Guiné > Zona Leste > Bambadinca > Cuor > Gambiel > É a única ilustração que encontrei. Penso que a empresa não viveu muito mais. Soube da sua existência através da referência que lhe fez Teixeira da Mota no aerograma que me enviou em Fevereiro de 1970. A ilustração vem no artigo de Armando Cortesão, «A Guiné como colónia de comércio e plantação»,publicado no Boletim da Agência Geral das Colónias,nº37,1928. As belíssimas palmeiras de Samatra que vi no Gambiel pertenciam a esta Sociedade. Armando Cortesão viveu em Missirá.(BS)
O último aerograma que o Texeira da Mota me enviou da Guiné
Importância: Alta... Pronto, não me vais ver tão cedo!... Fui irresponsavelmente avisando a família e amigos que tinha uma reserva na TAP para 19 de Fevereiro,um ano depois de me ter sido aplicada a punição de 2 dias de prisão simples. Entretanto, houve mudança no RDM, de um ano passou a dois sem direito a férias. Foi com a maior amargura que expedi em Bambadinca este telegrama. A Cristina entrou em estado de choque. (BS)
Fotos (e legendas): © Beja Santos (2008). Direitos reservados.
Texto do Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), enviado em 16 de Janeiro de 2008:
Luís, eu nem acredito que cerca de metade do livro já esteja escrito. Começo agora a compreender perfeitamente porque é que os escritores são pessoas tão difíceis, ao ter que acarretar com o peso da ficção-realidade, da invenção-reinvenção, da fantasia disfarçada da sinceridade do autor. Tens aí praticamente todas as propostas de ilustração, agora vou ganhar coragem para falar da morte do Carlos Sampaio e daquele mês de Março em que andei do princípio ao fim à morteirada. Um abraço do Mário
Operação Macaréu à vista - II Parte > Episódio n.º XXVI: CARTAS DE UMA AMIZADE INQUEBRANTÁVEL
por Beja Santos
(i) De Bambadinca para a ponte de Udunduma
Este mês de Fevereiro [de 1970] tem sido de pura nomadização, vadiagem do Bambadincazinho para os Nhabijões, de Amedalai para Bricama, correio a Bafatá e depois um turno de quatro dias na ponte de Udunduma, fora os ameaços. Aqui, perdemos a paciência de viver no meio da espelunquice, com uma fila de arame farpado apodrecido, a simular que podia resistir a uma ofensiva vinda do Buruntoni e arredores.
Em conversa com o capitão Figueiras, assentou-se que iríamos em meados do mês para a ponte, e com um projecto de benfeitorias: uma nova fila de arame farpado, abrigos com cibes e uma cobertura de bidão reforçada com cimento, para substituir aquelas valas onde chafurdávamos à noite, aguardando uma flagelação estarrecedora. O delegado do batalhão de engenharia nem quis acreditar quando apareci com uma lista de sacos de cimento, chapas de bidão, tesouras corta-arame, pás, picaretas, resmoneou, alegando que tudo era insuficiente para os Nhabijões, de forma azeda dei-lhe a saber que ele viria connosco passar as noites na ponte para aprender, amansou e garantiu que os materiais e ferramental seriam cedidos na próxima semana.
A ponte de Udunduma, para quem comandava tropa africana, tinha uma outra questão transcendente que ultrapassava as noites passadas a afugentar os mosquitos: a comida a tempo e horas para soldados desarranchados. Não era aceitável que cada um dos soldados andasse com o seu saco de arroz às costas ou fizesse a sua fogueira, estas acabaram definitivamente quando vi um cunhete de granadas de bazuca a menos de um metro de uma fogueira. Após discussão, acordou-se que em determinadas horas do dia os familiares dos soldados entregavam ao motorista os respectivos farnéis, a que se juntava a comida oriunda de três messes e um conjunto razoável de vidro cheios de água potável (quem tivesse sujo do corpo, que usasse sabão e a água barrenta do rio Udunduma). Tal operação era precedida de uma lista de compras que incluía cervejas, laranjadas, tabaco e outros bens aceitáveis para aquele isolamento temporário. Não seria por acaso que muitas vezes acordava a trautear o tema do filme A ponte do rio Kwai.
No Udunduma, estávamos todos obrigados a uma vigilância permanente, pelo menos com duas secções. E com os pelotões de milícias de Amedalai, Taibatá e Demba Taco fazíamos patrulhamentos tendo como limite o rio Cuiana e Samba Silate, à procura de indícios da passagem do inimigo.
É um período que nos vai recordar os tempos áureos de Missirá: patrulhamentos a sério, obras e operações, tudo sem desfalecimento. Como foi.
Chegou o Cruz, que veio substituir o Alcino, então no Hospital Militar Principal a tratar de uma fractura no calcâneo. Trazia experiência na construção do quartel de Madina Mandinga, junto a Mansabá, revelou-se muito útil nas obras de Udunduma e um excelente operacional. Tanto o Domingos como o Benjamim aceitaram que podíamos aproveitar as horas paradas de Udunduma voltando aos livros escolares, através do Vacas de Carvalho apareceram livros, ardósias, tabuadas e algum papel. Mesmo com estes eventos triviais, não deixou de haver surpresas ou imprevistos que ia registando nos aerogramas para a Cristina. Assim, escrevo a 20 de Fevereiro:
“Fui anteontem finalmente informado que não tenho direito a férias. Mandei logo telegrama, pedindo-te para avisar todos que não contem comigo. Imagino a tua dor, podes imaginar o meu desapontamento. Estava a montar segurança à pista em Bambadinca, não havia médico em Pirada para fazer uma evacuação, vieram buscar o Vidal Saraiva, o piloto convidou-me a acompanhar o nosso médico, lá fui até este quartel junto da fronteira senegalesa. Foi uma experiência muito interessante. Pirada tem uma grande povoação, algumas casas de comerciantes e um quartel sólido. Enquanto o Vidal Saraiva trabalhava, beberiquei um uísque e conversei com os meus camaradas. Um deles perguntou-me: 'Vens cá almoçar com o Sr. Mário Soares?'. Apurei que o Sr. Mário Soares era um conceituado comerciante local que convidava toda a gente para a sua mesa, acho que o seu cabrito assado era lendário. Mas nada comi em Pirada, regressámos imediatamente a Bambadinca.Tu sabes que eu mexo em todos os papéis que vejo, descobri no meio de Flamas e Séculos Ilustrados velhíssimos um Vampiro Magazine, coisa estranha, era uma revista de 1951 com contos de Conan Doyle, Ellery Queen e Georges Simenon, o soldado da messe, vendo-me tão interessado disse para eu o levar, estava destinado a ir para o lixo. Peço-te que penses muito seriamente se não queres vir até Bissau e aqui casarmos.
"Chegou um sargento alentejano, o Cascalheira (de nome completo Manuel das Dores Tecedeiro Cascalheira) e agora, com o Pires e o Ocante tenho o rol completo dos sargentos. Como te disse, o Queirós recebeu um louvor e foi proposto para o prémio 'Governador da Guiné'. Penso que nos próximos dias vais receber a visita do Pires mandatado para te narrar tudo o que por aqui se tem passado. Não sei se já te escrevi a contar-te que a guerra se reacendeu na nossa região, ardeu uma importante tabanca no Enxalé e voltaram os ataques às embarcações civis perto do Xime. Para a semana tenho duas colunas ao Xitole e vamos refazer abrigos e um pequeno refeitório na ponte de Udunduma. Deixei completamente os Valium para dormir. D. Violete, a professora de quem já te falei, pediu-me para dar aulas de ginástica à miudagem, a ver vamos.
"Despeço-me, estamos a conferir todo o fardamento do pelotão, não tenho palavras para te pedir desculpa da confusão que eu fiz sobre a leitura do Regulamento da Disciplina Militar, pensava que um ano após a punição de 19 de Fevereiro de 1968 me dava a possibilidade de gozar férias no ano seguinte. O próprio tenente Pinheiro, chefe de secretaria, desconhecia a alteração de 12 para 24 meses para todos os militares punidos com prisão simples. Entende-se por licença excepcional o caso de nascimento de filhos ou falecimento de pais, os casamentos não contam. Não te esqueças de ir visitar o Jolá, o Fodé e o Paulo, dá-lhes um pouco de ternura e companhia. Nunca li com tanto entusiasmo e não percebo como é que aqui se encontram todos os livros que são apreendidos pela censura, aí. Na última vez que estive em Bafatá comprei 'Católicos e Política' do Padre Felicidade Alves e 'Para onde vai a economia portuguesa?', de Francisco Pereira de Moura. Reli o Marc Bloch e confesso-te que o meu amor às ciências históricas rivaliza com aquele que eu te dedico. Muitos beijinhos para a minha senhora dona”.
(ii) Uma lindíssima carta de Ruy Cinatti
Quinze dias antes, enviara-lhe uma longa carta, um pouco desconchavada, por sinal, falando-lhe do feitiço guineense, dando-lhe conta de que tinha lido sobre o padre Marcelino de Marques Barros, os artigos de Teixeira da Mota no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, a descrição de tabancas no Badora e no Cossé, falei-lhe de Abdul Injai, o triunfador que depois foi desterrado, descrevi as conversas com a D. Violete e a islamização na Guiné Portugesa.
A resposta foi calorosa, e pela primeira vez falou-me de Ossobó. Cinatti tinha feito um cruzeiro por várias colónias, creio que em 1935, ficara impressionado com São Tomé. Ia agora publicar uma nova edição do seu conto “Ossobó”, que tivera a sua primeira publicação na revista O Mundo Português, em Junho de 1936. Ossobó é um conto soberbo, cheio de cor, sonoridades e aromas:
“Pousado num ramo da acácia, Ossobó canta e alisa as penas do peito com o bico humedecido... Por momentos, qualquer coisa o atrai lá abaixo, no chão e rápido desce, pousando sobre a macia cama de folhas secas ali acomodadas há tanto tempo... Um raio de sol conseguiu atravessar, antes dos outros, a ramaria alta das amoreiras, e espelha a água depositada no limbo das folhas. Com os pés mergulhados, Ossobó alonga o pescoço e sorve com o bico uma das pequenas gotas transparentes... Amanhece dentro da floresta. Um denso nevoeiro a subir do chão e da torrente ainda envolve o espaço. Tudo reanima do torpor da noite. As sensitivas intumescem, abrem devagar as suas folhas, e as flores do paul lírio lançam baforadas de perfume... Os bicos de lacre pararam de brincar e olham inquietos qualquer coisa que se move e que em filas tortuosas vem a subir pelas pedras roliças das margens. Eles lembram-se das cobras traiçoeiras, que, em noites escura, os vêm surpreender no sono, mas o periquito depressa os pacifica... Ossobó olha os vapores que se escondem cada vez mais nos cipós entrelaçados. Por causa deles é que o sol manda daquela maneira os seus raios, e a toalha de água que se despenha das rochas parece uma placa dourada de metal... Ossobó desdenha dos avisos dos celestes. Não é ele quem canta melhor no obó? O próprio periquito dissera que os homens lhe chamavam o rouxinol da ilha. Despreocupado, perscruta por entre as folhas e depois saltita atraído pelo vermelho de um insecto que zumbe mais embaixo. Ossobó continua no seu canto triste e suplicante; meneia a cabeça em direcções opostas, e os seus olhos pequeninos não se desviam de um tronco meio apodrecido que ali estava. O silêncio é enorme quando um silvo cortante talha o ar. Por detrás do tronco surge a cobra negra com as estrias vermelhas na cabeça e os dois dentes curvos saindo da bocarra. Rastejando, o seu corpo manchado amarelo descreve longos ss em direcção a Ossobó, mas este só sente dois pontos brilhantes que cada vez mais se aproximam e entram pelos olhos dentro”.
A carta que me manda é muito bela, pergunta-me se ainda estou na Guiné ou se já estou em Lisboa, quando é que eu parto para um sitio militarmente menos perigoso, agradece as fotografias que lhe mandei e fala-me na actividade do Almeida Faria, que lhe anda a corrigir alguns textos, anuncia que vão seguir por via marítima mais livros de Ramos Rosa e René Char.
Talvez devido a Ossobó, e ao tom impetuoso e terno da sua carta, respondo-lhe com o que tinha aprendido sobre a guerra santa dos fulas e dos mandingas, da nova conversa com D. Violete em que falámos de hienas, onças, gazelas e búfalos, na falta de caça grossa, no desaparecimento dos elefantes e dos leões, nas lembranças que guardava das onças e dos pequenos antílopes, das garças e das galinhas azuis que tantas vezes vira nas bolanhas e lalas entre Gambana e Saliquinhé. E sempre com o meu jeito em ensarilhar contactos, perguntei-lhe se podia ajudar o Padre Fazenda, que insistia em saber mais sobre a presença dos jesuítas em Cabo Verde e na Guiné, perguntei-lhe se tinha “O Mundo Português”, onde Fernão Guerreiro publicara a história das missões dos jesuítas na Guiné. Revelo-lhe a verdade sobre a impossibilidade de ir fazer férias a Portugal e despeço-me cheio de saudades.
(iii) Carta de Teixeira da Mota, mais achas para os mistérios guineenses
É a remexer nos livros que descubro um aerograma de Teixeira da Mota, datado de Agosto de 1969, onde ele fala do nosso encontro em Bissau quando eu fui ao julgamento de Ieró Djaló. É a primeira e única vez em que ele fala de assuntos militares:
“Aquele navio onde esteve e viu sair subrepticiamente no silêncio e na escuridão lá levou os fuzos para Porto Gole de onde no dia seguinte foram largados de heli no Poidom e Darsalame Baio, onde destruíram vários acampamentos sem avistar viv’alma (os helis espantam as gentes, e os turras não se afoitam a fazer emboscadas com medo de ser emboscados do ar)”.
Depois refere as suas investigações mais recentes:
“Continuo na pista dos sónós (creio que lhe falei desses antigos irãs metálicos dos beafadas e mandingas bebedores), mas não há maneira de pôr a vista em nenhum. Quando cá voltar, mostrar-lhe-ei fotos de alguns que localizei nos outros tempos; por aí também os deve ter havido, pois foi chão de beafadas”.
Aproveito a deixa para lhe escrever e pedir mais informações. Tal como fiz com o Cinatti, perguntei-lhe se podia ajudar o Padre Fazenda e o seu interesse nas missões de jesuítas na Guiné. Disse-lhe depois que soubera da existência de uma sociedade agrícola que funcionou no Gambiel, perguntei-lhe que sociedade fora aquela, se tinha a ver com Armando Cortesão. Por último, li informações sobre Galona, um régulo beafada que recebera em Setembro de 1893, por parte das autoridades de Bolama, uma pensão de 15000 réis mensais por ter ajudado a combater os rebeldes do Geba capitaneados por Mussá Molô. Ora, dizia-se no despacho da pensão que Galona vivia em Sambel-Nhanta, que a professora Violete dizia ser Caranquecunda, no Cuor. Começava a ganhar consciência de que esta correspondência me era benéfica para esquecer as durezas da guerra, mas inquietava-me usar o meu isolamento e a distância para atormentar amigos com questões que diziam só praticamente respeito aos meus enigmas guineenses. Felizmente que fui levado a sério, tão a sério como a documentação que vim a receber ou, mais tarde, andei a catar, em nome da história dos Soncó e do chão de beafadas ondes eles exerceram o seu poder.
(iv) Carta de Carlos Sampaio
Chegaram hoje dois aerogramas seus, uma caligrafia sempre aprumada, escritos com tinta verde. Carlos descreve-me as últimas operações mas no essencial olha o futuro e o nosso projecto profissional comum. Continua a sonhar com uma reforma profunda da Livraria Sampedro, onde os dois seremos importantes. Regresso a Bambadinca, estes dois aerogramas ficam em cima da minha mesa, vou responder em breve. Desgraçadamente para mim, nunca mais escreverei para aquele SPM em Moçambique. Dentro de dias, chegará uma “carta-bomba” que irá desfazer estes sonhos que alimento todos os dias, a pensar numa profissão estimulante, a par do meu casamento e dos meus estudos. O destino trocou-me as voltas. Já estou a aprender que a guerra me deu muito mas roubou-me mais.
Os mortos podem voltar, de Howard Philips Lovecraft. Uma capa espantosa de Cândido da Costa Pinto para o nº 103 da Colecção Vampiro, tradução de Silas Cerqueira. Não é livro policial, nem cabe na classificação de literatura de mistério. Lovecraft distinguiu-se pela procura de temáticas à volta do sobrenatural, o horror, o conhecimento maldito ou proíbido. É um romance muito bem estruturado em torno de uma transmigração, com descrições espantosas de demonismo. Não se percebe como não conhece reedições regulares. (BS)
(v) As minhas leituras do outro mundo
Leitura de substância passou por Os mortos podem voltar, um livro de culto de H.P. Lovecraft, que nada tem a ver com literatura policial mas a Colecção Vampiro fez bem em dá-lo a conhecer aos leitores policiais. Lovecraft era para mim um escritor do horror, do gótico e dos conhecimentos impuros.
Este livro fala-nos da transmigração de Charles Dexter Ward, afinal Joseph Curwen. Tudo começa muito antes da independência norte-americana, em Providence. Lovecraft exibe segura e profusa cultura desde o cabalismo à demonologia, tudo quanto o que é conhecimento obscuro, proibido pelas principais religiões e envolvendo o esforço de alcançar a imortalidade é aqui referido. Este livro é uma descida aos infernos e a descrição do Dr. Willett nas catacumbas da casa de Charles Ward/Joseph Curwen é digna de constar em qualquer antologia da vinda de Satanás à terra. A capa de Cândido da Costa Pinto é simplesmente notável.
Capa de O Túmulo Etrusco, de Jacques MartinComprei-o na Casa Taufik Saad, uma verdadeira caverna de Ali Babá. Considero-o uma das obras primas de Jacques Martin, pelo rigor do desenho, um colorido espantoso, uma reconstituição histórica sem mácula. Alix é amigo de Octávio, sobrinho de César, e como sempre vivemos naquela extraordinária época do Império Romano em que se confrontam homens tão poderosos como César, Pompeu e Crasso. Uma águia anuncia um prodígio da Júpiter, que deposita um pão ao pé de Octávio, augúrio sublime. Depois descobrimos que há uma horda terrorista que tenta reconstituir o reino etrusco. Jacques Martin não é Hergê nem Edgar Jacobs, mas prestou revelantíssimos à BD e deu-me muita alegria na Guiné.
E li O Túmulo Etrusco de Jacques Martin o criador de Alix, esse gaulês romanizado que assiste às grandiosas transformações do Império Romano , no tempo do triunvirato César, Pompeu e Crasso. Alix viaja na companhia de Octávio, o sobrinho de César, assiste ao anúncio prodigioso feito por uma águia de que Octávio está fadado para ser o senhor do mundo. Entretanto revela-se o banditismo do grupo etrusco que sonha com a separação deste povo dos romanos. Os maus serão punidos, Alix vencerá uma corrida de quadrigas, do tipo Ben-Hur. Jacques Martin não é Hergé, mas prestou revelantíssimos serviços à BD, pelo traço, pelo escrúpulo das constituições, pela riqueza do colorido.
Vampiro Magazine foi a mais prestigiada publicação que tivemos,no tocante ao conto policial.Era da responsabilidade de Vitor Palla,tinha capa e vinhetas de Cândido da Costa Pinto,foi aqui que se deu conhecimento aos interessados que existiam Frank Gruber, William Irish, Margery Allingham,Nicholas Blake,nomes sonantes para qualquer leitor policial.Como, demonstradamente, viver na guerra não é muito diferente que viver em paz, deram-me este número em Pirada,quando acompanhei o médico do batalhão, Vidal saraiva, que ali foi chamadao de urgência para fazer uma evacuação.Folheava este Vampiro Magazine enquanto olhava para a fronteira com o Senegal...
E portanto estamos a viver os últimos dias de Fevereiro, trabalha-se afincadamente na ponte de Udunduma, estou ansioso de voltar a ligar à Cristina nos correios de Bambadinca. No dia em que regresso sou chamado ao major Sampaio e recebo a notícia de que devo preparar e comandar a [Op] Rinoceronte Temível. Em todo o mês de Março andarei a ferro e fogo, como nunca acontecera anteriormente. E o ponto culminante será a [Op] Tigre Vadio, a mais sangrenta de todas as minhas operações.
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Nota dos editores:
(1) Vd. último poste, desta série: 28 de Março de 2008> Guiné 63/74 - P2693: Operação Macaréu à Vista - II Parte (Beja Santos (25): A festa do meu casamento, 7 de Fevereiro de 1970
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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1 comentário:
Cartas inéditas de Ruy Cinatti e de Teixeira da Mota. Textos importantíssimos para a história da Guiné, etnografia e literatura que o Mário Beja Santos nos dá...
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