1. Mensagem do Joaquim Mexia Alves:
Caros Luis e camarigos editores:
Às vezes dá-me para isto!!! Acordei com isto na cabeça e foi só escrever! Envio para fazerdes o que quiseres com o escrito: publicação ou arquivo morto!
Caros Luis e camarigos editores:
Às vezes dá-me para isto!!! Acordei com isto na cabeça e foi só escrever! Envio para fazerdes o que quiseres com o escrito: publicação ou arquivo morto!
A PROPÓSITO DE UMA FOTOGRAFIA NO MATO CÃO (1)
Sentado na minha cadeira,
Cerveja na mão,
Fito os olhos no longe,
Tão longe
Que vai para além do horizonte.
O Sol começa a descer
Lá ao fundo
Para os lados do Enxalé,
E os seus raios de luz
Tocam a terra de sangue
E pintam o ambiente de vermelho.
O momento é mágico
Porque não há nada mais bonito
Que o Pôr do Sol na Guiné.
Na bolanha
Junto ao Geba,
(Que se ouve a murmurar),
Passa um pequeno tornado.
Quase que o podia agarrar!
Ao meu lado
O Furriel Bonito.
Deve estar a meditar
No que é que eu estarei...
A pensar!
Estou para aqui isolado
Vivendo como uma toupeira
Debaixo de terra,
Cercado de arame farpado.
A letargia da rotina diária
Toma conta de mim
E tanto me faz
Que o dia nasça
Como chegue ao fim.
Fecho os olhos por um momento.
Estou em Monte Real!
É fim de tarde
Hora de banho
E vestir a preceito
Que o meu pai não deixa
Que se jante no Hotel
Sem uma roupa de jeito.
Já lá vem o chefe de mesa
Que tem muito que contar
Fala-me da carne e do peixe
Tenho a boca a salivar.
Tocam-me no ombro!
Esfumou-se o meu sonho!
É o Mamadu que me diz,
Com o seu sorriso:
«Alfero,
O comer está pronto.»
O que lhe falta
Em smoking de profissão,
Excede em alegria
E dedicação.
Levanto-me,
Olho em redor.
Nas pequenas tabancas
A luz das fogueiras
Ilumina a escuridão
Da falta de luz.
Abano a cabeça
Para afastar o torpor
E grito bem alto
Com a minha voz forte,
A afastar o temor:
«Pessoal,
vamos morfar,
que nunca se sabe,
quando isto vai acabar!»
Monte Real, 29 de Março de 2008
PS - A fotografia em causa é a que anexo.
Abraço amigo do
Joaquim Mexia Alves
Sentado na minha cadeira,
Cerveja na mão,
Fito os olhos no longe,
Tão longe
Que vai para além do horizonte.
O Sol começa a descer
Lá ao fundo
Para os lados do Enxalé,
E os seus raios de luz
Tocam a terra de sangue
E pintam o ambiente de vermelho.
O momento é mágico
Porque não há nada mais bonito
Que o Pôr do Sol na Guiné.
Na bolanha
Junto ao Geba,
(Que se ouve a murmurar),
Passa um pequeno tornado.
Quase que o podia agarrar!
Ao meu lado
O Furriel Bonito.
Deve estar a meditar
No que é que eu estarei...
A pensar!
Estou para aqui isolado
Vivendo como uma toupeira
Debaixo de terra,
Cercado de arame farpado.
A letargia da rotina diária
Toma conta de mim
E tanto me faz
Que o dia nasça
Como chegue ao fim.
Fecho os olhos por um momento.
Estou em Monte Real!
É fim de tarde
Hora de banho
E vestir a preceito
Que o meu pai não deixa
Que se jante no Hotel
Sem uma roupa de jeito.
Já lá vem o chefe de mesa
Que tem muito que contar
Fala-me da carne e do peixe
Tenho a boca a salivar.
Tocam-me no ombro!
Esfumou-se o meu sonho!
É o Mamadu que me diz,
Com o seu sorriso:
«Alfero,
O comer está pronto.»
O que lhe falta
Em smoking de profissão,
Excede em alegria
E dedicação.
Levanto-me,
Olho em redor.
Nas pequenas tabancas
A luz das fogueiras
Ilumina a escuridão
Da falta de luz.
Abano a cabeça
Para afastar o torpor
E grito bem alto
Com a minha voz forte,
A afastar o temor:
«Pessoal,
vamos morfar,
que nunca se sabe,
quando isto vai acabar!»
Monte Real, 29 de Março de 2008
PS - A fotografia em causa é a que anexo.
Abraço amigo do
Joaquim Mexia Alves
__________
Nota de L.G.:
(1) Vd. 13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2633: Memórias dos lugares (4): Mato Cão (Joaquim Mexia Alves, Pel Caç Nat 52, 1972/73)
Nota de L.G.:
(1) Vd. 13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2633: Memórias dos lugares (4): Mato Cão (Joaquim Mexia Alves, Pel Caç Nat 52, 1972/73)
... e já agora também o poste 15 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2179: Fado da Guiné (letra original de Joaquim Mexia Alves)
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