1. Mensagem do Ismael Augusto, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Manutenção, CCS/ BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70):
25 de setembro de 2015 17h54
Meus amigos Tabanqueiros
Vim duas vezes de férias á Metrópole.
A primeira em Dezembro de 68, mas com a condição de regressar até ao dia 18 desse mesmo mês. Haveria uma determinação, a meu ver justa, para que todo o contingente militar passasse o Natal e Fim do Ano na Guiné.
Digo justa, pois já bastava a discriminação, via capacidade financeira, para os muitos que não podiam disfrutar dessa possibilidade.
De qualquer forma e dadas outras ausências, as férias ficaram reduzidas a 20 dias.
A segunda vez foi entre Julho e Agosto de 69.
Recordo que quando regressei a 18 de Dezembro de 68 não havia transporte para Bambadinca.
Foi-me sugerido passar o Natal em Bissau. Para mim isso era inaceitável pois na verdade eu sentia que na Guiné a minha família estava em Bambadinca.
Eu conhecia muito bem o Honório, aquele piloto fantástico, com o qual travei uma boa amizade. Fui a Biassalanca (Base Aérea), falei com o Honório que “aproveitou” uma entrega de correio para me deixar em Bambadinca.
Foi uma chegada à Honório, fazendo um voo rasante à pista para deixar “cair” o avião logo a seguir (é de recordar que Bambadinca iniciava um pequeno planalto precisamente no final do topo da pista virado a Bafatá) e deliciar-se com uma subida do Geba a muito baixa altitude na direção de Bafatá, borboletando com o seu DO 27.
Era assim o Honório e alguém me contava que a sensação para quem estava na pista foi a da queda do avião.
Um abraço,
Ismael Augusto
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 27 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15163: O nosso querido mês de férias (5): vim uma vez a casa, a Vila Nogueira de Azeitão, em 18/9/1965, mas o Super Constellation da TAP, por avaria, só partiu a 22... A viagem custou-me 6160$70 (António Bastos, ex-1º cabo, Pel Caç 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 27 de setembro de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário