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1. Seleção de comentários, gerados no Facebook da Tabanca Grande (*), na sequência da publicação do poste P24305 (**):
(i) Tabanca Grande:
Depois do ataque e destruição da tabanca de Canquelifá, 18 de março de 1974, por fogo IN de morteiro 120 mm e foguetões 122 mm), foi desencadeada a Op Neve Geada, de 21 a 23 de março de 1974, tendo sido batida a zona de Campã / Cantiré, sector L4 (Piche), a cerca de 5 km, a noroeste Canquelifá, numa ação levada a cabo pelo BCmds da Guiné, a três agrupamentos.
Na zona estava referenciada uma base de fogos IN. No dia 21, pelas 14h45, a base de fogos foi assaltada, tendo sido apreendidos:
- 3 morteiros 120 mm;
- 367 granadas de morteiro 120 mm;
- 1 LGFog RPG-2; (iv) 2 espingardas automáticas Kalashnikov;
- e material diverso.
(ii) O cor 'comando' ref Raul Folques acrescentou o seguinte:
Na Op.Neve Gelada, zona de Canquelifá, o Batalhão de Comandos da Guiné capturou ao IN_:
- 3 mort. 120mm completos;
- 1 tubo de mort. 120mm , 2 tripés, 1 prato/base;
- e 367 granadas de mort.120mm.
(iii) O Cherno Baldé levantou a questão da localização das bases de fogos:
Tabanca Grande Luís Graça, não fosse essa operação dos Comandos Africanos, efectuada na localidade de Campã para aliviar a pressão sobre Canquelifá, ainda hoje continuariam a pensar que as bases de fogo se localizavam sempre a partir dos territórios vizinhos e assim justificar a impotência do exército português de fazer parar estes ataques.
Cherno, o PAIGC tinha camiões russos, em março de 1974 (e já antes, desde pelo menos 1968)... Podia perfeitamente penetrar com os morteiros 120 no território da então colónia portuguesa da Guiné... A partir de março de 1973, devia sentir-se mais "à vontade" com a proteção do Strela...
O cor 'comando' Raul Folques, "Torre e Espada", que comandava o Batalhão de Comandos da Guiné na Op Neve Gelado (mas também o cor 'comando' Carlos Matos Gomes, que comandava um dos três Agrupamentos) é que nos pode confirmar hoje (já não é segredo de Estado) se entrou ou não na República da Guiné e se as bases de fogos dos morteiros 120 mm (e dos foguetões 122 mm) estavam ou não em território da Guiné-Bissau, como parece sugerir o Cherno Baldé...
Em relação à localização das bases de fogo, verificamos pela carta de Canquelifá (1957) (Escala 1/50 mil), que Campã (e não Campiã), uma antiga tabanca, ficava a 5 km, a norte de Canquelifá... Deve ser sido aqui que o PAIGC posicionou os morteiros 120 mm, cujo alcance máximo era de 5700 metros... Cantiré ficava um pouco mais mais longe (cerca de 7 km em linha reta)...
(v) Esclarecimento de António Tavares:
Gosto
Em Copá, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 74, caíram algumas centenas de granadas deste morteiro.
Contávamos todas as saídas e, poucos segundos depois estávamos a contar as explosões junto de nós e só ficávamos descansados quando explodia a última de cada série, felizmente sem consequências físicas para nenhum de nós.
7 comentários:
Upa, upa estes morteiros 120 mm devim fazer grande estrago.
Conheci Copá de passagem numa operação, quando em Dez.1969 dois pelotões da minha CART11 estavam a reforçar a tropa de Canquelifá. Provavelmente os morteiros 120 estariam montados no Senegal, para cair sobre Copá centenas (!) de granadas.
Valdemar Queiroz
Vê na carta de Canquelifa a distância em linha reta entre Copá e a fronteira... O alcance máximo do morteiro era de 5700 metros. O PAIGC nessa época já não precisava de passaporte para entrar no território português... Mas 40 % das granadas contra Copá não terão explodido, segundo fonte cubana...
Valdemar, estive a medir as distâncias pela carta de canquelifá:
(i) Copá a fica a 3,5 km da fronteira;
(ii) Canquelifá a mais de 10 km...
Isto significa que Copá podia perfeitamente ser atacada por morteiro d 120 mm, a partir do Senegal, mas não Canquelifá... Da~i os tipos terem ficado a meio caminmho, na zona de Campã...
https://arquivo.pt//wayback/20160223140013/http:/www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial53_mapa_Canquelifa.html
Cada granada de morteiro 120, pesava 16 kg (a HE-120, "high explosive altamente explosiva, empregue contra a infantaria, viaturas não blindadas e abrigos...). Media cerca de 67 cm...Na Op Neve Gelada, foram capturadas 367 granadas... maios 3 morteiro c0ompeltos e um tubo
Um cunhete, em madeira, com duas granadas,pesava 50 kg... O total do peso devia andfra nas 10 toneladas...
https://kintex.bg/product-4-19
O PAIGC no ataque a Canquelifá deve ter usado no mínimo umas quatro a seis viaturas... Não sabemos quantas granadas forma despejadas sobre Canquelifá...em 18 de março de 1974... Cada viatura rebocava um morteiro e transportava cunhetes de munições... LG
Luís, então o ataque a Copá teria sido com os 120 mm instalados no Senegal.
Aquele ataque de Março 1974 a Canquelifá foi do caraças.
Canquelifá era a tabanca de fronteira, os gilas apresentavam-se as nossas autoridades e transiam "novidades" sobre o pessoal bandido, provavelmente também as levavam. Então em Março 1974 não houve nenhuma informação sobre viaturas do IN a entrar no nosso território?
O ataque foi de tal maneira brutal e durou quase uma hora, que nem sequer a nossa artilharia pode ripostar, em Canquelifá havia obus.
Este ataque a Canquelifá mostrou/mostrava como a guerra seguia o percurso de aniquilar as nossas posições, tropa e população, perto da fronteira criando mais uma zona de ninguém.
Era o "estrangulamento" da nossa Guiné a ser empurrada para as localidades principais. Mas, também, já Nova Lamego e Bafatá estavam a ser atacadas com "mísseis" 122.
Valdemar Queiroz
Os Strela aparecem 3 meses após o assassinato de Amílcar Cabral.
Está visto que o IN acelerou após o assassinato do seu lider.
Porque não antes?
A resposta pode parecer muito simples.
Mas também pode não ser assim tão simples.
Com o PAIGC as contas por vezes são inexplicáveis.
Antº. Rosinha, refiro-me aos foguetões 122mm .
Em Abril 1970 Nova Lamego foi atacada com foguetões 122mm que passaram por cima da minha cabeça, caindo para os lados do campo de aviação, não atingindo o centro da povoação.
Foram lançados a cerca de 12 km perto da estrada para Cabuca.
Valdemar Queiroz
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