Mensagem do Mário Fitas, comentando a nota do Mário Beja Santos sobre o livro Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, Guiné, 1970/1980, de Manuel Amaro Bernardo
Aos editores da Tabanca Grande, com o pedido de publicação no Blogue
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P2706 do Mário Beja Santos
A ignomínia dos Comandos Guineenses Fuzilados
Sobre o livro do Coronel Manuel Amaro Bernardo, fundamentou o nosso camarada Tertuliano Mário Beja Santos determinadas opiniões com as quais estou em desacordo, tendo a sensação até, que determinadas afirmações serão fracturantes e desprestigiantes para o Blogue, bem como desvirtuam a História em vez de a enriquecerem.
Passemos então aos pontos que me causaram dúvidas:
Será o Blogue o local certo, para se produzirem guerrilhas sobre um documento com o qual não há ligação directa? Ou não existirão outros locais próprios, para os escritores debaterem os seus diferenciados pontos de vista "político-militares”?
Desconexão sobre o lançamento de Spínola na ribalta, solução político-militar sem descrever a sua herança, ascensão e consolidação do PAIGC, referenciando sub-repticiamente a fraca prestação das Forças Armadas Portuguesas? Será que estas só cumpriram após 1968? Fracturante e contraditório!
O desastre foi de facto não encontrar uma saída política. As Forças Armadas Portuguesas estavam no terreno após Spínola. Só depois do livro Portugal e o Futuro, e após o Povo e o MFA deporem o regime político vigente, em 25 de Abril de 1974, as Forças Armadas Portuguesas, foram substituídas pelas forças do PAIGC. Estarei errado?
Voltando a 1963/1968: Spínola não pode ser dissociado desse anterior! Como é? Ou estava ou não estava!... Contraditório!... Porquê não voltar a António Teixeira Pinto? Os Fulas, Futa-Fulas, Balantas, Papéis e Grumetes do Cacheu? Assim, a geografia étnica, teria de ir ao Chão Felupe: São Domingos, Varela etc, etc…. a verdade é que nunca houve um lado só! Vale a pena ouvir o Cor. Gertrudes.
Comandos Africanos: é absolutamente verdade, não foram só eles. Se estou a escrever neste momento, agradeço a homens a quem foram cortadas as mãos e outros que fugiram da sua terra, como o pessoal do João Bacar Djaló e os exemplos do Carlos Quêba, Gibi Balde e o Braima que encontrou no bondoso Hugo Ferreira mais que um irmão, um amigo.
Confrontemos datas e depoimentos do Cor. Florindo Morais e ver:
P2313……(Virgínio Briote)
P2308……(Jorge Santos)
P886……..(João Parreira)
DCCCXXII(João Parreira)
DCCCVI….(João Parreira)
DCCCIV….(João Parreira)
DCIX…….. (José Martins)
Como simples Fur. Mil. de Op Especiais fiz a Guerra e a Paz nas margens do mítico Cumbijã em 1965/1966 como um dos elementos da CCAÇ 763, portanto antes de 1968, assim seremos todos responsáveis da situação-contradição, recebida por Spínola.
Mas, com toda a franqueza, conhecendo como conheci todos os elementos da CCAÇ 763, que em 26/11/66 desembarcaram do N/M “NIASSA”, com 7 mortos e 53 feridos em combate, agiriam de idêntica forma em 1968/1969 na terra dos Soncó, ou acompanhariam em 1973 o Coronel Costa Campos a caminho de Guidage.
Recusando a fracturação! Meu caro Mário, se o receber…
O velho Abraço do tamanho do Cumbijã.
Mário Fitas
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Nota de vb: edição da responsabilidade do co-editos.
artigos relacionados em
31 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2706: Notas de leitura (5): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, de Manuel Amaro Bernardo (Mário Beja Santos)
30 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2318: Notas de leitura (4): Na apresentação de Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné 1970/80 (Virgínio Briote)
28 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2308: Notas de leitura (3): Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné, de Manuel Amaro Bernardo (Jorge Santos)
19 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P886: Terceiro e último grupo de ex-combatentes fuzilados (João Parreira)
31 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXXII: Mais ex-combatentes fuzilados a seguir à independência (João Parreira)
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Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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