Guiné > Região de Tombali > Pontão de Balanazinha > 1968 O Alf Mil Idálio Reis, da CCAÇ 2317, junto ao março onde se podia ler o ano da construção da obra: 1946
Foto: © Idálio Reis (2008). Direitos reservados.
Guiné > Região de Tombali > Destacamento de Ponte Balana > A praia fluvial...
Foto: © Idálio Reis (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem, com data de 30 de Março, enviada pelo Idálio Reis, ex-Alf Mil da CCAÇ 2317 (Gandembel / Balana, Abril de 1968 / Janeiro de 1969):
Luís, com o teu profundo sentimento de conciliar emoções, por vezes, tão difíceis de superar, fizeste bem em publicar o poste da responsabilidade do Hugo Guerra. De todo, também a mim, tenho interesse apagar esta acha, apesar de considerar que, por vezes, há fogueiras que é melhor deixá-las manter acesas.
Como reconheces, tenho uma imensa dificuldade em escrever o que quer que seja sobre o Hugo Guerra, que muito jovem, em terras da Guiné, esteve às portas da morte quando se feriu gravemente, pois quanto sei, perdeu num dos lados a visão e audição. Só vim a saber deste desenlace, muito anos depois, num comboio Lisboa-Coimbra, onde vinha a visitar os seus filhos.
De todo o modo, a bem da verdade, sobre o que ele narra, direi:
(i) O destacamento de Ponte Balana tinha um efectivo a nível de grupo de combate. Como constataste, situava-se a poucas centenas de metros de Gandembel;
(ii) Todos os grupos de combate da minha Companhia [, a CCAÇ 2317, ]estiveram em Ponte Balana. E estar aqui 'abivacado', não era motivo para se lastimar, pois a vida aqui era mais facilitada; o nosso elo de ligação quotidiano era ir buscar o pão, que geralmente se fazia junto ao pontão do Balanazinha.
(iii) Fazes-me uma pergunta quanto às datas de construção das pontes; pois em anexo, envio-te uma fotografia com a minha pessoa junto aos restos deste pontão, onde se pode verificar a data de 1946).
(iv) As flagelações a Ponte Balana foram muito poucas, dado que os rios eram naturais elementos de valia na sua protecção e as armas de defesa de maior calibre localizados em Gandembel eram sinal de grande perigo.
(v) Ainda hoje recorri ao meu homem que continua a relembrar os factos por que passámos (como o grande Rodrigues me costuma dizer, lembra-se de tudo o que passou em Gandembel como os nomes dos seus 6 filhos), onde nada se sumiu, que aquando da retirada era o seu grupo que estava em Ponte Balana.
(vi) O Pel Caç Nat 55 sempre esteve connosco. O Hugo Guerra chega a Gandembel em fins de Agosto, e o seu grupo ia tendo a particularidade de reforçar os pelotões da Companhia que minguavam. E daí, surge o nome do alferes Barge, que chegou em rendição individual, já quase no fim de Gandembel, e que também estaria integrado com o seu grupo na data da retirada.
(vii) As afirmações que se têm feito para o Blogue, são da responsabilidade de quem as faz, ficma com quem as profere. Mas, quem não esteve por lá, há-de pensar que 120 dias em Ponte Balana foi um degredo....Não foi verdade. A fotografia que te enviei do pessoal a banhar-se no Balana, estava nesse sítio, e há ali estampada uma enorme alegria.
(viii) Já li o poste do Nuno Rubim (2), que amavelmente já me enviara as fotografias, exceptuando a do Google Earth. É esta a grande ferramenta que me falta, e que um dia haverá de surgir para actualizar estes meus antiquados equipamentos informáticos...
A imagem do Google é excepcional, e lá se distingue ainda o caminho de ligação Gandembel-Ponte Balana, notoriamente a parte a norte do rio.
Um caloroso abraço
do Idálio Reis
___________
Notas dos editores:
(1) Vd. poste de 29 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2700: Construtores de Gandembel / Balana (4): Estive lá 120 dias, com o meu Pel Caç Nat 55, até ao fim (Hugo Guerra)
(2) Vd. poste de 30 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2703: Memórias dos lugares (8): Destacamento de Ponte Balana (Nuno Rubim)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário