domingo, 27 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15163: O nosso querido mês de férias (5): vim uma vez a casa, a Vila Nogueira de Azeitão, em 18/9/1965, mas o Super Constellation da TAP, por avaria, só partiu a 22... A viagem custou-me 6160$70 (António Bastos, ex-1º cabo, Pel Caç 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66)







Fotos: © António Bastos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



1. Mensagem do António Bastos, ex-1º Cabo do Pelotão Caçadores 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66

Data: 24 de setembro de 2015 às 22:00

Assunto: Inquérito sobre as férias


Boa noite, camarada Luís, e a toda a Tabanca Grande.


Companheiro, também vim de férias à Metrópole.  Tive 30 dias de licença, nos termos do art. 109º do RDM.

Era para embarcar no dia 18-9-1965, mas, devido ao avião que vinha com avaria,  só embarquei no dia 22-9-1965.

Foi num Super Constellation e a passagem foi 6.160$70 e nessa altura não tinha direito aos cinco dias como os Sargentos e oficiais, e mais também fiquei prejudicado com a avaria do avião em quatro dias Junta-se documentação que ainda guardo.

Um abraço a toda a Tabanca Grande. 

 António Paulo S. Bastos.

Ex. 1º Cabo do Pelotão Caçadores 953.

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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15160: O nosso querido mês de férias (4): Vim duas vezes à metrópole: na 2ª vez, beneficiei de mais 5 dias de licença, por ter tido um louvor em combate... (E, mais tarde, beneficiei da isenção do pagamento de propinas dos meus filhos quando entraram na universidade) [José Augusto Miranda Ribeiro, ex-fur mil da CART 566 (Cabo Verde, Ilha do Sal, 1963/64, e Guiné, Olossato, 1964/65)]

4 comentários:

Anónimo disse...

abilio duarte
25/09/2015


Na minha companhia, que me lembre, entre furriéis e alferes, vieram muito poucos á metrópole. Eu como não sabia o que fazer a tanto dinheiro, vim de passeio até á Amadora. E gostei.

Anónimo disse...

abilio duarte
25/09/2015

para mim
Não se esqueçam, que os Furriéis, na altura ganhavam mais de 5 contos por mês.

Eu ia para o mato sempre carregado de notas, pois não tinha onde as deixar, além daquilo que enviava para Lisboa, ainda ficava com mais de 2 contos.

Se fosse apanhado á mão, talvez aquele dinheiro me safasse.

Anónimo disse...

Antonio Duarte
26 set 2015 21:21

Boa noite Luís

Em 72 e 73 a vigem de ida e volta custava ao redor de 6.200$ e uma só, pois eu em janeiro de 74 paguei do meu bolso, para apressar o regresso, custava 3.300$.

Já agora Angola ida e volta, ao redor de 12 contos e Moçambique 14.

Como se pode ver, nem tudo era mau fazer a guerra na Guiné... estou a brincar...

Abraços
A Duarte

Luís Graça disse...

Abílio, comparando os preços da viagem da TAP de 1965 e 1972, verifico que não houve aumentos... Eu também tenho ideia de ter pago seis mil cento e tal escudos, em meados de 1970, quando fui (a única vez) de férias a casa...

Na havia "inflação" naquela época, chegou em 1973 com a crise do petróleo e o esgotamento do modelo de "fomento económico" do Estado Novo...

Mas seis contos e tal era muito dinheiro: um assalariado, no norte, no campo, ganhava 20 escudos por dia, durante a década de 1960, e princípios de 1970... Era por isso que a malta cavava para a França e a Alemanha, em massa, fugindo da miséria dos campos...

Muitos soldados do norte, que trabalhavam no camppo, teriam que trabalhar 310 dias para juntar essa massa, 6200#00... Lembras-te que o pré dos nossos soldados africanos, da tua CART 11 e da minha CCAÇ 12 (, miseravelmente tratados como soldados de 2ª classe!), era de 600 pesos (!)... Tinham depois direito a mais 24$50 por dia, por serem desarranchados... (24$50 era quanto a tropa pagava pelo comes e bebes de cada um de nós; e quantas "pequenas grandes fortunas" não se fizeram com o dinheiro que se "roubava" na "bianda"...)