dizer que não, que ficava até a alguns Kms. de distância.
No caso desta mensagem, reagiu de pronto o camarada Zeca Macedo, ao referido pelo camarada Inverno, seguramente, por ninguém querer ficar associado à PIDE, muito menos um Destacamento de Fuzileiros Especiais. Compreende-se e compreendo o essencial do que o Camarada Inverno escreve da sua vivência e da situação concreta que descreve, no entanto, não podemos, por vezes, querer chegar aos pormenores. Tendo vindo a ler, algumas mensagens e comentários, verifico que, de entre muitos outros, p. ex., o camarada Mexia Alves, para além de, pessoalmente, concordar com a maioria das suas intervenções e comentários e do fado da Guiné de que gostei particularmente, nunca entra em detalhes, em pormenores, aborda as questões no essencial, deixando o acessório.
Já ouvi um meu camarada de C.ª, numa almoçarada dos alegados heróis - pançudos e carecas, a relatar uma situação por mim vivida na escadaria do Palácio do Governador, em Bissau, com um camarada sargento dos Comandos Africanos, que se encontrava paraplégico e que estava desesperado quanto à situação que iria viver após a nossa retirada.
Apresento o meu pedido de desculpas ao camarada Zeca Macedo, por me aproveitar da sua mensagem, para aqui vir pela primeira vez, sendo certo que em 11 de Agosto passado, enviei uma mensagem por correio electrónico ao camarada Luís Graça, que, eventualmente, ou não chegou ao destino dadas as minhas limitações já supra referidas em matéria computacional, ou devido ao período de férias, ou então, ainda, porque ali nada encontrou de interesse para ser aqui colocado.
Um grande Abraço a todos os Camaradas da Guiné.
Joaquim Sabido - Évora: o último militar português a sair do local onde se encontrava instalado o aquartelamento em Jemberém, sem que tivesse procedido à entrega do mesmo ao PAIGC.
Gostei.
O Zeca Macedo que desculpe a utilização abusiva do espaço.
Acabei de escrever, e-mail, a dois Alentejanos e, como não há duas sem três agora a um terceiro.
A memória vai-se abrindo e um tipo até se admira. Estava tudo atado com nós fortes...convinha assim estar.Vais ver.
Mas estás apanhado e vais entrar para o blogue. Espera que logo entram em contacto...
Gostei mesmo dessa do quartel...querem-no???? pois fiquem com ele que nós vamos andando. Boa. Aflige-me ter de entregar um quartel que defendi (salvo seja, eu e os meus Camaradas) e depois entrega-lo de mão beijada. Como militar, entregava militarmente a consumir-me por dentro e ponto final! Bem já fui além, não da Traprobana, mas da ponta de Jeta...
Um Abraço para ti Camarada e abraça Évora por mim...por aí andei.
Torcato
Caro Zeca Macedo
Percebo a tua tomada de posição e até não custa nada tomá-la como boa.
É natural que o camarada Inverno possa ter escrito que escreveu por ser indissociável o Cacheu e a Marinha, em especial os Fuzileiros.
De facto seria uma ingerência demasiado forte, evidente, talvez agradável a um ou outro 'quadro' da Marinha, mas absolutamente repudiada pelo resto, a presença de um elemento da polícia política, enquanto tal, no interior da Unidade
Abraço
Hélder S.
Caro camarada Zeca Macedo;
Após ler o comentário do camarada Torcato, quanto às memórias que nos vão surgindo, (só tenho que dar razão ao Torcato a quem saúdo e agradeço quanto escreveu), na verdade, recordei-me agora de um, seguramente, teu companheiro dos Fuzileiros, o Joaquim Mascarenhas, que era o imediato do DFE vinte ... e qualquer coisa, que estava sedeado em Cacine.
Para além de imediato era, também, um enorme forcadão do Grupo de Santarém e, foi por via dessa sua arte que chegámos ao conhecimento, conversámos e ele deu-me almoço, jantar e dormida no DEF, quando estive em Cacine, o que era sempre muito melhor do que no Exército, como todos estarão lembrados.
Na senda do que aqui tenho lido, aqui vai um abraço do tamanho do Cacine e, também, do Cacheu, em cujas águas naveguei nas minhas três idas a Farim.
Joaquim Sabido
Caros Amigos, estava ponderando sériamente se devia ou não comentar este post, quando me deparo agora com alguns coments.
Espanta-me tanto "singelo" desconhecimento por parte (uma parte) dos relatores dos factos ou a consubstancialidade destes. Parece haver (?) um desconhecimento generalizado das relações da PIDE-DGS com todo o tipo de outras autoridades do estado novo, mesmo com as militares e que eram intensas. Até mesmo na chamada primavera marcelista. Era impossivel numa guerra essencialmente (ou tambem) anti-subsirva um corpo (o militar) funcionar sem o outro ("investigação"), isto para amenizar a designação.
Ao que parece, ou o que alguém nos quer fazer parecer é que a PIDE era uma espécie rara mesmo por terras da Guiné.
Mesmo não se falando nas suas actividades concretas de repressão e detenção e todo o seu aparelho de informação (mais a bufaria...)teria que haver uma inter-acção e cooperação entre militares e Pide.
Não é desconhecido que eta ia "bebêr" informação e delação a tudo que era sitio, empregos quarteis, vizinhos, universsidades etç.
Tive episódios comigo na zona de Galomaro. Recordo tambem acontecimento (já abordado neste BLOG) tambem em Galomaro.
As vagas de prisões em Bissau, Bafatá, em em Bolama (estava lá).
Em Angola os "Flechas" e os "Leais" constituidos na sua maioria "operacionais de guerra" membros da Pide.
Por cá simultaneamente, as esperas da Pide aos soldados nas estações de st Apolónia e Campanhã que regressavam dos quarteis ao fim-de-semana. As informações dadas pelos comandos e/ou oficiais das unidades de recruta sobre alguns soldados que posteriormente eram detidos nas suas santas terrinhas.
Mas voltando à Guiné, vi e falei com alguns individuos com divisas ou não que se exibiam publicamente nas sombras das paradas dos aquartelamentos, a lêrem o Diário de Che, o Capital de Karl Max, A Mãe de Gorki, e até, vejam bem, O Estado e a Revolução de Lenine.
Considerei-os em 99,9% dos casos um perigo de delação. Juntavam a necessidade de conhecerem a filosofia do enimigo que combatiam com a possibilidade de atrair possiveis incautos, tanto militares como oficiais.
Já agora; existem umas "coisas" chamadas Torre do Tombo, e Arquivos da Pide. Além de fotografias de dominio público, de membros da Pide misturadas com Militares em grupos operacionais ou não.
Acredito sem objecções que a Juventude da época da guerra 60s a 70, fosse muito, muito desconhecedora das situações económica, politica, social, da acção da Pide em todo o território nacional, e o que era relmente a "politica ultramarina" mesmo da fase marcelista.
Mas nos dias de hoje não acredito em inocências, ou desconhecimento de causa/efeito dos acontecimentos passados.
A única coisa para mim ainda possivel de admitir é que alguns camaradas tenham mêdo de se comprometerem, terem chatices (até nos empregos por coisas bem mais menores nos força a silenciar a justiça) de falarem sobre o assunto das relações da Pide na guerra e do seu modo-vivende.
Claro, ainda anda por aí muito velho saudosista mas não trôpego, não é assim??.....
Um abraço para todos e para cada um.
Carlos Filipe
ex - CCS BCAÇ3872 Galomaro
Olha que não...olha que não...
Porque estás tão convencido em "saberes" e fazes "Juízos de valor" assim?
Trabalhaste na Guiné as info/militares onde estavam as da PIDE/DGS ou cá, vestido de estudante com dois pides á frente apertaste os tomates para não mijares e, quando recebeste o berro -desaparece...as pernas não queriam ir?
Calma Filipe muitos dos teus camaradas,muitos mesmo, sabem tanto e estão calados.
Um abraço do Torcato
Torcato, estou tentando interpertar o TEU comentário, o que não me resulta numa troca de pontos de vista ou conhecimento algo diferente do assunto exposto.
Por isso coloco-te a seguintes interrogações:
O teu "Olha que não..."; o quê é??
Eu não estou convencido e conhecedor de agora, sobre o que escrevi, mas já há muitos anos.
--"Trabalhaste na Guiné as info/militares onde estavam as da PIDE/DGS ou cá, vestido de estudante com dois pides á frente apertaste os tomates para não mijares e, quando recebeste o berro -desaparece...as pernas não queriam ir? "
Não te conheço pessoalmente, mas as palavras acima por ti escritas, são tipicas. (E repara nem fiz ainda pesquiza no Blog tentando encontrar escritos teus de forma a conhecer-te um pouco melhor, nem vale a pena, acabaste de me dar a tua fotografia).
-- "Calma Filipe muitos dos teus camaradas,muitos mesmo, sabem tanto e estão calados."
Exactamente .... (como tu mostras saber) porque os outros "camaradas", mas dos grandes, ainda existem e continuam activos. Basta olhar para o estado da justiça no nosso país.
Considero o teu comentário/resposta demasiado insipido e com caris algo estranho. Ou nem tanto para mim.
Se, se pretende que este BLOG (da qual não tenho nenhuma responsabilidade) a não ser daquilo que me permitam que eu escreva nele, contribua algum dia para estudo do que foi a politica ultramarina do Estado Novo, então continuo a recear que esse nobre objectivo fique prejudicado com comentários/resposta como o teu. E daí talvez não, porque fica expresso também, alguns pontos de vista (?) que não me permito agora caractizar.
Por último, "a talho de foice" permite que sugira que sejam vistas algumas fotos de Pides à civil com oficiais militares em e para operações descritas nas legendas e grupos de operacionais de combate constituidos por Pides ou directamente sob o "comando" da Pide. A onde?. No livro/suplemento do Correio da Manhã do dia 19-08 deste ano. Custa só 3,5 euros.
Ainda não li a noticia toda no Diário Noticias de hoje 23 Agosto, só o cabeçalho (ainda vou lêr).
"Lobo Antunes tem mêdo de se deslocar a ?? por receio de ex-combatentes". Sem discutir os conteúodos que o escritor escreveu. Muito mal vai a liberdade de expressão e de pensamento neste país, com a agravante de se tratar da interpretação de factos já com tempo suficiente de neutralizar barreiras de convivio intelectual.
Mais palavras para quê?
Não vou por onde tu queres, que eu vá, porque quero escolher o caminho que não tropeçe nas pedras da provocação, já tão minhas conhecidas. Quero sêr e sou livre.
Cumprimentos para todos.
um anti-anonimato:
Carlos Filipe
ex-CCS - BCAÇ3872 - Galomaro
galomaro@sapo.pt
Pede-se ao camarada do comentário anterior, eliminado, que o reponha e o assine.
Não admitimos comentários anónimos, principalmente quando os mesmos querem fomentar a polémica e desmentir afirmações de terceiros.
Carlos Vinhal
Co-editor
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