
Boa tarde
No 864.º Aniversário da Tomada de Lisboa aos Mouros e no Dia do Exército, Ramo das Forças Armadas a que a maioria dos Portugueses pertenceu/pertence, não podia deixar de enviar um texto sobre o PATRONO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS - D. Afonso Henriques.
Grande abraço
José Martins
PATRONOS E PADROEIROS XXIII
Patrono do Exército Português
Afonso I de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses
A autoria, assim como a data da obra, são desconhecidas.
© Foto de José Martins (17 de Julho de 2010)
A história, ao longo dos séculos, nem sempre registou os factos que iam ocorrendo, dai resultando que existem “diversas teorias e/ou dúvidas” sobre diversos factos.
É o que acontece com o nascimento daquele que havia de ser o primeiro Rei dos Portugueses. Onde nasceu? Guimarães, Viseu ou Coimbra? Qual a data do seu nascimento? Também não se sabe, sendo apenas apontado o ano de 1109, como o ano provável do seu nascimento. No entanto não existe dúvida de que nasceu nas terras denominadas, na altura, como Condado Portucalense, do qual, mais tarde e por expansão, seria o território que hoje ocupamos: Portugal.
É filho de D. Henrique de Borgonha (n.1066 — †Astorga, 24 de Abril de 1112) e D. Teresa de Leão (n. 1080 - †11 de Novembro de 1130, na Póvoa do Lanhoso), tendo iniciado o seu reinado em 5 de Dezembro de 1143.
Em 25 de Julho de 1139, dia litúrgico de São Tiago (Maior) que a tradição popular tornou o Patrono da luta contra os Mouros - apelidando-o de Mata-mouros - trava-se perto de Ourique, a sul do então limite territorial do Condado Portucalense, uma batalha contra Ali ibn Yusuf, Emir Almorávia. No final da batalha, favorável às armas portuguesas, Afonso Henriques proclamou-se rei, com o apoio das suas tropas.
Após a morte do pai, em 1120, Afonso de Portugal entra em conflito político com sua mãe, dada a proximidade da mesma com Fernão Peres de Trava, elemento de uma das mais poderosas famílias do Reino da Galiza. Tal facto levou a que D. Paio Mendes, Arcebispo Primaz de Braga entre 1118 e 1137, grande defensor da causa do Infante, fosse obrigado a exilar-se, tendo levado consigo o futuro Rei, que veio a ser armado Cavaleiro em Tui, no ano de 1122.
Novos incidentes se passam no Condado Portucalense, já que o Príncipe regressara, após estabelecimento da paz com a sua mãe D. Teresa.
Afonso de Leão e Castela, em 1127, invade o Condado, cercando Guimarães, onde, o seu aio Egas Moniz promete, em nome do seu pupilo, vassalagem e lealdade ao rei de Leão e Castela. Alguns meses depois, em 24 de Junho de 1127, as forças de Afonso Henrique e as de D. Teresa encontram-se na Batalha de S. Mamede, onde as primeiras saem vencedoras. Nesta altura e com a assunção do comando do Condado, nasce a ideia de transformar este território num país, iniciando conversações com a Santa Sé, com o objectivo de alcançar a autonomia da Igreja em Portugal e o reconhecimento do Condado como Reino.
Apesar de Afonso Henriques já usar o título de Rei desde 1139, este só veio a ser confirmado em Zamora, com o Tratado de Paz celebrado a 5 de Outubro de 1143, entre Afonso Henriques, de Portugal, e Afonso VI de Leão e Castela, que passaria a usar, como era seu desejo, o título de Imperador de toda a Hispânia, devendo os reis da península render-lhe vassalagem, facto que nunca aconteceu com o rei português.
Entretanto o Papa Alexandre III (Pontificado de 7 de Setembro de 1159 a 30 de Agosto de 1181), já havia reconhecido Portugal como vassalo da Igreja e país independente através da Bula Manifestis Probatum.
O rei, fundador da nacionalidade, parte para o alargamento do Reino, conquistando Leiria e Santarém através da técnica de assalto e iniciando o cerco a Lisboa, que cai em poder dos portugueses em 24 de Outubro de 1147. Nesse mesmo ano conquista Almada e Palmela, e, em 1160 Alcácer, além de grande parte do Alentejo, que viria a ser recuperado pelos mouros.
A perda de parte do Alentejo deve-se, também, às questões territoriais que se levantaram entre os reinos de Leão e Portugal, originando que numa dessas batalhas, o Rei português ficasse ferido, o que lhe veio a trazer o fim da sua carreira militar, passando a partilhar a governação com o seu filho e sucessor D. Sancho.
Em 1131, promove a fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, por D. Telo e onze religiosos que adoptam as regras dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. O projecto é do Mestre Roberto, artista do estilo românico.
Contou, também, com a colaboração dos Monges de Cister, seguidores das regras de S. Bento, que fundaram em 1140 o Mosteiro de São João Baptista de Tarouca, e, com a doação de coutos na região de Alcobaça, cumprindo a promessa feita aquando da conquista de Santarém, onde foi fundado um Mosteiro, região que deu bastante incremento à economia, em especial a agrária.
O primeiro rei de Portugal veio a falecer em Coimbra em 6 de Dezembro de 1185, tendo sido sepultado no Convento de Santa Cruz de Coimbra, que foi o primeiro Panteão Nacional.
Odivelas, Dia do Exercito, 24 de Outubro de 2011
José Marcelino Martins
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Nota do Editor:
Vd. último poste da série de 11 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8889: Patronos e Padroeiros (José Martins) (22): D. Dinis - Curso de Infantaria da Escola do Exército - 1953-1956 (José Martins)
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