domingo, 11 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8764: O que se comprava em Bissau, com o patacão da guerra ? Os produtos e as marcas que não havia em Lisboa... ou eram "proibitivos" (1) (Helder Sousa / Augusto Silva Santos)

1.  Comentários ao poste P8762 (*), podemdo dar início a uma nova série para a qual se esperam muitos contributos...

(i) Luís Graça:

Isqueiros Ronson, óculos de sol Ray Ban, uísque Old Parr... Que outros produtos e outras marcas estavam então na moda, em Bissau, nas lojas onde a gente ia gastar o patacão... o Taufik Saad, a Gouveia. etc. ?

(ii) Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72),


Quanto a coisas que se compravam, que estavam na moda... bem, relativamente a uísque, para além do Old Parr, estavam na moda, no 'meu tempo', a Monks, White & MacKay, President, Martin's, e outras de uísque velho e/ou de malte e também havia os novos Passaport, J. Walker de 'labels' de várias cores, etc.

Haviam os rádios e gravadores: Sony, Aiwa, Grundig. As máquinas fotográficas 'reflex': Pentax como o expoente máximo, mas também as Canon, Casio e outras marcas japonesas.


De roupas não me lembro. Sei que comprei tecido e levei a fazer calças a profissionais no Cupilão.

 (iii)  Augusto Silva Santos ( E
x-Fur Mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73)


 A propósito de marcas... Para além do que já foi citado pelos anteriores camaradas, no meu tempo de Guiné estava também muito em moda adquirir-se o seguinte:

Máquinas fotográficas Olympus
Relógios Cauny
Whisky Antiquary
Polos da Lacoste e Fred Perry
 
Quando o pessoal vinha de férias ou acabava a comissão . . . É que aqui naquele tempo, muitas das coisas ainda não existiam.
 ____________

 Nota do editor:
  

6 comentários:

Luís Graça disse...

O que se podia comprar, em tempo de guerra, na Guiné, com uma nota de 100 pesos (equivalente então a menos de 100 escudos, e hoje a menos de 50 cêntimos)!...

Se não tiverem melhor(es) leitura(s), para este domingo tristonho, nem melhor sugestão do que o domingueiro passeio dos tristes, permita-me, caros/as leitores/as, que vos recomende a "revisitação" dos nossos postes sobre o "patacão", com especial destaque para o do nosso Alfero Cabral (que anda desaparecido do nosos blogue...).

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/patac%C3%A3o

Luís Graça disse...

Eu sei que a malta não gosta muito de "confessar os seus pecados", aqui em público, na "parada" da Tabanca Grande, onde nem todos os olhos e ouvidos são de gente magnânime, de espírito aberto e alma grande, como é o verdadeiro camarada (da Guiné). Felizmente, a inquisição já foi extinta no Séc. XVIII ... Mas já agora fiquem a saber quanto ganhava um capitão miliciano, casado, engenheiro agrónomo, pai de 4 filhos... E como é que se gastava o "graveto" (grabeto, entre os tripeiros)...

Obrigado ao Jorge Picado e ao Luís Faria, grandes camaradas!

(...) "Pelo que me toca,o 'grabeto' que lá recebia,ficava-se quase todo pelo bar e às vezes não chegava !!!

"Mas o que ficava na metrópole deu para comprar o meu carrito FIAT 128 em segunda mão quase novo (38 contos)e com direito a 2 pneus novos!!! Era o SO-14-28 de boas memórias!!!

"Meses depois, numa noite que passei por Grândola(Vila Morena),à conversa num café vendi-o por 52 contos ao José do Ó e fui à boleia para Lisboa!!

"Neste 'amor' conheci quase todos os cantinhos do meu Portugal! Um abraço, Luis Faria" (...)

Vd. poste de 22 de Abril de 2010
Guiné 63/74 - P6209: Eu, capitão miliciano, me confesso (3): Falando de patacão... (Jorge Picado)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/04/guine-6374-p6209-eu-capitao-miliciano.html

Anónimo disse...

Camaradas

Eu, em Bissau, quando lá estive por ocasião de férias ( 2 vezes), a aguardar embarque para o CIM de Bolama para dar instrução de Minas e Armadilhas, e aguardar o regresso, passei pelo Taufik Saad, e comprei uma OLYMPUS Trip 35 , na 1ª vez, (onde tirei muitos slides)que continua a funcionar, um relógio YEMA Rally, um rádio relógio SHARP (só funciona a parte do rádio), além de imensos "Roncos" Chineses para oferecer.E lá se foi o último patacão...
Mantenhas

Luís Borrega

Luís Borrega

Anónimo disse...

Lembrei-me agora que o Relógio YEMA Rally (que funciona ainda) foi comprado na CASA YEMA em Bissau.

Bons tempos...

Luís Borrega

Juvenal Amado disse...

Meus caros

Eu ganhava 960 pesos por ser 1º cabo e já com prémio de viatura. Se não estou em erro era obrigado a deixar parte na Metrópole, com que paguei a minha viagem em Outubro de 1972. O resto mal dava para o tabaco e ir uma ou duas vezes a Bafatá.

Por isso roncos, máquinas fotográficas e aparelhagens de som KÁ TEM.

Um abraço

Hélder Valério disse...

Pois, realmente, essa da Olympus passou-me...

E não devia... uma vez fui com outro camarada, Fernando Roque, cada um em sua moto (fui numa Honda que me emprestarm) até Quinhamel, já calculam fazer o quê.
Ostras, pois claro.
Pelo caminho também passámos por muitos cajueiros junto à estrada, até abusei do fruto carnudo e tirámos imensas fotos com uma dessas que o Borrêga refere que com um rolo de 36 tirava 72 fotos. Como eram muitas só estranhámos muito tarde o facto de a bendita maquininha continuar a não dar por findo o rolo e só então é que os 'espertos' se aperceberam que o rolo se tinha soltado e no final fotos 'ka tem'.

Abraço