segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)




Imagens do Livro da 1ª Classe do PAIGC... Exemplar capturado pelo nosso camarada Manuel Maia no Cantanhez, possivelmente em finais de 1972 ou princípios de 1973. Vê-se que esse exemplar tinha uso. A capa teve de ser reforçada com uns improvisados adesivos (aparentemente autocolantes, que acompanhavam embalagens de apoio humanitário, vindas do exterior).

Fotos: ©
Manuel Maia (2009). Direitos reservados

1. Mensagens enviadas por Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74) (*):

Aqui vai uma imagem que carece de comentários, referente à forma de ensino ministrada às crianças das "regiões libertadas"... Trata-se do livro da 1ª classe do PAIGC, feito pelos nossos "amigos" suecos (**). Foram feitos 20.000 exemplares numa primeira edição.

Foi recolhido durante uma operação no Cantanhez (para lá da bolanha...). Neste mesmo dia apanhei ainda duas cartas, uma escrita em árabe e outra em crioulo que reproduzirei noutra altura.

Um abraço.

Manuel Maia

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72, o Camões do Cantanhez

(**) Já aqui publicámos textos e imagens de outro livro escolar, do PAIGC, de uma edição de 1966, anterior a esta, referida pelo Manuel Maia, que presumimos seja de 1970, a exemplo do Livro da 2ª classe.

Recorde-se que o livro da 2ª classe foi "elaborado e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné" (sic). Tem o seguinte copyright: 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares. Foi impresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Tofters/Wretmans Boktryckeri AB.

Vd. postes de:

27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1899: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (1): O português...na luta de libertação

1 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1907: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (2): A libertação da Ilha do Como (A. Marques Lopes / António Pimentel)

4 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1920: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (3): O mítico Morés

9 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1938: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (4): Catunco

Vd também postes relativos ao livro da 2ª classe, também uma edição sueca, e obedecendo à mesma linha estética do livro da 1ª classe:

27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

31 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2232: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (2): O Morés e os amigos da Europa do Norte (Luís Graça / Paulo Santiago)

16 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3062: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (3): O Dia da Mulher (Luís Graça / Paulo Santiago)

4 comentários:

Anónimo disse...

A Ajuda Sueca (cooperação) à Guiné Bissau, de aprox. 1960 a 2000 aprox. (40 anos), terá tido tanta influência na força do PAIGC, que deve suplantar em muito a ajuda Cuba-soviética.
Na educação, exploração de madeiras, telecomunicações e fornecimento de Volvos minesteriáveis, Energia e agricultura, a ajuda foi de tal ordem que (podem chamar-me nomes), que deve ter ultrapassado em influência social, os 400 anos de colonização portuguesa.
Foram embora, desiludidos, não sei se com o PAIGC, ou com os Guineenses.
Antº Rosinha

Luís Graça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Graça disse...

Ora aqui está um boa questão para reflectir! O Rosinha põe o dedo na ferida. Não sei se ele tem razão. Não se trata disso. Não sei quantificar o volume da ajuda sueca ao PAIGC e à Guiné-Bissau. O Rosinha estava lá no pós-independência e sabe quanto os suecos estragaram com mimos a deslumbrada elite dirigente da nova república...

A verdade é que essa ajuda parece ter sido volumosa e muito importante. Mesmo antes da independência. Os suecos não lhes derem armas, derem-lhes apoio diplomático, conhecimento, marketing estratégico, o poder das coisas imateriais como as ideias, que têm tanta ou mais força do que as armas...

E depois por que é que haveremos de falar dos 'nossos amigos' suecos, com eufemismos, com ironia, com despeito, pondo-os com aspas ? Tinham que ser nossos amigos, só por serem europeus e ocidentais ? Eles nem sequer eram nossos aliados da NATO, ou "históricos aliados"...Eles nem sequer eram católicos, apostólicos, romanos... Eles nem sequer tinham colónias em África...

E depois, não é verdade que, contra tudo e conta todos, quisemos ficar "orgulhosamente sós" neste mundo ?

Luís Graça disse...

Em mail posterior, o Manuel Maia mandou-me o seguinte esclarecimento:

Trata-se efectivamente de uma 1ª edição de 70 obra, dos nossos "amigos" suecos da
Wretmans Boktryckeri A B, de Uppsala.

Foram "confiscadas" aquando de uma operação, creio que já em setenta e três, para lá da bolanha de Cafal...

Manuel Maia