terça-feira, 25 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6469: Tabanca Grande (223): Rosa Serra, ex-Alferes Enfermeira Pára-quedista, BCP 12, Guiné, 1969

1. Estamos hoje a abrir a porta principal da nossa Tabanca Grande a mais um dos nossos Anjos da Guarda. 

 Vamos receber de pé a nossa ex- Alferes Enfermeira Pára-quedista Rosa Serra (BCP 12, Guiné, 1969) que se quer juntar à sua camarada Giselda Pessoa e a nós. 

 Pela Rosa vamos ficar a saber o mais importante do percurso das nossas queridas Enfermeiras Pára-quedistas até estarem aptas a socorrerem quem delas precisasse, onde quer que fosse e em quaisquer circunstâncias.

2. Agora vamos dar a palavra a dois amigos nossos, a Giselda e o Miguel, que sobre a Enfermeira Rosa Serra dizem: 

 A ex-Enfermeira Pára-quedista Rosa Glória Barroso Costa Serra, simplesmente conhecida como Rosa Serra durante a sua permanência na Força Aérea, integrou o 6.º Curso de Enfermeiras Pára-quedistas efectuado em 1967.  Devido a um acidente no decorrer da sua preparação, apenas veio a completar o curso em Março de 1968, tendo sido então graduada em Alferes. 

 A sua experiência como Enfermeira Pára-quedistas levou-a nos 6 anos seguintes aos mais diversos teatros de operações, de que destacamos a BA4, na Terceira/Açores, em 1968 e 1972; a Guiné, BCP12/Bissalanca, em 1969; Angola, BCP21/Luanda, em 1970; Tancos/RCP, em 1971; Moçambique/Mueda, em 1973, acabando por terminar o seu contrato em Março de 1974. 

 Calculamos quão enriquecedoras foram essas experiências, nomeadamente as que teve nas suas colocações em Moçambique e na Guiné. E será de realçar esta última, pelas dimensões reduzidas do território, o que lhe permitiu chegar a todos os lugares e lhe possibilitou um contacto intenso com as populações e com as nossas forças no terreno. 

 Encaramos por isso com bastante expectativa os textos que a Rosa possa vir a apresentar-nos com o relato das experiências por ela vividas como Enfermeira Pára-quedista neste período tão marcante da sua carreira profissional. Giselda e Miguel


Rosa Serra > Uma volta de bicicleta... roubada 


  3. Comentário de CV: 

 Cara Enfermeira Rosa É uma honra para esta Tabanca, composta essencialmente por militares milicianos e do QP do Exército, onde pontuam felizmente já alguns elementos da Força Aérea a Marinha Portuguesas, receber mais uma Enfermeira Pára-quedista. 

Na verdade a nossa querida tertuliana Giselda, como elemento feminino, já se devia sentir um pouco só. Não, não me estou a esquecer das nossas amigas tertulianas, de algum modo ligadas a nós, estou tão só a referir-me às senhoras que activamente participaram na guerra e estiveram connosco no terreno, nas horas mais dramáticas, tanto para quem precisava de auxílio como para quem o prestava. Ainda bem que resolveu juntar-se a nós e se dispôs a enviar-nos textos e fotografias sobre si e sobre as suas camaradas. 

Vamos ficar com alguns registos, que reportamos importantes, para conhecermos melhor os nossos Anjos da Guarda, que como tudo que está ou cai do céu, alimentava uma certa curiosidade para os infantes e cavaleiros, mais vocacionados para andar com os pés no chão, embora com o pensamento sempre a voar. Porque tem já trabalho apresentado para publicação, não vão faltar oportunidades para falar de si, das suas camaradas e do vosso trabalho enquanto elementos dedicados a socorrer os que estavam a precisar do vosso auxílio. 

 Receba um beijinho colectivo de toda a Tabanca Grande e a certeza de que é uma honra tê-la connosco. Pelos editores e pela tertúlia Carlos Vinhal 

__________ 

 Nota de CV: 

5 comentários:

Jorge Narciso disse...

Cara Rosa Serra

Trato-te assim porque é essa a forma que está convencionada neste blogue
Assim iniciei, em Março passado, um comentário à tua primeira intervenção neste espaço, a propósito da Enfª Ivone.

E repito o tratamento, hoje, quando aqui és, em nosso nome, formal e cortezmente recebida pelo Carlos Vinhal que se apoiou, e bem, no testemunho dos incontornáveis Miguel e Giselda.
Aproveito a ocasião para alinhar nessa justa recepção.

Primeiro e naturalmente porque a mereces; segundo porque sou, em conjunto com o Jorge Felix, dos membros desta Tabanca que, na Guiné, mais de perto testemunharam e apoiaram a tua determinante actividade no terreno.

Não à guisa de repetição antes de reforço, adapto para o efeito o essencial do que já antes escrevi:

Eu era mecanico dos hélis e fomos contemporaneos na Guiné. Cheguei um mès depois de ti (Abr.69) e fui colocado de imediato na linha da frente.
Fizemos pois, juntos, muitas missões de evacuação,nomeadamente nas ZOPS.

A imagem que retenho de ti, aliás extensiva a todas as tuas camaradas com quem voei: a Ivone, a Manuela, a Zulmira, a outra Rosa(Exposto), a Ceu, a Aura (ou Aida?), a M.Bernarda (penso que não faltará nenhuma) era para além de grandes e generalizadas competencia e aptencia, no teu caso concreto conjugadas com uma evidente, contagiante e tão necessária descontração.

Folgo reencontrar-te e apresento-te as minhas cordiais saudações de boas vindas... ficando a aguardar os teus próximos contributos

Jorge Narciso

Jose Marcelino Martins disse...

Bem vinda Rosa.

É com grande prazer que recebemos mais um elemento da FAP, ou seja, mais um elemento guardião da NOSSA SENHORA DO AR.

José Martins

Anónimo disse...

Cara Rosa Serra

As minhas cordeais saudações por se juntar a todos nós.
Talvez várias vezes tenhamos estado frente a frente,no ano de 69, sem que nunca nos tenhamos visto, mas era a missão que isso impunha,no HM241, quem vinha do ar...entregava, quem estava em terra..recebia.
Ficarei aguardando pelas histórias daquele nosso tempo.
Se me permite,

Um Beijinho
António Paiva

Anónimo disse...

Olá Rosa, já passaram alguns anitos e continuas bonita.!!
Dizem que andar de helicópetero leva o tempo a parar.(Estacionário, é a palavra que está associada ao heli. e ninguém ainda esplanou a sua importancia na relatividade da passagem do momento,...)Tu andaste bastante e o resultado não podia ser outro.
Já te deram as boavindas, que eu reforço, e agora que fazes parte da "Tabanca" quero te avisar que vais ter momentos encantadores, momentos de imensa alegria e outros menos bem dispostos. Vais voltar a viver Bissalanca,o "mato", o frio da noite em evacuação, e a tristeza do Hospital Militar quando chegávamos tarde.
Vais encontrar camaradas esquecidos, outros vão te encontrar. Esta Tabanca tem a particularidade de sarar as feridas que mais ninguém quer tratar. Vais dar conta disso.
"Chatos" como eu, tb não vão faltar.
É com grande alegria que volto sentir a tua presença.
A "Tabanca" do Luis recebe-te de braços abertos.
Abraço
Jorge Félix

Anónimo disse...

Olá, Rosa

Bem vinda ao nosso convívio que reforçarás na certa com o contributo das tuas experiencias naqueles tempos dificeis do alem-mar.
Éreis os Anjos dos céus que apareciam na desgraça e nos faziam ganhar "esperança".

Um beijinho e um obrigado
Luis Faria