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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17823: Historiografia da presença portuguesa em África (96): primeira relação de nomes geográficos da Guiné Portuguesa, em 1948, ao tempo do governador Sarmento Rodrigues (Parte I)




Governador-geral Manuel Sarmento Rodrigues (1945-1949) [, foto acima,  cortesia da Revista Militar].  





(Continua)


1. "Em bom português nos entendemos"... já em 1948, quando era governador da Guiné (então Portuguesa) o capitão de fragata Sarmento Rodrigues. Foi com ele que se fez um primeiro esforço sério para grafar os topónimos (nomes geográficos) da Guiné, através da Portaria nº 71, de 7 de julho de 1948... Ainda hoje, há um  pequena "Babel linguística" no nosso blogue,  quando escrevemos alguns nomes de terras por onde passámos e que nos são familiares, dolorosamente familiares, nalguns casos.

Por exemplo, deve escrever-se Guileje e não Guilege ou Guiledje... Guidaje e não Guidage.. Bajocunda e não Badjucunda... . Xime e não Chime... Copelão e não Cupelom ou Cupilão ou Pilão... Sinchã e não Sintchã... Sare e não Saré... Nalguns casos, ficaram consagradas grafias erradas como Bafatá (que deveria ser Báfata)...

As cartas geográficas seguiram esta orientação de "aportuguesamento" dos nomes geográficos da Guiné. No nosso blogue (, que é escrito, em geral, em Português europeu...) devemos seguir esta "normalização"  dos nomes geográficos da Guiné que conhecemos.... A "crioulização" do português da Guiné.Bissau é outro problema  (complexo e delicado...) sobre o qual não nos vamos debruçar agora... Na dúvida, perguntamos ao Ciberdúvida da Língua Portuguesa...

Até 1948, as tropelias linguísticas nesta matéria (grafia dos nomes geográficos da Guiné) era confrangedora.  Basta ler um folheto como "Resumo do que era a Guiné Portuguesa há vinte anos e o que é hoje", da autoria do 2.º Sargento António dos Anjos (Bragança, Tipografia Académica, 1937, c. 97 pp.) que  publicámos no nosso blogue. Cite-se alguns nomes: Gábu, Xôroenque, Sáfim, Gêba, Gade-Mael, Xôro, Bacerél, Sozana, etc.

Obrigado ao nosso amigo Armando Tavares da Silva, especialista da história político-militar da Guiné (1878-1926) que nos fez chegar cópia desta portaria e de alguns dos seus anexos (que vamos publicar em próximo poste).

Aqui fica a mensagem, de ontem do nosso amigo Armando Tavares da Silva:

Luís,

Enviei por WeTransfer 14 páginas da "Primeira Relação de Nomes Geográficos da Guiné Portuguesa" elaborada em 1948 nos tempos do Governador Sarmento Rodrigues.

Por ela se pode ver que havia 2 povoações Canchungo, uma na área de S. Domingos e outra na área de Cacheu. Teixeira Pinto existia e era uma Vila.

Quanto a Portugal, havia uma povoação na área de Bolama e uma fulacunda. A do régulo Bacar Dikel deve ser esta.

Gabú era uma circunscrição e Nova Lamego uma Vila.

Quanto a Aldeia Formosa esta aparece como uma fulacunda, e Quebo outra fulacunda, aparecendo também como povoação na região de Catió (páginas não enviadas).

Curioso é ler o preâmbulo da Portaria de Sarmento Rodrigues e as normas adoptadas para a escrita dos nomes geográficos.

Sinchã foi introduzida para designar uma nova povoação fula. Entre elas notei a existência de uma Sinchã Comandante, outra Sinchâ Sarmento e (entre muitas outras) uma Sinchã Marío (com acento agudo!?).

Espero que isto anime a discussão...

Abraço

Armando
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17819: Historiografia da presença portuguesa em África (95): A intriga política na Guiné, 1915-1917 (Armando Tavares da Silva, historiador)

sábado, 31 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13217: Manuscrito(s) (Luís Graça (31): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte V): O bairro de Santa Luzia, de 1948: uma das nossas primeiras experiências de alojamento para populações nativas



Fonte: © Ana Vaz Milheiro (2012) (Reproduzido com a devida vénia)


1. Manuscrito(s) (Luís Graça)

Nota de leitura > Ana Vaz Milheiro – Guiné-Bissau: 2011. Lisboa, Circo de ideias, 2012, 52 pp. (Viagens, 5)

Parte V (*)

Continuação das nossas notas de leitura desta brochura da investigadora e professora do ISCTE -IUL, Ana Vaz Milheiro. Este livrinho, profusamente ilustrado com fotografias da autora, a cores. Recorde-se que o livrinho resulta de uma singular viagem à Guiné-Bissau, de 2 arquitetos (entre as quais a autora) e de 1 sociólogo (Eduardo Costa Dias, nosso grã-tabanqueiro), durante 10 dias, de 2 a 10 de outubro de 2011.

Reproduzimos, com a devida vénia, as pp. 2e 23, relativa à construção do nosso conhecido Bairro de Santa Luzia, uma das primeiras experiências, nas nossas colónias, de alojamento para  populações nativas. Estamos em 1948,. e era governador Sarmento Rodrigues:


.Guiné-Bissau > Bissau, capital do país. Planta da cidade, pós-independência. C. 1975. Escala 1/20 mil., O bairro de Santa Luzia ergue-se fora do limite da "cidade formal", a nordeste, tendo à sua esquerda o Cupelon, o nosso conhecido Pilão. Santa Luzia aparece assinalada a azui.

Imagem © A. Marques Lopes (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados [Edição: L.G.]

Inforgrafia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2914).



Capa da brochura de Ana Vaz Milheiro – Guiné-Bissau: 2011. Lisboa, Circo de ideias, 2012, 52 pp. (Viagens, 5).

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Nota do editor:

Vd. poste anterior:

19 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13164: Manuscrito(s) (Luís Graça (28): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte IV): Na antiga avenida da República (, hoje Amílcar Cabral), os edifícios da Sé Catedral (João Simões, 1945) e dos Correios (Lucínio Cruz, 1950/55)

Poste anterior da da série > 29 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13210: Manuscrito(s) (Luís Graça) (30) "Bem vindos, piras, ao primeiro dia do inferno que vai ser o resto das vossas vidas!"... Parabéns, capitão António Vaz!